Lula assina decreto de Lei da Reciprocidade e se prepara para retaliar Tarifaço de Trump

Lula assina decreto de Lei da Reciprocidade e se prepara para retaliar Tarifaço de Trump. Edição com IA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta segunda-feira (14), o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122), sancionada em 11 de abril, em resposta às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida deverá ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (15), e marca uma escalada nas tensões comerciais entre Brasil e EUA, com impactos previstos para setores como agronegócio, mineração e indústria. A Lei da Reciprocidade Econômica foi aprovada pelo Congresso Nacional em regime de urgência em abril, após os EUA aplicarem tarifas de 10% sobre todas as exportações brasileiras e de 25% sobre aço e alumínio. A nova tarifa de 50%, anunciada na última semana e válida a partir de 1º de agosto, pode gerar prejuízos de até R$ 20 bilhões anuais, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A lei autoriza o Brasil a adotar contramedidas proporcionais, como restrições a importações americanas, suspensão de acordos comerciais bilaterais ou, em casos extremos, interrupção do reconhecimento de patentes e pagamento de royalties a empresas dos EUA. O decreto, assinado por Lula, detalha dois procedimentos para aplicação das contramedidas: um rito ordinário, com análise da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e consultas públicas, e um rito expresso, coordenado por um comitê interministerial liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para respostas rápidas. O governo também planeja recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora analistas apontem limitações na eficácia da organização em disputas comerciais. O texto prevê a suspensão de concessões comerciais e acordos de propriedade intelectual. A íntegra deverá ser revelada em breve. A publicação oficializará Geraldo Alckmin como coordenador, e também deve fixar a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Ministério das Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Ministério da Fazenda). Líderes conservadores defendem que o governo aja com cautela, priorizando negociações diplomáticas para evitar uma guerra comercial que possa desestabilizar a economia. Eles sugerem a criação de um comitê com empresários para calibrar as contramedidas, protegendo os interesses nacionais sem comprometer as relações comerciais de longo prazo com os EUA. Fonte: Metropoles, Estadão, G1

Brasil ingressa em ação contra Israel por genocídio na Corte de Haia

Lula x Netanyahu. edição com imagens cc e IA

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil ingressará oficialmente como parte na ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, acusando o país de cometer genocídio na Faixa de Gaza. A decisão, confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em entrevista à Al Jazeera durante a Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, marca uma guinada na política externa brasileira e intensifica ainda mais a crise diplomática com Israel. A ação, iniciada pela África do Sul em 2023, alega que as operações militares israelenses em Gaza, desencadeadas após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, configuram violações à Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948. O Brasil, que já havia expressado apoio político à iniciativa em janeiro de 2024, agora formaliza sua participação como parte interessada no processo, a pedido da Autoridade Nacional Palestina. O chanceler Mauro Vieira destacou que a adesão reflete o compromisso do Brasil com o direito internacional e os direitos humanos. “Não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza“, afirmou o presidente Lula, reforçando críticas anteriores em que classificou as ações israelenses como “desproporcionais“. A decisão, no entanto, gerou reações negativas. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a medida, chamando-a de “cínica e perversa” e afirmando que distorce a realidade do conflito. A formalização do ingresso ainda está em andamento, mas a postura brasileira já acirra tensões com Tel Aviv, que nega as acusações e argumenta que suas ações visam combater o terrorismo do Hamas. O governo Lula também adotou medidas como barrar a compra de blindados israelenses e recusar o aval para um novo embaixador de Israel em Brasília, sinalizando um distanciamento político e comercial. O presidente Lula passou a ser considerado por Israel como “persona non grata“, desde 2024, por ter comparado a ação militar israelense em Gaza ao holocausto judeu na Alemanha nazista. A Corte de Haia, principal órgão judicial da ONU, já emitiu ordens preliminares exigindo que Israel evite atos que possam configurar genocídio e garanta assistência humanitária em Gaza. Contudo, especialistas alertam que o julgamento final pode levar anos, e as decisões da CIJ, embora vinculativas, têm histórico de baixa efetividade em sua implementação. A adesão do Brasil ao processo tensionará, ainda mais, as relações com Israel e aliados como os Estados Unidos. Fontes: Pleno News, Estadão, Revista Forum, O Jornal Extra

