Governo do RJ solicita apoio do Exército para retomada de territórios dominados pelo Tráfico

O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou que solicitará o apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal para retomar áreas dominadas por organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas. A medida, que será formalizada junto ao governo federal até 15 de outubro, integra um plano de segurança exigido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas”. A expectativa é que as operações comecem ainda nesse ano. Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, o plano prevê ações coordenadas entre forças estaduais e federais, com foco inicial em comunidades de “baixa criticidade”, como Cidade de Deus, algumas áreas de São Gonçalo, Vila Kennedy, Antares e Mangueirinha. Regiões como o Complexo do Alemão, consideradas de alta complexidade, demandariam estratégias mais robustas. A solicitação incluirá a implementação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que viabiliza legalmente a atuação das Forças Armadas, incluindo o uso de veículos blindados para superar barricadas e enfrentar o arsenal bélico dos criminosos. A GLO é uma operação que permite o emprego das Forças Armadas em apoio às forças de segurança pública, em situações de grave perturbação da ordem. Com o objetivo de preservar a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições, a GLO é empregada de forma pontual, restrita a uma área e por tempo determinado. Em abril, o STF determinou a elaboração de um plano amplo para reocupação de territórios controlados pelo tráfico, com o objetivo de reduzir a letalidade policial e restabelecer a presença do poder público nas comunidades. “O poder público não pode se fazer presente apenas com polícia. As forças de segurança devem estar integradas para devolver o território à população”, afirmou Santos. O plano incluirá cronogramas, metas e indicadores de desempenho, visando uma governança compartilhada entre os entes federal, estadual e municipal, independentemente de disputas políticas. “Existe um comércio explorado por essas organizações criminosas: internet, gás, energia elétrica. O tráfico aprendeu com a milícia no passado e, hoje, não é só a droga que se vende. A luta é pelo território, que é sinônimo de receita” – Victor dos Santos, Secretário de Segurança Pública Críticas nas mídias sociais destacam que, sem um plano de longo prazo, os traficantes tendem a retornar após a saída das forças de segurança. O governo estadual assegura que o plano será estruturado para evitar impactos das disputas eleitorais de 2026, buscando uma solução definitiva para a segurança pública no Rio.

