Presidente dos Correios entrega Carta de Renúncia

Fabiano Silva dos Santos, presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), entregou sua carta de renúncia ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira (04), pressionado por uma grave crise financeira que assola a estatal. A decisão ocorre após prejuízos bilionários registrados nos últimos anos, com destaque para o rombo de R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes superior ao déficit de 2023, e um resultado negativo de R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2025. A saída de Fabiano Silva, que está no comando desde 2023, deve ser formalizada na próxima semana, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gestão de Fabiano Silva enfrentou críticas pela lentidão em implementar ajustes estruturais diante da queda de receitas e do aumento de despesas. A estatal atribui parte dos prejuízos à “taxa das blusinhas“, novo marco regulatório de compras internacionais que impactou o fluxo de encomendas, e ao sucateamento da empresa durante a tentativa de privatização no governo Bolsonaro. Apesar de iniciativas como o lançamento do marketplace “Mais Correios” e um plano de redução de despesas estimado em R$ 1,5 bilhão para 2025, as medidas foram consideradas insuficientes pelo governo. A renúncia também reflete tensões políticas. A Casa Civil, sob o comando de Rui Costa, pressionou por uma reestruturação que incluía o fechamento de agências e demissões, com estimativas de até 10 mil desligamentos. Fabiano resistiu, argumentando que tais medidas prejudicariam a atuação dos Correios em regiões periféricas. O embate gerou desgaste, agravado por disputas internas no PT e pelo interesse do União Brasil, liderado pelo senador Davi Alcolumbre, em assumir o comando da estatal. A saída de Fabiano reacende o debate sobre o futuro dos Correios, com setores defendendo a privatização e outros, a reestruturação como empresa pública. A estatal, presente em todos os 5.570 municípios brasileiros, enfrenta o desafio de se modernizar e diversificar receitas, enquanto lida com pressões políticas e financeiras. O governo ainda não anunciou um substituto, mas a escolha será crucial para equilibrar interesses da base aliada e garantir a sustentabilidade da empresa. A crise nos Correios segue como um teste para a articulação política do governo Lula. Fontes: PainelPolitico, CNN, Poder360

PT instaura o “Gabinete do Amor”

Gabinete do Amor

O PT, Partido dos Trabalhadores, intensificou sua “estratégia de comunicação” ao convocar cerca de 270 influenciadores digitais para promover a campanha “Taxação BBB” – voltada a bilionários, bancos e bets. A iniciativa, lançada na última quarta-feira (2), visa reforçar o discurso do governo Lula em meio à crise gerada pela tentativa de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), derrubada pelo Congresso. A reunião virtual, batizada nos bastidores como “gabinete do amor“, também anunciou a criação de uma plataforma online para cadastrar influenciadores alinhados ao governo, com promessas de suporte jurídico para militantes digitais. O site oficial “Influenciadores com Lula“, possui um formulário para cadastro de apoiadores e os inscritos podem escolher como querem colaborar: compartilhar conteúdos, criar publicações, organizar eventos ou até mesmo liderar equipes locais. A movimentação do PT é vista como uma tentativa desesperada de recuperar terreno perdido nas redes sociais, onde a direita tem dominado o debate desde a ascensão de Jair Bolsonaro. Críticos apontam que a estratégia de mobilizar influenciadores para amplificar o discurso de “ricos contra pobres” reforça a polarização política e busca manipular a opinião pública em um momento de fragilidade do governo. A campanha, que inclui vídeos gerados por inteligência artificial e materiais produzidos para redes sociais, já custou ao partido cerca de R$ 189 mil em anúncios, segundo a Gazeta do Povo. Parlamentares da oposição, como os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, criticaram a abordagem, defendendo um tom mais institucional diante do embate fiscal. Leia mais: O “paz e amor” vira “guerra e ódio”: Lula não consegue esconder sua ideologia no exterior – Danuzio Lula perdeu Brasília: crises escancaram a ingovernabilidade – Danuzio A Frente Povo Sem Medo, ligada a Guilherme Boulos (PSOL), também anunciou uma manifestação para 10 de julho em São Paulo, com foco na taxação de grandes fortunas e no fim da jornada 6×1, intensificando o clima de confronto. Especialistas conservadores questionam a eficácia da estratégia, apontando que o uso de influenciadores pagos pode soar inautêntico, afastar eleitores e apontam semelhanças com os métodos que a própria esquerda sempre questionava. “Enquanto os conservadores mobilizam apoiadores de forma orgânica, o PT parece depender de artifícios para sustentar sua narrativa“, declarou um internauta em redes sociais. A ofensiva digital do PT, portanto, reacende o debate sobre a autenticidade no ativismo político virtual e os limites da influência patrocinada. Fontes: Portal8viu, Veja, UOL, O Tempo, VozdaBahia, Gazeta do Povo

