Ataque iraniano causa mortos e dezenas de feridos em Israel, apesar do cessar-fogo

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite desta segunda-feira (23) que Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo que entrará em vigor às 07:00, horário de Israel. Israel confirmou isso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que ontem à noite convocou o Gabinete de Segurança Política junto com o Ministro da Defesa, o Chefe do Estado-Maior e o chefe do Mossad, a fim de informar que Israel alcançou todos os objetivos da Operação Am Kalvi, e ainda muito mais. De acordo com um comunicado do Gabinete do Primeiro Ministro, “Israel removeu de si uma ameaça existencial imediata e dupla – tanto no campo nuclear quanto no campo dos mísseis balísticos. Além disso, as FDI alcançaram o controle aéreo total sobre os céus de Teerã, danificaram gravemente a liderança militar e destruíram dezenas de alvos importantes do governo iraniano.” Em relação ao cessar-fogo, o comunicado disse: “À luz da realização dos objetivos da operação, e em total coordenação com o presidente Trump, Israel concordou com a proposta do presidente de um cessar-fogo bilateral. Israel responderá com força a qualquer violação do cessar-fogo.” Trump escreveu esta manhã em sua rede Truth Social que “o cessar-fogo está em vigor, por favor, não o quebre!” Mais cedo, Trump escreveu: “Foi uma guerra que poderia ter durado anos e destruído todo o Oriente Médio – mas não aconteceu e nunca acontecerá!“ Porém, apesar das trataiva diplomáticas, um míssil balístico disparado do Irã atingiu em cheio um prédio residencial de sete andares em Be’er Sheva, sul de Israel, no ínicio da manhã. A explosão, causada por aproximadamente 500 quilos de explosivos, destruiu parte da estrutura e resultou na morte de cinco civis. Outras 26 pessoas ficaram feridas. O projétil atingiu diretamente os andares superiores do edifício, colapsando o quinto e o sexto andares. Quatro moradores que buscavam proteção dentro do mamad — o abrigo reforçado obrigatório em residências israelenses — não resistiram à potência do impacto. Um quinto civil faleceu posteriormente em decorrência dos ferimentos. Equipes de emergência foram mobilizadas imediatamente. Bombeiros, socorristas do Magen David Adom, Defesa Civil e voluntários do Zaka atuaram por horas em uma operação delicada de busca e resgate sob os escombros. Três pessoas foram retiradas com vida. A maioria dos feridos foi encaminhada ao Hospital Soroka, também em Be’er Sheva, com ferimentos leves e em estado de choque. O incidente gerou críticas à conduta da Defesa Civil, que permitiu o retorno de moradores aos apartamentos após o primeiro alerta de ataque aéreo. Poucos minutos depois, uma nova onda de mísseis foi disparada, surpreendendo quem havia deixado os abrigos. Autoridades israelenses reconhecem que o protocolo será revisado. “O cenário que encontramos hoje lembra os horrores do 7 de outubr“, afirmou um voluntário do Zaka. “As famílias estavam em seus abrigos, mas o impacto foi devastador. Foi uma visão difícil até mesmo para equipes experientes.“ Este foi o segundo ataque significativo contra Be’er Sheva em menos de uma semana. No incidente anterior, outro míssil já havia ferido civis e danificado o complexo hospitalar Soroka, que também precisou ser evacuado temporariamente. O governo israelense prometeu uma resposta dura e classificou o ataque como uma grave escalada. Enquanto isso, a cidade, abalada, tenta lidar com mais uma tragédia que marca profundamente sua população. Fonte: Kikar HaShabba, Arutz Sheva, Ynet e Walla News

Trégua em meio à tensão: EUA medeiam cessar-fogo e Rússia fala em armas nucleares ao Irã

