Hugo Motta pagou R$ 2,8 milhões a familiares de funcionária fantasma

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de uma nova denúncia de nepotismo e uso indevido de recursos públicos. Segundo revelou a coluna de Tácio Lorran, no Metrópoles, Motta teria empregado em seu gabinete quatro parentes da fisioterapeuta Gabriela Batista Pagidis — identificada como funcionária fantasma. Gabriela, que também já trabalhou no gabinete do ex-deputado Wilson Filho (atualmente secretário de Educação da Paraíba), teria recebido mais de R$ 890 mil em salários enquanto atuava como secretária parlamentar — mesmo conciliando o cargo com cursos de graduação e pós-graduação em período integral e trabalhando regularmente em clínicas privadas de fisioterapia. O caso se agrava com o envolvimento de seus familiares: a mãe, a irmã, a tia e o primo também ocuparam cargos no gabinete de Motta, como secretários parlamentares ou em funções comissionadas. Juntos, eles receberam mais de R$ 2,8 milhões da Câmara dos Deputados. Embora não haja provas de que os demais membros da família também sejam funcionários fantasmas, os dados levantados indicam uma série de promoções e rebaixamentos incomuns, com variações salariais abruptas em curtos períodos de tempo. A rotina de Gabriela, acompanhada pela reportagem, inclui jornadas de trabalho em clínicas de Brasília e visitas a locais como academia e zoológico durante o horário de expediente na Câmara. Os registros de acesso e frequência solicitados via Lei de Acesso à Informação revelaram lacunas no controle interno da Casa. Nem Hugo Motta, nem os membros da família Pagidis citados, responderam aos contatos da reportagem. A denúncia amplia o desgaste da imagem pública do deputado, já pressionado por acusações anteriores de atuação limitada no plenário e possível uso político da estrutura parlamentar. Fonte: Metrópoles

Aumento do IOF contraria Justiça Tributária e impacta MEIs e pequenos negócios

A recente decisão do governo federal de duplicar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas jurídicas, incluindo microempreendedores individuais (MEIs) e empresas do Simples Nacional, tem gerado críticas e preocupações sobre seus impactos na economia, especialmente para os pequenos negócios. A medida, que eleva a tributação em operações financeiras como empréstimos e financiamentos, foi analisada pela economista Thais Herédia, da CNN Brasil, que aponta que o aumento vai na contramão do discurso de justiça tributária defendido pelo governo. Para os MEIs, a alíquota fixa do IOF em operações de crédito de até R$ 30 mil passou de 0,38% para 0,95%, enquanto a alíquota diária subiu de 0,00137% para 0,00274%, resultando em um teto anual que salta de 0,88% para 1,95%. Essa mudança significa que os microempreendedores pagarão até o dobro em tributos em transações financeiras realizadas como pessoa jurídica. Para empresas do Simples Nacional, o impacto é semelhante, com a alíquota anual subindo de 1,88% para até 3,95%. Segundo Herédia, a medida impõe um ônus desproporcional aos pequenos negócios, que já enfrentam desafios financeiros em um cenário econômico adverso, com alta taxa Selic de 15% e dificuldades de acesso a crédito. “Essa turma faz capital de giro a cada dois ou três meses. Cada operação, um IOF. Isso vai acumulando, e no final do ano o custo efetivo pode inviabilizar o negócio”, alertou a analista. Críticos, como o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, argumentam que o IOF, originalmente um imposto regulatório, está sendo usado com fins arrecadatórios, gerando distorções econômicas sem promover justiça fiscal. O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o aumento do IOF não é um “imposto para ricos”, mas encarece a cadeia produtiva, afetando especialmente os mais pobres. A decisão também enfrenta resistência no Congresso, com deputados como Marcel Van Hattem destacando que o aumento prejudica a população de baixa renda e contraria a narrativa de justiça tributária. Apesar do recuo parcial do governo em alguns pontos do decreto, a manutenção das novas alíquotas para MEIs e empresas do Simples Nacional mantém o setor em alerta, com temores de impactos no crédito e na sustentabilidade dos negócios. Pequenos empreendedores temem que o aumento do IOF comprometa sua competitividade e sobrevivência no mercado. Fonte: CNN, CNN II, Gazeta do Povo, CNN III

