Israel ataca tanques sírios para proteger drusos: tensão explode no sul da Síria

Explosões e tiros transformaram Suwayda, cidade predominantemente drusa no sul da Síria, em um cenário de guerra civil nesta segunda-feira (14). O confronto, que opõe milícias drusas a tribos beduínas locais, deixou mais de 30 mortos e cerca de 100 feridos, disse o Ministério do Interior sírio. Fontes locais e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos estimam até 99 vítimas, incluindo civis e combatentes de ambos os lados . A escalada começou no domingo, após o sequestro de um comerciante druso por bandos beduínos na rodovia entre Damasco e Suwayda. A resposta drusa foi imediata: membros armados deste grupo cercaram bairros beduínos, dando início aos confrontos. Milhares de moradores foram surpreendidos pelos combates, com muitos obrigados a fugir da cidade. “A situação está muito ruim… fugimos com medo“, relatou uma residente. O governo sírio tentou retomar o controle enviando forças militares e unidades de segurança em apoio aos grupos beduínos, e na tentativa de represália contra os drusos, mas a operação encontrou forte resistência e intensificou o confronto. Preocupada com a comunidade drusa, Israel lançou ataques a tanques sírios em movimento na região. O Ministério da Defesa israelense afirmou que a medida visava impedir que forças hostis causassem novos ataques aos drusos e aos civis locais. O ministro Israel  Katz descreveu a ofensiva como um “aviso claro ao regime sírio” de que não toleraria agressões. Segundo informações extraoficiais e imagens divulgadas, a informação divulgada até o momento é de que tanques sírios foram atingidos com sucesso . O jornal Financial Times destacou que os ataques de Israel também visam manter um “cordão de segurança” sem presença militar síria ao sul de Damasco — zona considerada sensível à fronteira israelense. A violência reacende tensões sectárias em uma região marcada por conflitos, como os assassinatos drusos no início de maio, quando forças de transição do governo sírio atacaram a comunidade com execuções extrajudiciais. No mês de fevereiro, incidentes em Jaramana, nos arredores de Damasco, também resultaram em troca de tiros entre drusos e forças de segurança, elevando o clima de instabilidade. A situação em Suwayda evidencia a dificuldade do governo de transição, liderado por Ahmed  al‑Sharaa, em integrar grupos armados diversos ao novo Estado. A existência de um Conselho Militar druso, que começou a reunir ex-oficiais e milícias locais, agrava o quadro, pois fortalece a autonomia e resistência local. A ONU expressou preocupação e pediu diálogo entre as partes para proteger os civis e evitar uma escalada sectária com efeitos em toda a região. Enquanto isso, Israel mantém vigilância e força militar preventiva em seu lado da fronteira. A cidade de Suwayda tornou-se palco de um conflito que mistura tensões tribais e seitas, com múltiplos grupos armados — milícias drusas, tribos beduínas, forças do governo sírio e intervenção israelense. O episódio expõe a fragilidade das instituições de segurança da Síria pós-Assad e ameaça empurrar o país de volta ao ciclo de violência sectária. A incerteza segue elevada, e qualquer passo em falso pode arrastar todo o Levante para um novo colapso de estabilidade. Fontes: Al Jazeera, Financial Times, AP

“Eles tentaram, sim… mas falharam”: presidente iraniano confirma ferimento em ataque israelense