Senador Lindsey Graham alerta China, Índia e Brasil: “Vocês vão se machucar muito se continuarem ajudando Putin”

O senador norte-americano Lindsey Graham intensificou a pressão contra países que mantêm laços comerciais com a Rússia, apontando China, Índia e Brasil como financiadores indiretos da “máquina de guerra” de Vladimir Putin. Em entrevista à CBS News, Graham afirmou que esses países, ao comprarem petróleo e outros recursos russos, ajudam a sustentar a economia russa em meio à guerra na Ucrânia. Ele defendeu um projeto de lei no Congresso dos EUA que autorizaria o presidente Donald Trump a impor tarifas de até 500% sobre produtos de nações que negociam com Moscou, alertando para “sérias consequências” caso a cooperação continue. O projeto, que segundo Graham conta com amplo apoio de 84 ou 85 senadores, busca pressionar países a escolher entre manter relações comerciais com a Rússia ou com os Estados Unidos. A proposta concede ao presidente flexibilidade para suspender as tarifas por até 180 dias, com revisão congressional, mas reflete uma postura agressiva contra nações que não aderiram plenamente às sanções ocidentais contra a Rússia. Graham destacou que Trump apoia a iniciativa, mas deseja controle total sobre as decisões de política externa. Críticos, no entanto, alertam para os riscos de uma guerra comercial global. O Washington Post apontou em um artigo no mês passado que as sanções poderiam atingir não apenas China, Índia e Brasil, mas também aliados como Turquia, Japão, Coreia do Sul e membros da União Europeia, que continuam importando recursos russos. Além disso, os próprios EUA dependem de urânio russo, o que levanta questionamentos sobre a coerência da proposta. Economistas temem que tarifas tão elevadas prejudiquem a economia americana, elevem preços domésticos e alienem parceiros estratégicos, especialmente em um momento de tensões geopolíticas. Brasil No caso do Brasil, as exportações de produtos agrícolas e minerais para a Rússia, além da importação de diesel e de fertilizantes, têm sido pontos de atrito. A implementação das sanções, no entanto, depende da aprovação final do projeto e da decisão de Trump, que pode optar por ajustes para evitar rupturas comerciais. Além dos fertilizantes, o Brasil tem importado quantidades significativas de diesel da Rússia, especialmente desde 2023, após o embargo da União Europeia aos produtos petrolíferos russos devido à invasão da Ucrânia. Dados oficiais e relatórios indicam que a Rússia se tornou o maior fornecedor de diesel para o Brasil, superando os Estados Unidos, que historicamente dominavam esse mercado. Em 2023, as importações brasileiras de diesel russo aumentaram drasticamente, atingindo 6,1 milhões de toneladas, um salto de 6.000% em relação às 101 mil toneladas de 2022, segundo o Financial Times. Em termos de valor, as importações de diesel russo cresceram 4.600%, de US$ 95 milhões em 2022 para US$ 4,5 bilhões em 2023. No primeiro semestre de 2024, cerca de 63,6% do diesel importado pelo Brasil veio da Rússia, conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Em maio de 2024, essa participação chegou a 82%, embora o preço do diesel russo tenha perdido parte de sua competitividade, com a diferença de preço em relação ao diesel americano caindo de US$ 0,30 para US$ 0,07 por litro. O aumento se deve principalmente ao preço mais baixo do diesel russo, que chegou a ser R$ 0,22 mais barato por litro (-5,9%) em relação ao mercado internacional, permitindo à Rússia conquistar mercados como o Brasil após perder compradores na Europa. O Brasil, que importa cerca de 30% do diesel que consome, encontrou no combustível russo uma alternativa para manter preços domésticos mais baixos, especialmente para o setor de agronegócio e transporte, que dependem fortemente desse combustível. No entanto, as sanções propostas por Lindsey Graham e a pressão da União Europeia podem complicar essas importações, aumentando custos logísticos e riscos de restrições comerciais. A proposta de Graham sinaliza uma nova fase de pressão econômica global com potenciais impactos profundos nas relações internacionais e no comércio mundial. Fontes: FT, Reuters, Reuters II, OilPrice, Valor International, The Washington Post

