Em uma manobra diplomática incomum, o governo da Venezuela liberou nesta sexta-feira (18) 10 cidadãos dos EUA, incluindo residentes permanentes, em um acordo triangular envolvendo os Estados Unidos e El Salvador. Em troca, cerca de 250 venezuelanos deportados dos EUA para a prisão de segurança máxima de CECOT, em El Salvador, foram enviados de volta à Venezuela.

- Cidadãos norte-americanos libertados: entre eles, um ex-Navy SEAL foi detido na Venezuela por supostos envolvimentos em conspirações — alegações repetidamente refutadas pelas famílias.
- 250 venezuelanos retornaram: muitos sem antecedentes criminais e acusados apenas por tatuagens ou perfil, e mantidos desde março na controversa prisão CECOT.
- Liberação de presos políticos venezuelanos: além dos americanos, várias dezenas de presos políticos foram soltos pelo regime de Nicolás Maduro.
- Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, saudou o resultado e atribuiu o êxito à liderança de Trump.
- Nayib Bukele, presidente de El Salvador, destacou a participação de seu país no processo e enfatizou o retorno dos venezuelanos.
- Nicolás Maduro classificou o dia como “uma bênção”, reforçando o valor diplomático do acordo e a libertação de presos políticos armou seu prestígio interno.
No início de 2025, a administração Trump utilizou a Antiquíssima Alien Enemies Act (de 1798) para deportar 238 venezuelanos, acusados de pertencer à facção criminosa Tren de Aragua — mesmo sem provas, sendo enviados à prisão CECOT, conhecida por más condições.
O detalhe financeiro foi revelador: os EUA pagaram cerca de US$ 6 milhões a El Salvador para manter os deportados na prisão. Organizações de direitos humanos criticaram duramente a operação, apontando violações de direitos básicos, ausência de julgamento justo e condições degradantes na prisão operada por Bukele.
Trata-se de uma vitória diplomática para Trump, capaz de trazer cidadãos americanos de volta em meio a tensões internacionais. Para Maduro, foi um reforço político interno, mostrando habilidade de barganha, ao integrar a libertação de presos políticos. O acordo realça a prática cada vez mais comum de usar prisões em terceiros países como barganha — um instrumento difícil de defender mesmo do ponto de vista jurídico.
Fonte: Axios, The Times e AP News