O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, declarou que “vários países estão prontos para fornecer diretamente ao Irã suas armas nucleares“, em resposta aos bombardeios realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas. A declaração foi publicada no domingo (22), no canal oficial de Medvedev no Telegram, poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que forças americanas haviam realizado ataques aéreos contra instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Isfahan. No entanto, na noite desta segunda-feira (23), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que Israel e Irã chegaram a um acordo de cessar-fogo, que entrará em vigor às 7h, no horário local de Israel. Ambos governos confirmaram a informação. Mais um aspecto da sua atuação diplomática atráves a força. Leia mais: “Dependerá do que o Irã precisar”: Rússia promete apoio ao Irã e confronta os EUA após bombardeios em Teerã – Danuzio Segundo o governo norte-americano, os ataques foram motivados por informações de inteligência que indicavam aceleração no enriquecimento de urânio e no fortalecimento dessas instalações, reacendendo preocupações sobre um possível avanço no desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. Além disso, Teerã foi acusada de fornecer apoio logístico e militar a grupos como o Hezbollah e os Houthis, responsáveis por intensificar ataques contra aliados de Israel e alvos ocidentais na região. A ação também foi interpretada como uma tentativa do governo Trump de reafirmar sua postura de firmeza em política externa, especialmente diante de críticas anteriores por hesitações em confrontos estratégicos. Apesar do impacto simbólico dos bombardeios, Medvedev afirmou que os alvos sofreram “danos mínimos ou nenhum dano significativo” e que o enriquecimento de urânio no Irã e o possível desenvolvimento de armas nucleares provavelmente continuarão. Leia mais: EUA atacam usinas nucleares do Irã: bomba GBU-57 entra em ação e guerra escala no Oriente Médio – Danuzio Após ataques dos EUA, TV estatal iraniana declara americanos como “alvos legítimos” na região – Danuzio Críticas aos EUA e apoio ao Irã Medvedev acusou os Estados Unidos de estarem sendo “atraídos para um novo grande conflito“, desta vez com a possibilidade de uma operação terrestre no Oriente Médio, e afirmou que a liderança iraniana saiu fortalecida politicamente após os ataques. “As pessoas estão se consolidando em torno da liderança espiritual, até mesmo aqueles que antes não simpatizavam com ela“, afirmou. O dirigente russo também criticou duramente o presidente Trump, acusando-o de contrariar sua própria imagem de “pacificador” ao iniciar mais uma guerra, e ironizou qualquer possibilidade de o norte-americano receber o Prêmio Nobel da Paz. Especialistas questionam viabilidade e riscos Medvedev declarou que “vários países estão prontos para fornecer armas nucleares ao Irã“, embora não tenha citado nomes. Analistas internacionais, considerando o contexto geopolítico e os históricos de cooperação militar, apontam Rússia, China, Coreia do Norte e, possivelmente, Paquistão como candidatos plausíveis. No entanto, especialistas consultados por veículos como a Business Insider e a Reuters consideram a transferência efetiva de ogivas altamente improvável, devido a limitações técnicas, logísticas e jurídicas, especialmente diante das restrições impostas pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Fonte: TRT Global

Israel e Irã anunciam cessar-fogo, mas ataques continuam horas antes e depois do acordo

