Decisões do STF contra redes sociais provocam investigação dos EUA sobre violações comerciais no Brasil; Pix e etanol na mira

O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) anunciou nesta terça-feira (15) a abertura de uma investigação sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 contra o Brasil. A iniciativa, respaldada pela administração do presidente Donald Trump, tem como alvo práticas comerciais que, segundo o governo americano, estariam prejudicando empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores dos Estados Unidos. Motivos da investigação O USTR informou que apurará se políticas, atos e práticas brasileiras são “irracionais ou discriminatórios” e se impõem ônus ou restrições ao comércio com os EUA. Entre os principais pontos de preocupação estão: Declaração oficial Em nota oficial, o representante comercial adjunto, Jamieson Greer, declarou: “Sob a orientação do presidente Trump, estou iniciando uma investigação nos termos da Seção 301 sobre os ataques do Brasil às empresas americanas de mídia social, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos dos EUA.” Próximos passos O USTR abrirá uma consulta pública nos Estados Unidos para receber comentários e avaliar o impacto das medidas brasileiras. As datas previstas são: Base legal A Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 permite que os Estados Unidos investiguem e respondam a práticas comerciais estrangeiras consideradas desleais, com ou sem respaldo da Organização Mundial do Comércio (OMC). O mecanismo foi amplamente utilizado durante o primeiro mandato de Trump, especialmente contra a China.
Pressione Putin ou pague o preço: OTAN ameaça o Brasil com sanções se não exigir fim da guerra

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, declarou hoje que Brasil, China e Índia podem ser alvo de sanções econômicas severas caso continuem comprando petróleo e gás da Rússia sem pressionar Moscou a aceitar negociações de paz com a Ucrânia. Em declarações feitas em Washington após reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Rutte afirmou que as sanções secundárias podem incluir tarifas de até 100% sobre produtos russos adquiridos por esses países. “Se você for o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda estiver negociando com os russos e comprando seu petróleo e gás, saiba que aplicaremos sanções secundárias de 100%“, disse Rutte em entrevista coletiva no Capitólio, em 15 de julho. “Meu incentivo a esses três países, em particular, é que analisem isso com seriedade, porque pode ser muito prejudicial. Por favor, liguem para Vladimir Putin e digam que ele precisa levar as negociações de paz a sério, porque, caso contrário, isso vai prejudicar o Brasil, a Índia e a China de forma massiva.” A declaração ocorre no contexto da nova ofensiva diplomática dos Estados Unidos, que busca aumentar a pressão econômica sobre Moscou. No início da semana, o presidente Trump havia anunciado que, caso a Rússia não aceite iniciar um processo formal de paz nos próximos 50 dias, seu governo imporá tarifas comerciais severas contra países que mantêm relações econômicas com o regime de Vladimir Putin. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump já havia informado a aplicação de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA, a partir de 1º de agosto, como retaliação por decisões do governo brasileiro consideradas “hostis” à administração anterior americana. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, cerca de 65% do diesel importado pelo Brasil em 2024 teve origem na Rússia, o que coloca o país em situação de vulnerabilidade diante de eventuais sanções ocidentais. A reação russa veio por meio do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que classificou as ameaças como “muito sérias” e afirmou que o governo russo está avaliando a situação. Já Dmitry Medvedev, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, minimizou a declaração e disse que “a Rússia não se importa“. Até o momento, o Palácio do Planalto não emitiu resposta oficial às declarações da OTAN. Fontes diplomáticas indicam que o governo brasileiro avalia os possíveis impactos comerciais e geopolíticos do cenário, com reuniões previstas entre os Ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Defesa. Fontes consultadas:Coletiva de imprensa de Mark Rutte (15/07/2025)Declarações do presidente Donald Trump à imprensa norte-americanaDados de importação – Ministério de Minas e Energia (Brasil)