Colisão fatal envolve piloto de Fórmula Truck e deixa 3 Mortos

Colisão Fatal envolve Piloto de Fórmula Truck e Deixa Três Mortos Foto: Edição com imagens reprodução de midias sociais

Na noite de sábado (12), um grave acidente na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, resultou na morte de três pessoas, incluindo o piloto de Fórmula Truck Márcio da Rosa, conhecido como Márcio Limestone ou “Piolho“. O acidente, que envolveu uma colisão frontal entre um Chevrolet Camaro e um Renault Symbol, chocou a comunidade local e o meio automobilístico. Márcio, de 41 anos, dirigia o Camaro acompanhado de Roberto Cardoso, de 46 anos, assessor parlamentar de um vereador de Almirante Tamandaré, conhecido como “Formigão“. Ambos morreram no local devido à força do impacto, que deixou o veículo de luxo completamente destruído e capotado. O motorista do Renault Symbol, Guilherme Rocha Pancheski, de 29 anos, morador do bairro Tranqueira, foi socorrido com vida pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. A colisão ocorreu em um trecho de baixa iluminação da rodovia, próximo à empresa Terra Rica. Testemunhas relatam que o Camaro trafegava em alta velocidade, o que pode ter contribuído para a tragédia, embora a causa oficial ainda esteja sob investigação pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). Márcio Limestone era uma figura destacada no automobilismo brasileiro, competindo na categoria GT Truck Eletrônico da Fórmula Truck, onde ocupava a 20ª posição na temporada de 2025, com 99 pontos. Natural de Colombo, ele também era empresário no setor de mineração, dirigindo a Limestone Mineração. Sua vitória na Copa SpeedMax 2024, em Las Vegas, marcou sua carreira. A Fórmula Truck emitiu nota lamentando a perda, destacando Márcio como “um competidor aguerrido e amigo leal“. Um vídeo circula nas mídias sociais mostrando o piloto de Fórmula Truck Marcio da Rosa acelerando o Camaro amarelo que ele dirigia, momentos antes da colisão e cantando pneu, enquanto circulava por uma rua situada no centro de Almirante Tamandaré. Já Guilherme Rocha, motorista do Renault Symbol, estava indo buscar a noiva na rodoviária. Ela expressou sua dor nas redes sociais, escrevendo: “Meu mundo está desabando.” A tragédia gerou comoção, com mensagens de luto e indignação. O velório de Márcio começou no domingo, 13, na Capela Nossa Senhora do Rosário, em Colombo, com sepultamento previsto para esta segunda-feira (14), às 16h30. Roberto e Guilherme também serão sepultados hoje. A comunidade pede mais segurança na rodovia. Fontes: Plantão190, RIC, Banda B

Rumble desafia Moraes: tentativa de censura a Rodrigo Constantino vira caso internacional

A pressão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a crescer em território internacional. A Rumble e a Trump Media, empresa de tecnologia ligada ao presidente Donald Trump, entraram novamente com uma ação na Justiça Federal da Flórida, acusando Moraes de violar a Constituição dos Estados Unidos ao impor censura e ordens de bloqueio a conteúdos e perfis norte-americanos. As duas empresas já movem, desde fevereiro, uma ação civil contra o ministro e agora intensificam a ofensiva após mais uma medida controversa do magistrado. Na última sexta-feira, 11 de julho, Moraes ordenou que a Rumble suspendesse, em até 48 horas, o perfil do comentarista Rodrigo Constantino. A plataforma recusou cumprir a decisão e comunicou diretamente à Justiça americana, alegando que a ordem brasileira é “inválida e inexequível“. Segundo a Rumble, o conteúdo publicado por Constantino não incita violência e está protegido pelas leis dos Estados Unidos, país no qual o comentarista obteve cidadania em 2024. A empresa também destacou que o acesso de usuários brasileiros à Rumble está bloqueado desde fevereiro por determinação do próprio Moraes, tornando a exigência de remoção “sem sentido“. Além do pedido de suspensão do perfil, Moraes exigiu ainda o envio de dados cadastrais de Constantino — o que, segundo a Rumble, poderia violar legislações americanas de proteção à cidadania e à privacidade. A plataforma reiterou que não reconhece a jurisdição do ministro brasileiro para impor sanções a empresas e cidadãos sediados nos Estados Unidos, e apontou possível violação à soberania norte-americana. Em resposta a essa sequência de medidas, a Justiça da Flórida expediu, no último dia 17 de junho, uma nova citação a Moraes. O ministro foi formalmente notificado no dia 8 de julho e tem 21 dias para se manifestar. Caso não o faça, poderá ser julgado à revelia — uma decisão que pode abrir um precedente jurídico sem precedentes para autoridades de outros países que extrapolem suas competências em território estrangeiro. Essa nova fase do processo ocorre num momento de escalada diplomática entre os dois países. No dia 9, Trump classificou as investigações contra Jair Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, a vigorar a partir de agosto. Já neste domingo, 14, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, respondeu oficialmente ao governo americano, afirmando que o tribunal agirá com “independência” e “respeito ao contraditório”. Segundo ele, “se houver provas, os culpados serão responsabilizados. Se não houver, serão absolvidos. Assim funciona o Estado democrático de direito.” O caso não é apenas um embate jurídico: é também um símbolo do choque entre duas visões de mundo. Para a Rumble e a Trump Media, a atuação de Moraes representa um abuso de autoridade e uma tentativa de censura extraterritorial. Já para o STF, trata-se de garantir a legalidade de decisões brasileiras mesmo no ambiente digital. No entanto, o que está em jogo vai muito além de uma conta suspensa: trata-se da disputa pela soberania digital, pela liberdade de expressão e pelo futuro das democracias ocidentais diante de um Judiciário que cada vez mais se arroga poderes globais. Fonte: www.msn.com

