Investigação da PF aponta “pedágio” de até 12% em emendas e cita líder do governo Lula

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Underhand, que revelou um sofisticado esquema de desvio de emendas parlamentares no Ceará, paralisando recursos federais e implicando prefeituras e políticos. Segundo os investigadores, prefeituras necessitavam pagar um “pedágio” de até 12% do valor da emenda para que os recursos fossem liberados — prática considerada uma corrupção institucionalizada. O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) é apontado como articulador central da organização criminosa, operando em conluio com municípios que receberam verbas direcionadas para contratos superfaturados e empresas amigas. O esquema teria incluído o repasse a suas campanhas eleitorais em 2024, alimentado por execuções fraudulentas de obras e serviços. Além de Júnior Mano, o inquérito cita parlamentares como José Guimarães (PT-CE) — líder do governo Lula na Câmara — Eunício Oliveira e Yuri do Paredão (MDB-CE), embora sem mandados contra eles. A investigação baseia-se em áudios interceptados entre agentes do esquema, como o prefeito eleito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB) — que agora está foragido — e operadores ligados ao deputado. Em um trecho citado pela PF, fala-se de uma emenda de R$ 1,5 milhão para a saúde em Choró, com previsão de 12% de “pedágio”, ou seja, cerca de R$ 180 mil desviados. Outro áudio, do mesmo grupo, menciona negociações envolvendo José Guimarães. Embora seu nome seja citado, o líder do governo negou qualquer vínculo com o esquema ou com assessores suspeitos (Investidores Brasil). A operação já resultou em buscas nos gabinetes de Brasília, residências oficiais e na cidade de Fortaleza, além de bloqueio de contas bancárias e afastamentos de servidores. O ministro Gilmar Mendes, do STF, autorizou a investigação e, com base nos áudios, determinou que a PF deve aprofundar apurações, inclusive sobre parlamentares com foro privilegiado. O inquérito integra uma frente nacional que já conta com mais de 40 investigações da PF sobre desvio e manipulação de emendas parlamentares, envolvendo bilhões em recursos federais distribuídos por meio de orçamentos secretos e com uso político das verbas.

“Meu filho não era homossexual”, afirma família de adolescente espancado em Manaus

Um crime brutal chocou a população do bairro Gilberto Mestrinho, na Zona Leste de Manaus. Fernando Vilaça da Silva, um adolescente de 17 anos, morreu nesse sábado (5) após ser violentamente espancado por um grupo de jovens na quarta-feira (2). A agressão, que resultou em traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral, é investigada pela Polícia Civil do Amazonas como possível crime de ódio motivado por homofobia. Segundo familiares e testemunhas, Fernando, descrito como um jovem tranquilo e querido, era alvo recorrente de ofensas homofóbicas. No dia do crime, ele saiu de casa para comprar leite quando foi insultado com termos como “viadinho” por outros jovens. Ao questionar os agressores, Fernando foi atacado com socos, chutes e golpes na cabeça, conforme registrado em vídeos de testemunhas que circulam nas redes sociais. As imagens mostram o adolescente caído e os agressores fugindo. Socorrido, Fernando foi levado ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo e, posteriormente, transferido para o Hospital João Lúcio, onde passou por cirurgia. Apesar dos esforços médicos, ele não resistiu aos ferimentos. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou a gravidade das lesões. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) já identificaram os suspeitos, todos adolescentes, e seguem com diligências para localizá-los. A investigação também considera a prática de bullying como fator agravante. O MDHC, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, lamentou a morte, reforçando que crimes de LGBTQIAfobia são equiparáveis a racismo pelo Supremo Tribunal Federal. A Defensoria Pública do Amazonas e a OAB-AM também se manifestaram, cobrando rigor na apuração e combate à violência homofóbica. Familiares, em luto, pedem que o caso não seja esquecido. “Ele só queria viver. Queremos justiça“, desabafou o irmão de Fernando, Gutemberg Vilaça. Em um comunicado enviado ao Portal do Holanda, a família se manifestou após a cobertura da imprensa, segue o comunicado na íntegra: “Comunicado FAMÍLIA VILAÇA Comunicação a quem está acompanhando o caso Fernando Vilaça, o meu filho NÃO ERA HOMOSSEXUAL, as falas dos agressores eram SIM homofóbicas e preconceituosas, estão alegando que meu filho era homossexual, e até alegando que ele era uma pessoa trans, ELE NÃO ERA, e mesmo se ele fosse, NINGUÉM tem o direito de opinar na vida de ninguém, e isso não deixa de ser um caso grave de homofobia e bullying. Fontes: SBTnews, Contilnet, Radar Amazonico, Portal do Holanda

