Sem habeas corpus, banidos da vida pública e sem a quem recorrer: os alvos de Alexandre de Moraes vivem seu AI-5 particular

A coincidência sinistra que acompanha Alexandre de Moraes parece não ter se limitado à sua data de nascimento. Nascido em 13 de dezembro de 1968, o ministro veio ao mundo no mesmo dia em que foi decretado o Ato Institucional Número 5 — e é dele que parece tirar inspiração para suas ações. Assim como os signatários do ato institucional, Moraes diz agir em nome da democracia. Se vez ou outra pisa fora das quatro linhas da Constituição, é porque “a instituição da democracia”, como disse na época o Ministro da Marinha, Almirante Augusto Rademaker, “não fica defendida assim”. De fato, à época da edição do Ato, não faltaram defesas de que ele seria absolutamente necessário para a restauração da democracia no Brasil. Autor intelectual do AI-5, o então Ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva — catedrático da Faculdade de Direito da USP, tal como Moraes — foi quem expressou isso mais claramente, numa passagem que poderia ser usada por qualquer defensor dos atos alexandrinos: “A Revolução foi feita exatamente, como um dos seus pontos fundamentais, para impedir a subversão e assegurar a ordem democrática. Se essa ordem democrática corre risco, outra razão não existe senão nos socorrermos de instrumentos revolucionários adequados para que possamos restaurar a verdadeira democracia, autêntica democracia, que é o desejo de todos nós. Porque outra coisa não desejamos senão isso.“ Cinco décadas depois, a retórica é a mesma. A diferença é que agora não vem de fardas nem de generais, mas da toga de um só homem. Se o Ato Institucional nº 5 está morto no papel, seu espírito continua vivo — e encontra em Alexandre de Moraes seu mais zeloso executor. Abaixo, você verá como cada um dos pilares daquele que foi o mais autoritário dos atos da ditadura militar reaparece, com espantosa semelhança, nas decisões de um único ministro do Supremo Tribunal Federal. O fim do habeas corpus Em seu Art. 10, o AI-5 suspendia o habeas corpus “nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.” E esta é, de fato, a situação de quem quer que Alexandre de Moraes decida incluir em seus inquéritos infinitos. Como a jurisprudência do Supremo não admite a impetração de habeas corpus contra decisão de ministro do próprio tribunal, resta aos alvos do delegado Alexandre de Moraes recorrerem ao juiz Alexandre de Moraes. Por óbvio, o poder sem nenhum tipo de controle tende ao abuso — como ocorreu no caso do ex-deputado estadual Homero Marchese (NOVO-PR). Em novembro de 2022, Marchese publicou em seu Instagram um cartaz anunciando que seis ministros do Supremo — Moraes entre eles — iriam palestrar em Nova York sobre “democracia e liberdade no Brasil“. Apesar de a informação ser pública e divulgada pelos organizadores do evento, foi o suficiente para Moraes cassar suas redes sociais. Após muita insistência e diligências junto às plataformas, Marchese descobriu que seu processo corria no STF — e que a decisão do ministro atribuía a ele o comentário de um terceiro que compartilhou a publicação. O fim da proteção aos juízes Um dos motivos para a criação do AI-5 foi a proteção que presos por crimes políticos encontravam no Judiciário. Quem defendia o recrudescimento do regime militar — a chamada “linha dura” — nunca tolerou que figuras como Miguel Arraes conseguissem fugir para o exílio após se verem livres da prisão graças a um habeas corpus. Assim, para enquadrar juízes desobedientes, o AI-5, em seu Art. 6º, suspendia as garantias de “vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade” que protegiam a independência de juízes e membros do Ministério Público. Como nos anos de chumbo, poucas coisas são tão perigosas para um juiz quanto discordar das decisões de Alexandre de Moraes. Em 2024, o juiz federal José Jácomo Gimenes, da comarca de Maringá, analisou o caso de Homero Marchese, descrito acima, e deu ganho de causa ao ex-deputado. Gimenes reconheceu que, ao não justificar o bloqueio das redes sociais de Marchese — e ao não desbloquear seu Instagram por meses, mesmo quando suas outras redes já haviam sido liberadas —, a União havia incorrido em dano contra o autor. Avisado pela Advocacia-Geral da União do resultado do julgamento, Moraes cassou a decisão do juiz e ordenou que o Conselho Nacional de Justiça investigasse o magistrado. Já este ano, Moraes mandou investigar o juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG). Seu crime? Apreciar o pedido de progressão de pena de um dos presos do 8 de Janeiro, detido em um presídio sob sua jurisdição. A proibição da vida política Uma das mais draconianas previsões do AI-5 vinha da combinação dos Artigos 4º e 5º. O primeiro permitia a cassação dos direitos políticos de quaisquer cidadãos por dez anos. O segundo implicava na morte política dos alvos. O cassado não apenas era proibido de exercer mandatos, votar ou ser votado — o Inciso III do Art. 5º proibia até mesmo manifestações “sobre assunto de natureza política”. A pessoa poderia ter sua liberdade vigiada, ser impedida de frequentar certos lugares e até ter seu domicílio determinado pela ditadura. Esta é a situação em que um sem-número de alvos dos inquéritos alexandrinos se encontra. Dois exemplos saltam aos olhos: Filipe Martins e Jair Bolsonaro. Apesar de não terem nenhuma condenação, ambos estão proibidos de conceder entrevistas ou usar redes sociais. Martins chegou a ser multado e ameaçado de prisão por aparecer calado em um vídeo publicado não por ele, mas por seu então advogado. Ontem, em 21 de julho, Bolsonaro foi ameaçado de prisão por conceder uma entrevista publicada não por ele, mas pela imprensa. Indo além até do que a ditadura fazia, Moraes também se tornou pródigo na punição a familiares de seus alvos. Na decisão que proibiu o filho de Carla Zambelli de usar redes sociais, o ministro não se deu ao trabalho de justificar — apenas cita o nome de João Hélio, filho da deputada, para sentenciar que ele estará proibido de ter

Lula no Chile: sua única preocupação é confraternizar com seus amigos ideológicos