Lula desafia Trump e anuncia resposta tarifária até terça-feira

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou neste domingo (13) que o decreto para implementar a Lei da Reciprocidade, em resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, será publicado até terça-feira (15). Alckmin informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o convocou para uma reunião emergencial em Brasília, ainda neste domingo, a fim de ajustar os detalhes do decreto. Embora tivesse compromisso em São Paulo pela manhã, ele antecipou sua saída para participar da reunião. Segundo o Alckmin , a medida americana é “inadequada e sem justificativa econômica“, uma vez que os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil, nas áreas de bens e serviços, enquanto o Brasil é o país mais deficitário em relação aos EUA. Alckmin ressaltou ainda que oito entre os dez principais produtos americanos exportados ao Brasil já têm isenção de imposto, reforçando que a retaliação é política, não técnica. Veja mais: Tarifaço de Trump ao Brasil. Veja o que repercutiu na mídia internacional – Danuzio Presidente Lula se manifesta sobre imposição de tarifa de 50% ao Brasil – Danuzio O decreto de reciprocidade, conforme especificou Alckmin, será regulamentado com retaliação proporcional e pode incluir adendos adicionais, para ampliar o alcance das medidas. As discussões estão em andamento e mantidas sob sigilo para evitar antecipar reações de empresas envolvidas ou dos EUA. Além da retaliação tarifária, o governo brasileiro pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que a cobrança unilateral da tarifa pelos EUA viola acordos multilaterais. A decisão dos Estados Unidos foi feita por meio de carta oficial assinada por Donald Trump, aliado de Jair Bolsonaro (PL), recentemente acusado pelo STF de tentativa de golpe de Estado. O governo brasileiro interpreta a cobrança como retaliação política ao julgamento em andamento do ex-presidente, mesmo que, em sua carta, Trump deixe claro que a motivação da tomada de decisão é devido às ações do STF, em especial do ministro Alexandre de Moraes, de censurar, bloquear e multar empresas norte-americanas de forma secreta e direta, sem passar por órgãos dos EUA. O decreto que será editado busca respaldar o Brasil com base na Lei de Reciprocidade aprovada pelo Congresso. Segundo o texto legal, quando um parceiro impõe tarifas não justificadas, o Brasil pode retaliar com os mesmos tributos. O decreto apenas regulamenta essa prerrogativa. Analistas avaliam que a resposta brasileira seguirá o perfil pragmático, focando em produtos sensíveis à economia dos EUA, sem prejudicar setores estratégicos do Brasil. O impacto no custo de produtos importados pode provocar aumento de preços para consumidores americanos e afetar mercados internos ligados ao agronegócio e à indústria. Até terça-feira, a expectativa é que o decreto de reciprocidade seja publicado. Aguardar-se-á então a reação dos EUA, que já anunciou que qualquer taxação imposta pelo Brasil será respondida na mesma medida. O governo brasileiro deverá monitorar as consequências por meio de órgãos como Embratur, ApexBrasil e Itamaraty, além de manter o acompanhamento constante do cenário na OMC. Em paralelo, Lula e Alckmin analisam a adoção de outras medidas complementares, como restrições alfandegárias a setores específicos, paralelamente à via diplomática no fórum multilateral. Fontes: CNN, Folha de São Paulo