Governo petista do Piauí é acusado de inflar dados e operar programas fantasmas para desviar verbas da saúde

O governo do petista Rafael Fonteles, no Piauí, está no centro de um esquema milionário de manipulação de dados e desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com investigações da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), a gestão estadual — em parceria com prefeituras aliadas — criou uma rede de programas de saúde “fantasmas” e inflou artificialmente o número de atendimentos médicos, exames e procedimentos para captar mais recursos federais. A operação identificou que municípios como Miguel Alves, José de Freitas, Uruçuí, Altos, Palmeirais e União apresentaram índices irreais de produção ambulatorial e hospitalar, incompatíveis com sua capacidade física e populacional. Essas prefeituras figuraram entre as que mais receberam recursos per capita, superando até capitais em alguns indicadores de atendimento. Auditorias apontam que a fraude se deu por meio de inserções forjadas nos sistemas SIA/SUS e e-SUS, registrando consultas, exames, internações e visitas domiciliares que nunca ocorreram. Em muitos casos, os registros eram feitos por profissionais que não residiam ou não exerciam atividade no município — alguns sequer tinham registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) ou no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Empresas terceirizadas, organizações sociais (OSs) e entidades “parceiras” com vínculos políticos foram utilizadas para justificar as atividades e simular a prestação de serviços. Diversas dessas entidades possuíam vínculos com políticos locais, inclusive com nomes ligados ao ex-governador Wellington Dias, hoje ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula. De acordo com dados do TCU, apenas entre 2020 e 2023, o volume de recursos transferidos para ações de saúde em municípios do Piauí subiu 218%, com destaque para repasses via emendas parlamentares de relator-geral, conhecidas como orçamento secreto. Fonteles, que assumiu o governo em 2023 prometendo “gestão técnica e inovação digital“, manteve e expandiu essas práticas herdadas da administração petista anterior, amparando-se em estruturas regionais já montadas para inflar resultados e garantir acesso ampliado a verbas federais. Em paralelo, contratos milionários com agências de publicidade asseguram à sua gestão uma blindagem midiática em grande parte dos veículos de imprensa locais, que evitam cobrir o escândalo com profundidade. O cruzamento de dados revelou, por exemplo, que cidades com menos de 20 mil habitantes declararam mais atendimentos de saúde da família do que capitais como Fortaleza ou Salvador, o que levantou suspeitas de triangulação de dados com outros sistemas, inclusive com falsificação de prontuários e assinaturas digitais. A Polícia Federal já cumpriu mandados de busca e apreensão, bloqueou contas bancárias e afastou servidores municipais. Estima-se que o prejuízo acumulado possa ultrapassar R$ 500 milhões em quatro anos, apenas no Piauí, com efeitos colaterais diretos na qualidade do atendimento básico de saúde para a população mais pobre. Esquemas antigos Desde 2018, investigações da Polícia Federal e do Ministério Público identificaram indícios de que municípios piauienses estariam apresentando dados falsos aos sistemas do SUS — relatando atendimentos, exames e pessoas atendidas que, na prática, nunca ocorreram. A montagem desses “programas” fantasmas permitiu a abertura de repasses federais adicionais por meio de emendas e do chamado “orçamento secreto“. Municípios com poucos habitantes passaram a figurar entre os maiores beneficiários per capita, sem oferecer o retorno real em saúde . Operação Smart Fake Outra faceta do esquema foi a fraude em linhas de crédito bancário, detonada pela PF em novembro de 2024. Na operação “Smart Fake“, empresas de fachada — muitas com CNPJ baixado — obtiveram empréstimos com documentos falsos, causando um prejuízo estimado em R$ 20 milhões à Caixa Econômica. Embora seja um caso contra banco federal, ele ilustra o modus operandi: falsificar dados para inflar números, conseguindo dinheiro público a partir de informações fraudulentas. Os investigados podem responder por falsificação de documentos, estelionato, superfaturamento, peculato, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Já houve prisões temporárias, busca e apreensão, sequestro de bens e afastamento de servidores públicos. Esse padrão de inflar internações e atendimentos abre a porta para o desvio de recursos sem nenhum benefício real à população. O alerta é claro: a governança do SUS pode ser sequestrada por quem manipula estatísticas.