Trump defende Netanyahu e Bolsonaro: os julgamentos são “caça às bruxas” contra líderes conservadores

Netanyahu, Trump e Bolsonaro. Imagem gerada por IA

O presidente Donald Trump reafirmou seu apoio aos líderes conservadores Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, ao classificar seus julgamentos como “caça às bruxas” orquestradas por forças de esquerda. Em um momento de crescente polarização global, Trump destaca que esses processos visam enfraquecer líderes fortes que defendem valores patrióticos e políticas alinhadas com a soberania nacional, uma narrativa que ressoa com sua própria experiência de perseguição judicial nos Estados Unidos. Leia mais: Netanyahu encurralado: TPI rejeita apelo e sustenta mandado de prisão Em Israel, Benjamin Netanyahu enfrenta acusações de corrupção desde 2019, incluindo suborno e fraude, relacionadas a supostos favores políticos em troca de presentes e cobertura midiática favorável. Trump, em postagens no Truth Social, denunciou o julgamento como uma tentativa de desestabilizar um líder essencial para a segurança de Israel, especialmente em meio a tensões com o Irã e negociações com o Hamas. “Bibi é um herói de guerra, não um criminoso. Essa caça às bruxas deve acabar!“, declarou Trump, sugerindo que o premiê deveria ser perdoado para focar na defesa de sua nação. A recente presença do embaixador americano Mike Huckabee no tribunal em Tel Aviv reforça o apoio dos EUA a Netanyahu, com Huckabee endossando Trump ao chamar o processo de injustiça política. O adiamento de audiências após essas declarações é visto por conservadores como uma vitória contra a pressão de elites globalistas. No Brasil, Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. Trump comparou o caso à sua própria batalha contra o “sistema corrupto” nos EUA, afirmando que Bolsonaro é vítima de uma perseguição liderada por juízes de esquerda, como Alexandre de Moraes, que abusam de seu poder para silenciar vozes conservadoras. “Bolsonaro lutou pelo povo brasileiro, e agora o establishment quer destruí-lo. Isso é uma caça às bruxas!“, postou Trump, anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como resposta ao que chama de ataque à liberdade. A retórica de Trump conecta os casos de Netanyahu e Bolsonaro como parte de uma ofensiva global contra líderes que desafiam a agenda progressista. Assim como enfrentou impeachment e processos nos EUA, Trump vê nos julgamentos de seus aliados uma tentativa de deslegitimar governos que priorizam soberania, segurança e valores tradicionais. Leia mais: Trump dispara contra moeda do BRICS e declara apoio a Bolsonaro: recado direto ao Brasil de Lula A pressão americana, incluindo ameaças econômicas ao Brasil e apoio diplomático a Israel, demonstra a determinação de Trump em proteger aliados conservadores. Para seus apoiadores, essas ações reforçam sua liderança como defensor da liberdade contra instituições capturadas por ideologias de esquerda. Fontes: Euronews, The Sun, i24news, CNN