Após quase duas semanas de intensos bombardeios, Israel e Irã anunciaram nesta terça-feira (24) um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O anúncio foi feito publicamente pelo ex-presidente Donald Trump, que confirmou a aceitação do acordo pelas duas partes. Mas, mesmo com o entendimento oficializado, a tensão na região seguiu alta. Duas horas antes da entrada em vigor do cessar-fogo, o Irã lançou uma nova rodada de mísseis balísticos contra várias regiões de Israel. Sirenes soaram em cidades do centro do país, incluindo Tel Aviv, obrigando milhares de civis a buscarem proteção. Apesar da intensidade dos ataques, o sistema de defesa antimísseis israelense conseguiu interceptar a maioria dos projéteis, evitando um número maior de vítimas. Não bastasse o ataque prévio, já com o cessar-fogo oficialmente em vigor, o Irã voltou a disparar mísseis, atingindo áreas no norte de Israel. Segundo o Exército israelense, novamente os sistemas de defesa conseguiram neutralizar a maior parte dos lançamentos, mas o incidente deixou claro que o acordo de cessar-fogo está longe de ser sólido. Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, foi direto: “O Irã já violou o cessar-fogo. Nossas forças estão autorizadas a responder com força total contra alvos iranianos, sejam militares ou estratégicos.” Autoridades negaram oficialmente qualquer violação do acordo Do lado iraniano, as autoridades negaram oficialmente qualquer violação do acordo. O porta-voz do governo, Abbas Araghchi, afirmou que os lançamentos ocorreram “dentro do direito de defesa enquanto as provocações israelenses continuarem”. O Irã também deixou claro que o fim completo dos ataques depende da suspensão das operações militares israelenses na região. A comunidade internacional reagiu com preocupação. A União Europeia e a ONU apelaram pelo respeito imediato ao cessar-fogo, enquanto China e Rússia tentam intermediar um canal diplomático para estabilizar a situação. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, sugeriu que a trégua poderia abrir espaço para novas negociações nucleares com Teerã. Mesmo com o anúncio da trégua, o clima na região segue tenso. A qualquer novo disparo, o risco de uma escalada maior continua real. Fontes: The Guardian e Reuters

Trump anuncia cessar‑fogo “completo e total” entre Israel e Irã

Em 23 de junho de 2025, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em sua rede social Truth Social um “cessar‑fogo completo e total” entre Israel e Irã, após quase duas semanas de confrontos intensos que envolveram bombardeios a instalações nucleares iranianas e lançamentos de mísseis por Teerã. A trégua, segundo o mandatário, entrou em vigor horas depois de sua declaração, com o Irã interrompendo os ataques imediatamente e Israel se comprometendo a iniciar a suspensão das operações 12 horas depois. O entendimento foi selado graças a uma articulação diplomática conduzida por Trump diretamente com o primeiro‑ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enquanto sua equipe — incluindo o vice‑presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff — manteve conversas com autoridades iranianas. Com a soberania dos EUA em foco, Trump afirmou ter dado ordens já no sábado à noite: “Vamos ligar… ao Irã. Traga o Bibi. Vamos fazer a paz.“ Ainda que o cessar‑fogo tenha sido saudado por centenas de civis que choraram alívio nas ruas do Irã e de Israel, o acordo é frágil, carecendo de confirmações formais de ambas as partes. Israel confirmou a trégua, enquanto o Irã condicionou a suspensão das hostilidades à interrupção dos ataques israelenses até 4h da manhã, horário de Teerã. Violação e fragilidade do acordo Logo após o anúncio, surgiram sinalizações de rompimento unilateral. Israel acusou o Irã de lançar mísseis e prometeu “resposta com força” caso o acordo fosse violado, com o ministro da Defesa Israel Katz declarando novas ações militares contra Teerã. Por sua vez, o governo iraniano negou qualquer lançamento de mísseis após o anúncio, e sua agência ISNA classificou as acusações como falsas. O conflito, iniciado em 13 de junho, foi marcado por ataques israelenses a centros nucleares no Irã, seguido por bombardeios norte‑americanos contra instalações profundas como Fordow e Natanz. Os iranianos retaliaram com mísseis contra bases dos EUA no Golfo, incluindo uma em Qatar, provocando sirenes mesmo sem vítimas. Leia mais: Irã ataca bases dos EUA no Oriente Médio em retaliação a bombardeios nucleares – Danuzio “Dependerá do que o Irã precisar”: Rússia promete apoio ao Irã e confronta os EUA após bombardeios em Teerã – Danuzio Conheça a diferença entre um programa nuclear pacífico no Oriente Médio e o do Irã – Danuzio O saldo, segundo fontes iranianas, foi de pelo menos 974 mortos no Irã e 24 em Israel, com disparos continuados mesmo após o início do cessar‑fogo. O uso da bomba anti-bunker GBU‑57 pelos EUA reforça a escala da operação americana, que alguns analistas classificam como a intervenção externa mais significativa desde a Revolução Iraniana de 1979. Apesar do cessar‑fogo, o futuro permanece incerto. Autoridades no Oriente Médio, incluindo EUA, Irã, Israel e Qatar, monitoram relatórios de violações, novas ameaças e respostas militares em caso de retrocesso. O texto do GPI recomenda agora foco em negociações mais amplas, abordando o arsenal de urânio iraniano — cerca de 400 kg acumulados — e definindo marcos concretos que evitem retóricas dominadas por retaliação e mudança de regime. Para muitos analistas, a trégua representou uma pausa tensa, mas sem garantias. Trump se apresenta como pacificador, mas as bases da negociação permanecem frágeis: a manutenção da trégua dependerá de reciprocidade, vigilância diplomática e intervenção de terceiros, como Qatar, Reino Unido e membros da União Europeia. Fontes: BBC, Reuters, AP