Brasil divulga vídeo com território ucraniano incorporado à Rússia

Durante a cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, um vídeo distribuído pela equipe oficial do governo brasileiro causou indignação e desconforto na equipe. Nas imagens, foi apresentada de forma gráfica, a anexação de territórios ucranianos atualmente ocupados pela Rússia, incluindo as regiões de Donetsk e Luhansk, anexadas em 2022 com validade jamais reconhecida internacionalmente. O conteúdo circulou nas redes sociais da presidência brasileira, mostrando mapas que incorporavam oficialmente partes do território ucraniano ao domínio da capital russa. Essa inserção explícita aconteceu num momento considerado inapropriado durante a reunião do bloco. A prática foi vista como uma tentativa de reforçar a narrativa de Moscou, sob o pretexto de defender os interesses de segurança legítimos agora estendidos aos membros do bloco. Antes, a Rússia já havia declarado anexações em setembro de 2022 em Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia — referendos cujos resultados foram amplamente rejeitados por 143 países membros da ONU em declaração posterior. No entanto, a exibição do vídeo na cúpula marcou um salto retórico, transformando reivindicações não reconhecidas em parte da agenda visual e midiática do BRICS. O episódio pode servir para isolar ainda mais o bloco, enfraquecendo o apoio implícito às ações russas na Ucrânia. Por outro lado, também ressalta a abertura do BRICS como vitrine para a voz de potências revisionistas, mostrando sua fragilidade normativa frente a disputas militares contemporâneas. Para a diplomacia ocidental, a exibição de símbolos de anexação reflete que o Kremlin não recuou na sua estratégia territorial na Ucrânia. Ainda que a ferramenta usada tenha sido digital, o recado é real e preocupante: a Rússia busca consentimento de países emergentes, mesmo a toque de caixa, para dar contornos visíveis a uma guerra que continua em curso. Fonte: CNN