Moraes barra medidas do governo e do Congresso sobre IOF e convoca audiência de conciliação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (3) suspender tanto o decreto do governo federal quanto o projeto aprovado pelo Congresso que modificavam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, segundo o magistrado, busca evitar instabilidade tributária e dar espaço ao diálogo entre os Poderes. Moraes também marcou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, envolvendo o Planalto, o Congresso, a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União e as demais partes do processo. Na prática, a decisão mantém temporariamente as alíquotas do IOF nos níveis anteriores ao aumento decretado pelo governo Lula. Moraes justificou que, até que se chegue a uma solução negociada, é melhor preservar a segurança jurídica e a previsibilidade para empresas e consumidores. Desvio de finalidade Entre os líderes partidários da Câmara, a decisão foi vista como uma vitória do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), na disputa com o governo Lula sobre a condução da política tributária. Um trecho do despacho de Moraes foi especialmente celebrado: o ministro alertou que, caso “seja demonstrada a utilização” do IOF “tão somente para arrecadar“, ainda que se trate de atribuição do Executivo, o aumento poderia configurar desvio de finalidade. “Caso efetivamente demonstrada a utilização desse instrumento parafiscal tão somente para arrecadar, em que pese tratar-se de atribuição privativa do Chefe do Poder Executivo, estará caracterizado o desvio de finalidade…” (ADIn 5.468, relatoria do ministro Luiz Fux, 2017). Na avaliação do grupo político alinhado a Motta, esse posicionamento pode fortalecer a Câmara no mérito da questão, favorecendo o entendimento de que o Congresso deve ter protagonismo ao discutir a tributação. Em resposta, a ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo federal aguarda a audiência e “não tem nenhum problema em conversar com o Congresso e com o STF“, reafirmando que sempre buscou diálogo. Segundo Gleisi, a suspensão do decreto do IOF pode exigir contingenciamento e impor um ritmo mais lento na execução do Orçamento da União, mas que o governo atuou de forma responsável dentro do arcabouço fiscal aprovado pelo Legislativo. Já Hugo Motta disse após a decisão que o Supremo agiu em “sintonia” com a Câmara, e se colocou à disposição para debater alternativas “em busca do equilíbrio das contas públicas e do crescimento sustentável da economia”. A audiência de conciliação no STF está prevista para 15 de julho e, após ela, Moraes deve decidir se mantém ou não a suspensão das medidas do governo e do Congresso.