A região mais volátil do mundo para conflitos armados

Um novo relatório do Global Peace Index 2025 revela que a África Subsaariana tornou-se a região mais volátil do mundo em termos de conflitos armados. Segundo o Instituto de Economia e Paz (IEP), mais da metade dos 44 países africanos avaliados teve piora nos indicadores de militarização. Isso se deve ao aumento dos orçamentos de defesa, envolvimento em conflitos transfronteiriços e à queda drástica nos investimentos em construção da paz. Conflitos em países como República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Etiópia e Burkina Faso estão entre os mais propensos a escalarem globalmente. Esses países compartilham diversos fatores de risco, como fragilidade estatal, instabilidade política, presença de milícias e influência estrangeira. As tensões no Sahel, por exemplo, têm sido reinterpretadas como jihadistas, o que atrai apoio externo e armamento, agravando os confrontos. A militarização vem crescendo: 23 países aumentaram o gasto militar em proporção ao PIB. Burkina Faso e Mali romperam com a CEDEAO e reforçaram parcerias com a Rússia e a nova Aliança dos Estados do Sahel, gerando acusações de violações de direitos humanos e repressão à sociedade civil. Observa-se uma mudança de influência ocidental (EUA e França) para potências como Rússia e China, especialmente na área econômica. Além disso, tropas africanas estão sendo cada vez mais enviadas ao exterior em nome das missões de paz, mas especialistas alertam que essa projeção militar pode ocultar interesses estratégicos. Exemplo disso é Ruanda, com presença militar em Moçambique, República Centro-Africana e Benim. A RDC superou o Afeganistão como o quarto país menos pacífico do mundo, devido à atuação do grupo M23, à interferência externa (inclusive com denúncias contra Ruanda) e ao fracasso dos esforços regionais de paz. Já o Sudão vive um colapso humanitário após o conflito entre as Forças Armadas e as Forças de Apoio Rápido. Apesar do aumento militar, os investimentos globais em construção da paz representam apenas 0,52% dos gastos com defesa, uma queda de 26% desde 2008. A crise da dívida africana compromete ainda mais a capacidade dos Estados em investir em programas sociais, juventude e reconciliação. O relatório conclui que a paz global vem se deteriorando nos últimos 17 anos, sendo a África responsável por parcela crescente desse declínio. O IEP apela por um retorno ao conceito de “Paz Positiva”, baseada em governança eficaz, acesso à informação e fortalecimento do capital humano. Fonte: The Africa Report

