O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu a comunidade internacional ao anunciar o envio de mais armas defensivas à Ucrânia pouco após uma pausa inesperada na entrega de equipamentos militares críticos, como mísseis superfície-ar e sistemas de artilharia de precisão. A decisão reflete uma guinada em sua política, contrapondo a posição anterior do Pentágono.
Na semana passada, o Pentágono suspendeu o envio de interceptores Patriot, mísseis Stinger e mísseis ar-ar AIM, citando preocupações com o esgotamento dos estoques militares. No entanto, a decisão foi tomada sem informar o presidente Trump — segundo fontes da CNN, nem o próprio recebeu aviso prévio. Em resposta, o mandatário afirmou que o Congresso e a imprensa precisam esclarecer a origem dessa pausa, já que, segundo ele, não deu nenhuma ordem nesse sentido.
Logo depois, Trump reverteu a suspensão: autorizou a entrega de dez interceptores Patriot e manifestou a intenção de fornecer um novo sistema, caso necessário.
Durante reunião no Salão Oval, o presidente criticou duramente o presidente russo Vladimir Putin, acusando-o de falar besteira demais diante de promessas diplomáticas vazias. Trump deixou claro que “Putin mata muita gente” e justificou a retomada das entregas como um imperativo para proteger vidas civis na Ucrânia.
A intensificação dos bombardeios russos sobre cidades ucranianas, com uso de drones e mísseis, aumentou a demanda ucraniana por sistemas de defesa aérea. Autoridades ucranianas relataram mortos e dezenas de feridos civis, tornando urgente o envio de armamentos avançados
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky saudou o anúncio, afirmando que as entregas são essenciais para salvar vidas e conter a ofensiva russa.
Entretanto, a reviravolta gerou críticas. O caso evidenciou falhas na coordenação entre Casa Branca e Ministério da Defesa, e especialistas alertam que a abordagem “America First” pode reduzir o apoio dos EUA aos parceiros, se decisões internas forem tomadas de forma unilateral.
A Casa Branca comunicou que, sob comando de Trump, o Pentágono reiniciará o suporte em linha com os interesses de defesa dos EUA. Ainda está em análise a possível entrega de mais sistemas Patriot, reconhecendo a crescente pressão aérea russa sobre áreas estratégicas.
Analistas apontam que o envio reforça a retórica de “paz por meio da força” de Trump, que também ameaçou retomar sanções a Moscou e impor tarifas elevadas sobre países que importam energia russa – uma clara mensagem a aliados como China e Índia.
A reversão de Trump, de pausa surpreendente para apoio avançado à Ucrânia, destaca a volatilidade das decisões de política externa sob sua administração. A tensão com o Pentágono e a urgência dos pedidos ucranianos evidenciam os dilemas estratégicos dos EUA na atual fase da guerra — com riscos globais e pressões domésticas que prometem pesar nas conversas sobre futuro financiamento e apoio militar.