Governo Lula abre licitação de R$ 98 Milhões para Comunicação Digital

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu uma nova licitação de R$ 98,3 milhões para contratar três empresas que gerenciarão a comunicação digital da gestão, sob responsabilidade da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). O edital, com duração inicial de 12 meses e possibilidade de prorrogação, visa reformular a estratégia de comunicação do governo nas redes sociais, em um momento de queda de popularidade. A iniciativa substitui uma licitação anterior, de R$ 197,7 milhões, suspensa em junho de 2024 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) devido a indícios de irregularidades, como o vazamento de propostas das empresas concorrentes. O processo foi revogado em agosto do mesmo ano, após denúncias publicadas pelo site O Antagonista. Agora, sob o comando do ministro Sidônio Palmeira, a Secom busca uma abordagem mais eficiente para ampliar o alcance das mensagens institucionais. As empresas contratadas serão responsáveis por planejar a comunicação digital, moderar conteúdos e perfis em redes como Pinterest, LinkedIn, YouTube, Instagram, Facebook, TikTok e Kwai, além de realizar análises de sentimentos para interpretar emoções e opiniões dos usuários. O edital enfatiza a criação de conteúdos “acessíveis, envolventes e inspiradores” para destacar os benefícios de políticas públicas. A licitação ocorre em um contexto de reformulação da comunicação do governo, que enfrenta dificuldades para superar o engajamento da oposição, especialmente da direita, nas redes sociais. O governo aposta em estratégias criativas para promover ações como a defesa da tributação dos mais ricos e a divulgação de programas sociais. O prazo para envio de propostas começou em 15 de julho e vai até 2 de setembro, com o processo licitatório podendo durar de seis a oito meses. A nova licitação tem sido alvo de debates. Críticos apontam o alto valor do contrato em meio a restrições orçamentárias, enquanto o governo defende a necessidade de fortalecer a comunicação digital e melhorar a percepção pública. O certame é visto como estratégico, especialmente com a aproximação das eleições de 2026, quando Lula deve buscar um novo mandato. No dia 2 de julho, o PT convocou uma reunião com cerca de 270 influencers digitais – noticiamos aqui. E no dia 7, já era possível identificar a atuação do que se denominou como “Gabinete do Amor”. Se quiser se aprofundar mais sobre esse tema, recomendamos a leitura do nosso artigo: O “Gabinete do Amor” sob a sombra do “Mensalinho do Twitter” Fonte: Poder360, Folha de São Paulo, Jornal do Comércio, O antagonista

Deputado Nikolas Ferreira protocola pedido de impeachment de Lula, entenda o pedido

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou na terça-feira (15) um pedido formal de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados. O documento, subscrito por 72 parlamentares, acusa o presidente de cometer crimes de responsabilidade, com base na Lei nº 1.079/1950, em razão de sua condução na política externa, que, segundo Ferreira, teria comprometido a dignidade nacional e exposto o Brasil a sanções econômicas. A denúncia destaca dois supostos crimes. O primeiro refere-se à crise diplomática com os Estados Unidos, desencadeada após o presidente americano, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre importações brasileiras, citando a perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro como justificativa. Ferreira alega que Lula “prejudicou gravemente a dignidade nacional”, gerando impactos econômicos negativos para trabalhadores e setores produtivos. O segundo ponto questiona a aproximação do Brasil com o Irã, incluindo a autorização para atracagem de navios de guerra iranianos, o que, para o deputado, violou a neutralidade brasileira em conflitos internacionais. Além disso, a campanha de Lula no BRICS contra o uso do dólar no comércio global, sem consulta ao Congresso, é citada como um ato de subordinação dos interesses nacionais a alinhamentos ideológicos. O pedido surge em um momento de alta tensão política, intensificada pela crise com os EUA e pelo julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2022. Apesar do apoio de setores da oposição, analistas avaliam que o impeachment tem chances reduzidas de avançar, dado o suporte de Lula no Congresso. A decisão sobre a tramitação cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Conhecido por sua postura conciliadora, Motta pode optar por arquivar o pedido, considerando a falta de consenso para um processo tão extremo. O governo Lula reagiu, afirmando que a condução da política externa é prerrogativa presidencial e que as acusações são infundadas. O Planalto destacou esforços para reverter as tarifas americanas por meio de diálogo diplomático, reforçando o compromisso com a soberania nacional. O pedido de impeachment reflete a polarização política no Brasil e pode intensificar mobilizações de ambos os lados. A decisão de Motta será determinante para o futuro do processo, que pode acirrar ainda mais o cenário político. Fontes: Estado de Minas, Metropoles, Gazeta do Povo, Pleno News