Irã ataca bases dos EUA no Oriente Médio em retaliação a bombardeios nucleares

O Irã lançou, nesta segunda-feira (23), uma ofensiva de retaliação contra bases militares dos Estados Unidos localizadas no Catar e no Iraque. O ataque, batizado de “Operação Tidings of Victory“, ocorre menos de 48 horas após bombardeios conduzidos por Israel e pelos EUA contra instalações nucleares iranianas. Segundo o New York Times, o Irã avisou com antecedência sobre ataques à base do Catar para minimizar as baixas. Segundo o governo iraniano, o ataque visou Al Udeid, base aérea americana no Catar — a maior instalação militar dos EUA na região — e Ain al‑Assad, no oeste do Iraque. O número de mísseis disparados ainda é incerto, mas fontes da mídia estatal iraniana apontam entre seis e dez lançamentos balísticos. O Irã declarou que a ofensiva foi “proporcional” aos ataques sofridos no sábado, enfatizando que cada míssil lançado seria uma resposta direta a uma bomba estrangeira lançada em solo iraniano. Relatos vindos de Doha, capital do Catar, registraram explosões audíveis e movimentações defensivas do sistema antiaéreo. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram interceptações no céu da cidade. Como medida preventiva, o espaço aéreo catariano chegou a ser temporariamente fechado. Ainda não há confirmação oficial de vítimas ou danos significativos nas bases atingidas. O Pentágono informou que as forças americanas estavam em alerta máximo e que os sistemas de defesa agiram rapidamente diante do ataque. O presidente dos EUA, Donald Trump, foi levado à Sala de Crise para avaliar a resposta do país. Fontes militares afirmam que novas medidas estão sendo analisadas, incluindo possíveis represálias. As sirenes soaram em todas as bases dos EUA no Oriente Médio, incluindo Síria, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos e Omã. O Ministério da Defesa do Catar classificou o lançamento de mísseis como violação da soberania nacional e reafirmou que o país reserva-se ao direito de responder, caso necessário, dentro dos preceitos do direito internacional.

“Dependerá do que o Irã precisar”: Rússia promete apoio ao Irã e confronta os EUA após bombardeios em Teerã

O Kremlin elevou o tom no cenário internacional ao declarar publicamente seu apoio ao Irã, após o bombardeio americano às instalações nucleares iranianas. Durante um encontro realizado em Moscou, o presidente Vladimir Putin recebeu o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, e foi direto: “Estamos prontos para ajudar o Irã“. Segundo Putin, o ataque dos Estados Unidos foi uma agressão “não provocada e injustificável” contra o território iraniano, colocando em risco a estabilidade global. “Trata-se de um ato que fere profundamente as normas internacionais“, afirmou o presidente russo durante a reunião no Kremlin. As palavras de Putin ganham ainda mais peso diante do contexto: com as tensões cada vez maiores no Oriente Médio, a aproximação entre Moscou e Teerã marca uma clara sinalização de confronto indireto entre Rússia e Estados Unidos. Embora o Kremlin não tenha especificado que tipo de ajuda poderá oferecer, o porta-voz Dmitri Peskov deixou claro que “dependerá do que o Irã precisar“. Leia mais: Após ataques dos EUA, TV estatal iraniana declara americanos como “alvos legítimos” na região – Danuzio Do lado iraniano, Araghchi agradeceu o respaldo russo e reafirmou que Teerã está agindo em legítima defesa diante do que chamou de agressão ocidental. A imprensa estatal iraniana também ecoou a posição de Moscou, afirmando que o ataque americano viola o Tratado de Não Proliferação Nuclear e compromete a segurança global. Dentro da própria Rússia, a resposta foi ainda mais dura. Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança, declarou que as ações americanas podem acabar fortalecendo o regime de Khamenei, unificando ainda mais o povo iraniano em torno de sua liderança. Leia mais: Ataque cirúrgico e tensão global: generais israelenses revelam bastidores da ofensiva contra o programa nuclear iraniano – Danuzio A crise, que já envolve Israel, Irã e agora diretamente as duas superpotências, alimenta o temor de um cenário de escalada global imprevisível. Enquanto o Ocidente tenta conter o programa nuclear iraniano, Moscou se posiciona como defensor estratégico de Teerã, ampliando o campo de confronto geopolítico. O mundo observa agora, com crescente preocupação, o próximo passo deste tabuleiro complexo. Fonte: The Economic Times, Reuters e Reuters

Doação de órgãos: recusa familiar atinge 46% no Brasil, com Norte e Nordeste liderando rejeições

