Na última quarta-feira (9), Taiwan deu início a edição de 2025 de seus jogos militares anuais, o Han Kuang. Os exercícios terão duração de 10 dias, avaliando a capacidade do país de resistir a uma invasão chinesa à ilha.
Este ano, a mobilização envolverá aproximadamente 22.000 reservistas, maior número da história. Novos cenários serão testados, especialmente aqueles relacionados a ataques cibernéticos e desinformação. “Os comandantes precisam pensar em quais desafios as tropas poderão enfrentar, e então passá-los a seus subordinados“, explicou um oficial taiwanês, citando o conflito na Ucrânia como principal referência de combate real.
Os exercícios abrangerão situações como o bloqueio naval imposto por Pequim a ilhas próximas, manobras para repelir o desembarque de tropas chinesas no território e medidas para lidar com ataques aos sistemas de comando e comunicação do país durante o conflito.
Nesta edição, os jogos militares serão combinados a exercícios de resiliência civil, de forma a testar o quão preparada está a sociedade taiwanesa como um todo para enfrentar ameaças à soberania do país. A ideia é estimular a cooperação dos setores público e privado e aumentar a participação e consciência popular quanto à defesa da ilha.
“Esse será o Han Kuang mais intenso que já fizemos“, disse o general Tung Chi-hsing, responsável pela divisão de planejamento do Estado Maior taiwanês. “O treinamento imagina uma guerra disputada em estágios, nas praias, nas cidades e pela sociedade“.
O início dos jogos vem um dia após um representante chinês classificar de “inevitável” a reunificação de Taiwan à China. Pequim considera a ilha como uma província separatista, e vem gradativamente elevando a pressão – política e militar – sobre Taiwan.
“Não importa como se saiam ou que armas usem, eles não tem como resistir à espada da anti-independência e a tendência histórica da reunificação à pátria-mãe“, declarou o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Jiang Bing. “O Han Kuang nada mais é do que um blefe, um truque do Partido Democrático Progressista“.
Diante das ameaças, os militares taiwaneses preferem não economizar no treinamento. Comentando a estratégia de prover às tropas informações mínimas sobre os exercícios, um oficial disse que “o objetivo é estar preparado para inesperado“.
Fontes: Reuters, Al Jazeera, Focus Taiwan, South China Morning Post