Movimentos de esquerda invadem e ocupam sede do Itaú BBA na Avenida Faria Lima

Na manhã desta quinta-feira (3), integrantes do movimento de esquerda Frente Povo Sem Medo (movimentos ligado ao PT e PSOL) e MST (movimento sem terra), ocuparam o saguão da sede do Itaú BBA, na Avenida Faria Lima, São Paulo, em manifesto pela taxação do que denominam de “super-ricos”. O protesto ocorreu pelo período de 2 horas, das 9:30 às 11:30, e houve exibição de cartazes com mensagens como “Chega de Mamata” e “Taxação dos super-ricos já!” A sede teria sido escolhida por ser considerado o prédio mais caro do Brasil, adquirido pelo banco em meados do fim de 2023 para 2024, por cerca de R$ 1,5 bilhão. O ato ocorre em meio à tensão entre os poderes Executivo e Legislativo, após derrubada de decreto que reajustava o IOF, Imposto sobre Operações Financeiras. Esse imposto federal é cobrado em operações financeiras como crédito, empréstimos, câmbio, seguros, títulos de renda fixa e em alguns fundos de investimento. O imposto é pago tanto por pessoas físicas como por pessoas jurídicas. Essa taxa cobrada em cada operação é vista como um recolhimento proporcional dos investimentos e com isso, o governo pode averiguar a oferta e demanda de créditos no país. Inclusive, o IOF é uma das melhores fontes de arrecadação do país. Se você utiliza o Rotativo do Cartão de Crédito, Cheque Especial, Crédito pessoal, empréstimo consignado, financiamento, seguro de vida e acidentes, seguro de bens, enviou recursos para fora do país ou trouxe, se compra moeda estrangeira ou resgatou investimentos, você certamente paga essa taxa e talvez, nem a tenha percebido embutida nos impostos. Ou seja, não é verdade que afete apenas os super-ricos. Cidadãos de todas as classes econômicas acabam pagando o IOF através do meios citados acima, uma vez que, incide sobre operações financeiras comuns a todos os grupos sociais. O impacto do IOF é, especialmente, maior para os mais pobres, que despendem uma parcela, proporcionalmente, mais pesada de sua renda, no pagamento da taxa. O IOF, por natureza, prejudica os mais pobres. Na prática, o aumento do IOF só favorece para elevação de arrecadação do governo, sendo esse, o principal efeito, direto e garantido, dessa medida.

O “paz e amor” vira “guerra e ódio”: Lula não consegue esconder sua ideologia no exterior