Lula está no Chile tirando foto com Boric, em um tipo de campanha eleitoral antecipada. Diante da maior crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos das últimas décadas, causada pelo tarifaço de Donald Trump que impôs uma sobretaxa de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1º de agosto, esperava-se do presidente Lula uma atuação firme, institucional e estratégica. Mas o que se viu foi exatamente o oposto. Lula preferiu o palco da militância internacional a qualquer esforço real para conter os danos que essa medida pode causar à indústria, ao agronegócio, ao comércio e aos trabalhadores brasileiros. Enquanto a bomba estoura na economia nacional, Lula segue ausente, tratando a diplomacia como se fosse um campo de batalha ideológica. Desde o início da crise, o presidente não fez um único gesto concreto de aproximação com os Estados Unidos. Limitou-se a discursos genéricos e ideológicos, como o da “jabuticaba”. Em plena campanha informal para 2026, Lula age como se o impacto real nas exportações brasileiras fosse um detalhe menor diante de sua permanente agenda internacional. Sem acesso ao governo Trump, o seu papel foi delegado ao vice-presidente Geraldo Alckmin ocupando um espaço que, por natureza, também é presidencial. Mas sua atuação revela despreparo e falta de autonomia. Ao invés de apresentar uma política externa consistente, Alckmin vem apelando para apresentações em PowerPoint e pedidos informais a empresários. Em reunião com parlamentares como Davi Alcolumbre e Hugo Motta, Alckmin defendeu não pedir o adiamento das tarifas de imediato para “não demonstrar fraqueza” — um raciocínio que beira o amadorismo diplomático. Segundo relato do senador Jorge Seif, um empresário brasileiro, grande exportador, saiu indignado de uma reunião com Alckmin e Gleisi Hoffmann. Diante da gravidade da situação, a solução oferecida foi que os próprios empresários “ligassem para seus contatos nos EUA” e tentassem “aliviar a pressão” junto ao governo Trump. Como se fosse papel do setor produtivo intermediar uma crise diplomática de Estado. Empresário virou chanceler. Exportador virou embaixador. Isso não é articulação diplomática. Isso é abandono do papel de governo. Alckmin ainda tenta mostrar que está munido de dados e pronto para negociar — “assim que os americanos aceitarem dialogar“. A verdade é que, até agora, o Brasil não tem canal oficial ativo com o governo norte-americano. A embaixadora brasileira foi ignorada, a carta enviada por Alckmin ao Departamento de Comércio ainda não recebeu resposta, e o ambiente político nos EUA já trata o Brasil como caso perdido, diante da retórica agressiva e desinteressada de Lula. Mesmo armado com números que mostram a interdependência econômica — como o fato de o Brasil ser o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico americano, essencial para a fabricação de aço exportado para os próprios EUA —, Alckmin aposta numa pressão de CEOs americanos contra Trump. Mas isso revela o esgotamento do canal diplomático brasileiro e a transferência da responsabilidade para o setor privado. Enquanto isso, Lula continua engajado em encontros com Pedro Sánchez, Gabriel Boric e Gustavo Petro, discutindo temas distantes da realidade comercial brasileira. Com isso, demonstra que sua única preocupação é manter sua base ideológica aquecida, mesmo que o custo disso seja a perda de empregos, contratos internacionais e a credibilidade do país. É uma crise real, com efeitos reais, sendo tratada como uma querela de bastidores. E Lula, em vez de liderar, terceiriza a crise, terceiriza o prejuízo e terceiriza a responsabilidade. Está mais preocupado em subir em palanques do que em defender a soberania econômica do país.

O governo Obama fabricou e politizou informações de inteligência sobre interferência da Rússia nas eleições de 2016. O “Russiagate” foi uma farsa

O governo Obama fabricou e politizou informações de inteligência sobre interferência da Rússia nas eleições de 2016. O “Russiagate” foi uma farsa. Edição com imagens CC