Irã usa o BRICS para tentar legitimar seu regime e desafiar o ocidente

O Irã chega à cúpula do BRICS, que começa neste domingo no Rio de Janeiro, buscando sinalizar ao mundo que não está tão isolado quanto seus adversários gostariam. Após 12 dias de bombardeios israelenses e norte-americanos contra instalações militares e nucleares em território iraniano, Teerã intensifica esforços diplomáticos para demonstrar que ainda conta com aliados de peso, mesmo enfrentando severas sanções e ameaças de novos ataques. Essa será a primeira participação do Irã em uma reunião de cúpula do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e países que se uniram recentemente, como Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. A entrada iraniana foi patrocinada principalmente por Rússia e China, que enxergam no BRICS uma oportunidade de enfraquecer a predominância dos Estados Unidos nas instituições financeiras e políticas globais. O contexto geopolítico tornou essa aproximação ainda mais relevante para Teerã. O governo iraniano confirmou que enviou uma delegação ao Brasil, representado pelo Presidente do Parlamento Mohammad Bagher Ghalibaf, porém não divulgou se haverá encontros bilaterais à margem do evento. Analistas apontam que a simples presença do Irã é uma mensagem simbólica: apesar dos ataques contra seu programa nuclear, Teerã quer mostrar que tem apoio de potências que rivalizam com Washington. “O simbolismo de estar sentado à mesa do BRICS é enorme para o Irã agora”, explicou Sanam Vakil, diretora do programa para Oriente Médio e Norte da África do Chatham House. Na visão de Teerã, fazer parte do bloco reforça a narrativa de que o país não está isolado, mas inserido em um movimento global de contestação à ordem dominada pelo Ocidente. No entanto, a inclusão iraniana escancara as dificuldades internas do BRICS. Países como Índia, Brasil e África do Sul têm relações econômicas próximas aos EUA e se mostram reticentes em assumir uma postura mais agressiva contra Washington. Após os ataques americanos e israelenses, o BRICS divulgou apenas uma nota de “grave preocupação”, classificando as ofensivas como violações do direito internacional, mas sem condenações diretas. Segundo o especialista Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas, não há consenso real sobre a situação iraniana. “A solução foi emitir um comunicado muito brando”, avaliou. A cautela reflete os interesses díspares dos membros. Brasil, por exemplo, não quer comprometer relações com seu segundo maior parceiro comercial, os EUA. O presidente Lula resiste às pressões russas e chinesas para posicionar o BRICS como um bloco declaradamente anti ocidental. Mesmo assim, Rússia e China aproveitaram o contexto para endurecer seus discursos. Moscou classificou os ataques como “agressão não provocada”, enquanto Pequim pediu “moderação” e defendeu negociações. Já Índia, África do Sul e Etiópia preferiram manter distância de qualquer retórica mais incisiva. Especialistas acreditam que o Irã vai insistir para incluir na declaração final um respaldo explícito contra novas agressões e um compromisso com mecanismos de cooperação que atenuem o impacto das sanções. Mas há dúvidas se o bloco conseguirá chegar a um texto mais forte. A ausência física dos presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin também limita o peso político do encontro. Xi enviou o primeiro-ministro Li Qiang em seu lugar, e Putin participará por videoconferência devido ao mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Em meio a tantas divisões, a expectativa é que o Irã use o encontro principalmente como palco simbólico para afirmar que ainda possui aliados relevantes em sua disputa contra o Ocidente. Fontes: New York Times, Agência Brasil

Após 100 anos, Paris libera banho no Sena em projeto sustentável pós-Olímpico

Pela primeira vez em mais de um século — desde 1923 —, a cidade-luz reabriu oficialmente o rio Sena para natação pública, com três áreas de banho gratuitas e vigiadas: Bras Marie (perto da Île Saint‑Louis), Bras de Grenelle (próximo à Torre Eiffel) e Bercy (em frente à Biblioteca François-Mitterrand), neste sábado (5). O projeto de reabertura do Sena para banhistas, integrado ao legado sustentável pós-Olimpíadas de Paris-2024, exigiu cerca de 1,4 bilhão de euros em investimentos em obras de saneamento, coleta de esgoto e infraestrutura fluvial. As áreas de natação, instaladas sobre plataformas flutuantes e delimitadas por boias, oferecem vestuários, chuveiros, solários e a presença de guarda-vidas, além de contar com monitoramento diário da qualidade da água. Para garantir a segurança dos usuários, bandeiras sinalizam as condições: verde para banho liberado, amarelo para atenção, e vermelho ou preto para interdição, seguindo parâmetros da Agência Regional de Saúde que verifica níveis de Escherichia coli e enterococos conforme padrões europeus (900 e 330 UFC/100 ml, respectivamente). Após testes realizados durante os Jogos Olímpicos, a água do Sena apresentou níveis dentro dos padrões sanitários europeus, embora ainda exista o risco de contaminação residual em períodos de chuvas intensas. A reabertura para natação é encarada como uma forma de adaptação às ondas de calor e também como um elemento estratégico para fortalecer a imagem de Paris, impulsionando o turismo e melhorando a qualidade de vida urbana. Apesar do entusiasmo, há ceticismo: críticas apontam possíveis picos de poluição, presença de resíduos, e a suspensão imediata do banho em condições adversas — embora filas tenham se formado já neste primeiro sábado de abertura. Esta mudança representa um marco simbólico e técnico. Para a administração da prefeita Anne Hidalgo, é uma vitória ecológica e de resiliência urbana, legitimada por monitoramento sanitário e gestão do tráfego fluvial . Já o movimento conservador enxerga na área um reforço à autonomia municipal frente à burocracia europeia e aos padrões globais — ao mesmo tempo que promove a regeneração urbana praticada em metrópoles como Berlim, Oslo e Amsterdã. Fonte: welt.de, thetimes.co.uk e reuters.com