Putin acuado? Trump ameaça devastar economia russa com tarifa global

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (14) que imporá “tarifas secundárias” de até 100% a países que continuarem a negociar com a Rússia caso Moscou não assine um acordo de cessar-fogo na Ucrânia dentro de 50 dias. Paralelamente, um acordo sem precedentes foi fechado com o envio de sistemas de defesa aérea Patriot a parceiros da OTAN, cujo funcionamento será pago pelos próprios aliados. Essas medidas foram anunciadas durante evento na Casa Branca, com presença do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que reforçou o recado: “Se eu fosse Putin hoje, reconsideraria levar a sério as negociações“. O gesto marca uma guinada na política americana: Trump, que até então adotava tom mais favorável a Moscou, agora endurece o discurso, citando decepção com a continuidade dos bombardeios russos — “ele falava tão bem, e depois explodia prédios à noite“. A Rússia reagiu com cautela, com o ministro Lavrov afirmando que Moscou “sem dúvida suportará as novas sanções” e exigindo clareza sobre as motivações de Trump. Já o vice-ministro Ryabkov declarou que negociações podem seguir, mas “não sob ultimatos“. Enquanto isso, a ofensiva militar russa foi intensificada, com aumento expressivo de ataques aéreos na Ucrânia: drones e mísseis disparados em junho resultaram no maior número de vítimas civis dos últimos três anos, segundo a ONU. Em conjunto com o pacote de pressão econômica, Trump anunciou que sistemas Patriot fabricados nos EUA serão entregues a parceiros da OTAN — Alemanha, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega, Holanda e Canadá — para fortalecer a defesa ucraniana, com a própria Europa arcando com os custos. O secretário-geral da OTAN enfatizou a rapidez necessária na entrega: “Velocidade é essencial“. Líderes ucranianos celebram o suporte militar, mas criticam o prazo de 50 dias como muito lento, já que ele deixa espaço para mais destruição russa. Por sua vez, a Europa expressa preocupação com o impacto das sanções secundárias, especialmente em nações dependentes do gás russo. A pressão por restrições comerciais tem respaldo no Senado dos EUA: senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal propuseram tarifas de até 500% sobre importações de nações que mantêm relação econômica com Moscou. O projeto, já aprovado na Casa com forte apoio bipartidário, aguarda votação no Senado. Mas analistas alertam que Putin segue firme. Embora o Kremlin tenha apoiadores céticos quanto à eficácia das medidas, o presidente russo permanece determinado a continuar a guerra por concessões territoriais reais — neutralidade da Ucrânia, não ampliação da OTAN e reconhecimento de anexações. Mesmo com os indicadores econômicos russos sofrendo pressão, o Banco Central do país e empresas estatais seguem operando normalmente, apostando na resiliência financeira que a Rússia já demonstrou em sanções anteriores. Fontes: Wall Street Journal, India Today
Aliado estratégico de Lula é alvo de investigação por corrupção na Argentina

O ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, foi formalmente denunciado pelo Ministério Público por negociações incompatíveis com o exercício da função pública, com base em contratos firmados durante seu mandato (2019–2023). A acusação, revelada pela revista Crusoé, aponta que Fernández teria atuado para beneficiar economicamente aliados próximos, em prejuízo do Estado, por meio de direcionamento de contratos públicos. A denúncia é sustentada por trocas de e-mails, documentos oficiais e depoimentos de ex-integrantes do governo. Um dos principais elementos do processo envolve um decreto de dezembro de 2021, que obrigava todos os órgãos do Estado a contratar seguros exclusivamente com a Nación Seguros S.A., liderada por Alberto Pagliano, amigo pessoal de Fernández. Com isso, corretores como Héctor Martínez Sosa, marido de sua secretária privada, teriam lucrado de forma desproporcional — ele sozinho recebeu cerca de 2,25 bilhões de pesos, cerca de 60% de todas as comissões da seguradora naquele período. O juiz federal Sebastián Casanello implicou mais 33 pessoas e determinou o bloqueio de bens do ex-presidente no valor de US$ 11 milhões. A decisão judicial considera