O presidente Donald Trump tem surpreendido os mais céticos analistas políticos com decisões direcionadas a personagens conhecidos da população brasileira. No último dia 18 de julho, ministros do STF, o Procurador Geral da União e outros aliados foram sancionados com revogação de seus vistos americanos, decisão esta extensiva a familiares. Com as medidas aplicadas e avisos recorrentes de que podem ser maximizadas ou incrementadas por outros tipos de sanções, analistas de diversos meios de comunicação cogitam a possibilidade do governo Trump determinar medidas como, restrições à aviação comercial, cancelamento de serviços GPS ou, até mesmo, cancelamento de atividades de sistemas de pagamento e banimento do sistema de pagamentos internacional.
Inicialmente ignorando as consequências negativas relativas ao serviço de aviação comercial e GPS, foquemos no impacto mais micro, ou seja, entendamos o que o cancelamento de serviços de pagamentos pode gerar de prejuízos ao mercado e as consequências mais imediatas ao cidadão brasileiro.
Ao realizar todo tipo de compras, o brasileiro já está acostumado a utilizar cartões de crédito ou débito, e duas empresas em específico, gigantes do mercado de pagamentos, se destacam pelo
alcance que têm. Mastercard e Visa são mundialmente conhecidas e possuem números expressivos: a Visa, maior dentre as duas operadoras, opera em 200 países, possui 4,3 bilhões de cartões em circulação, atendendo 14.500 instituições financeiras, além de oferecer seus serviços a mais de 80 milhões de organizações comerciais. No Brasil, a operação das empresas é bastante relevante, o que nos eleva ao patamar de um dos maiores players do mercado de pagamentos da América Latina.
Ao se cogitar a possibilidade de cancelamento de utilização do meio de pagamento como crédito e débito, estamos falando em termos populares que 203 milhões de brasileiros bancarizados estariam prestes a perder a possibilidade usar o débito e, principalmente, o crédito.
Logicamente, temos chances de mudar todo o sistema e passar a viver com uma estrutura diferente, mas certamente esta mudança seria lenta e geraria muitos problemas. Muitos brasileiros recorrem ao crédito, não por uma opção, mas pela falta de alternativa imediata. Retirar a possibilidade de uso deste meio de pagamento seria como “retirar o bote salva-vidas” do brasileiro, principalmente os de baixa renda.
Irã e Rússia são países que foram sancionados pelos EUA com a suspensão do uso dos serviços de pagamentos, além de outros serviços de empresas relevantes de tecnologia. Na Rússia, após a invasão à Ucrânia em 2022, as sanções americanas retiraram de funcionamento os sistemas de pagamentos e várias outras empresas, dentre elas Apple, McDonald’s, Starbucks, Coca-Cola, PepsiCo. Com tantas restrições, medidas alternativas precisaram ser adotadas pelos países sancionados e uma delas foi o uso de criptomoedas. Os bancos dos países sancionados foram excluídos do sistema de pagamentos SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) levando-os a encontrar outra forma de negociação entre países e de constituir reservas estratégicas financeiras que os permitissem continuar suas operações.
O brasileiro estava começando a ter contato com as criptomoedas à medida que grandes instituições financeiras divulgavam tokenização de ativos e possibilidade de compra de Bitcoin em suas plataformas. Com os últimos acontecimentos, caso se confirmem sanções semelhantes às impostas à Rússia e ao Irã, o brasileiro será empurrado com toda força para este novo mundo: o mundo descentralizado das criptomoedas. O Bitcoin já vem se popularizando, principalmente pelo preço que vem se valorizando ao longo do últimos meses, atingindo o que se popularizou no meio cripto como ATH (all time high) – em tradução livre: máxima histórica. Mas existe uma classe de criptos que podem ser armazenadas e movimentadas de forma parecida com o Bitcoin, mas com uma dinâmica de preços diferente: as stablecoins podem ser a alternativa do brasileiro caso as sanções econômicas sejam infligidas à economia.
O Bitcoin, limitado a 21 milhões e totalmente descentralizado, tem sido adotado por indivíduos, empresas e países, se destacando pela escalada recente do preço devido à ampla adoção. O discurso dos mais influentes investidores da criptomoeda, levam a um entendimento de que o uso principal dela seria uma reserva de valor, algo que se assemelha ao ouro. Não à toa, o Bitcoin é comumente chamado de “ouro digital”. Em relação ao USDT, a situação é um pouco diferente. A stablecoin é criada com lastro em dólar, ouro e Bitcoin. Sendo a stablecoin mais usada no mundo, o USDT também é utilizado por Irã e Rússia para driblar as sanções impostas pelos EUA. Por se tratar de um meio de pagamento descentralizado e com sede em Hong Kong e Ilhas Virgens, países com menos supervisão regulatória, o USDT destaca-se em relação a outras stablecoins, como por exemplo, a USDC, já condenada no passado a pagar multas de US$ 41 milhões por reservas insuficientes.
A adoção das criptomoedas – que hoje é apenas uma opção – pode se tornar uma necessidade. O momento em que esta nova forma de negociação será adotada faz toda a diferença em relação à riqueza acumulada e poder de compra futura. Em termos populares, “passarinho que acorda cedo, bebe água limpa“. A adoção antecipada do método de pagamento através da stablecoin ou reserva de valor através do Bitcoin, pode ser um divisor de águas na vida financeira. Estar à frente dos que ainda estão inertes à nova tecnologia, além proteger teu patrimônio, devido à evolução natural do valor do USDT – causado pelo histórico de desvalorização mais acelerada do real frente ao dólar – pode gerar um aumento deste patrimônio em consequência da adoção crescente do Bitcoin frente à sua escassez, o que o torna um ativo deflacionário.
Eu sou Felipe Santos, Oficial R/2 do Exército Brasileiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade da Califórnia e Universidade de São Paulo, atuo no mercado financeiro desde 2008. Experiente em diversas áreas no mercado, professor de Finanças Pessoais e Investimentos da Escola de Geopolítica e Atualidades Danuzio Neto e criador da Mentoria de Investimento Ágil, ajudo pessoas a investir em apenas 30 dias com segurança e praticidade.
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