Tragédia no Texas: 13 mortos e cerca de 20 meninas desaparecidas em tradicional acampamento cristão, após enchente

Pelo menos 13 pessoas perderam a vida e cerca de 20 meninas continuam desaparecidas após uma enchente devastadora atingir o Camp Mystic, tradicional acampamento cristão feminino no Texas, durante a madrugada desta sexta-feira (4). O nível do Rio Guadalupe subiu aproximadamente 6,7 metros entre meia-noite e 4h, transformando-se em uma torrente violenta que arrastou cabanas e surpreendeu as meninas enquanto dormiam. O acampamento, que reunia cerca de 750 jovens entre 7 e 17 anos para atividades comunitárias e espirituais, foi rapidamente inundado, deixando muitas sem chance de escapar a tempo. Equipes de resgate relataram que algumas crianças foram resgatadas de árvores ou tentando nadar para sobreviver. Considerada uma das maiores operações de busca da história recente da região, a operação conta com cerca de 500 socorristas, 18 helicópteros, 12 drones, 9 equipes de mergulho, além da presença da Guarda Nacional, Guarda Costeira e FEMA. Estradas submersas e a destruição de pontes dificultam ainda mais o acesso ao local. O juiz do condado de Kerr, Rob Kelly, e o vice-governador Dan Patrick reconheceram que não há garantia de que todas as crianças estejam a salvo, embora parte delas já tenha sido reunida às famílias. O xerife Clint Morris reforçou que os pais que não foram contatados diretamente devem considerar que seus filhos permanecem em segurança até nova atualização. As comunicações estão prejudicadas, pois a enchente interrompeu energia, água potável e internet no acampamento, aumentando a ansiedade de pais e responsáveis. Muitos buscam informações nas redes sociais, enquanto voluntários e socorristas mantêm a busca incessante por sobreviventes. O que é o Camp Mystic? Fundado em 1921, o Camp Mystic sempre foi referência de tradição cristã no estado, oferecendo retiros de férias com foco em valores, amizade e conexão espiritual. O local, normalmente cenário de orações e atividades ao ar livre, transformou-se em palco de uma dramática operação de resgate, que ainda pode levar dias para ser concluída. Seu campo de recreação vintage, construído na década de 1920 com ciprestes nativos robustos, sempre foi um ponto de encontro de risos, orações e itens de memorandos legais do verão. Localizado em dois belos acampamentos no rio, o Camp Mystic estabeleceu uma reputação que inclui charme rústico e grande ênfase na tradição, o que atraiu famílias para voltar ano após ano.

Caminhões dos Correios são usados por traficantes para transporte de drogas no Brasil

Uma operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira (3), revelou um esquema sofisticado de tráfico internacional de drogas que utilizava caminhões dos Correios para transportar entorpecentes no Brasil. A ação, batizada de Operação Specula, aconteceu em Foz do Iguaçu, Paraná, e desmantelou uma organização criminosa responsável por movimentar grandes quantidades de maconha e cocaína para diversos estados do país. Segundo a Polícia Federal, os traficantes utilizavam caminhões com compartimentos ocultos, como fundos falsos e pneus, para dissimular o transporte de drogas. Em alguns casos, cal hidratada era usada para mascarar o odor dos entorpecentes, dificultando a detecção por cães farejadores. Durante as investigações, foram apreendidos 6.288 kg de maconha e 108 kg de cocaína, além de dez veículos e quatro prisões em flagrante. Um dos episódios mais notórios envolveu o uso de um caminhão dos Correios para transportar a carga ilícita, evidenciando a ousadia dos criminosos. Não é a primeira vez que esse tipo de tática do crime organizado é descoberta, outro caso marcante ocorreu em setembro de 2024, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 1.947 kg de maconha em um caminhão dos Correios abandonado em uma estrada rural em Cascavel, Paraná. O veículo, pertencente à frota terceirizada, foi retirado com auxílio de um trator, e a carga legal transportada não foi comprometida. A utilização de caminhões dos Correios por traficantes expõe vulnerabilidades no sistema de transporte logístico e reforça a necessidade de maior fiscalização. A PRF relatou que, em 2024, apreendeu 284 toneladas de drogas no Paraná, um aumento de 45% em relação a 2023, com casos inusitados como drogas escondidas em postes de concreto e cargas de cavalos. As investigações continuam para identificar outros envolvidos nos esquemas, e a Polícia Federal reforça a importância de ações integradas com outras forças de segurança para combater o tráfico interestadual e internacional. Fontes: Metropoles, G1, CGN, Pontaporainforma