Após pedido de prisão de Bolsonaro, Gonet vira alvo da fúria de Trump

A diplomacia entre Brasil e Estados Unidos vive um momento de tensão aguda: o governo de Donald Trump cogita impor sanções ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, após ele pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar um golpe de Estado. O impasse coloca em xeque as relações entre as duas potências e eleva o nível de disputa política internacional. O Ministério Público apresentou, em julho de 2025, um documento de 517 páginas recomendando a condenação de Bolsonaro por crimes como “formação de organização criminosa” e “tentativa de abolir por via violenta a ordem democrática”. A acusação aponta que Bolsonaro incitou insurreição e que mantinha um esquema conspiratório com aliados para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022. Em paralelo, Trump — forte aliado de Bolsonaro — classificou o processo como uma “caça às bruxas” e anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, vinculando diretamente a decisão judicial ao comércio bilateral. A reação brasileira foi rápida: o Itamaraty classificou a medida como interferência “inaceitável” nos assuntos internos e que iria retaliar usando a Lei da Reciprocidade. Fontes próximas à administração Trump afirmam que o veto pode ir além das tarifas comerciais, incluindo restrições pessoais ao procurador Gonet — como congelamento de bens, proibição de vistos ou limitação generalizada de intercâmbios com o sistema de justiça dos EUA. Embora a Casa Branca não tenha confirmado oficialmente, diplomatas indicam que medidas punitivas ao nível institucional estão sendo avaliadas, principalmente se o STF mantiver o pedido de prisão preventiva de Bolsonaro. Se confirmadas, as sanções podem agravar seriamente as relações entre ambos os países. Para o Brasil, repercutem como pressão direta sobre sua independência judicial. Já Trump reforça sua narrativa de “protetor dos líderes conservadores globais“, voltando a defender aliados como Bolsonaro, Marine Le Pen e Benjamin Netanyahu. Economicamente, empresas brasileiras já sofrem com tarifas previstas para entrar em vigor em 1º de agosto, afetando os setores de agronegócio e manufatura, além de reverberar no câmbio. O real já cedeu terreno, e há temores de escalada da crise econômica. Fontes: Metrópoles, AP

Tarifaço: colapso na fruticultura do Vale do São Francisco é iminente e aterroriza 1,2 milhão de trabalhadores do setor