Brasil escolhe ditaduras como parceiros estratégicos e fica isolado internacionalmente Dentro do Brasil, o governo segue o discurso de defesa da democracia, usando a chamada frente ampla nas eleições de 2022 e adotando o slogan “União e Reconstrução“. Na prática, os nomes de centro como Simone Tebet e Geraldo Alckmin estão isolados em um governo cada vez mais de pura esquerda e cercado de escândalos. No exterior, entretanto, o governo age de forma mais coerente. O discurso e a prática são em defesa das ditaduras, com o distanciamento das democracias ocidentais. A fachada de “paz e amor” usada pelo PT em eleições vira um claro apoio à guerra e ao ódio nos quatro cantos do planeta, mesmo quando há terrorismo envolvido. Apoio ao Irã e insultos a Israel A defesa de ditaduras não é novidade nos governos petistas. A Venezuela é o clássico exemplo, mas são os recentes posicionamentos do Brasil que têm gerado o espanto da comunidade internacional. Quando os Estados Unidos bombardearam centrais nucleares do Irã em junho, o Ministério das Relações Exteriores soltou comunicado condenando o ataque, que seria uma violação à soberania do Irã e ao Direito Internacional. A maioria dos países democráticos apoiou os ataques ou, no máximo, expressou preocupações. Afinal, a própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia publicado um relatório dizendo que o Irã estava enriquecendo urânio acima dos limites de uso civil e poderia fazer uma bomba nuclear em meses. Durante o atual cessar-fogo entre Israel e Irã, a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou que o Irã ainda poderia enriquecer urânio e ter armas nucleares em questão de meses, pois os danos à infraestrutura nuclear iraniana foram extensos, mas não totais. Na quarta (2), o Irã sancionou uma lei que suspende a cooperação com a OIEA, tirando o seu programa nuclear da fiscalização da ONU. O comunicado do Itamaraty, portanto, desconsidera que o próprio Irã desrespeitou e continua desrespeitando o Direito Internacional, ao descumprir o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e estar enriquecendo urânio para usos militares, o que coloca não só Israel e os EUA em risco, mas todo o mundo e a existência humana. É incompreensível a chancelaria brasileira defender uma ditadura teocrática como o Irã, que persegue minorias religiosas, mata mulheres por usarem vestimentas inapropriadas, como a jovem Mahsa Amini, e é conhecidamente o maior financiador do terrorismo no mundo, patrocinando Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica Palestina, Houthis, dentre vários outros grupos extremistas. O tom inapropriado não se restringe ao Itamaraty. No início de 2024, Lula causou surpresa quando chamou a ocupação de Gaza por Israel de chacina e genocídio, comparando-a com o Holocausto, o extermínio de mais de 6 milhões de judeus pelos nazistas. A fala gerou grande repercussão internacional, pela gravidade da acusação e pela desconsideração tanto histórica quanto religiosa dos acontecimentos. Lula foi considerado persona non grata em Israel, indicando que o presidente brasileiro não é mais bem-vindo no país. A imagem do Brasil no exterior Em mais um desdobramento internacional, a revista inglesa The Economist publicou, no último dia 29, uma matéria com o título “O presidente do Brasil está perdendo influência no exterior e é impopular em casa”. Em 2022, a The Economist dizia que a reeleição de Jair Bolsonaro seria ruim para o Brasil e para o mundo, de modo que só Lula poderia prevenir isso. Três anos depois, a revista muda o discurso após a política externa brasileira ganhar rumos sombrios, enquanto o governo é cada vez mais impopular domesticamente, com o escândalo de fraude do INSS, do pix, aumento de impostos e inflação descontrolada.  Na avaliação da revista, Lula fica ao lado de ditaduras como o Irã e a Rússia, apoiando esses países publicamente, mesmo que sejam dois dos maiores agressores do Direito Internacional. A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, com ataques à população civil e a anexação de territórios. A guerra soma milhares de mortos e milhões de refugiados. A Rússia foi condenada em peso por toda a comunidade internacional. Europa e Estados Unidos uniram-se para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão. Mesmo assim, Lula faz seguidas demonstrações de apoio à Rússia e visitou o país na parada militar de 80 anos da derrota dos nazistas, em maio. No evento, Lula ficou ao lado de criminosos de guerra e de ditadores que se perpetuam no poder com eleições fraudulentas ou que chegaram ao poder com golpes. Era o único líder de uma grande democracia a estar presente. Lembre-se também de que o presidente russo, Vladimir Putin, tem ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por sequestrar milhares de crianças ucranianas. A viagem de Lula gerou constrangimento entre as democracias europeias, que se esforçam para defender o continente da ameaça expansionista russa. Dessa forma, a observação da revista The Economist encontra respaldo na realidade. O mais surpreendente foi o Itamaraty rebater a matéria, com uma carta dizendo que a “autoridade moral do presidente Lula é indiscutível“, que ele não faz “tratamento à la carte do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa“. Não parece republicano o uso de instituições de Estado, como o Ministério das Relações Exteriores, para defender a reputação pessoal do presidente da República. Ainda que a The Economist estivesse equivocada em qualquer ponto, está exercendo o seu direito de expressão como meio de comunicação, e é estranho o Itamaraty promover uma espécie de bate-boca com um veículo de imprensa estrangeiro, que sequer tem jurisdição no Brasil. Os atos do presidente Lula demonstram exatamente que é feito um tratamento à la carte do Direito Internacional. Lula e o PT apoiam a Venezuela de forma inconteste há décadas, mesmo após as eleições de 2024 que foram escancaradamente fraudadas, com urnas adulteradas, presos e refugiados políticos. O país tem Judiciário e Legislativo curvados ao presidente socialista Nicolás Maduro. A corrupção generalizada e a má gestão impedem o país de aproveitar a maior reserva de petróleo do mundo em seu subsolo. A população da Venezuela sofre com a supressão