O presidente iraniano Masoud Pezeshkian sofreu ferimentos leves na perna após um ataque aéreo israelense ter atingido um bunker subterrâneo em Teerã no dia 15 de junho, durante uma reunião da Suprema Comissão de Segurança Nacional do país, afirmou um alto funcionário iraniano à Al Jazeera. Segundo o veículo, o objetivo da ofensiva era eliminar os líderes dos três poderes iranianos — executivo, legislativo e judiciário — que estavam reunidos no local. Seis mísseis foram disparados, atingindo as entradas, saídas e o sistema de ventilação do edifício. A explosão cortou a energia, mas Pezeshkian e os demais participantes escaparam por um túnel de emergência. Durante a fuga, o presidente iraniano feriu levemente a perna, segundo a fonte. Em entrevista ao ex-âncora da Fox News, Tucker Carlson, o presidente iraniano confirmou que ouviu explosões e pediu desculpas aos moradores de Teerã por provocarem medo nas vizinhanças. “Eles tentaram, sim… mas falharam“, declarou Pezeshkian. O Fars, agência ligada à Guarda Revolucionária, caracterizou o ataque como um “esforço assassino“ que replicava o estilo da operação israelense que eliminou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em 2024, bloqueando saídas e sufocando o edifício para assegurar a morte dos alvos. Fontes iranianas afirmam que, além de Pezeshkian, estavam presentes figuras-chave, como o presidente do parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, e o chefe da Justiça, Mohseni Ejei, o que reforça a tese de tentativa de assassinato contra as lideranças do país. A investigação interna do Irã foi instigada pela precisão do ataque, sugerindo que Israel pode ter contado com informações de agentes infiltrados dentro de Teerã. O ataque ocorreu durante a operação “Rising Lion“, com vídeos e evidências corroborando explosões no local e na área de Shahrak-e Gharb, oeste de Teerã. Em resposta, o gabinete de segurança nacional iraniano declarou que “Israel terá que pagar o preço” por essa tentativa, e que o país reforçará suas medidas de contrainformação. Enquanto isso, fontes militares israelenses confirmaram que o alvo principal do ataque foi o comando do IRGC — braço armado revolucionário iraniano —, e não o presidente diretamente. A justificativa foi que a ofensiva visava desestruturar a capacidade militar iraniana durante a escalada do conflito de 12 dias com Israel. O incidente ocorreu pouco antes de uma esperada retomada das negociações nucleares entre Teerã e Washington, intensificando a tensão regional. Desde o início do conflito em 13 de junho, Israel matou dezenas de altos comandantes iranianos e cientistas nucleares, e o Irã retaliou com centenas de mísseis e drones, enquanto os EUA realizaram ataques adicionais em instalações nucleares em Fordow e Natanz. O presidente Pezeshkian, embora tenha declarado estar fisicamente bem, afirmou que o atentado falhou, e que o Irã agora investiga profundamente a origem da informação vazada. A repercussão política interna tem sido imediata: o governo lançou uma série de prisões, detendo mais de 700 pessoas por suposta cumplicidade, e intensificou medidas repressivas contra redes de informantes, temendo infiltrações israelenses. Fontes: Al Jazeera, The Times of Israel, New York Post

Colisão fatal envolve piloto de Fórmula Truck e deixa 3 Mortos

Colisão Fatal envolve Piloto de Fórmula Truck e Deixa Três Mortos Foto: Edição com imagens reprodução de midias sociais

Na noite de sábado (12), um grave acidente na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, resultou na morte de três pessoas, incluindo o piloto de Fórmula Truck Márcio da Rosa, conhecido como Márcio Limestone ou “Piolho“. O acidente, que envolveu uma colisão frontal entre um Chevrolet Camaro e um Renault Symbol, chocou a comunidade local e o meio automobilístico. Márcio, de 41 anos, dirigia o Camaro acompanhado de Roberto Cardoso, de 46 anos, assessor parlamentar de um vereador de Almirante Tamandaré, conhecido como “Formigão“. Ambos morreram no local devido à força do impacto, que deixou o veículo de luxo completamente destruído e capotado. O motorista do Renault Symbol, Guilherme Rocha Pancheski, de 29 anos, morador do bairro Tranqueira, foi socorrido com vida pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. A colisão ocorreu em um trecho de baixa iluminação da rodovia, próximo à empresa Terra Rica. Testemunhas relatam que o Camaro trafegava em alta velocidade, o que pode ter contribuído para a tragédia, embora a causa oficial ainda esteja sob investigação pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). Márcio Limestone era uma figura destacada no automobilismo brasileiro, competindo na categoria GT Truck Eletrônico da Fórmula Truck, onde ocupava a 20ª posição na temporada de 2025, com 99 pontos. Natural de Colombo, ele também era empresário no setor de mineração, dirigindo a Limestone Mineração. Sua vitória na Copa SpeedMax 2024, em Las Vegas, marcou sua carreira. A Fórmula Truck emitiu nota lamentando a perda, destacando Márcio como “um competidor aguerrido e amigo leal“. Um vídeo circula nas mídias sociais mostrando o piloto de Fórmula Truck Marcio da Rosa acelerando o Camaro amarelo que ele dirigia, momentos antes da colisão e cantando pneu, enquanto circulava por uma rua situada no centro de Almirante Tamandaré. Já Guilherme Rocha, motorista do Renault Symbol, estava indo buscar a noiva na rodoviária. Ela expressou sua dor nas redes sociais, escrevendo: “Meu mundo está desabando.” A tragédia gerou comoção, com mensagens de luto e indignação. O velório de Márcio começou no domingo, 13, na Capela Nossa Senhora do Rosário, em Colombo, com sepultamento previsto para esta segunda-feira (14), às 16h30. Roberto e Guilherme também serão sepultados hoje. A comunidade pede mais segurança na rodovia. Fontes: Plantão190, RIC, Banda B