Gabinete do Amor emplaca pautas no trend topics do X no Brasil

Gabinete do Amor emplaca pautas no trend topics do X no Brasil

Nesta segunda-feira (07), o cenário digital brasileiro está sendo marcado por uma onda de tópicos em alta no X que refletem pautas progressistas, como “RICO TRIBUTADO, 5 MIL ISENTADO, CONGRESSO DA MAMATA, AGORA É A VEZ DO POVO, TAXAÇÃO DOS SUPER RICOS e BRASIL SOBERANO“. Esses temas, que estão em ascensão nas discussões na plataforma, nas últimas horas, já sinalizam a influência e atuação do “Gabinete do Amor“, iniciativa lançada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no dia 2 de julho, para coordenar influenciadores digitais e unificar o discurso governista nas mídias sociais. O “Gabinete do Amor“, anunciado por meio do site “Influenciadores com Lula”, tem como objetivo mobilizar criadores de conteúdo para promover pautas alinhadas ao governo Lula, como justiça fiscal, crítica a privilégios políticos e empoderamento popular. A estratégia busca recuperar o espaço digital, historicamente dominado por narrativas conservadoras e combater a desinformação. Segundo fontes próximas ao PT, a iniciativa já conta com milhares de influenciadores cadastrados, que recebem orientações para criar e compartilhar conteúdo que amplifique as prioridades do governo. Os tópicos em alta no X, que juntos acumulam centenas de milhares de posts, refletem diretamente essas pautas. CONGRESSO DA MAMATA, com cerca de 204 mil menções, critica supostos excessos do Legislativo, enquanto TAXAÇÃO DOS SUPER RICOS (186 mil posts) e 5 MIL ISENTADO ecoam debates sobre políticas tributárias defendidas pelo governo. BRASIL SOBERANO, ligado a discussões sobre Lula e o BRICS, também ganhou força, com cerca de 500 comentários impulsionados por coletivos progressistas. Essa sincronia temática levanta questionamentos sobre a organicidade dos trends. Aqui está o Trend Topics do X, desta segunda-feira: Aqui está um exemplo da atuação do perfil @ColetivoSalaPT. no X: Abaixo, algumas postagens recentes no X que contêm o termo “Tag de Hoje“. As postagens refletem o uso do termo em contexto com pautas progressistas, alinhadas com a atuação do “Gabinete do Amor”, iniciativa do PT para mobilizar influenciadores digitais: Essas postagens ilustram o uso do termo “Tag de HOJE” por perfis com certa visibilidade, como coletivos e influenciadores progressistas, que parecem coordenados para impulsionar hashtags como TAXAÇÃO DOS SUPER RICOS, AGORA É A VEZ DO POVO e CONGRESSO DA MAMATA. A repetição do termo “Tag de HOJE” nesses contextos sugere uma tática deliberada para direcionar o debate online, alinhada com a estratégia do “Gabinete do Amor“. A falta de menções específicas de influenciadores individuais com milhões de seguidores, como celebridades, pode indicar que a mobilização está mais concentrada em perfis políticos ou coletivos, até o momento. Analistas de redes sociais destacam que a rápida ascensão desses tópicos, logo após o lançamento do “Gabinete do Amor“, sugere uma coordenação eficaz. A mobilização de influenciadores permite que pautas específicas ganhem tração rapidamente, criando a ilusão de um movimento orgânico. No entanto, a estratégia também enfrenta críticas. Usuários no X acusam o PT de “cooptar“ o debate online, enquanto apoiadores defendem que a iniciativa apenas organiza vozes já alinhadas com o governo. Embora o impacto do “Gabinete do Amor” seja evidente, a extensão de sua influência ainda é debatida. Se você quer se aprofundar mais sobre esse assunto, não deixe de ler nosso artigo: O “Gabinete do Amor sob a sombra do “Mensalinho do Twitter”, nessa análise esmiuçamos tudo o que conseguimos averiguar, até o momento. Os “Flautistas Mágicos” parecem já estar tocando suas flautas e o refrão já sabemos: “A Tag de HOJE é…”

Trump dispara contra moeda do BRICS e declara apoio a Bolsonaro: recado direto ao Brasil de Lula