Nos últimos anos, a narrativa de que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, o famigerado “Russiagate“, tem sido um dos temas mais controversos da política americana. Documentos desclassificados e declarações recentes da Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, reacenderam o debate, sugerindo que o governo de Barack Obama, com o envolvimento de figuras como o ex-Diretor da CIA John Brennan e o ex-Diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, pode ter fabricado e politizado informações de inteligência para sustentar essa narrativa. Este artigo mergulha nas acusações de que Obama sabia, a história da interferência russa, confronta os argumentos contrários e destrincha o contexto para revelar se a narrativa do “Russiagate” foi uma farsa ou se teria alguma base real. O Contexto das Eleições de 2016 As eleições presidenciais de 2016 foram marcadas por uma polarização intensa e eventos inesperados. A vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton desafiou as previsões das pesquisas e gerou especulações sobre fatores externos que poderiam ter influenciado o resultado. Entre esses fatores, a suposta interferência russa ganhou destaque, com relatos de hackers acessando e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) e campanhas de desinformação em redes sociais. Essas acusações foram amplificadas pela administração Obama, que, em outubro de 2016, viu o Departamento de Segurança Interna e o Diretório de Inteligência Nacional emitirem uma declaração conjunta acusando a Rússia de ciberataques. Após a eleição, em dezembro de 2016, Obama ordenou sanções contra a Rússia, incluindo a expulsão de diplomatas e o fechamento de instalações diplomáticas russas nos EUA, como resposta às supostas atividades de interferência. As alegações de Tulsi Gabbard Em julho de 2025, Tulsi Gabbard trouxe à tona documentos desclassificados que questionam a narrativa oficial. Segundo ela, a administração Obama, com a participação ativa de John Brennan, então Diretor da CIA, e James Clapper, então Diretor de Inteligência Nacional, teria “fabricado e politizado inteligência” para sugerir que a Rússia tentou influenciar a eleição de 2016 em favor de Trump. Gabbard alega que avaliações iniciais da comunidade de inteligência, incluindo um briefing presidencial de 8 de dezembro de 2016, indicavam que “atores russos e criminosos não impactaram os resultados das eleições americanas recentes por meio de atividades cibernéticas maliciosas contra a infraestrutura eleitoral“. No entanto, em janeiro de 2017, a Avaliação da Comunidade de Inteligência (ICA) contradisse essas conclusões, afirmando que Vladimir Putin dirigiu esforços para ajudar Trump a derrotar Clinton, baseando-se, em parte, no controverso dossiê Steele. Gabbard acusa Brennan e Clapper de desempenharem papéis centrais na manipulação dessas informações, pressionando analistas a alinharem o relatório com uma narrativa politizada que servisse aos interesses democratas após a derrota de Hillary Clinton. Ela aponta que a inclusão do dossiê Steele, um documento não verificado e financiado por aliados de Clinton, foi um movimento deliberado para reforçar a narrativa de conluio entre Trump e a Rússia, apesar de objeções internas de analistas de inteligência. Respostas e contra-argumentos As alegações de Gabbard foram recebidas com críticas de figuras democratas e alguns republicanos. O deputado Jim Himes, do Comitê de Inteligência da Câmara, classificou as acusações como “infundadas”, destacando que investigações bipartidárias, como a do Comitê de Inteligência do Senado, confirmaram as conclusões da ICA de 2017. O senador Mark Warner, também do Comitê de Inteligência do Senado, argumentou que o relatório de Gabbard confunde tentativas russas de manipular a infraestrutura eleitoral (que não tiveram sucesso) com operações de influência, como campanhas de desinformação em redes sociais, que buscavam moldar a opinião pública em favor de Trump. Relatórios anteriores, incluindo os do Comitê de Inteligência do Senado e a investigação de Robert Mueller, afirmam que a Rússia conduziu uma campanha de influência em 2016, envolvendo a divulgação de e-mails roubados do DNC e a disseminação de desinformação. Embora a investigação de Mueller não tenha encontrado evidências de conluio criminoso entre a campanha de Trump e a Rússia, teve como conclusão que a interferência russa foi “sistemática e abrangente”. O papel do Dossiê Steele O dossiê Steele, compilado pelo ex-oficial de inteligência britânico Christopher Steele, é um ponto central nas alegações de Gabbard. O documento, que alegava que a Rússia possuía material comprometedor sobre Trump, foi incluído na ICA de 2017, apesar de objeções de analistas que consideravam suas informações não verificadas. Críticos, incluindo Gabbard, argumentam que o dossiê era uma peça de inteligência politicamente motivada, financiada por aliados de Hillary Clinton, e sua inclusão comprometeu a credibilidade do relatório. Documentos desclassificados sugerem que Brennan e Clapper, cientes das limitações do dossiê, pressionaram por sua inclusão para reforçar a narrativa de interferência russa.  Motivações A administração Obama enfrentou um dilema em 2016. Havia preocupações legítimas sobre ciberataques russos contra o DNC e tentativas de acessar sistemas eleitorais estaduais. No entanto, a Casa Branca hesitou em agir publicamente antes da eleição, temendo acusações de favorecer Clinton, especialmente em um contexto em que Trump alegava que o processo eleitoral seria manipulado. Essa hesitação foi criticada por ex-funcionários, que acreditam que Obama deveria ter tomado medidas mais decisivas. Além disso, uma revisão interna da CIA em 2025 apontou “anomalias processuais” na elaboração da ICA, incluindo a exclusão do Conselho Nacional de Inteligência e o envolvimento direto. Obama sabia? Uma questão crucial levantada pelas alegações de Gabbard é até que ponto Barack Obama estava ciente da fragilidade das evidências que sustentavam a narrativa do “Russiagate”. Documentos desclassificados, incluindo comunicações internas da comunidade de inteligência, sugerem que Obama foi informado, ainda em 2016, de que as evidências de interferência russa direta na infraestrutura eleitoral eram inconclusivas. O briefing presidencial de 8 de dezembro de 2016, citado por Gabbard, indicava que os ciberataques russos não alteraram os resultados eleitorais, uma avaliação que contrastava com a narrativa pública promovida após a eleição. Apesar disso, Obama endossou sanções contra a Rússia e permitiu que a ICA de 2017, com a inclusão do dossiê Steele, fosse publicada, reforçando a percepção de uma conspiração russa para eleger Trump. Críticos argumentam que Obama, pressionado por aliados democratas e pela necessidade de justificar a derrota de Clinton, optou

Alexandre de Moraes se prepara para destruir o Brasil

Em meu último artigo, falei sobre como o Brasil poderia caminhar para virar uma espécie de pária internacional, e os últimos acontecimentos deixam claro que isso está próximo de se tornar uma realidade. Não gosto de fazer previsões alarmantes, mas as notícias que saem estão nos preparando para o pior. Tivemos a notícia do tarifaço de Trump, com o governo Lula afirmando que utilizaria a Lei da reciprocidade para retaliar os Estados Unidos, ou seja, aplicaria tarifas iguais sobre produtos americanos, mas como eu disse e repito, a medida é uma piada. O nosso país não tem força econômica para sustentar uma retaliação americana e os sonhos e esperanças dos aliados para que o Brasil pudesse sustentar essa narrativa não mudarão a realidade: ele não pode. Como eu havia escrito, as empresas brasileiras estão calculando o impacto econômico das potenciais tarifas, porém, no dia 18 tivemos mais uma escalada de tensões, em uma manobra já esperada: Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal tiveram seus vistos suspensos, suas palestras em Nova York terão que ganhar novo endereço. As consequências políticas e diplomáticas chegaram, tornando a vida dos ministros mais difícil, mas possivelmente piorará ainda mais, e as principais empresas do Brasil vão sangrar por conta desse combo de restrições que estão chegando em simultâneo. As principais empresas do país, como a Vale e a Petrobras, são assessoradas por empresas de advocacia ligadas aos ministros do STF. Como vimos, os parentes dos juízes da mais suprema corte não conseguiram escapar da lista maldita de Trump. O cálculo agora é: se os ministros forem mesmo atingidos pela chamada “Lei Magnitsky“, quais serão as consequências disso para o funcionamento do sistema financeiro e do mercado brasileiro e como essas empresas, que possuem vínculo com diversos ministros, poderão ser impactadas. Como sabemos, Alexandre de Moraes está em um ponto de não retorno, se ele recuar, demonstrará fraqueza ou que está errado, e os outros ministros que embarcaram na onda não têm escolha a não ser continuar sustentando as ações do ministro. Que eles passaram do ponto no chamado “julgamento do Golpe” é um fato, já que condenar uma mulher por 14 anos de prisão por pichar uma estátua, até para apoiadores de Moraes, é no mínimo desproporcional. A destruição do Brasil Você não leu esse subtítulo de maneira equivocada, o fato de Moraes não recuar, ou do governo Lula querer se manter em pé, mesmo sob o amparo de muletas, poderá levar o nosso país a sangrar, uma destruição que acontece de fora para dentro, mas que vai atingir todos os brasileiros, os que apoiam as medidas de Moraes e os que não apoiam, todos nós seremos atingidos, e o cenário se torna crítico. Nas últimas semanas o presidente Lula criticou publicamente as ações americanas, alegando que as sanções representam uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Brasil, ou uma espécie de atentado a soberania, discurso esse mantido por apoiadores do governo e pelos ministros da corte, que falam em interferência estrangeira internacional. Mas e a visão de Trump e de seu governo sobre a interferência contra a soberania americana? Será que Moraes e companhia estão ignorando isso? Segundo a Rumble e a Trump Media, empresas que abriram uma ação conjunta contra as medidas do juiz Alexandre de Moraes, Moraes violou a legislação norte-americana ao ordenar à Rumble que suspendesse a conta de Allan dos Santos. O CEO da Rumble forneceu entrevista ao jornal Folha de São Paulo e afirmou que: “Moraes agora está tentando contornar completamente o sistema legal americano, utilizando ordens sigilosas de censura para pressionar redes sociais americanas a banir o dissidente político (Allan dos Santos) em nível global”. O STF iniciou uma investigação contra Allan dos Santos por supostamente propagar desinformação e ofender os ministros da Corte brasileira. Existe um mandado de prisão preventiva contra Allan, que mora nos Estados Unidos. A Trump Media se juntou à Rumble contra Alexandre de Moraes. Os advogados da empresa ligada ao presidente Donald Trump argumentam que as restrições das operações do Rumble no Brasil também prejudicam a empresa, já que a plataforma de vídeos fornece à Trump Media serviços necessários à manutenção da rede social Truth Social. O advogado Pablo Sukiennik explicou em entrevista que, no território brasileiro, as decisões de Moraes representam o STF enquanto instituição, mas esse entendimento não é obrigatório ao juiz americano. “As regras do direito não são universais. Cada país define se é possível ou não. No Brasil, iria contra a União“, disse Sukiennik. “Mas a forma como funciona no Brasil não significa que seja assim em qualquer outro lugar do mundo.“ Fora a questão do processo contra Moraes, movido por uma empresa do presidente Trump, o governo como um todo entende que, além dessas censuras praticadas contra brasileiros que moram nos Estados Unidos e que por isso estariam protegidos pelas leis americanas e não brasileiras, ainda existe algo ainda maior acontecendo, uma perseguição política contra Jair Bolsonaro. O próprio secretário Marco Rubio afirmou que Moraes promove uma “política de caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e que essa postura estaria violando direitos civis, inclusive de cidadãos americanos. “Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte e seus familiares de forma imediata“, disse Rubio. Se olharmos as medidas que o governo americano está aplicando, taxação, suspensão de vistos e possivelmente a aplicação da polêmica “Lei Magnitsky“, isso só ocorreu dessa forma contra países autoritários, como Rússia, Venezuela e Nicarágua, o que poderá levar diversos líderes globais a se perguntar: o Brasil se tornou um país antidemocrático? Não se engane e nem se deixe enganar por quem está tentando falar para você que essas medidas não têm peso, elas possuem sim um significado simbólico muito grande, além de claro, em breve pesarem no bolso econômico da realidade, já que na visão americana, para se acabar com um país ditador, é necessário cortar seus meios financeiros. Brasil vai para o tudo ou nada Com a aplicação da Lei Magnitsky batendo na porta de Moraes