A falta de campanhas públicas de conscientização sobre a doação de órgãos segue impactando a vida de milhares de brasileiros. Ao longo de 2024, quase metade das famílias entrevistadas (46%) recusou autorizar a doação de órgãos de seus entes queridos, de acordo com os dados mais recentes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). A recusa permanece como o principal obstáculo para a efetivação dos transplantes no país. A situação torna-se ainda mais preocupante ao se analisar os números por estado e região. Sul lidera autorizações – Norte e Nordeste mantêm as maiores taxas de recusa A Região Sul continua a ser exemplo nacional em doação de órgãos. O destaque vai para o Paraná, com a maior quantidade de entrevistas realizadas (854) e uma das menores taxas de recusa familiar: 28%. Isso significa que mais de 70% das famílias disseram “sim” à doação, reflexo direto de campanhas estaduais permanentes e uma estrutura de apoio eficiente. Santa Catarina, outro estado do Sul, também apresenta desempenho positivo, com recusa de 32% entre as famílias entrevistadas. Já nas regiões Norte e Nordeste, os índices permanecem altos. Em Piauí, 68% das famílias recusaram a doação — mesmo percentual de recusa registrado no primeiro trimestre do ano. Outros estados com índices alarmantes incluem: A ausência de campanhas públicas regulares, a falta de preparo das equipes de entrevista e o desconhecimento da população sobre o processo de doação são fatores que contribuem para essa resistência. História que toca: Nicole Plauto clama por um coração para o pai Em meio a estatísticas duras, histórias como a da administradora Nicole Plauto, filha de Marcus — conhecido por muitos como Marquinhos — dão rosto à urgência do tema. Marcus está na fila de transplante cardíaco. O coração que distribuiu amor por tantos anos agora precisa receber. Dois anos antes, a mesma família enfrentou a dor da perda: a irmã mais nova de Marcus faleceu de forma repentina, vítima de um AVC. Diante do luto, a família disse “sim” à doação de seus órgãos. Cinco pessoas foram salvas naquele dia. Agora, é a família de Nicole que espera que outra família diga sim. “Talvez o seu sim seja o que vai salvar o meu pai“, escreveu Nicole em carta aberta. “Doar é transformar dor em vida. É amar até depois do fim.“ Comunicar à família o desejo de ser doador O relatório da ABTO aponta que a recusa familiar continua sendo a principal causa de não concretização da doação no Brasil. Isso reforça a importância de um gesto simples: comunicar à família o desejo de ser doador. Pela legislação brasileira, a doação só ocorre com o consentimento dos familiares, mesmo quando a pessoa manifesta esse desejo em vida. Urgência de campanhas nacionais O Brasil tem potencial para avançar em transplantes, mas sem campanhas educativas constantes, a rede pública continuará refém do silêncio e do medo. O Ministério da Saúde e os governos estaduais precisam reforçar o debate público, promovendo ações em escolas, unidades de saúde e meios de comunicação. Cada “sim” pode salvar até oito vidas. Em um país com mais de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão, cada recusa é também uma vida que se apaga.

Israel ataca o coração do regime iraniano

A tensão entre Israel e Irã atingiu um novo patamar nas últimas horas desta segunda-feira (23). Sob ordens do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e do Ministro da Defesa Israel Katz, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram ataques diretos e de intensidade inédita contra o regime dos aiatolás, atingindo alvos estratégicos no centro de Teerã. Entre os locais bombardeados está o quartel do Basij, a força paramilitar que o regime utiliza para reprimir manifestações internas e manter o controle sobre a população. A temida prisão de Evin, onde há décadas estão presos opositores políticos, também foi alvo dos ataques. Outro símbolo atingido foi o relógio da destruição de Israel, localizado na Praça Palestina, um monumento que ironicamente marca há anos uma contagem regressiva fictícia para o suposto fim de Israel. As operações ainda miraram comandos da Guarda Revolucionária, responsáveis pela segurança interna e operações externas do regime, além do setor encarregado da propaganda ideológica. Segundo as autoridades israelenses, outros alvos governamentais sensíveis também foram atingidos. O Ministro da Defesa israelense não deixou margem para dúvidas: “Cada disparo contra Israel será punido“. A ofensiva ocorre em resposta direta aos recentes ataques iranianos e de seus aliados contra o território israelense. Israel demonstra, mais uma vez, sua capacidade de atingir com precisão alvos críticos dentro do próprio Irã, algo que há poucos anos parecia improvável. Este tipo de ação traz consequências graves para a já frágil estabilidade regional. Além de enfraquecer ainda mais o regime iraniano internamente, a escalada coloca a comunidade internacional em estado de alerta. A pergunta agora é até onde essa guerra velada entre Israel e Irã pode chegar. Por enquanto, Israel mostra que está disposto a ir longe para neutralizar as ameaças à sua segurança e deixar claro que ataques contra seu território não sairão impunes. Fonte: The Guardian, Reuters e Washington Post