A cúpula dos BRICS realizada no Brasil no último domingo (06) se transformou, rapidamente, em palco de uma crise diplomática entre os Estados Unidos e o governo brasileiro. Em meio a uma pauta voltada para a criação de uma nova arquitetura financeira global e a proposta de uma moeda comum entre os países do bloco, o presidente norte-americano Donald Trump respondeu com retaliações comerciais e ataques políticos diretos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Domingo, 6 de julho – Trump anuncia tarifas adicionais Logo na abertura do encontro, Trump declarou que aplicará uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações provenientes dos países do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e seus novos integrantes, como Irã, Egito e Etiópia, caso avancem nas discussões sobre a criação de uma moeda alternativa ao dólar. A justificativa apresentada foi de que o bloco estaria promovendo políticas “antiamericanas” ao questionar o papel hegemônico do dólar nas transações internacionais. A medida foi interpretada como um ataque direto às ambições dos BRICS de reestruturar o sistema financeiro global, que historicamente privilegia os países do Norte Global. Segundo a Reuters e o Wall Street Journal, a resposta dos líderes do bloco foi de indignação, embora cautelosa. A iniciativa de Trump causou preocupação, em especial entre os países que mantêm laços comerciais profundos com os EUA, como Brasil e Índia. Leia mais: Sem China e Rússia, Cúpula do BRICS no Brasil perde a relevância almejada – Danuzio Reação dos BRICS e retórica moderada de Lula Em resposta, os países do BRICS divulgaram uma nota conjunta classificando como “extremamente preocupante” a adoção de barreiras unilaterais, reafirmando o compromisso com o multilateralismo e a reforma das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. Lula, tentando manter uma postura diplomática, evitou ataques frontais. Em pronunciamento oficial, destacou que o Brasil “não nasceu para afrontar ninguém” e que os BRICS têm como objetivo fortalecer a cooperação Sul-Sul. Ainda segundo Lula, a proposta da nova moeda do BRICS não tem como intenção rivalizar com o dólar, mas apenas oferecer alternativas para os países em desenvolvimento lidarem com sanções e volatilidades cambiais. Fontes próximas ao Itamaraty indicaram que o governo brasileiro foi pego de surpresa pelo anúncio de Trump e tentou articular uma resposta conjunta entre os líderes do bloco, com pouca adesão dos países mais alinhados a Washington, como Índia e África do Sul. Segunda, 7 de julho – Lula rejeita interferência No dia seguinte, Trump endureceu ainda mais o tom, dizendo que as tarifas seriam suspensas apenas se os países do BRICS recuassem na “ameaça geopolítica” que representaria a moeda comum. A fala foi considerada por diplomatas brasileiros como chantagem econômica. Em resposta, Lula afirmou que o Brasil “não aceita tutelas de ninguém” e criticou o que chamou de “comportamento imperial” por parte de Washington. Trump defende Bolsonaro e intensifica confronto A tensão aumentou ainda mais quando Trump, em sua rede social Truth, comentou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no” Brasil. O republicano chamou o processo judicial contra Bolsonaro de “caça às bruxas” e afirmou que o Brasil estava “perseguindo um patriota“. “Eles querem prender Bolsonaro por dizer a verdade. Isso é exatamente o que tentaram fazer comigo. Aconteceu comigo, vezes dez“, disse Trump, em referência às acusações criminais que enfrenta nos EUA. Ainda afirmou que o Brasil deveria “deixar Bolsonaro em paz“, criando mal-estar entre os dois governos. Lula reage com firmeza A fala de Trump sobre Bolsonaro foi interpretada no Planalto como uma grave interferência em assuntos internos do Brasil. Lula foi categórico ao rebater: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei“. Analistas políticos apontam que o impasse pode afetar a relação bilateral em diversas frentes. A aplicação de tarifas pode prejudicar setores-chave da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria automotiva, fortemente dependentes do mercado norte-americano. O Brasil é hoje o terceiro maior exportador de produtos agrícolas para os EUA, atrás apenas do México e Canadá. Além disso, o ambiente de tensão pode comprometer o andamento de negociações comerciais e de investimentos, como o acordo Brasil-EUA para cooperação energética assinado no início do ano. A crise entre Brasil e Estados Unidos evidencia os limites da diplomacia brasileira diante de um cenário internacional cada vez mais fragmentado e polarizado. Com Trump adotando uma retórica agressiva e Lula buscando manter a autonomia diplomática do país, o conflito ameaça escalar — tanto no plano comercial quanto político. Se a retórica não for contida por ambos os lados, o risco é de que o incidente evolua para um impasse duradouro, comprometendo não apenas as relações bilaterais, mas a própria credibilidade do BRICS como alternativa global ao sistema liderado pelo Ocidente. Fontes: Revista Oeste, France 24, G1, BBC

Brasil monitora ameaça de Trump à taxação dos BRICS e reforça soberania comercial