Sanções americanas: a importância do Bitcoin e do USDT

O presidente Donald Trump tem surpreendido os mais céticos analistas políticos com decisões direcionadas a personagens conhecidos da população brasileira. No último dia 18 de julho, ministros do STF, o Procurador Geral da União e outros aliados foram sancionados com revogação de seus vistos americanos, decisão esta extensiva a familiares. Com as medidas aplicadas e avisos recorrentes de que podem ser maximizadas ou incrementadas por outros tipos de sanções, analistas de diversos meios de comunicação cogitam a possibilidade do governo Trump determinar medidas como, restrições à aviação comercial, cancelamento de serviços GPS ou, até mesmo, cancelamento de atividades de sistemas de pagamento e banimento do sistema de pagamentos internacional. Inicialmente ignorando as consequências negativas relativas ao serviço de aviação comercial e GPS, foquemos no impacto mais micro, ou seja, entendamos o que o cancelamento de serviços de pagamentos pode gerar de prejuízos ao mercado e as consequências mais imediatas ao cidadão brasileiro. Ao realizar todo tipo de compras, o brasileiro já está acostumado a utilizar cartões de crédito ou débito, e duas empresas em específico, gigantes do mercado de pagamentos, se destacam pelo alcance que têm. Mastercard e Visa são mundialmente conhecidas e possuem números expressivos: a Visa, maior dentre as duas operadoras, opera em 200 países, possui 4,3 bilhões de cartões em circulação, atendendo 14.500 instituições financeiras, além de oferecer seus serviços a mais de 80 milhões de organizações comerciais. No Brasil, a operação das empresas é bastante relevante, o que nos eleva ao patamar de um dos maiores players do mercado de pagamentos da América Latina. Ao se cogitar a possibilidade de cancelamento de utilização do meio de pagamento como crédito e débito, estamos falando em termos populares que 203 milhões de brasileiros bancarizados estariam prestes a perder a possibilidade usar o débito e, principalmente, o crédito. Logicamente, temos chances de mudar todo o sistema e passar a viver com uma estrutura diferente, mas certamente esta mudança seria lenta e geraria muitos problemas. Muitos brasileiros recorrem ao crédito, não por uma opção, mas pela falta de alternativa imediata. Retirar a possibilidade de uso deste meio de pagamento seria como “retirar o bote salva-vidas” do brasileiro, principalmente os de baixa renda. Irã e Rússia são países que foram sancionados pelos EUA com a suspensão do uso dos serviços de pagamentos, além de outros serviços de empresas relevantes de tecnologia. Na Rússia, após a invasão à Ucrânia em 2022, as sanções americanas retiraram de funcionamento os sistemas de pagamentos e várias outras empresas, dentre elas Apple, McDonald’s, Starbucks, Coca-Cola, PepsiCo. Com tantas restrições, medidas alternativas precisaram ser adotadas pelos países sancionados e uma delas foi o uso de criptomoedas. Os bancos dos países sancionados foram excluídos do sistema de pagamentos SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) levando-os a encontrar outra forma de negociação entre países e de constituir reservas estratégicas financeiras que os permitissem continuar suas operações. O brasileiro estava começando a ter contato com as criptomoedas à medida que grandes instituições financeiras divulgavam tokenização de ativos e possibilidade de compra de Bitcoin em suas plataformas. Com os últimos acontecimentos, caso se confirmem sanções semelhantes às impostas à Rússia e ao Irã, o brasileiro será empurrado com toda força para este novo mundo: o mundo descentralizado das criptomoedas. O Bitcoin já vem se popularizando, principalmente pelo preço que vem se valorizando ao longo do últimos meses, atingindo o que se popularizou no meio cripto como ATH (all time high) – em tradução livre: máxima histórica. Mas existe uma classe de criptos que podem ser armazenadas e movimentadas de forma parecida com o Bitcoin, mas com uma dinâmica de preços diferente: as stablecoins podem ser a alternativa do brasileiro caso as sanções econômicas sejam infligidas à economia.  O Bitcoin, limitado a 21 milhões e totalmente descentralizado, tem sido adotado por indivíduos, empresas e países, se destacando pela escalada recente do preço devido à ampla adoção. O discurso dos mais influentes investidores da criptomoeda, levam a um entendimento de que o uso principal dela seria uma reserva de valor, algo que se assemelha ao ouro. Não à toa, o Bitcoin é comumente chamado de “ouro digital”. Em relação ao USDT, a situação é um pouco diferente. A stablecoin é criada com lastro em dólar, ouro e Bitcoin. Sendo a stablecoin mais usada no mundo, o USDT também é utilizado por Irã e Rússia para driblar as sanções impostas pelos EUA. Por se tratar de um meio de pagamento descentralizado e com sede em Hong Kong e Ilhas Virgens, países com menos supervisão regulatória, o USDT destaca-se em relação a outras stablecoins, como por exemplo, a USDC, já condenada no passado a pagar multas de US$ 41 milhões por reservas insuficientes. A adoção das criptomoedas – que hoje é apenas uma opção – pode se tornar uma necessidade. O momento em que esta nova forma de negociação será adotada faz toda a diferença em relação à riqueza acumulada e poder de compra futura. Em termos populares, “passarinho que acorda cedo, bebe água limpa“. A adoção antecipada do método de pagamento através da stablecoin ou reserva de valor através do Bitcoin, pode ser um divisor de águas na vida financeira. Estar à frente dos que ainda estão inertes à nova tecnologia, além proteger teu patrimônio, devido à evolução natural do valor do USDT – causado pelo histórico de desvalorização mais acelerada do real frente ao dólar – pode gerar um aumento deste patrimônio em consequência da adoção crescente do Bitcoin frente à sua escassez, o que o torna um ativo deflacionário. Eu sou Felipe Santos, Oficial R/2 do Exército Brasileiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade da Califórnia e Universidade de São Paulo, atuo no mercado financeiro desde 2008. Experiente em diversas áreas no mercado, professor de Finanças Pessoais e Investimentos da Escola de Geopolítica e Atualidades Danuzio Neto e criador da Mentoria de Investimento Ágil, ajudo pessoas a investir em apenas 30 dias com segurança e praticidade. Somente um patrimônio acumulado é capaz de proporcionar a você um futuro com conforto,