Ataques a ônibus em São Paulo, mais de 450 veículos depredados em um mês

Desde o início de junho de 2025, São Paulo enfrenta uma onda de vandalismo contra o transporte público, com mais de 450 ônibus depredados na capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. Somente na noite de 2 de julho, 35 coletivos foram alvos de ataques na capital, a maioria na zona sul, segundo a SPTrans. As ações, que incluem apedrejamentos e quebras de janelas, causaram prejuízos materiais e colocaram em risco a segurança de motoristas e passageiros. A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), investiga os casos e aponta como principal hipótese a motivação por “desafios” promovidos em redes sociais, envolvendo majoritariamente adolescentes. O delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, descartou, por ora, a participação de facções criminosas, devido à ausência de reivindicações típicas de organizações criminosas. Entretanto, há uma outra linha de investigação que apura se os ataques são uma retaliação à instalação de câmeras com suposto reconhecimento facial nos ônibus ou disputas entre empresas de transporte, como a Transwolf e Upbus, afastadas de contratos na zona sul por suspeitas de ligação com o PCC. Os ataques, concentrados 60% na zona sul, afetam vias como a Avenida Washington Luís e Cupecê. Em um caso grave, uma passageira de 31 anos sofreu uma fratura no nariz após ser atingida por vidros quebrados em um ataque na Avenida Washington Luís, próximo ao Aeroporto de Congonhas. Na Baixada Santista, 31 ônibus foram vandalizados em Santos, São Vicente e Cubatão, enquanto cidades como Osasco e Taboão da Serra também registraram casos. A Polícia Militar lançou a Operação Impacto Proteção a Coletivos, mobilizando 7.890 agentes e 3.641 viaturas para reforçar a segurança em corredores, garagens e terminais até 31 de julho. A SPTrans orienta as empresas a registrarem boletins de ocorrência, mas há divergências nos números — 235 ataques pela SPTrans contra 180 pela Polícia Civil — o que pode indicar subnotificação. O Sindicato dos Motoristas cobra medidas urgentes, destacando o impacto na operação e na segurança dos usuários. As investigações seguem com monitoramento de plataformas digitais e análise de câmeras de segurança para identificar os responsáveis. A população é incentivada a denunciar pelo 181 ou 190, enquanto as autoridades buscam conter os atos que prejudicam milhares de passageiros. Fontes: CBN, Diariodotransporte, Metropoles, oglobo, G1, UOL, Poder360

Trump quer proteger trabalhadores rurais migrantes para garantir força de trabalho no campo