o esquema como um “cartel” no setor público de seguros, e as investigações também abrangem suspeitas de lavagem de dinheiro, corrupção e movimentações financeiras via cooperativas e fideicomissos ligados ao entorno de Fernández. Fernández, que poderá apresentar defesa antes de eventual julgamento, afirma ser vítima de perseguição política. Em nota oficial, declarou: “Esta ação judicial carece de fundamento e faz parte de uma ofensiva contra lideranças progressistas. Alberto Fernández sempre atuou com total transparência e respeito à legalidade“. Esta já é a segunda denúncia relevante contra o ex-presidente — em abril de 2025, ele foi acusado por violência de gênero contra sua ex-esposa, Fabiola Yañez, em processo confirmado por tribunal de segunda instância. A proximidade política entre Fernández e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ambos entusiastas de projetos de integração como a UNASUL e o fortalecimento do Mercosul, torna o caso especialmente sensível. Embora o Palácio do Planalto não tenha se manifestado oficialmente, aliados do governo brasileiro buscam minimizar o impacto diplomático. Para analistas, o episódio expõe a fragilidade da chamada “nova onda progressista” latino-americana, num momento em que outras lideranças da região, como Cristina Kirchner, também enfrentam sérias acusações. “Essa denúncia coloca em xeque a credibilidade de quem defende a cooperação regional, ao mesmo tempo em que fortalece setores críticos aos governos de esquerda na América do Sul“, avalia a cientista política Mariana Cabral, da Universidade de Buenos Aires. Fonte: oantagonista.com.br
Senador Lindsey Graham alerta China, Índia e Brasil: “Vocês vão se machucar muito se continuarem ajudando Putin”

O senador norte-americano Lindsey Graham intensificou a pressão contra países que mantêm laços comerciais com a Rússia, apontando China, Índia e Brasil como financiadores indiretos da “máquina de guerra” de Vladimir Putin. Em entrevista à CBS News, Graham afirmou que esses países, ao comprarem petróleo e outros recursos russos, ajudam a sustentar a economia russa em meio à guerra na Ucrânia. Ele defendeu um projeto de lei no Congresso dos EUA que autorizaria o presidente Donald Trump a impor tarifas de até 500% sobre produtos de nações que negociam com Moscou, alertando para “sérias consequências” caso a cooperação continue. O projeto, que segundo Graham conta com amplo apoio de 84 ou 85 senadores, busca pressionar países a escolher entre manter relações comerciais com a Rússia ou com os Estados Unidos. A proposta concede ao presidente flexibilidade para suspender as tarifas por até 180 dias, com revisão congressional, mas reflete uma postura agressiva contra nações que não aderiram plenamente às sanções ocidentais contra a Rússia. Graham destacou que Trump apoia a iniciativa, mas deseja controle total sobre as decisões de política externa. Críticos, no entanto, alertam para os riscos de uma guerra comercial global. O Washington Post apontou em um artigo no mês passado que as sanções poderiam atingir não apenas China, Índia e Brasil, mas também aliados como Turquia, Japão, Coreia do Sul e membros da União Europeia, que continuam importando recursos russos. Além disso, os próprios EUA dependem de urânio russo, o que levanta questionamentos sobre a coerência da proposta. Economistas temem que tarifas tão elevadas prejudiquem a economia americana, elevem preços domésticos e alienem parceiros estratégicos, especialmente em um momento de tensões geopolíticas. Brasil No caso do Brasil, as exportações de produtos agrícolas e minerais para a Rússia, além da importação de diesel e de fertilizantes, têm sido pontos de atrito. A implementação das sanções, no entanto, depende da aprovação final do projeto e da decisão de Trump, que pode optar por ajustes para evitar rupturas comerciais. Além dos fertilizantes, o Brasil tem importado quantidades significativas de diesel da Rússia, especialmente desde 2023, após o embargo da União Europeia aos produtos petrolíferos russos devido à invasão da Ucrânia. Dados oficiais e relatórios indicam que a Rússia se tornou o maior fornecedor de diesel para o Brasil, superando os Estados Unidos, que historicamente dominavam esse mercado. Em 2023, as importações brasileiras de diesel russo aumentaram drasticamente, atingindo 6,1 milhões de toneladas, um salto de 