O Brasil é dos Brasileiros? O crescente abismo entre a política e o povo

Após o tarifaço de Trump ao Brasil, a esquerda experimentou um raro sopro de popularidade nas redes, com o discurso de defesa da soberania nacional. Entusiasmado, o governo estuda a mudança do slogan “União e Reconstrução“, e já tem usado frases como “O Brasil é dos Brasileiros” e “Meu Partido é o Brasil“. Aposta-se no marketing para resolver os problemas reais. A proposta revela uma dificuldade da esquerda em se conectar com a população, ao explorar até um slogan da direita (Meu Partido é o Brasil), já usado por Jair Bolsonaro na campanha de 2018. De todo modo, o assunto tende a perder relevância conforme inflação, segurança e escândalos se imponham no dia a dia do brasileiro. Enquanto isso, o Congresso Nacional aumenta o número de deputados em um país que não tem como pagar as próprias contas, aprova pauta-bomba de R$30 bilhões em aumento de gastos e aprova o chamado PL da Devastação, afrouxando a proteção ambiental. Os interesses nacionais viram bandeira política, mas parecem cada vez mais distantes dos interesses do povo. Tarifaço de Trump Ao impor tarifas de 50% ao Brasil, o presidente americano Donald Trump esperava negociar melhores condições comerciais para os Estados Unidos, como tem feito com a União Europeia, China, Índia e todo o mundo. Ao mesmo tempo, conseguiria exercer pressão sobre o governo brasileiro, exortando que se pare a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e chamando o seu julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de caça às bruxas. Em uma reviravolta inesperada, as tarifas foram percebidas pelo público em geral como uma tentativa de interferência dos Estados Unidos em assuntos internos brasileiros. E o governo foi rápido em rechaçar qualquer ingerência externa, sob o discurso de defesa da soberania nacional. Também foram apontadas inconsistências da carta de Trump, que cita déficits comerciais dos EUA com o Brasil, mas na verdade, as trocas são desfavoráveis ao Brasil. O governo buscou atrelar a Bolsonaro a responsabilidade pelas tarifas, como se os interesses nacionais estivessem sendo sacrificados pelo interesse pessoal de Bolsonaro para não ser julgado. No entanto, seguidas declarações de autoridades americanas dão conta de que os Estados Unidos vêem um cenário mais amplo de deterioração da liberdade de expressão no Brasil e de ataques aos interesses comerciais americanos, a exemplo da defesa de Lula por uma alternativa ao dólar em reunião dos Brics e a compra de petróleo russo pelo Brasil, o que ainda pode causar sanções secundárias ao país, já que a Rússia é alvo de inúmeras sanções dos países ocidentais após a invasão da Ucrânia. Esse contexto mais amplo foi tratado pela mídia americana e por autoridades como o próprio Donald Trump, o secretário de Estado Marco Rubio, seu assessor Darren Beattie, além do secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) Mark Rutte, dentre outros. Representantes do Rumble, do X e da Trump Media, empresas americanas que questionam medidas do STF sobre o controle de postagens e contra cidadãos americanos, também têm se manifestado sobre a liberdade de expressão no Brasil. Impulso da Esquerda Nas últimas semanas, o PT e outros partidos de esquerda têm utilizado uma campanha de marketing explorando a luta de classes, no embate “nós contra eles” ou “pobres contra ricos”. A defesa da soberania nacional também criou um óbvio apelo inicial nas redes sociais, enquanto o contexto das tarifas de Trump não estava totalmente desenhado. Tudo isso trouxe fôlego a um governo que se presumia combalido após a derrota do IOF imposta pelo Congresso. Como efeito, a popularidade do governo Lula 3 aumentou nas últimas pesquisas. Pesquisa da AtlasIntel para a Bloomberg (divulgada em 15 de julho), mostra que 60,2% aprovam a política externa do governo, enquanto 38,9% desaprovam, em sondagem após as tarifas de Trump. Na mesma pesquisa, 49,9% aprovam o governo, contra 47,3% em junho; e 50,3% desaprovam, contra 51,8% no mês passado. Já segundo a Genial/Quaest (pesquisa divulgada em 16 de julho), os que aprovam o governo petista subiram de 40% em maio para 43% agora, enquanto os que desaprovam caíram de 57% para 53% nesses 2 meses. Piora da economia Mais do que os números em si, a importância de uma pesquisa está na tendência que é revelada. Institutos diferentes mostram uma tendência de recuperação na popularidade do governo, o que é coerente com o maior alcance das campanhas de marketing nas redes sociais, com vídeo de cachorrinhos ricos e pobres do Ministério da Fazenda e a defesa da soberania. No entanto, uma análise mais acurada permite verificar que o cenário não é tão favorável ao governo. Na mesma pesquisa Genial/Quaest, 80% acham que as tarifas prejudicariam suas vidas. E, pela primeira vez, os brasileiros estão mais pessimistas do que otimistas com relação ao futuro da economia. Para 43%, a economia tende a piorar nos próximos 12 meses, enquanto apenas 35% acreditam que irá melhorar. Dessa forma, o ganho de popularidade aparenta ser apenas momentâneo. O marketing do governo conseguiu ter algum sucesso, mas os que desaprovam o governo permanecem resilientemente acima de 50%, tornando difícil qualquer candidato conseguir uma reeleição nesse patamar. Além disso, a percepção sobre a economia está piorando. A economia tende a ser o fator mais decisivo em uma eleição, e a população não deve encontrar alívio no curto prazo, segundo os últimos indicadores. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil em 14 de julho, mostrou uma retração de 0,7% em maio, em comparação com o mês anterior. O número é visto como uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do país, e essa é a primeira retração em 2025. Já a inflação subiu para 5,35% em junho, no acumulado de 12 meses, estourando o teto da meta de 4,5% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025. E, com o aumento da Selic para 15% no mês passado, os juros se encontram no maior patamar desde 2006, o que tende a diminuir ainda mais a atividade econômica. Os gastos do governo, com déficit fiscal, também pressionam para cima tanto