Governo brasileiro avalia medidas jurídicas e diplomáticas diante da possível imposição de tarifas pelos EUA contra países do BRICS; lei de reciprocidade já permite resposta proporcional. O governo brasileiro afirmou nesta segunda-feira (07) que avalia “todas as ações possíveis” diante da ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifas adicionais a países integrantes do grupo BRICS. A medida, segundo Trump, se aplicaria a nações “alinhadas a políticas antiamericanas“. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha “com atenção” os desdobramentos das declarações feitas por Trump e que “o Brasil buscará preservar seus interesses comerciais legítimos por todos os meios diplomáticos e legais disponíveis“. Lei permite reação tarifária Em abril deste ano, o Congresso Nacional aprovou, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122/2025), que autoriza o país a retaliar comercialmente medidas unilaterais consideradas prejudiciais às exportações brasileiras. “O Brasil está preparado juridicamente para responder a qualquer medida que viole princípios do comércio internacional ou que prejudique sua competitividade.“—Fernando Haddad, ministro da Fazenda. A nova legislação permite, por exemplo, que o país aplique tarifas equivalentes contra produtos originários de nações que adotarem restrições arbitrárias contra o Brasil, com base nas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Cúpula do BRICS abordou o tema O tema foi discutido durante a cúpula dos BRICS, realizada nesta semana no Rio de Janeiro. Sem citar diretamente os Estados Unidos, a declaração final assinada pelos líderes do grupo expressa “preocupação com medidas comerciais unilaterais” e defende “um sistema multilateral de comércio justo e baseado em regras“. Durante o evento, o presidente Lula afirmou: “Não nos interessa uma guerra comercial. Mas o Brasil defenderá seus interesses de forma soberana e responsável. Se houver taxação de produtos brasileiros, haverá uma reação dentro dos parâmetros legais e internacionais.” — Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil (CNN Brasil, 6/7/2025). Reações internacionais Outros países do BRICS também se manifestaram: Diante da possibilidade de que os Estados Unidos formalizem novas tarifas nos próximos dias, o governo brasileiro reiterou que continuará monitorando os desdobramentos e adotará, se necessário, as medidas cabíveis para resguardar os interesses nacionais, com base no direito internacional e nos princípios do comércio justo.

O “Gabinete do Amor” sob a sombra do “Mensalinho do Twitter”