Governo Lula congela remoções diplomáticas por “falta de recursos”, apesar de arrecadação recorde com IOF

Enquanto o governo federal alega falta de verba para cumprir compromissos estratégicos no exterior, a arrecadação de impostos continua batendo recordes. Um telegrama interno do Ministério das Relações Exteriores (MRE), datado de 11 de julho, revelou que o Itamaraty não tem previsão para efetivar as remoções diplomáticas previstas para o primeiro semestre de 2025, devido a “restrições orçamentárias“. A informação foi divulgada pela coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL. O documento oficial (telegrama nº 035279), assinado pela Secretaria de Estado, afirma que o órgão está “envidando esforços” para restabelecer os recursos necessários para as transferências, mas reconhece que não há previsão para liberação do orçamento, o que deve deixar dezenas de diplomatas — muitos deles com cargos estratégicos em embaixadas e consulados — sem a esperada mudança de posto. A expectativa mais otimista é de que algo possa ser liberado apenas em setembro, ou seja, com pelo menos três meses de atraso. A situação, no entanto, contrasta diretamente com os dados divulgados nesta semana sobre a arrecadação federal. Segundo levantamento do site Investing.com, o governo Lula registrou arrecadação recorde de R$ 8 bilhões apenas com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no mês de junho de 2025 — o maior valor mensal da série histórica iniciada em 1997. O montante representa um crescimento de quase 30% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Enquanto isso, diplomatas relatam incertezas logísticas, prejuízos pessoais e prejuízos institucionais. Muitos já haviam organizado a mudança de país, arcado com despesas, vendido móveis, retirado filhos de escolas — tudo com base no planejamento oficial. Agora, com a indefinição, resta aguardar. Postos no exterior seguem incompletos, chefias seguem vagas e a representação internacional do Brasil enfraquece. Além da frustração dos servidores, a medida expõe uma contradição central do governo federal: como justificar cortes em áreas estratégicas sob alegação de falta de verba, quando a arrecadação fiscal atinge máximas históricas? O caso escancara a falta de prioridade para a diplomacia — exatamente num momento em que o Brasil tenta projetar influência em fóruns internacionais como BRICS, G20 e ONU. Fontes ouvidas pela coluna de Jamil Chade apontam que esse congelamento já era temido há semanas, diante de um orçamento considerado insuficiente mesmo após o plano de remoções internas e internacionais ter sido finalizado. O Itamaraty recomendou que os diplomatas que não queiram mais ser removidos façam formalmente o pedido de prorrogação para continuar nos postos atuais. Até o momento, o Palácio do Planalto e o MRE permanecem em silêncio público sobre o tema. Mas para analistas ouvidos pela imprensa, o recado já está dado: o Brasil arrecada como nunca, mas continua gastando mal — e onde realmente importa, falta até o básico.