Vamos falar de Valores Morais

O mundo está passando por guerras em várias frentes e o Brasil, além de enfrentar uma guerra tarifária com os Estados Unidos, se atrapalha com a sua guerra particular: a guerra fiscal. Neste contexto de ataque e defesa de dentro das trincheiras, atores políticos apontam suas baterias para os inimigos que lhes convêm, não apenas com o intuito de ganhar a guerra, mas de eliminar seus inimigos antes que eles tenham a chance de avançar e tomar posições de ataque privilegiadas. Todos os movimentos de ambos os lados, levando-se em consideração a concepção binária criada na política brasileira na atualidade, visam um ponto em comum: eleições 2026 e o comando do país. Talvez você se questione acerca da capacidade deste articulista de usar as palavras, uma vez que parece haver um erro de ortografia no título, mas quero lhe tranquilizar quanto a este aspecto. A questão é semântica e fará sentido no desenrolar do artigo. Quando pensamos em valores morais, pode até não vir à mente o Brasil de hoje, afinal, vemos todos os dias a distorção destes valores, o desleixo com a moral e a ética e um desprezo sistemático aos bons costumes, sendo substituídos por atitudes que deveriam ser condenadas por todos, independente de qual lado do espectro político esteja. Valores Os valores aos quais gostaria que você se atentasse são expressivos, a ponto de deixar qualquer ser humano em situação de superioridade em relação a outros. Não são valores da vida em sociedade, estou me referindo ao volume financeiro que será movimentado a partir da decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal de manter o reajuste do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), aos moldes que o governo queria que fosse feito. De acordo com o comunicado do Ministério da Fazenda, de 22 de maio deste ano, o potencial de arrecadação com o reajuste das alíquotas de IOF seria de R$ 20,5 bilhões em 2025, chegando a R$ 41 bilhões em 2026. Todo este montante será retirado do bolso do contribuinte, pois, como Margaret Thatcher disse: “não há dinheiro do governo, somente do pagador de impostos”. Este é mais um fardo que o brasileiro vai ter que levar nas costas, enquanto o governo pisa no acelerador de gastos pensando em 2026. Morais A palavra Morais precisa ser usada apenas foneticamente – sem esta observação não faria sentido o que vem a seguir. Refiro-me ao representante do poder judiciário cuja fama vem se expandindo a uma velocidade cada vez maior e por assuntos cada vez mais diversos. A última decisão que gerou polêmica do ministro Alexandre de Moraes foi acerca da manutenção do reajuste do IOF. Provocado pelo PSOL, partido que em seu estatuto, no artigo 6º, diz que é solidário a todas as lutas dos trabalhadores, o STF foi acionado para aumentar o imposto, bloqueando a decisão do congresso. A corte sorteou um relator para o caso, ocasião em que Gilmar Mendes foi o escolhido. O ministro sorteado, acreditando que não teria condições por uma coincidência técnica, solicitou que o caso passasse para Moraes, que foi nomeado para rever o bloqueio do congresso ao aumento do imposto. O ministro, em 17 de julho, decide por manter a decisão do governo, ignorando a decisão dos representantes do congresso. Por uma coincidência, os presidentes da Câmara e do Senado, que estavam numa cerimônia no plenário do Senado no mesmo dia 17, foram questionados pelo senador Eduardo Girão sobre impedir que o congresso fosse atropelado pelo judiciário. Nas palavras do senador: “O recesso começa amanhã e eu acredito que, se nada for feito em relação a essa invasão de competência em uma decisão soberana nossa, é melhor estabelecer um recesso prolongado até o ano que vem”, declarou Girão. Os valores que precisam ser levantados para que o governo comece a respirar aliviado passam pelo aumento do IOF. A medida que, na prática, é uma forma de tomar dinheiro da sociedade, vai gerar mais dificuldades às famílias brasileiras. Isto porque o aumento do custo do crédito não será absorvido por empresas, elas repassarão ao consumidor através dos reajustes dos preços dos produtos e serviços. Moraes tomou uma decisão técnica? Foi uma decisão política? Atropelou o Congresso, como disse o senador Girão? A resposta mais próxima da realidade parece ser a que Hélio Beltrão, comentarista da CNN Brasil e fundador da LVM editora, trouxe em um post em suas redes sociais: “383 parlamentares votaram pela derrubada do aumento do IOF. Mas um ministro, sem ter recebido um mísero voto, fez valer a vontade do governo. O Congresso já está fechado. Só ainda não avisaram os deputados e senadores.“ Eu sou Felipe Santos, Oficial R/2 do Exército Brasileiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade da Califórnia e Universidade de São Paulo, atuo no mercado financeiro desde 2008. Experiente em diversas áreas no mercado, professor de Finanças Pessoais e Investimentos da Escola de Geopolítica e Atualidades Danuzio Neto e criador da Mentoria de Investimento Ágil, ajudo pessoas a investir em apenas 30 dias com segurança e praticidade. Somente um patrimônio acumulado é capaz de proporcionar a você um futuro com conforto, segurança e liberdade. O tempo passa, comece! Siga-me no Instagram @fe_investimento_agil ou, se preferir, mande um e-mail para felipesantos@feinvestimento.com.br.