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, está causando alarme entre os fruticultores do Vale do São Francisco, principal polo frutícola do Brasil. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, pode inviabilizar as exportações de manga e uva, carros-chefe da região, e ameaça cerca de 200 mil empregos diretos na fruticultura nordestina, segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). O Vale do São Francisco, abrangendo cidades como Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), é responsável por 92% das exportações brasileiras de manga e 95% das de uva, com os EUA sendo um destino crucial. Em 2024, as exportações de frutas da região para o mercado americano geraram US$ 148 milhões, sendo US$ 45,8 milhões em manga (36,8 mil toneladas) e US$ 41,5 milhões em uva (13,8 mil toneladas). A expectativa para 2025 era de um desempenho ainda mais robusto, mas a nova tarifa coloca esses números em risco. Silvio Medeiros, Diretor da AGROBRAS, alertou: “A fruta vai virar lama“. Ele destacou que a tarifa impactará diretamente os embarques, que já estão comprometidos para o segundo semestre, período de pico das exportações para os EUA e Europa devido à baixa produção local no inverno. Cerca de 700 a 800 contêineres de manga e uva são enviados semanalmente do Vale, com metade destinada aos EUA. “O navio que sai agora no sábado já não chega a tempo de escapar das tarifas. O impacto é imediato“, afirmou Medeiros. Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, reforçou a gravidade da situação em entrevista à Rádio Jornal: “Com esses 50%, já fica inviável“. Ele estima prejuízos superiores a US$ 50 milhões e alerta que redirecionar a produção para outros mercados, como Europa ou o mercado interno, é logisticamente inviável e pode colapsar os preços. “Se tentar mandar para a Europa, colapsa o mercado. Se for para o Brasil, colapsa também. Não existe redirecionamento assim“, explicou. A safra de manga, concentrada entre agosto e outubro, já estava planejada com reservas de contêineres e embalagens. A paralisação das negociações com compradores americanos pode levar a uma queda de até 70% no volume previsto para 2025, que incluía 48 mil toneladas de manga. João Ricardo Lima, da Embrapa Semiárido, destacou que, com a tarifa, o preço recebido pelos produtores não cobriria os custos de produção, embalagem e logística, tornando as exportações economicamente inviáveis. A Abrafrutas classificou a tarifa como “um golpe duro” e defendeu a continuidade do comércio bilateral, que beneficia tanto os exportadores brasileiros quanto os importadores americanos, em um modelo “ganha-ganha”. A associação apela por diálogo com o governo dos EUA para reverter a medida. O vice-presidente Geraldo Alckmin, coordenando um comitê interministerial, anunciou reuniões com o setor do agronegócio para discutir estratégias, incluindo conversas com empresas americanas afetadas pela integração das cadeias produtivas. Além da fruticultura, setores como carne bovina, suco de laranja, café e etanol também enfrentam preocupações com a tarifa, que pode elevar custos e reduzir a competitividade. Analistas apontam que a medida, justificada por Trump como resposta a supostos déficits comerciais, é politicamente motivada, já que os EUA mantêm superávit com o Brasil desde 2009. Produtores do Vale do São Francisco, que geram milhões de empregos e movimentam a economia nordestina, aguardam soluções diplomáticas para evitar um colapso econômico. A fruticultura no Vale do São Francisco gera um impacto social muito positivo. O setor emprega diretamente 250 mil e indiretamente mais de 950 mil, ou seja, quase 1,2 milhão de pessoas dependem diretamente dessa cadeia produtiva (EMBRAPA). Em carta direcionada às autoridades governamentais do Brasil e dos EUA, Embaixadas, Ministérios, Órgãos de Comércio e Relações Exteriores, a ValeXport, Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco, destaca que “1,2 milhão de pessoas dependem dessa cadeia. São trabalhadores rurais, embaladores, irrigantes, motoristas, técnicos agrícolas, pequenos produtores, comerciantes e famílias inteiras, que encontram na fruticultura sua única fonte de renda e dignidade em uma das regiões mais desafiadoras e carentes do país. Essa atividade é o oásis econômico e social do semiárido nordestino. Mais do que um setor produtivo, ela representa uma barreira contra o êxodo rural, uma ferramenta real de combate à pobreza e um vetor de inclusão social e desenvolvimento sustentável. (…) Estamos diante de uma tragédia social iminente. Um colapso acarretará não apenas prejuízos financeiros, mas também o agravamento da pobreza extrema, migração forçada, aumento da informalidade, sobrecarregando centros urbanos e rompendo o tecido social de uma região que há décadas luta por estabilidade.” “Contamos com o bom senso, a responsabilidade institucional e o espírito de cooperação que sempre marcaram as relações entre nossos países” – José Gualberto de Freitas Almeida, Presidente da ValeXport Caso as tarifas sejam mantidas, o setor teme não apenas perdas financeiras, mas também desemprego em massa e desperdício de safras, impactando diretamente a vida de trabalhadores e famílias da região. Fontes: Bloomberg Línea, G1, Rádio Jornal, Valor Econômico, Portal Tela