Astrazeneca é condenada a pagar R$ 3,75 milhões por morte de promotora grávida no RJ após ser vacinada contra Covid-19

Em uma decisão histórica, a 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou, por unanimidade, a condenação da farmacêutica AstraZeneca ao pagamento de R$ 3,75 milhões por danos morais à família da promotora de Justiça Thais Possati, que faleceu em 2021, aos 35 anos, após complicações relacionadas à vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. A sentença, proferida no final de junho de 2025, elevou o valor inicial de R$ 1,1 milhão, fixado em primeira instância, e representa um marco jurídico no Brasil ao reconhecer oficialmente o nexo causal entre o imunizante e a morte da gestante e de seu bebê. Thais Possati, que estava no segundo trimestre de gestação (23 semanas), recebeu a vacina em 23 de abril de 2021, em Niterói (RJ). No dia seguinte, apresentou sintomas graves, incluindo dores abdominais, que evoluíram para um quadro de trombose venosa profunda e trombocitopenia, culminando em um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. A promotora faleceu em 10 de maio, e o bebê não resistiu, vindo a óbito um dia antes. Segundo laudos médicos anexados ao processo, as complicações foram diretamente associadas à aplicação da vacina, configurando a síndrome de trombose com trombocitopenia (STT). A relatora do caso, desembargadora Marianna Fux, destacou que a AstraZeneca descumpriu o dever de informar de forma clara e acessível os riscos do imunizante, especialmente para gestantes. Apesar de a bula mencionar possíveis efeitos adversos, a magistrada apontou que, na época da vacinação, já havia registros internacionais de eventos adversos graves, como a STT, que levaram países como Dinamarca e Noruega a suspenderem o uso da vacina em março de 2021. “Não há prova de que, na data da vacinação, havia sido dada publicidade suficiente à reação adversa, impossibilitando que a gestante fizesse uma escolha consciente“, afirmou Fux. O valor da indenização foi distribuído entre os familiares de Thais: R$ 1,5 milhão para cada um dos pais e R$ 750 mil para o irmão, refletindo a gravidade do sofrimento familiar, conforme previsto no artigo 944 do Código Civil. Além disso, o TJ-RJ manteve uma multa de 20% sobre o valor da causa por conduta inadequada da AstraZeneca durante a produção de provas, considerada um ato atentatório à dignidade da Justiça. A AstraZeneca contestou a decisão, alegando ausência de nexo causal e cumprimento das exigências regulatórias, mas os argumentos foram rejeitados. A empresa também não se pronunciou oficialmente sobre a sentença. O caso, que levou à suspensão da vacina para gestantes no Brasil após o ocorrido, abre precedente para ações similares e reacende o debate sobre a transparência na comunicação de riscos de imunizantes durante a pandemia. O número do processo é: 0832570-61.2024.8.19.0001 Origem: 48º Vara Cível da Comarca da Capital A decisão reforça a responsabilidade civil objetiva da farmacêutica e destaca a importância de informações claras para a segurança dos consumidores, especialmente em contextos emergenciais como o da Covid-19. Fonte: O Globo, Gazeta do Povo, O Tempo, Jusbrasil, TJRJ, Decisão Astrazeneca