Estrangulamento tributário: a arma oculta da revolução comunista

Quando a tributação excessiva vira ferramenta de autoritarismo e controle social A gastança desenfreada, os rombos bilionários e os impostos estratosféricos sempre foram marcas registradas dos governos petistas. Quando Lula voltou ao Planalto — algo que muitos consideravam impossível, levando em conta que o sujeito saiu da cadeia direto para o poder — ainda houve quem alimentasse a fantasia de um Lula “paz e amor“, embalado pela figura “nem lá, nem cá” de Alckmin na vice. A ilusão, claro, durou pouco. Lula e seus aliados nunca esconderam que a volta seria radical. “Lula não é mais o líder conciliador de antes. Este governo será mais audacioso, mais radical. Ele me disse que, se voltar, será a última chance da vida para fazer uma revolução — e vai fazê-la, porque depois disso estará velho demais e não poderá“, afirmou Leonardo Boff em 2022. Uma das armas dessa revolução são os impostos sufocantes. Duvido que Lula tenha lido Marx ou qualquer teórico socialista — na verdade, duvido que tenha sequer terminado um livro. Mas aprendeu muito bem pela observação. Na União Soviética, os kulaks — pequenos proprietários rurais que conseguiam manter alguma independência econômica — foram esmagados pela combinação letal de tributação abusiva e propaganda. Sheila Fitzpatrick detalha como, entre 1929 e 1932, essa classe média rural foi praticamente dizimada para abrir caminho ao terror stalinista e à coletivização forçada. A meta era clara: eliminar quem tivesse autonomia suficiente para desafiar o poder do Estado. “A diferença entre uma democracia e uma tirania é que numa democracia você paga impostos e pode reclamar. Numa tirania, você só paga.”— Milton Friedman, economista liberal. O padrão se repete na história do comunismo: a classe média é sempre o inimigo a ser eliminado. O pobre é domesticado com esmolas; a elite fora do sistema, demonizada. Mas é a camada autônoma, crítica e produtiva que mais incomoda o regime. Frank Dikötter, em “A Revolução Cultural“, mostra como a China maoísta usou impostos severos e campanhas políticas para esmagar a independência da classe média urbana e rural, confiscando propriedades, destruindo negócios e silenciando vozes. O mesmo roteiro foi seguido na Venezuela, onde Chávez e Maduro aplicaram essa cartilha com precisão: sufocaram a classe média e deixaram o país entregue ao assistencialismo estatal e ao controle total. No Brasil, a carga tributária atingiu nível recorde sob o consórcio Lula/STF, consumindo quase um terço de tudo o que o país produz — segundo dados do IBPT, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Aqui, o Estado cobra demais, não entrega nada, e em troca exige silêncio e obediência. O empreendedor é vilão, e o contribuinte virou devedor moral da tal “justiça social”. “Quando o Estado é capaz de dar tudo, também é capaz de tirar tudo.”— Margaret Thatcher. Essa tributação absurda não serve apenas para bancar mordomias: é método. Um plano para endividar, sufocar e manter a população sob rédea curta. O Brasil vive a consolidação de um sistema autoritário que persegue a imprensa independente, transforma o Congresso em peça decorativa e asfixia as liberdades. A cereja do bolo é um povo miserável, dependente — e, por isso mesmo, submisso. Olavo de Carvalho sempre alertou: o problema vai além da corrupção. Trata-se de uma elite que despreza o povo — seus valores, sua fé, sua família, sua liberdade — e usa tributos e burocracia como armas para destruí-los. As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Danuzio News.*

Editorial: Alexandre de Moraes e a deterioração das instituições dentro e fora do Brasil

Alexandre de Moraes tornou-se, nos últimos anos, a figura mais poderosa da República — não por ocupar um cargo executivo, nem por ter sido eleito pelo voto popular, mas por comandar, com firmeza e protagonismo inédito, decisões que ultrapassam os limites tradicionais e legais de um magistrado. No palco político brasileiro, ele atua não como juiz imparcial, mas como verdadeiro estrategista de guerra institucional. E, como todo personagem fora do script, carrega consigo o peso do inusitado: um político de toga, com poderes de Estado e discurso de militante. A decisão recente de obrigar o ex-presidente Jair Bolsonaro a usar tornozeleira eletrônica, silenciar-se nas redes sociais e manter-se recluso entre 19h e 7h — além da proibição de contatos diplomáticos — não é apenas uma medida cautelar. É uma ilegal demonstração de força na arena das relações exteriores. Mais uma das extrapolações do político de toga. Moraes, longe de atuar nos bastidores da Justiça, escolheu o centro do palco. Persegue plataformas como X (ex-Twitter) e Rumble, impõe censuras preventivas, bloqueia perfis e determina o que pode ou não circular nas redes. Tudo isso em nome da “defesa da democracia” — mas com métodos que lembram o arbítrio que a própria democracia promete combater. A toga, que deveria simbolizar sobriedade e equilíbrio, veste hoje um ator de discurso beligerante, que se dirige a réus, ao público e até a outros Poderes com postura de general. Há algum tempo, suas ações têm gerado impactos que ultrapassam as fronteiras do Brasil e ressoam no exterior. As decisões que atingem diretamente empresas e valores americanos provocaram reação dura do ex-presidente Donald Trump, que anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como forma de retaliação. A justificativa? O “abuso de autoridade” do Judiciário brasileiro e a perseguição sistemática a Bolsonaro. Nos bastidores de Washington, há pressão pela aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do STF — algo sem precedentes. Enquanto isso, o governo Lula, que deveria zelar pela harmonia entre os Poderes e resguardar a imagem internacional do país, escolheu alinhar-se incondicionalmente ao ministro. Em vez de moderação, promove defesa entusiasmada de suas ações, como se Moraes fosse membro de gabinete, e não juiz de uma corte constitucional. A separação entre Judiciário e Executivo, neste ponto, parece dissolvida. A deterioração institucional é visível. Moraes tornou-se símbolo de uma justiça que se afasta da liturgia e do decoro e entra de cabeça na arena ideológica. Seus adversários o acusam de autoritarismo; seus defensores o tratam como salvador da democracia. Mas o problema de fundo é outro: ele transformou sua função em algo personalista e exótico — um papel inédito e perigosamente expansivo dentro do regime republicano. A cada medida espetacular contra Bolsonaro, a cada nova escalada contra empresas estrangeiras, o ministro reforça o próprio enredo. Só que nesse roteiro, o final pode não ser o que ele imagina. Afinal, toda concentração desmedida de poder acaba gerando reação — interna ou externa. E o risco é que, ao tentar conter uma ameaça, ele esteja sem querer alimentando outra, ainda mais imprevisível. O Brasil precisa de instituições fortes, mas não de figuras que se comportem como superministros absolutistas. A força do Judiciário está no equilíbrio, na contenção e na discrição — não no ativismo performático. Alexandre de Moraes, ao contrário, parece confortável na condição de exceção. Um político de toga. Um exótico protagonista em um sistema que deveria ser impessoal.