6.000% em relação às 101 mil toneladas de 2022, segundo o Financial Times. Em termos de valor, as importações de diesel russo cresceram 4.600%, de US$ 95 milhões em 2022 para US$ 4,5 bilhões em 2023. No primeiro semestre de 2024, cerca de 63,6% do diesel importado pelo Brasil veio da Rússia, conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Em maio de 2024, essa participação chegou a 82%, embora o preço do diesel russo tenha perdido parte de sua competitividade, com a diferença de preço em relação ao diesel americano caindo de US$ 0,30 para US$ 0,07 por litro. O aumento se deve principalmente ao preço mais baixo do diesel russo, que chegou a ser R$ 0,22 mais barato por litro (-5,9%) em relação ao mercado internacional, permitindo à Rússia conquistar mercados como o Brasil após perder compradores na Europa. O Brasil, que importa cerca de 30% do diesel que consome, encontrou no combustível russo uma alternativa para manter preços domésticos mais baixos, especialmente para o setor de agronegócio e transporte, que dependem fortemente desse combustível. No entanto, as sanções propostas por Lindsey Graham e a pressão da União Europeia podem complicar essas importações, aumentando custos logísticos e riscos de restrições comerciais. A proposta de Graham sinaliza uma nova fase de pressão econômica global com potenciais impactos profundos nas relações internacionais e no comércio mundial. Fontes: FT, Reuters, Reuters II, OilPrice, Valor International, The Washington Post
Rússia atribui a Lula proposta de moeda comum no BRICS

O chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, declarou em entrevista à TV BRICS que a proposta de criar uma moeda comum ou um sistema de pagamentos alternativo ao dólar no âmbito do BRICS foi inicialmente apresentada pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. “Foi o presidente Lula da Silva, na cúpula do BRICS em Joanesburgo, no ano passado, que iniciou o debate trabalhado pela presidência russa sobre sistemas de pagamento alternativos”, afirmou Lavrov. O chanceler também comentou sobre o andamento das discussões: “Como já disse, houve progresso, mas é preciso levá-lo à sua conclusão lógica para que surjam mecanismos prontos para serem usados. Não tenho dúvidas de que nossos colegas brasileiros dedicarão o máximo de energia a essa questão.“ Origem da proposta A proposta foi apresentada por Lula durante a 15ª Cúpula do BRICS, realizada entre 22 e 24 de agosto de 2023, em Joanesburgo, África do Sul. Na ocasião, o presidente brasileiro defendeu um sistema financeiro internacional menos dependente do dólar, com uso ampliado de moedas locais entre os países do bloco. A proposta passou a fazer parte da agenda do BRICS, e a entrevista de Lavrov, concedida em Moscou em 2 de novembro de 2024, confirmou a continuidade do tema sob a presidência russa. Veja mais: Lula estica a corda com Washington — e Trump responde com a lâmina – Danuzio O tabuleiro está a postos: as sanções sobre o Brasil eram uma jogada previsível – Danuzio Brasil: O próximo pária internacional – Danuzio Repercussão internacional Em novembro de 2024, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que poderia impor tarifas de até 100% sobre produtos oriundos de países que apoiassem moedas alternativas ao dólar. Em julho de 2025, voltou a afirmar que considerava aplicar tarifas adicionais de 10% contra nações que seguissem essa direção. Durante declaração oficial, Lula afirmou: “Somos países soberanos e não aceitamos intromissão de quem quer que seja. Não queremos contencioso; queremos apenas que nossos países possam progredir.“ Cúpula de 2025 e encaminhamentos A 17ª Cúpula do BRICS foi realizada nos dias 6 e 7 de julho de 2025, no Rio de Janeiro. O encontro reuniu os chefes de Estado dos países-membros e resultou na assinatura de uma declaração conjunta com compromissos em diversas áreas, incluindo finanças. O comunicado final reafirmou o interesse dos países em ampliar o uso de moedas locais no comércio bilateral e fortalecer a cooperação financeira. Não houve anúncio de uma moeda comum formal, mas foi acordado o aprofundamento dos estudos técnicos sobre mecanismos de pagamento e compensação entre os bancos centrais. O Brasil segue na presidência do BRICS até dezembro de 2025 e deverá coordenar relatórios com propostas nessa área. A presidência do bloco será assumida pela Índia em 2026.
