Musk VS Trump tem um novo capítulo: Musk anuncia criação de novo partido político

Elon Musk, o homem mais rico do mundo e uma das figuras mais influentes da tecnologia e da política norte-americana, anunciou neste sábado a fundação de um novo partido político, o “America Party”. A decisão ocorre após semanas de especulação e uma enquete realizada pelo bilionário em sua plataforma X (antigo Twitter), onde, segundo ele, a maioria dos participantes manifestou apoio à criação de uma legenda alternativa. “Por uma margem de 2 para 1, vocês querem um novo partido político, e terão!”, escreveu Musk em um post que viralizou imediatamente. Na sexta-feira, o empresário havia questionado seus seguidores sobre o apoio a um partido que, segundo suas palavras, devolveria aos americanos “sua liberdade”. A proposta de Musk é criar uma força política que funcione como um bloco decisivo no Congresso, influenciando votações de projetos de lei sensíveis. Ele afirmou que o America Party concentrará esforços em disputar “apenas 2 ou 3 cadeiras no Senado e 8 a 10 assentos na Câmara”, quantidade que pode ser determinante em votações com margens apertadas. “Isso bastaria para garantir que as leis reflitam a vontade verdadeira do povo”, declarou Musk. Ainda não há registro oficial do America Party junto à Comissão Federal Eleitoral, e Musk não especificou em que estados ou distritos a nova legenda poderá se registrar primeiro. O bilionário disse apenas que pretende que seus parlamentares atuem de forma independente, negociando com ambos os partidos tradicionais – republicanos e democratas – para aprovar ou bloquear iniciativas legislativas. O anúncio ocorre em meio a um momento de tensão entre Musk e Donald Trump. Apesar de ter sido o maior doador individual da campanha presidencial de 2024 – com contribuições que ultrapassaram US$ 280 milhões, majoritariamente para Trump e outros republicanos – Musk rompeu publicamente com o ex-presidente nas últimas semanas. O atrito escalou após a aprovação do chamado “big, beautiful bill”, um pacote de políticas domésticas de Trump que aumentou o teto da dívida em US$ 5 trilhões, medida que Musk classificou como “insana”. “Está claro, com esses gastos absurdos, que vivemos em um país de partido único – o PARTIDO DO PORQUINHO!”, ironizou Musk na segunda-feira, ao criticar a coalizão republicano-democrata que viabilizou o projeto. O rompimento representa uma reviravolta na relação entre os dois. Musk chegou a ocupar um cargo de assessor especial no polêmico Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Trump para reduzir a máquina pública, mas se afastou em maio, quando seu mandato terminou. Desde então, vinha sinalizando que o sistema bipartidário estava “falido”. Analistas políticos afirmam que, se Musk resolver investir recursos em campanhas legislativas já em 2026, seu apoio poderá definir resultados em disputas acirradas. “Ele tem poder financeiro e influência cultural para agitar o cenário político americano de forma inédita”, comentou Brian Schwartz, repórter da CNBC que acompanha a movimentação de doadores bilionários. Além das críticas aos gastos públicos, Musk tem feito apelos à “liberdade individual”, ao corte de burocracia e ao uso da tecnologia como motor de governo. Embora detalhes do programa do America Party ainda não tenham sido divulgados, o discurso contra o establishment e contra o “pântano político” de Washington indica que ele pretende capturar parte do eleitorado populista insatisfeito com democratas e republicanos. A novidade reacende debates sobre o papel de megabilionários na democracia americana e sobre o potencial de fragmentação partidária. Para alguns especialistas, o movimento pode ter efeitos semelhantes ao surgimento de partidos alternativos que já definiram eleições presidenciais no passado. Outros, porém, questionam a viabilidade de um projeto político dependente da figura de Musk e de seu capital pessoal. Em meio ao turbilhão de reações, a única certeza é que Elon Musk, mais uma vez, conseguiu capturar a atenção nacional – e talvez reescreva parte da história política dos Estados Unidos. Fontes: CNBC, ANSA, BBC

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