UE sobe o tom e acusa China de manipular comércio internacional

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Na última terça-feira (08), a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, acusou a China de distorcer o comércio e dificultar o acesso de empresas europeias ao mercado chinês. A declaração foi dada ao Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

A parceria entre China e Europa precisa de “menos distorção de mercado, menos excesso de produção exportado, e mais acesso justo e recíproco para as empresas europeias“, defendeu von der Leyen. Ela afirmou que o país asiático “inundou o mercado com produtos baratos e subsidiados“, o que permitiu a Pequim dominar diversos setores, de painéis solares a refino mineral.

Indústrias ocidentais inteiras fecharam“, afirmou a dignitária.

Comentando as dificuldades enfrentadas pelas firmas europeias ao acessar o mercado chinês, von der Leyen classificou o sistema de compras públicas chinês como “explicitamente manipulado“. Segundo ela, qualquer produto “made in China” recebe automaticamente 20% de vantagem nas licitações locais. “É completamente injusto“.

A China não respondeu oficialmente às declarações.

As palavras da chefe do braço executivo da União Europeia sobem ainda mais o tom já tenso entre as partes. No final de julho, nos dias 24 e 25, uma delegação europeia, liderada por von der Leyen e Antônio Costa, presidente do Conselho Europeu, será recebida por seus homólogos chineses em Pequim e outras cidades. A China, porém, já anunciou o cancelamento de parte do encontro.

Os pontos de divergência que dificultam o entendimento são diversos, mas central entre eles está a interrupção da exportação de terras raras por parte de Pequim, que atingiu de maneira severa diversos setores da indústria europeia. Bruxelas, por sua vez, vem impondo tarifas significativas sobre a importação de veículos elétricos chineses, os quais acusa de receberem subsídios governamentais que distorcem seu preço.

No início deste ano, analistas acreditaram que o receio mútuo do tarifaço imposto por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pudesse estimular uma aproximação entre China e UE. Até este momento, porém, as esperanças não se materializaram.

Fontes: Bloomberg, Yahoo Finance, Caliber

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