UE sobe o tom e acusa China de manipular comércio internacional

Na última terça-feira (08), a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, acusou a China de distorcer o comércio e dificultar o acesso de empresas europeias ao mercado chinês. A declaração foi dada ao Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo. A parceria entre China e Europa precisa de “menos distorção de mercado, menos excesso de produção exportado, e mais acesso justo e recíproco para as empresas europeias“, defendeu von der Leyen. Ela afirmou que o país asiático “inundou o mercado com produtos baratos e subsidiados“, o que permitiu a Pequim dominar diversos setores, de painéis solares a refino mineral. “Indústrias ocidentais inteiras fecharam“, afirmou a dignitária. Comentando as dificuldades enfrentadas pelas firmas europeias ao acessar o mercado chinês, von der Leyen classificou o sistema de compras públicas chinês como “explicitamente manipulado“. Segundo ela, qualquer produto “made in China” recebe automaticamente 20% de vantagem nas licitações locais. “É completamente injusto“. A China não respondeu oficialmente às declarações. As palavras da chefe do braço executivo da União Europeia sobem ainda mais o tom já tenso entre as partes. No final de julho, nos dias 24 e 25, uma delegação europeia, liderada por von der Leyen e Antônio Costa, presidente do Conselho Europeu, será recebida por seus homólogos chineses em Pequim e outras cidades. A China, porém, já anunciou o cancelamento de parte do encontro. Os pontos de divergência que dificultam o entendimento são diversos, mas central entre eles está a interrupção da exportação de terras raras por parte de Pequim, que atingiu de maneira severa diversos setores da indústria europeia. Bruxelas, por sua vez, vem impondo tarifas significativas sobre a importação de veículos elétricos chineses, os quais acusa de receberem subsídios governamentais que distorcem seu preço. No início deste ano, analistas acreditaram que o receio mútuo do tarifaço imposto por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pudesse estimular uma aproximação entre China e UE. Até este momento, porém, as esperanças não se materializaram. Fontes: Bloomberg, Yahoo Finance, Caliber
EUA reestabelecem oficialmente a ajuda militar à Ucrânia contra a Rússia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky informou nessa sexta-feira (11), em Roma, que a ajuda militar dos Estados Unidos foi oficialmente restabelecida, restaurando os envios após uma breve pausa que gerou apreensão em Kiev. A declaração ocorreu durante sua participação na Conferência de Recuperação da Ucrânia, onde Zelensky destacou que os sinais políticos vindos de Washington foram claros e favoráveis ao retorno dos suprimentos militares. A suspensão da assistência havia sido determinada de forma repentina pelo Pentágono, sem comunicação prévia ao presidente norte-americano, incluindo o corte de itens vitais como mísseis interceptadores Patriot e munições de 155mm para obuses. A medida, segundo fontes, surgiu por preocupações internas relacionadas ao esgotamento de estoques militares — uma decisão que surpreendeu Kiev e gerou críticas no Congresso dos EUA. Zelensky relatou que conversas com senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal resultaram em compromissos concretos para a retomada do apoio militar e ampliação dos sistemas de defesa aérea. Especialmente drones interceptadores, para conter o avanço dos frequentes ataques russos, que já somam centenas de drones e mísseis disparados contra a Ucrânia. Durante o encontro, Zelensky comentou também que anunciou acordos com Alemanha e Noruega para o envio de sistemas Patriot — com Berlim financiando duas baterias e Oslo, uma — reforçando uma rede coordenada de defesa ocidental. O presidente Trump confirmou que ordenou o reenvio de armas para Kiev, incluindo pacotes de equipamentos considerados críticos pela Ucrânia, e sinalizou que o custo total dessas entregas será coberto integralmente pelos países da OTAN. O pacote militar, ainda em definição, deve incluir sistemas Patriot, foguetes guiados GMLRS e munições de artilharia. Esta foi a primeira vez