“Mapa da Morte”: EUA sabiam do risco no Camp Mystic, mas liberaram construção

Ao longo dos últimos 15 anos, a FEMA, agência federal que lida com emergências nos Estados Unidos (EUA), concedeu diversos recursos ao Camp Mystic. Ela o excluiu de seus mapas de inundação e permitiu, com isso, que o acampamento ignorasse exigências básicas de segurança e se expandisse por áreas de risco. Recentemente, 27 pessoas, entre crianças, jovens alunas e funcionários, perderam suas vidas no Camp Mystics nas enchentes que assolaram o Texas no início de julho. Já em 2011, reportou a Associated Press, mapas da FEMA demonstravam que a maior parte das construções do Camp Mystic localizava-se em regiões sujeitas a inundações. Em 2013, novamente, um estudo demonstrou que 6 das 15 cabanas do acampamento localizavam-se em elevações extremamente próximas ao nível de alagamento esperado para eventos extremos. A inclusão das construções no que a agência chama de “Área de risco de inundação especial” proíbe a construção em determinadas áreas de perigo extremo, além de impor requisitos mínimos e exigir seguro para a construção em outras onde o risco é alto. Em todos os casos, o Camp Mystic recorreu e a FEMA acatou os apelos, retirando os acampamentos do que considerava como áreas afetadas. “É um acampamento para crianças. A gente espera que você vá além dos mínimos para dar segurança contra inundações“, lamentou Sarah Pralle, pesquisadora do assunto na Universidade de Syracuse. Ela se disse “perplexa” com a atitude dos organizadores e reguladores. Ainda que as enchentes do último dia 04 tenham sido extremamente superiores ao risco previsto nos mapas – que consideram a probabilidade de um evento extremo em 100 anos – o descaso demonstrado ao longo do período foi considerado por Pralle como “extremamente perturbador“. “Para mim, é um mistério: eles não só não tomaram a iniciativa de retirar as cabanas da área de risco, como contestaram sua inclusão nos mapas.” As mudanças após o recurso de 2013 retiraram 15 construções das regiões consideradas de risco. Análise da AP mostrou que a maior parte delas se localiza na área mais afetada pela inundação do início do mês. Novas exceções foram concedidas em 2019 e 2020, para cabanas também atingidas pelas enchentes. Nestas, porém, os danos foram menos severos. A retirada da designação como área de risco permitiu ao acampamento continuar seu processo de expansão pela região, construindo novas cabanas e atraindo mais público. Especialistas afirmaram que os recursos ao mapeamento da FEMA são estratégia comum dos proprietários, que geralmente têm seus pedidos acatados. A FEMA se defendeu dizendo que “os mapas são apenas fotografias no tempo. Não tem capacidade de prever onde as inundações vão ocorrer nem onde ocorreram“. Pralle, de Syracuse, porém, discorda: “Não é hora de brigar com os mapas. Precisamos expandi-los.” Fontes: AP News, The New York Times