Lula wants you. Edição com imagens CC

A política brasileira continua sendo uma arena de intensos embates, especialmente nas mídias sociais, onde o Partido dos Trabalhadores (PT) tenta recuperar terreno com o lançamento do chamado “Gabinete do Amor“. Anunciado na última quarta-feira (02), por meio do site “Influenciadores com Lula“, o projeto busca cooptar blogueiros, youtubers, tiktokers e influenciadores para divulgar as bandeiras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, como a proposta de taxar bilionários, bancos e casas de apostas (Bets), apelidada de “Taxação BBB“. Para muitos, no entanto, essa estratégia cheira a algo já visto: o “Mensalinho do Twitter” de 2018, quando o PT foi acusado de pagar influenciadores para impulsionar candidaturas. O “Gabinete do Amor” possui uma sombra, o “Mensalinho do Twitter”, e que, em conjunto com a PL das Fake News e os recentes desdobramentos de regulação das mídias sociais, podem representar um grande perigo para a liberdade de expressão e o debate público. O “Gabinete do Amor”: um plano para dominar as mídias sociais O “Gabinete do Amor” é vendido pelo PT como uma reação ao sucesso da direita nas redes sociais, que vem ditando o ritmo do debate digital desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. No site “Influenciadores com Lula“, o partido convoca apoiadores a se inscreverem e escolherem como querem ajudar: seja compartilhando posts, criando conteúdo, organizando eventos ou liderando grupos locais. A narrativa oficial fala em “espalhar amor” e “combater o ódio“, mas, para quem acompanha a política de perto, isso soa mais como uma tentativa de controlar a narrativa online em favor do governo. O termo “Gabinete do Amor” não é novo. Ele surgiu em 2022, durante a campanha de Lula, como uma resposta ao chamado “Gabinete do Ódio“, que o PT atribuía a Bolsonaro, mas nunca provou sua existência. Na época, a produtora 342 Artes e o coletivo Mídia Ninja criaram um programa no YouTube com esse nome, para “explicar as propostas de Lula de forma descontraída”. Em 2023, Paulo Pimenta, chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), já falava em trazer influenciadores pró-Lula para dentro do governo. Em 2025, o projeto ganhou corpo com uma plataforma oficial do PT, focada em unificar o discurso e ampliar a propaganda de medidas como a “Taxação BBB”, que promete financiar a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, uma promessa de campanha do presidente. Para quem vê a política com olhos conservadores, o “Gabinete do Amor” é um sinal de alerta. Trata-se de uma manobra para organizar uma militância digital sob as rédeas do governo, o que cheira a manipulação da opinião pública. A ideia de “combater o ódio” parece mais um pretexto para calar vozes críticas, especialmente num momento em que a direita brilha nas redes com engajamento orgânico, construído sem depender de estruturas diretamente centralizadas. O “Mensalinho do Twitter”: uma sombra do passado O “Gabinete do Amor” não pode ser analisado sem a lembrança do “Mensalinho do Twitter” de 2018. Naquele ano, empresas ligadas ao deputado petista Miguel Corrêa foram acusadas de pagar influenciadores para promover candidatos do PT e do PR (hoje PL), como Gleisi Hoffmann, Luiz Marinho e Wellington Dias, sem deixar claro que os posts eram propaganda. A denúncia, trazida à tona por influenciadores como Paula Holanda e amplificada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), mostrou que o esquema descumpria a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2018, que proíbe propaganda paga na internet, salvo em casos de impulsionamento identificado. A pena para isso? Multas de R$ 5 mil a R$ 30 mil ou até cassação de candidaturas. O “Mensalinho” causou furor na época, com críticos apontando a hipocrisia do PT, que acusava adversários de “milícias digitais” enquanto usava métodos semelhantes. Apesar do barulho, as investigações patinaram na Justiça Eleitoral, e casos como o de Wellington Dias foram engavetados por falta de provas concretas. Ainda assim, o episódio deixou uma mancha: o PT parecia disposto a jogar sujo para ganhar espaço no debate digital. Agora, com o “Gabinete do Amor”, o PT tenta uma abordagem mais aberta, com um site público e um discurso de “mobilização voluntária“. Mas a semelhança com o “Mensalinho” é, simplesmente, gritante. Ambos os projetos buscam usar influenciadores para amplificar mensagens políticas, e a falta de clareza sobre possíveis pagamentos no “Gabinete” alimenta a desconfiança de que o partido está apenas polindo uma tática antiga. “Gabinete do Amor” x “Mensalinho do Twitter“ Embora o “Gabinete do Amor” seja mais transparente que o “Mensalinho”, com uma plataforma oficial e um convite aberto a apoiadores, a diferença parece ser mais de fachada do que de essência. O “Mensalinho” era clandestino, com pagamentos escondidos, enquanto o “Gabinete” se apresenta como uma iniciativa legítima. Mas o objetivo é o mesmo: transformar influenciadores em megafones do governo. Enquanto o “Mensalinho” focava em campanhas eleitorais, o “Gabinete” mira pautas amplas, como a “Taxação BBB”. Aliás, essa pauta parece ser um teste inicial de possibilidades e potencial, um projeto piloto. No fundo, ambos refletem a obsessão do PT em controlar o discurso na internet. A direita conquistou as redes com movimentos orgânicos, com figuras como Bolsonaro e Nikolas Ferreira conectando-se diretamente com o público. Já o PT aposta numa abordagem burocrática, com cadastros e diretrizes, artificial, mas com o intuito de atingir engajamento. A retórica de “combate ao ódio” é vista com ceticismo, já que o PT sempre acusou a direita de práticas que agora parece adotar, como organizar influenciadores para moldar a opinião pública. O projeto de MAV’s do PT é antigo Em 2011, no 4º Congresso Nacional do PT, foi aprovada a criação do que ficou chamado como MAV (Militância em Ambientes Virtuais). O objetivo era formar uma “tropa de choque” de militantes com o objetivo de “ocupar espaços”, no âmbito virtual, como na área de comentários de blogs e sites de notícias, além de discussões em mídias sociais, com a repetição de slogans em defesa do partido. Estamos falando da época em que o Orkut reinava por aqui e o Facebook ainda tentava seu lugar

Governo do RJ solicita apoio do Exército para retomada de territórios dominados pelo Tráfico