Em um gesto que surpreendeu parte de sua base mais conservadora, o presidente Donald Trump anunciou, durante um evento no Iowa State Fairgrounds, a intenção de implementar um programa que permitirá aos agricultores atestarem a boa conduta de trabalhadores migrantes que colaboram há anos em suas propriedades. O objetivo seria evitar que esses trabalhadores enfrentem deportação, garantindo a continuidade da produção agrícola americana. Leia mais: Políticas de Trump ameaçam segurança alimentar dos EUA – Danuzio O plano, ainda em elaboração junto ao Departamento de Segurança Interna (DHS), daria aos produtores rurais maior autonomia para indicar funcionários que sejam trabalhadores confiáveis e cumpridores da lei, mesmo que estejam em situação migratória irregular. Trump defendeu a proposta dizendo que não se pode simplesmente retirar todos os trabalhadores das fazendas, pois faltam norte-americanos dispostos a realizar as tarefas pesadas do campo. “Se um fazendeiro está disposto a atestar essas pessoas, de alguma forma, vamos ter que dizer que vai ser bom“, declarou Trump, sob aplausos de milhares de apoiadores. Ele também lembrou que muitos agricultores chegam a chorar ao ver trabalhadores sendo deportados depois de décadas de serviço. Apesar de a ideia ainda não ter sido formalizada, o presidente deixou claro que pretende levar adiante um projeto de lei que contemple tanto o setor agrícola quanto o de hotelaria, onde migrantes também desempenham funções essenciais. A proposta, no entanto, gerou críticas dentro do próprio Partido Republicano. A senadora estadual Melissa Melendez, da Califórnia, classificou a iniciativa como “decepcionante“, argumentando que não se deve fazer vista grossa para a imigração ilegal em nenhum setor. Trump rebateu afirmando que a responsabilidade final continuará sendo dos fazendeiros, que responderão caso algo dê errado. “Se os agricultores não fizerem um bom trabalho, vamos tirá-los do comando“, ironizou. Com a economia agrícola dos Estados Unidos dependente de migrantes, inclusive no estado de Iowa — segundo maior exportador agrícola do país —, a proposta promete ser tema quente no debate eleitoral, trazendo à tona o desafio de conciliar segurança de fronteira com as necessidades reais do mercado de trabalho. Fonte: Reuters e Fox News