Companheirismo e coragem: PM perde sargento querido em operação no Rio

Na manhã desta sexta-feira (11), o sargento Kelvyton de Oliveira Vale, de 48 anos, lotado no 41º Batalhão de Polícia Militar (Irajá), foi morto durante uma operação policial no Conjunto do Ipase, na Vila Kosmos, Zona Norte do Rio de Janeiro. O militar, atingido na cabeça por disparos de traficantes ligados ao CV, Comando Vermelho, foi socorrido por colegas e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML). A operação, segundo a Polícia Militar, tinha como objetivo desarticular ações de uma quadrilha que atua na região, cumprir mandados de prisão, remover barricadas e recuperar veículos roubados e clonados. Durante a ação no Morro do Trem, houve intenso confronto com criminosos, resultando na morte do sargento e em um suspeito ferido. Kelvyton, com 24 anos de serviço, era uma liderança respeitada no Grupo de Apoio Tático (GAT) do batalhão, conhecido por sua coragem e dedicação. O sargento ganhou notoriedade em 2020, quando um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando-o carregando nas costas o cabo Marco Antônio Matheus Maia, baleado durante operação na Vila Aliança, em Bangu. Infelizmente, Maia também foi morto em dezembro de 2024. A imagem de Kelvyton simbolizou o companheirismo e a bravura da PM, comovendo a corporação e a sociedade. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, lamentou a perda: “Perdemos mais que um policial militar: perdemos um homem de coragem, dedicado à missão de proteger a sociedade, mesmo com risco da própria vida.“ A morte de Kelvyton elevou para 67 o número de agentes de segurança baleados na Região Metropolitana do Rio, somente em 2025, segundo o Instituto Fogo Cruzado. O clima no 41º BPM é de luto, com dezenas de policiais prestando homenagens ao colega no hospital. Kelvyton deixa esposa e filho. O velório está previsto para as próximas horas, com homenagens da corporação. A PM não confirmou reforços na Vila Kosmos, mas ações de resposta são esperadas. A morte reacende o debate sobre a segurança dos agentes em áreas conflagradas e os desafios do combate à criminalidade no Rio. Fonte: CNN, O Globo, Gazetaweb, Metropoles, O Dia, Enfoco

Manifestação na Paulista liderada por Guilherme Boulos reuniu 15 mil pessoas

A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco na tarde desta quinta-feira (10), de uma manifestação convocada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, com a participação de lideranças políticas e movimentos sociais. O ato, liderado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), teve como principal bandeira a defesa da taxação dos super-ricos, em meio ao debate sobre a política tributária no Brasil. A concentração começou às 18h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e reuniu cerca de 15 mil pessoas no momento de pico, segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro brasileiro de Análise e Planejamento), grupo de pesquisa vinculado à USP (Universidade de São Paulo). Manifestantes carregavam faixas e cartazes com mensagens como “Taxar os ricos para investir no povo” e palavras de ordem contra a desigualdade social. O evento também foi marcado por críticas ao Congresso Nacional, acusado por organizadores de priorizar interesses de elites econômicas. Boulos, em discurso no carro de som, destacou a necessidade de uma reforma tributária que redistribua a carga fiscal, aliviando a população de baixa renda e aumentando a tributação sobre grandes fortunas. “Não é justo que o trabalhador pague mais impostos que os bilionários. Queremos um Brasil mais justo“, afirmou o deputado. Boulos também afirmou que o ato seria uma “defesa do Brasil contra as agressões de Donald Trump“. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também participou e discursou sobre a importância de mobilizações populares para pressionar por mudanças legislativas. O ato ocorre em um contexto de tensões políticas após a derrubada de um decreto sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso, o que gerou críticas de setores da esquerda ao centrão. Além disso, a manifestação foi vista como uma resposta à articulação de pautas conservadoras no Legislativo, segundo os organizadores. A esquerda busca associar o Congresso à imagem de “inimigo do povo” e aliado das elites, por se opor ao aumento do IOF. Embora a mobilização tenha atraído militantes de partidos como PSOL, PT e PCdoB, além de movimentos como o MTST e a UNE, a ausência de presidentes nacionais de partidos e governadores foi notada. O evento transcorreu de forma pacífica, com a marcha seguindo até a região do Paraíso, onde os manifestantes se dispersaram. Fonte: CNN, G1 

Tensões regionais: escândalo de espionagem em Itaipu ecoa no cenário internacional e atrai apoio dos EUA ao Paraguai

