Em uma ofensiva recorde, a Rússia lançou um massivo ataque aéreo sobre a Ucrânia entre os dias 9 e 10 de julho, mirando principalmente Kyiv e regiões do oeste do país. A artilharia aérea combinada incluiu 728 drones (em grande parte do modelo Shahed, de fabricação iraniana), além de mísseis hipersônicos Kinzhal e mísseis de cruzeiro Kh-101/Iskander-K.
Entre a noite de quarta (9) e a madrugada de quinta (10), surgiram explosões intensas em diversos setores de Kyiv. O impacto foi profundo: pelo menos três lançadores de mísseis e uma clínica de saúde foram atingidos, gerando incêndios em edifícios residenciais, garagens e veículos. Duas pessoas morreram e outras 16 ficaram feridas, muitas atingidas por estilhaços.
Diante da magnitude do ataque, os sistemas de defesa aérea de Kyiv interceptaram 296 drones e todos os sete mísseis de cruzeiro lançados, além de neutralizar centenas de drones por guerra eletrônica, em uma operação que evitou uma destruição ainda maior .
Levando em conta seu sucesso defensivo, as Forças Armadas da Ucrânia concluíram que o ataque russo teve grande intensidade, mas não obteve o resultado esperado por Moscou. Mesmo assim, as autoridades relatam danos estruturais e feridos civis.
A Rússia, que já vinha intensificando o uso de drones noturnos, ampliou a campanha aérea como uma ação coordenada com avanço terrestre em outras frentes. A operação e intensificação dos ataques russos busca não apenas ações militares, mas também impacto psicológico e enfraquecimento da moral civil e política da Ucrânia .
O ataque ocorre logo após o presidente americano Donald Trump reafirmar o apoio defensivo aos ucranianos, criticando as promessas polêmicas de Vladimir Putin. Além disso, a OTAN mobilizou aeronaves na Polônia como medida preventiva, dado o risco de expansão das operações russas próximo à fronteira Polônia-Ucrânia.
O secretário de defesa do Reino Unido também revisitou a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia, enquanto o presidente Volodymyr Zelensky ressaltou a urgência de sanções mais rígidas à Rússia, especialmente contra sua indústria energética .
O resultado imediato é claro: destruição significativa de infraestrutura, deslocamento de famílias e desgaste psicológico nas áreas urbanas atingidas. Contudo, o verdadeiro teste agora é diplomático e estratégico: até que ponto Moscou continuará sua campanha, e como responderá o Ocidente — tanto militar quanto politicamente.
Com a escalada da violência, cresce também o foco internacional sobre o plano de sanções, a manutenção do apoio ucraniano e a pressão sobre a Rússia. O risco de confronto direto entre a OTAN e o Kremlin aumenta, uma vez que mais países da aliança estão adotando medidas de prontidão nas faixas fronteiriças.