Israel e Hamas mantêm posições inflexíveis e cessar-fogo continua distante

As negociações de um cessar-fogo de 60 dias entre Israel e Hamas, mediadas pelos EUA e realizadas em Doha, estão em risco por impasses críticos — sobretudo em relação à retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, segundo fontes palestinas e israelenses com conhecimento direto do processo. As partes divergentes mantêm posições diametralmente opostas: o Hamas exige retirada completa das forças de Israel para as linhas do último cessar-fogo anterior à ofensiva de março. Já Israel, que aceitou inicialmente a proposta, busca garantir permanência em cerca de 40% do território, incluindo a região de Rafah — um importante corredor humanitário e fronteiriço. A disputa sobre o controle territorial e garantias de auxílio humanitário se manteve sem resolução, estagnando os esforços diplomáticos. O bloqueio nas conversas ocorre em paralelo à crise humanitária: pelo menos 17 pessoas foram mortas por soldados israelenses enquanto buscavam ajuda alimentícia em Rafah, elevando para quase 800 o número de vítimas em seis semanas relacionadas às distribuições de comida nos pontos apoiados pelos EUA. Além disso, os ataques aéreos em Gaza continuam intensos — ao menos 16 pessoas foram mortas em uma única ofensiva neste sábado (12), conforme dados médicos locais. Em incidentes distintos, um ataque atingiu uma clínica em Deir al-Balah, matando 10 crianças e seis adultos; o Exército israelense afirmou ter como alvo um militante e está investigando os danos colaterais. A ONU indica que a escassez de combustível em Gaza atinge níveis críticos, agravando a situação em hospitais, abrandando a distribuição de alimentos e água potável. Enquanto isso, as forças israelenses matam dezenas nos arredores de centros de assistência, incluindo ao menos 34 civis em uma fila de distribuição em Rafah, com tiros afirmados por testemunhas como disparos diretos, contrariando a alegação militar de que teriam sido apenas tiros de advertência. No campo diplomático, a Casa Branca afirmou que Steve Witkoff, enviado de Trump, irá a Doha para retomar as conversas. Autoridades israelenses indicam que, embora haja possibilidades de avanço num futuro próximo, um acordo ainda está distante, principalmente enquanto persistirem questões como retirada de tropas, assistência humanitária e libertação de reféns. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu manteve pressão por uma trégua acompanhada de desmilitarização do Hamas e da libertação completa dos reféns. Por sua vez, o grupo questiona os termos preliminares, especialmente a permanência das tropas israelenses após o cessar-fogo. A deterioração humanitária, com hospitais sem energia, reservas baixas de combustível e filas mortais por comida, amplia a urgência de um acordo. Ainda assim, o impasse sobre a retirada militar reflete a resistência de Israel em renunciar ao território, mesmo sob trégua, e a rejeição do Hamas a qualquer presença militar continuada. Enquanto isso, o presidente Trump e Netanyahu se esforçam para manter o avanço das negociações, angariando apoio internacional — incluindo do Catar, Egito e ONU — para superar o impasse. No entanto, a combinação de divergências territoriais, vítimas civis crescentes e violência persistente coloca sob ameaça o modelo de trégua negociada entre as partes. Fontes: Reuters, Reuters, AP

União Europeia e México são os novos alvos de tarifas de Trump

O presidente Donald Trump anunciou em 12 de julho uma nova rodada de tarifas comerciais que promete sacudir alianças históricas e retratar uma era de protecionismo agressivo, ao direcionar suas investidas contra o México e a União Europeia. A medida, que inclui taxas de até 30% sobre europeus e mexicanos, eleva a disputa a um novo patamar, revelando a estratégia “America First” em sua forma mais contundente. A justificativa oficial se baseia em alegações de práticas comerciais injustas, defasagem tecnológica europeia em relação aos EUA e problemas de segurança nacional. A resposta europeia foi rápida. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou em Bruxelas que tarifas de 30% “interromperiam as cadeias de suprimentos transatlânticas essenciais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico” e sinalizou o caminho da retaliação, com estudos sobre possíveis contramedidas envolvendo tarifas sobre produtos americanos. Um diplomata europeu, que falou sob condição de anonimato, classificou a medida como “um golpe contra parcerias de longa data”, alertando para o impacto inevitável nos setores automotivo, energético e industrial. Concomitantemente, também foi anunciada tarifa de 30% sobre uma vasta gama de produtos mexicanos. A medida mexe profundamente na economia mexicana, que depende dos EUA para 85% de suas exportações, e ameaça consequências para cadeias produtivas inteiras. Segundo fontes ouvidas pelo The Guardian, além das motivações econômicas, Trump mira ganhos políticos internos em um ano eleitoral. A análise sugere que partiu de informações equivocadas sobre práticas comerciais do México e supostas distorções de subsídios europeus em setores como aço, veículos e tecnologia. O envolvimento econômico é relevante. A indústria automotiva norte-americana tem pressionado o governo por proteção contra importações que colocam pressão sobre a produção doméstica, argumentando risco de desemprego em massa e dependência tecnológica. Analistas alertam que a onda de tarifas pode deflagrar uma escalada — lembra a guerra comercial entre EUA e China em 2018 — com EUA tentando ampliar o protecionismo e a Europa articulando um front coeso contra o desmantelamento progressivo do sistema multilateral. A guerra tarifária de 2025 se apresenta mais ampla do que a de 2018, atingindo aliados tradicionais dos EUA com medidas que podem corroer bases diplomáticas e pressionar diversos países a buscarem acordos menos favoráveis para não perder o mercado norte-americano. Fontes: Reuters, The Guardian

Astrazeneca é condenada a pagar R$ 3,75 milhões por morte de promotora grávida no RJ após ser vacinada contra Covid-19

