O alívio que a economia brasileira precisava

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O real motivo do alívio

A última semana de junho e o início de julho trouxeram um fôlego à atividade econômica e renovaram as esperanças dos investidores. O Brasil vivenciou um alívio no mercado financeiro, com a valorização dos ativos de risco e quedas sucessivas do dólar. Naturalmente, o governo aproveitou o momento para tentar capitalizar politicamente sobre os resultados, mas os dados otimistas têm origens específicas e, certamente, pouco se relacionam com as ações da atual equipe econômica.

A semana começou com a divulgação dos dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que indicam uma desaceleração na economia. Esse resultado é, em grande medida, consequência da postura firme do Banco Central em manter a taxa SELIC elevada — uma decisão que vai na contramão dos interesses do governo. O desaquecimento da atividade econômica era exatamente o que o COPOM esperava ao optar por juros altos: encarecer o crédito, reduzir o ritmo da economia, conter a inflação e, com isso, preservar o valor do Real.

A expectativa positiva em relação ao mercado brasileiro após os dados que apresentaram o arrefecimento da economia, trouxe investidores estrangeiros que direcionaram suas atenções para a renda fixa e para o mercado de ações, o que gerou uma entrada de dólares, fazendo a cotação da moeda sofrer quedas sucessivas. No dia 30 de junho a moeda americana já oscilava em torno de R$ 5,48 e na véspera do feriado de independência dos Estados Unidos, o dólar estava sendo cotado no menor patamar desde agosto de 2024, cotado a R$ 5,41.

Desestabilização que pode afastar o otimismo

Entrevista realizada pelo ministro da fazenda, Fernando Haddad, demonstrou que o otimismo do ministro vai além dos fatos e que olhar para trás para conseguir um culpado por um possível erro é estratégico. Segundo o ministro, a economia do Brasil vai muito bem porque “o presidente Lula é o presidente da responsabilidade fiscal”. Ele afirma que, mesmo com intercorrências, o governo tem cumprido com as metas fiscais e não deixa de citar movimentos do governo Bolsonaro, na intenção manchar as decisões da equipe anterior, que precisou desenvolver formas de manter certo grau de normalidade frente às devastadoras medidas que o mundo fora obrigado a tomar para evitar mortes por COVID-19.

O ministro da agricultura e pecuária por sua vez resolveu atacar o Banco Central e a Política de juros. Algo que Lula e a cúpula do PT vem atacando com frequência, agora foi alvo do ministro Carlos Fávaro. Ele que citou a dificuldade de lançar um plano Safra com os juros no patamar que está e criticou a política de juros mesmo reconhecendo a falta de conhecimento técnico sobre o assunto. “Na minha avaliação, não sou economista, mas sou um cidadão que vive o dia a dia, e até como empresário, é inadmissível essa Selic a 15%. Temos uma inflação controlada, um Brasil crescendo pelo terceiro ano seguido na ordem de 3% ao ano, a renda da população crescendo, o desemprego caindo, a balança comercial com excedentes como nunca teve na história.”

Os discursos dos ministros podem gerar ruídos que tendem a afastar os investidores. Tanto a disposição do governo em criticar o Banco Central, quanto as afirmações que não encontram relação com a realidade dos fatos, geram dúvidas e um ambiente duvidoso não é o que o capital doméstico ou estrangeiro quer ou precisa. A previsibilidade deveria ser a arma do governo para continuar no caminho da atração do capital. Com a entrada de dólares no Brasil, a moeda se desvaloriza frente ao real, o que naturalmente arrefece a inflação, que propicia queda dos juros, estimulando a economia e melhorando a vida dos brasileiros. Vejamos o que o início do segundo semestre de 2025 nos reserva.

Eu sou Felipe Santos, Oficial R/2 do Exército Brasileiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade da Califórnia e Universidade de São Paulo, atuo no mercado financeiro desde 2008. Experiente em diversas áreas no mercado, professor de Finanças Pessoais e Investimentos da Escola de Geopolítica e Atualidades Danuzio Neto e criador da Mentoria de Investimento Ágil, ajudo pessoas a investir em apenas 30 dias com segurança e praticidade.

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