Trabalhadores humanitários foram executados em Gaza sob recompensa do Hamas

Um ataque brutal ocorrido no dia 12 de junho, que deixou pelo menos oito trabalhadores da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) mortos, expôs de forma dramática a escalada de violência contra operações de ajuda no enclave palestino. A GHF, organização apoiada por Estados Unidos e Israel, culpou diretamente o Hamas pelo atentado que atingiu um ônibus com cerca de duas dezenas de funcionários humanitários a caminho de um centro de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza. Segundo a própria fundação, além dos oito mortos, vários outros trabalhadores ficaram feridos e alguns podem ter sido sequestrados. O diretor interino da GHF, John Acree, chegou a cogitar o fechamento das operações após a emboscada, mas optou por seguir atuando. “Decidimos que a melhor resposta aos assassinos covardes do Hamas era continuar entregando comida ao povo de Gaza que conta conosco“, declarou em comunicado. O ataque aconteceu em um contexto de caos crescente no território. No mesmo período, a autoridade de saúde local informou que 103 palestinos foram mortos e outros 400 ficaram feridos por ações militares israelenses em apenas 24 horas, incluindo 21 vítimas fatais nas imediações de centros de distribuição de ajuda da GHF. Recompensas para matar trabalhadores humanitários No último domingo, 30 de junho, a GHF fez outra denúncia grave: o Hamas estaria oferecendo recompensas em dinheiro para qualquer pessoa que ferisse ou matasse seus funcionários humanitários palestinos ou seguranças americanos. De acordo com a fundação, 12 trabalhadores locais já foram assassinados e outros sofreram torturas. “O Hamas colocou recompensas tanto para nosso pessoal de segurança americano quanto para trabalhadores humanitários palestinos“, afirmou a GHF em nota. “Os alvos da brutalidade do Hamas são heróis que tentam alimentar o povo de Gaza no meio de uma guerra.“ A organização ainda apontou que o Hamas tem pré-posicionado agentes armados perto de zonas humanitárias, numa tentativa deliberada de interromper o funcionamento do sistema de entrega de alimentos — considerado o único ainda em operação dentro do enclave. Conflito interno e disputas de poder Relatos de canais locais sugerem que o ônibus atacado no dia 12 transportava funcionários da GHF supostamente ligados a Yasser Abu Shabab, chefe de um grande clã rival do Hamas que estaria recebendo armas de Israel. Abu Shabab, por sua vez, acusou o Hamas de espalhar rumores e imagens falsas para intimidar a população e silenciar opositores. “Rumores de execuções e assassinatos estão sendo espalhados pelos corruptos, mercenários e criminosos do Hamas para semear medo nos corações daqueles que buscam libertação do terrorismo e da opressão“, escreveu Abu Shabab em uma rede social. A associação Ajuda Médica aos Palestinos (MAP) expressou preocupação com a segurança do Hospital Nasser e dos profissionais de saúde, diante do risco de ataques fecharem a instalação. Israel, que combate o Hamas há 20 meses após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, tem reiterado que a única forma de encerrar a guerra é desmantelar completamente o grupo terrorista. Até o momento, todas as negociações para uma trégua fracassaram. Críticas ao modelo de ajuda Apesar do atentado contra seu ônibus, a GHF informou ter distribuído 2,6 milhões de refeições em apenas um dia — seu maior volume desde o início das operações no final de maio. Mesmo assim, organizações internacionais criticam o sistema atual. O chefe da UNRWA (agência de refugiados palestinos da ONU), Philippe Lazzarini, comparou a situação a uma distopia. “Este modelo não abordará o aprofundamento da fome. Os distópicos ‘Jogos Vorazes’ não podem se tornar a nova realidade“, declarou. Ele pediu que a ONU assuma novamente a liderança, acusando o atual esquema de ser ineficiente e inseguro. Israel, por sua vez, voltou a pedir o fim da UNRWA, alegando que a agência coopera com o Hamas — acusação que a organização nega. Apelo à ONU Diante do colapso, a GHF enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, exigindo uma condenação pública contra os ataques a trabalhadores humanitários. No texto, o reverendo Johnnie Moore, presidente executivo da GHF, apelou por uma nova parceria para entregar alimentos diretamente às famílias palestinas e classificou a falha na ajuda humanitária como “estrutural“. “Chegou a hora de confrontar, sem eufemismo ou demora, o fracasso estrutural da entrega de ajuda em Gaza“, escreveu Moore. Mesmo em meio ao cerco, Israel também permitiu a entrada de 56 caminhões de mantimentos do Programa Mundial de Alimentos da ONU no norte de Gaza — primeiro comboio humanitário a acessar a região em meses — e autorizou a chegada de caminhões de farinha para as poucas padarias que ainda funcionam. Enquanto civis sofrem com a escassez, grupos terroristas mantêm a população refém de ameaças e violência. E, entre ataques, blecautes e barricadas, a esperança de um cessar-fogo ainda parece distante. Fonte: Reuters e The Jerusalem Post

O atacante português Diogo Jota, estrela do Liverpool, morre aos 28 anos em acidente de carro na Espanha