Toffoli anula todos os atos da Lava Jato contra doleiro Alberto Youssef

Nesta terça-feira (15), o ministro Dias  Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a nulidade de todos os atos da Operação Lava Jato praticados contra o doleiro Alberto  Youssef, marcando mais uma mudança expressiva na jurisprudência referente à maior investigação anticorrupção da história recente do Brasil. Para Toffoli, houve um conluio institucional envolvendo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo o ministro, essa articulação coordenada comprometeu o direito ao contraditório e à ampla defesa de Youssef, viciando todo o processo judicial. “Revela-se incontestável o quadro de conluio processual entre acusação e magistrado em detrimento de direitos fundamentais do requerente“, escreveu Toffoli, ao decretar a nulidade. Um dos pontos-chave da decisão foi a gravação clandestina de conversas nas celas onde Youssef estava preso em Curitiba, em 2014 – 11 dias de monitoramento sem autorização legal. Esse episódio, segundo o ministro, evidenciou o desequilíbrio entre acusação e julgamento. Toffoli também utilizou trechos das mensagens reveladas na Operação Spoofing — que mostrou comunicações entre procuradores e Moro — como prova de irregularidades graves no desenrolar processual. Apesar de anular todos os atos e sentenças judiciais contra Youssef, o ministro não decretou a nulidade do acordo de delação premiada firmado por ele, que continua válido. Esse acordo, considerado um dos mais relevantes para a Lava Jato, permanece válido e pode gerar efeitos jurídicos futuros. A anulação dos atos de Youssef segue uma série de decisões similares proferidas por Toffoli nos últimos meses, incluindo casos de Nelson Freitas, Nelson Meurer, Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht. O ministro tem criticado o que chama de “abuso de poder” na Lava Jato, especialmente em Curitiba, e aponta um padrão de interferência que fere garantias constitucionais. No caso de Youssef, o impacto é significativo: todos os processos, prisões, bloqueios patrimoniais e demais restrições foram anulados, abrindo caminho para possíveis recuperações de bens e revisões de outras condenações que dependeram das provas derivadas da sua colaboração. Defensores do doleiro afirmam que a decisão representa o “fim da Lava Jato”, questionando agora a validade de investigações baseadas em suas delações. Entre os possíveis beneficiários dessa medida, cita-se o ex-presidente Fernando Collor, cuja condenação contém menções às informações fornecidas por Youssef. A decisão de Toffoli deverá ser analisada pelas demais instâncias do STF e pode abrir precedentes para uma enxurrada de recursos e solicitações de revisão de processos ligados à Lava Jato. A força-tarefa e o MPF devem se rearticular para contestar entendimentos judiciais e definir novas estratégias jurídicas. A discussão agora se desloca dos métodos aplicados à validade e consequências dos acordos de delação e provas colhidas no âmbito da operação. Fontes: CNN, Revista Oeste

Variantes Genéticas podem ter influenciado no agravamento da Covid-19, revela estudo da Fiocruz