Janja e Moraes dividem carona em voo da FAB para São Paulo

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes compartilharam um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) no dia 13 de junho, de Brasília para São Paulo. O deslocamento foi requisitado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Segundo registros da Aeronáutica, o avião decolou da Base Aérea de Brasília às 9h15 e pousou no Aeroporto de Congonhas às 10h50, com 12 passageiros a bordo. Além de Moraes e Janja, embarcaram também a advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, e seguranças. A assessoria da primeira-dama confirmou que ela usou a carona para realizar uma consulta ginecológica em São Paulo, informando que não houve custos adicionais à União, já que o voo já estava autorizado. Imagens divulgadas pelo Metrópoles mostram Janja, Moraes e Lewandowski desembarcando na área restrita do aeroporto. O uso de caronas em aeronaves da FAB não é ilegal: um decreto autoriza que vagas sobrando possam ser ocupadas por outros passageiros. Ainda assim, o caso chamou atenção porque a FAB e o Ministério da Justiça não divulgaram previamente a lista de passageiros, e as assessorias do STF e do Ministério da Justiça não comentaram oficialmente o episódio. Diante de críticas e ameaças, Moraes tem priorizado voar em aeronaves da FAB por razões de segurança, recorrendo ao Ministério da Defesa quando não há voos disponíveis. Fonte: revistaoeste.com e Metrópoles

STF define que mídias sociais deverão ser responsabilizadas por posts criminosos ou ofensivos de seus usuários

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (26), que o artigo 19 do Marco Civil da internet, que trata da responsabilidade das plataformas de mídias sociais, é parcialmente inconstitucional. A Seção III, referente a “Da Responsabilidade por Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado por Terceiros”, artigo 19 do Marco Civil, descreve:Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário. O STF considerou que a remoção de conteúdos, somente a partir de decisão judicial não é suficiente para preservar a dignidade das pessoas. Sendo assim, definiu que as plataformas de mídias sociais deverão ser responsabilizadas por postagens criminosas ou ofensivas de seus usuários. E, portanto, deverão acatar notificações extrajudiciais na remoção de conteúdos irregulares. Caso a plataforma não acate a remoção do conteúdo através de notificações extrajudiciais e, mais adiante, a Justiça considerar que a postagem era irregular, a mesma resultará em punição. Crimes contra a honra Em casos específicos, de crimes contra a honra, como difamação, o entendimento permanece como já está configurado. Ou seja, as plataformas só serão obrigadas a retirar o conteúdo se a Justiça solicitar, não incidindo em punições, caso não acatem a notificação extrajudicial. Também ficou definido que, quando um fato ofensivo já reconhecido por decisão judicial for repetidamente replicado, todos os provedores deverão remover as publicações com conteúdos idênticos a partir de notificação judicial ou extrajudicial, independente de novas decisões judiciais nesse sentido. O entendimento da Corte também prevê a atuação das mídias de forma “proativa“, dando permissão para a atuação de seus moderadores em casos que configurem discurso de ódio, racismo, pedofilia, incitação à violência ou golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, terrorismo, instigação à mutilação ou ao suicídio, homofobia, e crimes contra mulheres e crianças, de forma prévia e preventivamente. Contudo, caso não sejam removidos conteúdos que possam configurar nos casos acima e a Justiça os considere, incidirá em responsabilização. Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Edson Fachin, que consideraram constitucional a exigência de ordem judicial em todas as hipóteses, foram votos vencidos, na decisão que venceu por 8 x 3, sobre a inconstitucionalidade parcial do artigo 19, do Marco Civil. A decisão levará as empresas de tecnologia, as Bigtechs, detentoras de mídias sociais, a reverem seus protocolos de denúncias, assim como sua moderação de conteúdo. Conferindo mais poder de moderação, todavia, incidindo em uma maior responsabilização.