O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou que solicitará o apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal para retomar áreas dominadas por organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas. A medida, que será formalizada junto ao governo federal até 15 de outubro, integra um plano de segurança exigido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas“. A expectativa é que as operações comecem ainda neste ano. Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, o plano prevê ações coordenadas entre forças estaduais e federais, com foco inicial em comunidades de “baixa criticidade“, como Cidade de Deus, algumas áreas de São Gonçalo, Vila Kennedy, Antares e Mangueirinha. Regiões como o Complexo do Alemão, consideradas de alta complexidade, demandariam estratégias mais robustas. A solicitação incluirá a implementação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que viabiliza legalmente a atuação das Forças Armadas, incluindo o uso de veículos blindados para superar barricadas e enfrentar o arsenal bélico dos criminosos. A GLO é uma operação que permite o emprego das Forças Armadas em apoio às forças de segurança pública, em situações de grave perturbação da ordem. Com o objetivo de preservar a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições, a GLO é empregada de forma pontual, restrita a uma área e por tempo determinado. Em abril, o STF determinou a elaboração de um plano amplo para reocupação de territórios controlados pelo tráfico, com o objetivo de reduzir a letalidade policial e restabelecer a presença do poder público nas comunidades. “O poder público não pode se fazer presente apenas com polícia. As forças de segurança devem estar integradas para devolver o território à população“, afirmou Santos. O plano incluirá cronogramas, metas e indicadores de desempenho, visando uma governança compartilhada entre os entes federal, estadual e municipal, independentemente de disputas políticas. “Existe um comércio explorado por essas organizações criminosas: internet, gás, energia elétrica. O tráfico aprendeu com a milícia no passado e, hoje, não é só a droga que se vende. A luta é pelo território, que é sinônimo de receita” – Victor dos Santos, Secretário de Segurança Pública. Críticas nas mídias sociais destacam que, sem um plano de longo prazo, os traficantes tendem a retornar após a saída das forças de segurança. O governo estadual assegura que o plano será estruturado para evitar impactos das disputas eleitorais de 2026, buscando uma solução definitiva para a segurança pública no Rio.

Presidente dos Correios entrega Carta de Renúncia

Fabiano Silva dos Santos, presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), entregou sua carta de renúncia ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira (04), pressionado por uma grave crise financeira que assola a estatal. A decisão ocorre após prejuízos bilionários registrados nos últimos anos, com destaque para o rombo de R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes superior ao déficit de 2023, e um resultado negativo de R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2025. A saída de Fabiano Silva, que está no comando desde 2023, deve ser formalizada na próxima semana, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gestão de Fabiano Silva enfrentou críticas pela lentidão em implementar ajustes estruturais diante da queda de receitas e do aumento de despesas. A estatal atribui parte dos prejuízos à “taxa das blusinhas“, novo marco regulatório de compras internacionais que impactou o fluxo de encomendas, e ao sucateamento da empresa durante a tentativa de privatização no governo Bolsonaro. Apesar de iniciativas como o lançamento do marketplace “Mais Correios” e um plano de redução de despesas estimado em R$ 1,5 bilhão para 2025, as medidas foram consideradas insuficientes pelo governo. A renúncia também reflete tensões políticas. A Casa Civil, sob o comando de Rui Costa, pressionou por uma reestruturação que incluía o fechamento de agências e demissões, com estimativas de até 10 mil desligamentos. Fabiano resistiu, argumentando que tais medidas prejudicariam a atuação dos Correios em regiões periféricas. O embate gerou desgaste, agravado por disputas internas no PT e pelo interesse do União Brasil, liderado pelo senador Davi Alcolumbre, em assumir o comando da estatal. A saída de Fabiano reacende o debate sobre o futuro dos Correios, com setores defendendo a privatização e outros, a reestruturação como empresa pública. A estatal, presente em todos os 5.570 municípios brasileiros, enfrenta o desafio de se modernizar e diversificar receitas, enquanto lida com pressões políticas e financeiras. O governo ainda não anunciou um substituto, mas a escolha será crucial para equilibrar interesses da base aliada e garantir a sustentabilidade da empresa. A crise nos Correios segue como um teste para a articulação política do governo Lula. Fontes: PainelPolitico, CNN, Poder360

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