em seu mandato que Trump utilizou o poder presidencial para enviar armas diretamente aos ucranianos. A reviravolta no apoio americano se dá em meio à pior onda de bombardeios russos registrada desde o início da invasão. Na manhã de quinta-feira (11), a Ucrânia enfrentou uma série sem precedentes com 728 drones Shahed e 13 mísseis lançados contra o território, seguida por outro ataque massivo com 400 drones e 18 mísseis horas depois. Autoridades ucranianas confirmam que os sistemas de defesa interceptaram a grande maioria desses ataques, mas reforçam que o reabastecimento de munições e unidades de interceptação é urgente para evitar mais danos e vítimas civis. A retomada da ajuda também ganhou repercussão no Senado dos EUA, onde o Comitê de Serviços Armados aprovou US$ 500 milhões em assistência militar para 2026, reforçando o comprometimento legislativo com a Ucrânia. Zelensky expressou gratidão: “Recebemos todos os sinais políticos necessários. Agora temos detalhes e calendário para novas entregas. É essencial implementar isso rapidamente para proteger nosso povo e posições”. Fontes: Reuters, Reuters, CNN, The Times
Soberania acima de tudo: Trump impõe nova política migratória à África Ocidental

O presidente Donald Trump, em evento realizado na Casa Branca de 9 a 11 de julho de 2025, reuniu-se com cinco presidentes da África Ocidental — de Senegal, Libéria, Guiné-Bissau, Mauritânia e Gabão — para pressioná-los publicamente a aceitarem a devolução de migrantes deportados dos EUA, mesmo quando seus países de origem se recusam a recebê-los. Esse movimento marca uma expansão explícita da política “America First” que prioriza acordos multilaterais para acelerar deportações, utilizando na prática o conceito de “safe third country” ou terceiro país seguro. O “safe third country” é um país que não é o país de origem do solicitante de asilo, nem o destino final pretendido (por exemplo, os EUA), mas que é considerado seguro o suficiente para que a pessoa aguarde ali o julgamento do seu pedido de refúgio ou seja deportada para esse local. De acordo com um documento interno do Departamento de Estado citado pela imprensa, essas nações seriam responsáveis por “transferência digna, segura e em tempo hábil” de migrantes, comprometendo-se a não remetê-los aos países de origem até que seus pedidos de asilo nos EUA sejam julgados. A Libéria chega a se preparar para acolher parte desse fluxo em sua capital, Monróvia. Durante o encontro, Trump ressaltou que pretende deslocar o relacionamento EUA‑África de um formato de ajuda — que era viabilizada pela USAID, que foi extinta sob sua gestão — para um modelo focado em comércio, investimento e segurança, sobretudo em recursos minerais estratégicos. Ele destacou que seu objetivo principal era reduzir “altas taxas de permanência além do visto” e avançar nos acordos de “safe third country”. O encontro, descrito como um minicúpula africana, também tratou da competição geopolítica com Rússia e China. Analistas da Brookings e outros centros apontam que Trump usa a estratégia migratória como alavanca para elevar sua presença diplomática na região e atrair investimentos americanos ao lado da agenda de segurança e recursos naturais. Fonte: Reuters.com e Semafor
Lula estica a corda com Washington — e Trump responde com a lâmina

O consórcio Lula/STF resolveu testar os limites com os Estados Unidos — e agora colhe a reação. Nesta quarta-feira (09), o presidente Donald Trump oficializou, por meio de uma carta enviada a Luiz Inácio Lula da Silva, a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que entrarem em solo americano a partir de 1º de agosto de 2025. A medida atinge desde commodities básicas, como café e carne, até setores estratégicos, como o siderúrgico e o aeronáutico. Mas mais do que um gesto comercial, a decisão é a fatura que começa a ser cobrada da política externa lulista, saudosa de um “Sul Global” que vive mais nos discursos do que na realidade. Na carta, Trump criticou abertamente o Supremo Tribunal Federal, condenou as ações de censura a cidadãos em plataformas digitais e classificou a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro como “vergonha internacional“. O republicano ainda invocou a chamada Seção 301, instrumento jurídico que autoriza medidas unilaterais contra países que adotam práticas consideradas injustas ou hostis aos interesses americanos. O Brasil, segundo ele, cruzou essa linha ao sufocar a liberdade de expressão e violar acordos comerciais. Caso Lula não abaixe as orelhas para o Tio Sam, o impacto será duro. Só em 2024, o Brasil exportou mais de US$ 16 bilhões para os EUA. Com a nova tarifa, a competitividade desses produtos vai por água abaixo. E quem vai pagar o preço? Não será o Itamaraty, nem os ministros do Supremo. O custo recai sobre o produtor rural, o exportador que depende daquele mercado, o pequeno empresário que apostava nos Estados Unidos para crescer. E, no fim da cadeia, está o consumidor comum. O cidadão que vai ao supermercado e sente no bolso a alta do dólar, o trabalhador que depende de empregos no agronegócio e na indústria, o jovem que sonha com oportunidades num país que exporta mais do que slogans populistas. E o dólar reagiu imediatamente. Subiu 1,05% logo após o anúncio e, na quinta-feira (10), abriu novamente em alta, ultrapassando os R$ 5,54 — maior valor desde o fim de junho. O risco-Brasil também disparou, e a B3 operou em queda, com destaque negativo para setores diretamente atingidos pela tarifa. As ações da Embraer caíram, os papéis da Gerdau recuaram, e o ETF brasileiro EWZ foi impactado no pré-mercado em Nova York. O Brasil real, que precisa vender para crescer, começa a entender que diplomacia não é terreno para palanque petista. O duro golpe americano recai sobre um parceiro comercial incômodo, que não apenas age contra os interesses dos Estados Unidos — como enfatizou Trump — mas, sobretudo, contra os interesses mais básicos de seu próprio povo. Em vez de fortalecer laços com democracias consolidadas, o regime brasileiro escolheu um caminho arriscado, se aproximando de regimes autoritários: afagos a Irã, Venezuela e Cuba; declarações desastrosas em apoio à invasão criminosa da Rússia à Ucrânia; bajulações ao regime chinês — incluindo até a declaração de amor de Gilmar Mendes no STF, que afirmou publicamente a admiração de todos da corte pelo regime opressor oriental; hostilidade explícita a Israel; e um afastamento cada vez maior das verdadeiras democracias. O BRICS, por sua vez, virou um clubinho dos ressentidos, onde governos autoritários se elogiam, conspiram contra a liberdade de imprensa, rejeitam o pluralismo político e sonham com um mundo sem dólar. Trump, inclusive, já avisou que os países do bloco deverão ser alvo de uma tarifa adicional de 10%, ainda neste ano. A resposta de Lula, até agora, foi previsível: devolveu a carta e classificou o conteúdo como ofensivo. O Itamaraty fala em retaliação e reciprocidade, o que, se levado adiante, só agravará a situação do comércio bilateral. Enquanto isso, empresários de setores estratégicos, como calçados, siderurgia, papel e celulose, já alertam para o risco de retração nas exportações, demissões em massa e fuga de investimentos. Mas a economia mundial não funciona com base em discursos de auditório da UNE. Ela exige previsibilidade, segurança jurídica e responsabilidade institucional — tudo o que o Brasil do consórcio Lula/STF tem rejeitado nos últimos tempos. Na última cúpula do BRICS, Lula disparou que “o mundo não quer um imperador“. É verdade que a frase, dirigida a Trump, soou bem entre seus próprios militantes. O problema é que, enquanto o petista discursava, o Tio Sam tomava nota. A verdade incontestável é que o PT — junto com aqueles que lhe garantem apoio e retaguarda para brincar de revolução — faz um mal incalculável ao Brasil. Não apenas internamente, com sua obsessão pelo controle, pelo aparelhamento e pela criminalização do pensamento livre, mas também externamente, ao isolar o país em nome de seu “sonho stalinista“. Enquanto o mundo avança, o Brasil recua agarrado aos seus colegas de ditadura, levando junto milhões de brasileiros que só querem trabalhar, produzir e viver com dignidade. E, como sempre, quem pagará a conta não serão os que discursam em Brasília, mas os que carregam o país nas costas.