O escândalo de espionagem envolvendo a barragem binacional de Itaipu, revelado pela imprensa brasileira e detalhado em reportagem publicada pela revista Foreign Policy em 10 de julho de 2025, repercutiu internacionalmente e reacendeu disputas geopolíticas históricas entre Brasil e Paraguai. A crise diplomática ganhou novos contornos ao atrair o apoio explícito de parlamentares norte-americanos ao governo paraguaio, ampliando a pressão sobre Brasília. Segundo a Foreign Policy, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) monitorou ilegalmente as comunicações de ao menos seis autoridades paraguaias envolvidas nas negociações sobre o novo tratado de Itaipu, que substitui o acordo firmado entre as duas ditaduras militares em 1973. A espionagem teria começado ainda no governo Jair Bolsonaro, mas continuou pelos primeiros seis meses do governo Lula — inclusive após o presidente tomar conhecimento do caso, segundo as denúncias. O governo brasileiro nega envolvimento direto e afirma que suspendeu o monitoramento assim que foi informado, prometendo uma investigação interna. No entanto, a explicação não foi suficiente para conter a indignação do presidente do Paraguai, Santiago Peña, que suspendeu as negociações com o Brasil e exigiu uma resposta formal. O chanceler paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano, classificou o ato como “violação do direito internacional” e uma “interferência inaceitável nos assuntos internos do Paraguai“. A crise diplomática ganhou dimensão internacional ao ser citada em maio por Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, durante uma audiência no Senado americano. Rubio elogiou o potencial energético do Paraguai e encorajou investimentos estratégicos em data centers movidos à energia limpa gerada por Itaipu, afirmando que o país tem uma “enorme oportunidade” de se tornar um polo de inteligência artificial na América do Sul. A declaração foi interpretada por diplomatas brasileiros como um gesto claro de apoio de Washington ao Paraguai — especialmente vindo de um governo republicano com o qual Peña mantém laços estreitos. Segundo a Foreign Policy, esse movimento faz parte de uma aproximação coordenada. Em janeiro, Rubio visitou Assunção, e em fevereiro foi recebido novamente pela equipe de Peña, que tem priorizado o relacionamento com o Partido Republicano dos EUA, incluindo no apoio a Israel e no reconhecimento diplomático de Taiwan — posições que diferenciam o Paraguai de seus vizinhos sul-americanos. Analistas apontam que o escândalo reforça a posição do Paraguai no tabuleiro diplomático. Para a a analista de política externa argentina paraguaia, Julieta Heduvan, ouvida pela revista, “há uma vítima e um agressor muito claros” no caso, o que tem gerado simpatia internacional pela causa paraguaia. A exposição global do episódio fortalece a narrativa de um país menor tentando corrigir décadas de assimetrias impostas por uma potência regional. A barragem de Itaipu, construída nos anos 1970, é a maior fonte de energia do Paraguai e fornece cerca de 8% da energia consumida no Brasil. O tratado original obriga o Paraguai a vender seu excedente exclusivamente ao Brasil a preços abaixo do mercado. Desde o fim do pagamento da dívida da construção da barragem, em 2023, Assunção tenta renegociar os termos para obter maior autonomia sobre sua energia — e agora exige, além de novos preços, compensações históricas e reparações por danos ambientais e sociais causados pela obra. A revelação da espionagem ocorre num momento de instabilidade regional. O Mercosul enfrenta divisões internas entre governos de esquerda, como o de Lula e o da Bolívia, e lideranças conservadoras como Javier Milei, da Argentina, e Peña, no Paraguai. A ruptura entre Brasil e Paraguai se intensificou em março, quando o governo brasileiro retirou seu apoio à candidatura do chanceler paraguaio à secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), agravando o distanciamento diplomático. Com o embaixador paraguaio ainda fora de Brasília e as negociações de Itaipu paralisadas, o caso se tornou um teste para a diplomacia regional. Para especialistas, a continuidade da crise pode afetar não apenas o futuro energético dos dois países, mas também parcerias estratégicas em áreas como segurança, comércio e combate ao narcotráfico. Embora o Brasil siga sendo a principal potência econômica da região, o escândalo deixou claro que a assimetria histórica entre os dois países está sendo desafiada por novas alianças internacionais — e que o Paraguai, mesmo com limitações, soube explorar o momento a seu favor. Como resume Heduvan, “o Paraguai sempre jogou com o tabuleiro inclinado, mas agora conseguiu, pela primeira vez em muito tempo, colocar o Brasil na defensiva“. Fonte: foreignpolicy.com

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