DNA Corona Virus. Imagem CC

Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em colaboração com outras instituições científicas, revelou que variantes genéticas podem estar associadas ao agravamento de casos de Covid-19. Publicado no dia 2 de julho, o trabalho analisou o genoma de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, identificando mutações em genes ligados à resposta imune que parecem influenciar a severidade da doença. A descoberta abre novas perspectivas para a medicina personalizada no combate à pandemia. A pesquisa envolveu a análise genômica de 161 voluntários, com idades entre 18 e 60 anos. Foram incluídos no corte apenas indivíduos com infecção confirmada para Covid-19, que precisaram de internação hospitalar em UTI, sem histórico de doenças crônicas e que não tinham sido vacinados. A amostra conseguiu representar características genéticas de pessoas pertencentes às cinco regiões do país. Os cientistas identificaram alterações em genes responsáveis pela regulação do sistema imunológico, que, em alguns indivíduos, podem desencadear uma resposta inflamatória exagerada, conhecida como “tempestade de citocinas”. Esse fenômeno está associado a complicações graves, como insuficiência respiratória. “Essas variantes genéticas podem explicar por que algumas pessoas desenvolvem quadros mais severos, mesmo sem fatores de risco aparentes”, explicou um dos coordenadores do estudo. Os resultados destacam a importância de fatores genéticos na variabilidade das respostas ao vírus, complementando o conhecimento sobre outros fatores, como idade e comorbidades. A pesquisa também sugere que testes genéticos podem, no futuro, identificar pacientes com maior risco de complicações, permitindo intervenções precoces e tratamentos mais direcionados. Além disso, o estudo reforça a relevância de abordagens personalizadas na medicina, que considerem o perfil genético de cada indivíduo. A Fiocruz enfatiza que os achados ainda requerem validação em populações maiores e mais diversas, mas representam um avanço significativo na compreensão da Covid-19. “Esses dados podem guiar o desenvolvimento de terapias mais eficazes e estratégias de prevenção”, afirmou um dos pesquisadores. A descoberta reforça a importância da pesquisa científica no enfrentamento de pandemias e destaca o papel da genômica na saúde pública. O imunologista Roberto Zeballos levantou hipóteses sobre a Covid-19 que, embora criticadas na época da pandemia, ecoavam nas discussões internacionais e desafiavam o consenso científico. Desde 2020, em vídeos e entrevistas, Zeballos sugeriu que “predisposições genéticas” poderiam explicar casos graves da doença, associando-as à “tempestade de citocinas”. Essa ideia alinhava-se a estudos como os da COVID-19 Host Genetics Initiative (Nature, 2020), que investigavam genes ligados à resposta imune. O estudo da Fiocruz (2025) está em vias de confirmar que variantes genéticas raras, como em genes MUC5AC e IFNA10, aumentam o risco de quadros severos, validando as questões levantadas por Zeballos. Se você gostou dessa notícia, peço que considere a leitura sobre: “Astrazeneca é condenada a pagar R$ 3,75 milhões por morte de promotora grávida no RJ após ser vacinada contra Covid-19”. Como podemos observar, a verdadeira Ciência exige liberdade para questionar. O consenso científico, ao descartar hipóteses, erra e limita o debate. A reavaliação dessa hipótese em 2025 reforça que a ciência deve evitar dogmas, politicagens, estardalhaços midiáticos e reconhecer erros. O caso, destaca a importância de manter a ciência aberta a indagações, sem mordaças, para que novas evidências possam corrigir o curso do conhecimento. Referências: Fiocruz, Nature, Nature II, Danuzio News, Unicamp

PGR pede condenação de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de Golpe de Estado

PGR pede condenação de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de Golpe de Estado. Edição com imagens CC

Nesta segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O documento, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e marca a última etapa antes do julgamento, previsto para setembro deste ano. A denúncia, que possui 517 páginas, acusa Bolsonaro e aliados de integrarem o chamado “núcleo crucial” de uma organização criminosa armada com o objetivo de subverter a ordem democrática e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Além de Bolsonaro, foram denunciados os ex-ministros: Segundo a PGR, os réus são acusados de cinco crimes: As penas máximas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão. A Procuradoria aponta que Bolsonaro liderou o grupo, articulando ações para desacreditar o sistema eleitoral, mobilizar apoiadores e planejar medidas autoritárias, como a decretação de um estado de exceção. O documento destaca que a trama golpista teve início em 2021, intensificando-se após a anulação das condenações de Lula na Operação Lava Jato, que o tornou elegível. A PGR cita provas como manuscritos, arquivos digitais, trocas de mensagens e a delação de Mauro Cid, que, apesar de omissões, contribuiu para esclarecer a estrutura do grupo. Entre as evidências, está a minuta de um decreto golpista encontrada na residência de Anderson Torres e relatos de reuniões com comandantes militares para discutir ações contra o resultado eleitoral. A culminação do plano, segundo a PGR, foi a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, causando prejuízos estimados em mais de R$ 20 milhões. Embora Bolsonaro não tenha participado diretamente dos atos, a PGR o vincula à mobilização dos manifestantes. A defesa de Bolsonaro nega as acusações, classificando a denúncia como “inepta” e baseada em suposições frágeis. Os advogados afirmam que não há provas concretas de envolvimento do ex-presidente em planos golpistas. As defesas dos demais réus também contestam as acusações, alegando falta de imparcialidade nas investigações. Os próximos passos incluem a apresentação das alegações finais da defesa de Mauro Cid e dos demais réus, cada uma com prazo de 15 dias. O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Caso condenados, os réus só cumprirão pena após o esgotamento de todos os recursos. Fonte: CNN, O DIA, G1

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