Ataque russo contra Kiev mata 7 pessoas

Um intenso ataque russo envolvendo mísseis e drones atingiu diversos distritos de Kiev durante a madrugada, causando ao menos sete mortes e dezenas de feridos. Os disparos destruíram a entrada de um prédio residencial na área de Shevchenkivskyi, onde moradores ficaram presos sob os escombros. Incêndios e destruição também ocuparam outras seis zonas da capital, atingindo até saídas de metrô usadas como abrigos, segundo autoridades ucranianas. No subúrbio, uma mulher de 68 anos foi morta e oito pessoas ficaram feridas. Com sirenes ativadas em toda a cidade, equipes de resgate trabalharam freneticamente no resgate de uma gestante e outros civis soterrados. Autoridades ucranianas criticaram veementemente a Rússia por atacar áreas densamente povoadas, acusando-a de “mirar onde há civis“. Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, o número de vítimas civis em Kiev já ultrapassa centenas, e este ataque se soma a uma longa sequência de bombardeios que têm provocado destruição sistemática e elevado o temor da população. O ataque russo realizado nesta noite, segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, envolveu 352 drones e 16 mísseis, dos quais 146 drones Shahed foram interceptados e vários mísseis balísticos neutralizados. Ucrânia ainda mantém presença em Kursk. Enquanto a Rússia intensifica os ataques contra a Ucrânia, forças ucranianas ainda mantêm uma presença militar na região russa de Kursk. O comandante‑chefe ucraniano, Oleksandr Syrskyi, disse que cerca de 10 000 soldados russos estão engajados naquele setor, onde os ucranianos ainda controlam aproximadamente 90 km². Essa operação, iniciada em 6 de agosto de 2024, sinalizou uma mudança de estratégia por parte de Kiev: ocupar território russo para criar uma zona tampão, reduzir pressão sobre o leste ucraniano e atrapalhar o planejamento militar de Moscou. Apesar dos relatos russos de expulsão das tropas ucranianas, a Ucrânia afirma manter posições avançadas na região e continuar as ofensivas pressionando a fronteira. O movimento atraiu reforços russos — estimados entre 30 000 a 50 000 soldados, incluindo tropas da Coreia do Norte — que ajudaram na expulsão dos soldados ucranianos em pontos estratégicos com uso intensivo de drones e artilharia, segundo relatórios. A Rússia reivindicou vitória, mas Kiev contesta e ressalta que sua incursão obrigou Moscou a desviar tropas do front ucraniano. O ataque massivo a Kiev reforça duas preocupações centrais: a vulnerabilidade urbana diante da artilharia russa e a dependência de defesa aérea limitada. A presença ucraniana em Kursk também complica futuros eventuais cessar-fogos, pois agora qualquer acordo precisará lidar com questões de soberania e retirada obrigatória, enquanto Kiev reforça sua posição nas negociações. Com o conflito adentrando o quarto ano, tanto Ucrânia como Rússia demonstram determinação. No entanto, também deslizam perigosamente em um terreno onde a escalada da violência sem contrapartida diplomática ampliará os danos humanitários e arrastará a Europa para a iminência de um conflito continental mais profundo. Fontes: Reuters, BBC, BBC

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