Crimes imaginários, penas reais 

A ironia trágica que paira sobre o Brasil contemporâneo não é apenas a de um país dividido, mas de uma nação que assiste à substituição da Justiça pelo espetáculo inquisitorial. No centro deste teatro, sob holofotes ideológicos e ovações seletivas da imprensa domesticada, jaz a figura de Luiz Inácio Lula da Silva — ex-presidiário, condenado por uma montanha de provas, julgada por nove magistrados distintos em três instâncias. Ele ficou o tempo suficiente atrás das grades para decorar algumas frases de efeito para entrevistas e, claro, para ser canonizado pelo mesmo sistema jurídico que antes o condenara. Quinhentos dias. Isso foi tudo. Uma temporada reduzida, uma espécie de recesso espiritual no cárcere, da qual emergiu como mártir laico, símbolo reciclado de uma esquerda que já não tem nem causas nem escrúpulos. Enquanto isso, a mesma Justiça que um dia o enquadrou agora serve de pedestal para sua revanche. O mais notório dos togados, Alexandre de Moraes — um homem que parece ter confundido o Supremo Tribunal Federal com um trono romano e o Brasil com sua província pessoal — conduz com mãos de ferro e ego de imperador uma cruzada contra seu principal antagonista político: Jair Bolsonaro. Não bastasse a desproporcionalidade da perseguição, há o detalhe sórdido do cálculo. Querem mais de 40 anos de prisão para Bolsonaro. Quarenta. Um número que não revela justiça, mas vingança. Um número que não representa reparação, mas assombro. O crime? Contestar o sistema. Criticar o tribunal. Organizar reuniões. Nenhum tanque nas ruas, nenhum AI-5 na manga. Nenhuma ordem de prisão contra opositores, nenhuma censura oficial decretada. O “golpe” que nunca houve — esse delírio narrativo que sustenta manchetes e processos — agora serve como justificação para enterrar adversários políticos vivos. Essa escalada não se restringe ao ex-presidente. Como em toda boa inquisição, é preciso punir também os plebeus que rezam o mesmo credo. A cabeleireira Déborah, por exemplo, símbolo involuntário do que se tornou o novo Brasil: uma mulher comum, de origens humildes, sem influência nem imunidade, arrastada pelo aparato estatal por ter estado no lugar “errado” — ou seja, por ter manifestado apoio à direita. Ela e tantos outros senhores e senhoras de idade, comerciantes, autônomos, cidadãos que jamais portaram armas ou invadiram instituições, são hoje tachados de golpistas e tratados como bandidos. Há algo profundamente repulsivo — e perigosamente autoritário — nessa inversão de valores em que o desejo de punição suplanta o compromisso com a verdade. O STF, sob a batuta de Moraes, age como um comissariado político, onde cada decisão já nasce com o veredito pronto e onde o contraditório é mera formalidade estética. Não há mais due process. Não há habeas corpus. Há censura prévia, busca e apreensão por opiniões, prisões preventivas estendidas ad infinitum e um ambiente de terror judicial que transformou o Brasil num laboratório distópico de autoritarismo jurídico. A toga virou farda. E o vernáculo da Constituição foi substituído pelo palavreado da conveniência. Alguns dirão que exagero. Que o Brasil ainda é uma democracia, que o Judiciário é independente, que os crimes estão sendo investigados com base na lei. A esses, lembro que toda ditadura começa com uma boa desculpa. E poucas são tão eficazes quanto a defesa da democracia. É em nome dela que se atropelam os ritos, que se ignoram os princípios e que se humilham cidadãos comuns. A democracia virou palavra-código para censura, prisão política e perseguição ideológica. E tudo isso sob a vista grossa — ou cúmplice — de uma imprensa que abandonou a função de vigiar o poder para se converter em seu porta-voz mais histérico. Os jornais não investigam mais; reverberam. Os colunistas não analisam; militam. Os noticiários não informam; doutrinam. O jornalismo brasileiro tornou-se uma extensão do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, com direito a fontes exclusivas, vazamentos seletivos e campanhas de difamação disfarçadas de reportagem. Não há interesse em questionar. Só há medo de discordar. O caso de Jair Bolsonaro — e, por extensão, o de seus apoiadores — é revelador por isso mesmo. Ele é o símbolo que precisa ser destruído, não apenas por suas falas, seus erros ou seus acertos, mas porque ousou não se ajoelhar. Porque desafiou a narrativa, porque mexeu no tabuleiro sem pedir bênção aos sacerdotes de toga. E, como todo herege que se preze, precisa arder — não em nome da justiça, mas para servir de exemplo. O Brasil assiste, perplexo ou anestesiado, a esse processo de degradação institucional. Alguns aplaudem, satisfeitos com a humilhação pública de seus inimigos. Outros, os mais lúcidos, começam a entender que a fogueira que hoje queima seus adversários pode amanhã consumir seus aliados. Porque o monstro que se alimenta de exceções logo se volta contra os que o criaram. No final das contas, não é Bolsonaro o verdadeiro réu nesse tribunal farsesco. É a própria ideia de liberdade. É o direito de discordar. É a noção — básica — de que um cidadão não pode ser punido por suas crenças, por suas falas, por suas companhias. É a ideia de que Justiça não pode ter lado, nem projeto de poder. O que vemos hoje é o triunfo do arbítrio. O STF não quer apenas julgar Bolsonaro. Quer apagar sua existência política. Quer criminalizar seus eleitores. Quer reescrever a história recente com a tinta da revanche. E, enquanto isso, o homem que desviou bilhões e recebeu favores em tríplex e sítios decorados com o suor do contribuinte desfila pelo mundo como estadista reabilitado. Eis o retrato do Brasil de 2025: o corrupto consagrado, o opositor condenado e o povo amordaçado. Se isso é democracia, então George Orwell foi otimista. As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Danuzio News.*

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