Em uma decisão histórica, a 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou, por unanimidade, a condenação da farmacêutica AstraZeneca ao pagamento de R$ 3,75 milhões por danos morais à família da promotora de Justiça Thais Possati, que faleceu em 2021, aos 35 anos, após complicações relacionadas à vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. A sentença, proferida no final de junho de 2025, elevou o valor inicial de R$ 1,1 milhão, fixado em primeira instância, e representa um marco jurídico no Brasil ao reconhecer oficialmente o nexo causal entre o imunizante e a morte da gestante e de seu bebê. Thais Possati, que estava no segundo trimestre de gestação (23 semanas), recebeu a vacina em 23 de abril de 2021, em Niterói (RJ). No dia seguinte, apresentou sintomas graves, incluindo dores abdominais, que evoluíram para um quadro de trombose venosa profunda e trombocitopenia, culminando em um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. A promotora faleceu em 10 de maio, e o bebê não resistiu, vindo a óbito um dia antes. Segundo laudos médicos anexados ao processo, as complicações foram diretamente associadas à aplicação da vacina, configurando a síndrome de trombose com trombocitopenia (STT). A relatora do caso, desembargadora Marianna Fux, destacou que a AstraZeneca descumpriu o dever de informar de forma clara e acessível os riscos do imunizante, especialmente para gestantes. Apesar de a bula mencionar possíveis efeitos adversos, a magistrada apontou que, na época da vacinação, já havia registros internacionais de eventos adversos graves, como a STT, que levaram países como Dinamarca e Noruega a suspenderem o uso da vacina em março de 2021. “Não há prova de que, na data da vacinação, havia sido dada publicidade suficiente à reação adversa, impossibilitando que a gestante fizesse uma escolha consciente“, afirmou Fux. O valor da indenização foi distribuído entre os familiares de Thais: R$ 1,5 milhão para cada um dos pais e R$ 750 mil para o irmão, refletindo a gravidade do sofrimento familiar, conforme previsto no artigo 944 do Código Civil. Além disso, o TJ-RJ manteve uma multa de 20% sobre o valor da causa por conduta inadequada da AstraZeneca durante a produção de provas, considerada um ato atentatório à dignidade da Justiça. A AstraZeneca contestou a decisão, alegando ausência de nexo causal e cumprimento das exigências regulatórias, mas os argumentos foram rejeitados. A empresa também não se pronunciou oficialmente sobre a sentença. O caso, que levou à suspensão da vacina para gestantes no Brasil após o ocorrido, abre precedente para ações similares e reacende o debate sobre a transparência na comunicação de riscos de imunizantes durante a pandemia. O número do processo é: 0832570-61.2024.8.19.0001 Origem: 48º Vara Cível da Comarca da Capital A decisão reforça a responsabilidade civil objetiva da farmacêutica e destaca a importância de informações claras para a segurança dos consumidores, especialmente em contextos emergenciais como o da Covid-19. Fonte: O Globo, Gazeta do Povo, O Tempo, Jusbrasil, TJRJ, Decisão Astrazeneca