Oficial chavista pode expor elo entre o narcotráfico e governos de esquerda na América Latina e Europa

O ex-diretor de inteligência militar da Venezuela, Major-Brigadeiro Hugo Armando Carvajal Barrios, conhecido como “El Pollo“, declarou-se culpado nesta quarta-feira (25), em tribunal federal de Manhattan, por quatro acusações criminais, incluindo conspiração para importar cocaína e narcoterrorismo. A confissão ocorreu uma semana antes do início previsto do seu julgamento nos Estados Unidos e poderá resultar em prisão perpétua. Carvajal, de 65 anos, era um dos oficiais mais influentes durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Ele liderou a Inteligência Militar (DIM) entre 2004 e 2011 e novamente em 2013, antes de colaborar com o regime chavista desde dentro das Forças Armadas. Sua trajetória incluiu um papel no levantamento militar de 1992, que lançou Chávez ao estrelato. Em declarações feitas em 2021, logo após ser preso na Espanha, Carvajal afirmou que os governos de Chávez e Maduro financiaram outros governos de esquerda na América Latina e Europa. Entre os países que receberam esse dinheiro, estariam o Brasil, através de Lula e PT, Bolívia com Evo Morales, e Argentina, com Nestor Kirchner. Segundo Carvajal, os envios de dinheiro teriam acontecido pelo menos durante 15 anos. O governo dos EUA acusa Carvajal de chefiar, em conjunto com altos oficiais venezuelanos, o chamado Cartel de los Soles — ramificação do narcotráfico na cúpula militar, criada para inundar o mercado estadunidense com cocaína produzida em parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Em 2006, ele estaria envolvido em um carregamento de 5,6 toneladas de cocaína para o México; em 2011, coordenou, segundo a Justiça, 5.600 kg em um jato DC‑9 — remessas que incluíam milhões de dólares em propinas. Segundo o Departamento de Justiça e a DEA, a aliança com as FARC incluiu fornecimento de armas, logística e proteção armada para garantir o transporte das drogas. O procurador Jay Clayton destacou:”Carvajal e outros oficiais usaram cocaína como arma para prejudicar os EUA“, e a DEA complementou que ele “explorou seu cargo e abandonou sua responsabilidade para prejudicar os estadunidenses”. Carvajal foi preso pela primeira vez em 2019, em Aruba, mas escapou alegando imunidade diplomática venezuelana. Em 2021, foi capturado em um apartamento em Madri, Espanha, e extraditado aos Estados Unidos em julho de 2023, após vencida a resistência judicial. Agora, diante da confissão, pode ser condenado a pelo menos 50 anos de prisão, ou mesmo prisão perpétua. O acordo de confissão não inclui uma negociação de pena antecipada, mas especialistas avaliam que Carvajal pode estar negociando cooperação futura. Ele é visto como fonte valiosa para expor redes globais de narcoterrorismo, espionagem e lavagem de dinheiro, envolvendo grupos como Tren de Aragua e governos aliados a Nicolás Maduro, incluindo Cuba, Rússia, China e Irã. Hugo Carvajal também se tornou um opositor do governo Maduro ao se declarar a favor de Juan Guaidó, líder reconhecido por Washington como presidente interino durante a crise de 2019. Em um comunicado gravado, ele conclamou as Forças Armadas venezuelanas à rebelião, ato que provocou retaliações oficiais e motivou sua fuga à Espanha. A data da sentença está marcada para 29 de outubro de 2025. Advogados de Carvajal, como Robert Feitel, argumentam que os EUA perderam oportunidade ao não buscar cooperação antes da acusação formal. Eles defendem que sua informação pode ser tão útil para a segurança nacional quanto prejudicial em sua postura criminal. O caso de Carvajal exemplifica o fenômeno do narcoterrorismo estatal na Venezuela, com redes organizadas sob o poder político e militar, direcionadas externamente e protegidas internamente, tema de alertas anteriores que apontam o país como uma ameaça transnacional crescente. Aos olhos do governo dos EUA, punir Carvajal reforça o compromisso em responsabilizar oficiais estrangeiros que usam o poder estatal para devastar comunidades com drogas. Para analistas, a confissão abre janela para investigações sobre a extensão do narcotráfico militar venezuelano, mais do Cartel de los Soles e suas conexões, um ponto de inflexão no combate ao narcoterrorismo na América Latina. Fontes: Reuters, AP e United States Attorney’s Office

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