O atacante português Diogo Jota, de 28 anos, jogador do Liverpool, faleceu tragicamente na manhã desta quinta-feira (03) em um grave acidente de carro na província de Zamora, na Espanha. O internacional português estava ao volante do veículo ao lado do irmão, André, de 26 anos, que também morreu no local. O acidente ocorreu próximo à cidade de Sanabria, a poucos quilômetros da fronteira portuguesa e da Reserva Natural de Montesinho. De acordo com o serviço de emergências de Castela e Leão, o carro em que Jota viajava saiu da estrada na autoestrada A-52, pegando fogo em seguida e provocando chamas também na vegetação ao redor. Equipes médicas e bombeiros foram mobilizados ainda nas primeiras horas do dia, mas confirmaram os óbitos no local. Segundo a Guarda Civil, um estouro de pneu no Lamborghini em que os irmãos viajavam pode ter causado a perda de controle do veículo, gerando o incêndio. Não havia outros veículos envolvidos, e as autoridades abriram uma investigação judicial para apurar todos os detalhes do acidente. A tragédia aconteceu menos de duas semanas depois de Jota se casar com a companheira de longa data, Rute Cardoso, com quem tinha três filhos, o mais novo nascido no fim do ano passado. O casal havia oficializado a união em Portugal há apenas 11 dias. Carreira de destaque Nascido no Porto em 1996, Diogo José Teixeira da Silva — nome completo de Jota — iniciou a carreira no Gondomar, despontando depois no Paços de Ferreira, antes de se transferir para o Atlético de Madrid em 2016. Após empréstimos ao FC Porto e ao Wolverhampton, fixou-se na Premier League pelo Wolves, de onde se transferiu em 2020 para o Liverpool, por cerca de €44,7 milhões. Em Anfield, Jota se consolidou como uma peça fundamental do elenco, disputando 398 partidas, com 136 gols e 66 assistências. Foi campeão da Premier League na atual temporada, além de conquistar duas Copas da Liga e uma FA Cup. Pela Seleção Portuguesa, acumulou 49 jogos, 14 gols e 12 assistências, destacando-se ao vencer duas edições da Liga das Nações — a última delas neste ano, em vitória sobre a Espanha nos pênaltis. Repercussão e homenagens O Liverpool FC divulgou nota oficial afirmando estar “devastado com o trágico falecimento” do jogador e pediu respeito à privacidade da família. O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, lamentou profundamente a morte de Jota e de seu irmão. Outras personalidades, como Cristiano Ronaldo e Jamie Carragher, também prestaram homenagens ao jogador nas redes sociais, enaltecendo sua dedicação, talento e espírito coletivo. As investigações sobre as circunstâncias do acidente seguem em andamento pelas autoridades espanholas, e o relatório final deve ser encaminhado à Justiça nos próximos dias. Fonte: Mirror Online, www.football-espana.net

Ajuda humanitária em Gaza: novo modelo rompe o controle do Hamas e provoca disputa política

A recente mudança no esquema de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza vem gerando tensões entre grupos extremistas, organismos internacionais e entidades de direitos humanos. O novo sistema, que direciona alimentos e suprimentos diretamente à população civil, sem a intermediação do Hamas, conseguiu entregar cerca de 56 milhões de refeições em apenas um mês, segundo dados divulgados por organizações envolvidas no processo. O Hamas, que historicamente controlava a maior parte da ajuda humanitária, vinha confiscando alimentos e medicamentos para sustentar seus próprios combatentes, além de revender o restante à população faminta a preços abusivos. Há ainda relatos de que armas e equipamentos militares entravam disfarçados nos caminhões de ajuda, diante da fiscalização falha do sistema anterior. Agora, com a inspeção reforçada e a entrega feita diretamente aos civis, o grupo terrorista perde não apenas recursos, mas também sua capacidade de usar a fome como instrumento de controle político. É exatamente isso que tem gerado forte reação por parte do Hamas e de seus apoiadores, além de preocupações dentro de organizações como a ONU e algumas ONGs, que temem a lentidão e a burocracia do novo método. No entanto, especialistas afirmam que a demora provocada pela fiscalização rigorosa acaba salvando vidas, ao evitar que armas ou suprimentos militares sejam camuflados junto com a comida e destinados às milícias do Hamas. Para os civis, o modelo representa um alívio inédito, ao garantir que a ajuda chegue de fato a quem mais precisa. Conforme publicado pelo perfil oficial da Global Humanitarian Foundation, que coordena parte dessa operação, “eles nos odeiam porque nosso modelo está funcionando“. A fundação ainda destacou que o Hamas vem tentando sabotar o novo sistema e até ameaçar colaboradores, mas que não pretende recuar: “Pela primeira vez, a comida vai para os civis, não para organizações terroristas“. Nos bastidores diplomáticos, cresce a pressão de algumas agências internacionais para retomar o sistema antigo, porém analistas avaliam que essa mudança seria um retrocesso, recolocando o Hamas no centro do controle e prolongando ainda mais o sofrimento da população de Gaza.

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