EUA reestabelecem oficialmente a ajuda militar à Ucrânia contra a Rússia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky informou nessa sexta-feira (11), em Roma, que a ajuda militar dos Estados Unidos foi oficialmente restabelecida, restaurando os envios após uma breve pausa que gerou apreensão em Kiev. A declaração ocorreu durante sua participação na Conferência de Recuperação da Ucrânia, onde Zelensky destacou que os sinais políticos vindos de Washington foram claros e favoráveis ao retorno dos suprimentos militares. A suspensão da assistência havia sido determinada de forma repentina pelo Pentágono, sem comunicação prévia ao presidente norte-americano, incluindo o corte de itens vitais como mísseis interceptadores Patriot e munições de 155mm para obuses. A medida, segundo fontes, surgiu por preocupações internas relacionadas ao esgotamento de estoques militares — uma decisão que surpreendeu Kiev e gerou críticas no Congresso dos EUA. Zelensky relatou que conversas com senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal resultaram em compromissos concretos para a retomada do apoio militar e ampliação dos sistemas de defesa aérea. Especialmente drones interceptadores, para conter o avanço dos frequentes ataques russos, que já somam centenas de drones e mísseis disparados contra a Ucrânia. Durante o encontro, Zelensky comentou também que anunciou acordos com Alemanha e Noruega para o envio de sistemas Patriot — com Berlim financiando duas baterias e Oslo, uma — reforçando uma rede coordenada de defesa ocidental. O presidente Trump confirmou que ordenou o reenvio de armas para Kiev, incluindo pacotes de equipamentos considerados críticos pela Ucrânia, e sinalizou que o custo total dessas entregas será coberto integralmente pelos países da OTAN. O pacote militar, ainda em definição, deve incluir sistemas Patriot, foguetes guiados GMLRS e munições de artilharia. Esta foi a primeira vez em seu mandato que Trump utilizou o poder presidencial para enviar armas diretamente aos ucranianos. A reviravolta no apoio americano se dá em meio à pior onda de bombardeios russos registrada desde o início da invasão. Na manhã de quinta-feira (11), a Ucrânia enfrentou uma série sem precedentes com 728 drones Shahed e 13 mísseis lançados contra o território, seguida por outro ataque massivo com 400 drones e 18 mísseis horas depois. Autoridades ucranianas confirmam que os sistemas de defesa interceptaram a grande maioria desses ataques, mas reforçam que o reabastecimento de munições e unidades de interceptação é urgente para evitar mais danos e vítimas civis. A retomada da ajuda também ganhou repercussão no Senado dos EUA, onde o Comitê de Serviços Armados aprovou US$ 500 milhões em assistência militar para 2026, reforçando o comprometimento legislativo com a Ucrânia. Zelensky expressou gratidão: “Recebemos todos os sinais políticos necessários. Agora temos detalhes e calendário para novas entregas. É essencial implementar isso rapidamente para proteger nosso povo e posições”. Fontes: Reuters, Reuters, CNN, The Times

Companheirismo e coragem: PM perde sargento querido em operação no Rio

Na manhã desta sexta-feira (11), o sargento Kelvyton de Oliveira Vale, de 48 anos, lotado no 41º Batalhão de Polícia Militar (Irajá), foi morto durante uma operação policial no Conjunto do Ipase, na Vila Kosmos, Zona Norte do Rio de Janeiro. O militar, atingido na cabeça por disparos de traficantes ligados ao CV, Comando Vermelho, foi socorrido por colegas e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML). A operação, segundo a Polícia Militar, tinha como objetivo desarticular ações de uma quadrilha que atua na região, cumprir mandados de prisão, remover barricadas e recuperar veículos roubados e clonados. Durante a ação no Morro do Trem, houve intenso confronto com criminosos, resultando na morte do sargento e em um suspeito ferido. Kelvyton, com 24 anos de serviço, era uma liderança respeitada no Grupo de Apoio Tático (GAT) do batalhão, conhecido por sua coragem e dedicação. O sargento ganhou notoriedade em 2020, quando um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando-o carregando nas costas o cabo Marco Antônio Matheus Maia, baleado durante operação na Vila Aliança, em Bangu. Infelizmente, Maia também foi morto em dezembro de 2024. A imagem de Kelvyton simbolizou o companheirismo e a bravura da PM, comovendo a corporação e a sociedade. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, lamentou a perda: “Perdemos mais que um policial militar: perdemos um homem de coragem, dedicado à missão de proteger a sociedade, mesmo com risco da própria vida.“ A morte de Kelvyton elevou para 67 o número de agentes de segurança baleados na Região Metropolitana do Rio, somente em 2025, segundo o Instituto Fogo Cruzado. O clima no 41º BPM é de luto, com dezenas de policiais prestando homenagens ao colega no hospital. Kelvyton deixa esposa e filho. O velório está previsto para as próximas horas, com homenagens da corporação. A PM não confirmou reforços na Vila Kosmos, mas ações de resposta são esperadas. A morte reacende o debate sobre a segurança dos agentes em áreas conflagradas e os desafios do combate à criminalidade no Rio. Fonte: CNN, O Globo, Gazetaweb, Metropoles, O Dia, Enfoco

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