Banco Central confirma ataque hacker e desvios podem chegar a R$ 1 bilhão

O Banco Central confirmou que a empresa prestadora de serviços de tecnologia para instituições financeiras, C&M Software, sofreu um ataque hacker na última terça-feira (01). Embora ainda não haja confirmação sobre os valores, já se sabe que os desvios ultrapassam R$ 400 milhões, podendo chegar a mais de R$ 1 bilhão. A C&M Software é a companhia responsável pelo sistema que interliga instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro, SPB. O principal foco de atuação da empresa envolve o sistema da infraestrutura do PIX. A companhia confirmou o ataque hacker, contudo, até o momento, não divulgou oficialmente sobre os valores. O que se sabe é que os relatórios iniciais apontam um mínimo de R$ 400 milhões. O portal Brazil Journal divulgou a informação, através de uma fonte direta, de que já se comenta que o desvio teria ultrapassado a cifra de R$ 1 bilhão. O criminoso teria explorado a vulnerabilidade de diversas contas, e principalmente, da BMP. Embora não sejam divulgados os nomes de todas as instituições financeiras afetadas, os relatórios iniciais apontam que cada banco ou fintech afetados registraram perdas acima de R$ 50 milhões, em média. O portal Metrópoles sugeriu o termo “Roubo do Século” para definir o ataque hacker. A C&M foi desligada do sistema do Banco Central, imediatamente após detectarem o ataque e os desvios, e realizou uma reunião de emergência com o Banco Central. Em nota, a C&M afirma: “Por orientação jurídica e em respeito ao sigilo das apurações, a C&M não comentará detalhes do processo, mas reforça que todos os seus sistemas críticos seguem íntegros e operacionais e que as medidas previstas nos protocolos de segurança foram integralmente executadas.” A BMP divulgou em nota que nenhum cliente terá prejuízo: “No caso da BMP, o ataque envolveu exclusivamente recursos depositados em sua conta reserva no Banco Central. A instituição já adotou todas as medidas operacionais e legais cabíveis e conta com colaterais suficientes para cobrir integralmente o valor impactado, sem prejuízo à sua operação ou a seus parceiros comerciais.” O Valor Econômico informou que uma pequena fração do dinheiro desviado teria sido recuperada pelas instituições afetadas, pelo MED, um mecanismo especial de devolução do PIX. E que participantes da indústria teriam criticado a segurança do BC: “Todos os bancos são obrigados a ter travas de volumetria, e o BC em si não tem. Como conseguem desviar pelo menos R$ 400 milhões e o sistema do BC não detecta risco de fraude?” Fontes: Metropoles, Brazil Journal, Valor, CNN
“Gilmarpalooza” realizado em Lisboa em meio a críticas e pouca transparência sobre despesas

O encontro jurídico promovido em Portugal pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intitulado informalmente de “Gilmarpalooza”, reunirá mais de 150 autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF, parlamentares e dezenas de assessores. O evento, sediado em Lisboa nos dias 2, 3 e 4 de julho, ocorre anualmente e mistura debates jurídicos com articulações políticas e institucionais de alto nível. No entanto, a edição de 2025 chamou atenção não apenas pela quantidade de autoridades presentes, mas também pelo momento político delicado e pelo uso de recursos públicos em meio à contenção de gastos no Brasil. A repercussão do evento tem sido intensa nas redes sociais e na imprensa. Parte da opinião pública questiona a real necessidade da presença de tantos representantes dos Três Poderes em um evento fora do país, especialmente diante das dificuldades orçamentárias enfrentadas por várias instituições no Brasil. Segundo a Folha de S.Paulo, os gastos com passagens, diárias e deslocamentos não foram esclarecidos de forma transparente por diversos órgãos envolvidos, e muitos dos participantes evitaram fornecer detalhes sobre os custos arcados pelos cofres públicos. Entre os presentes estão os ministros do STF Flávio Dino, Alexandre de Moraes, André Mendonça e Luiz Carlos Barroso, o presidente da Câmara Hugo Motta, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de membros do TCU, do STJ e de outras esferas do Judiciário. A ausência de informações sobre os valores gastos por cada poder — Executivo, Legislativo e Judiciário — gerou críticas, inclusive de parlamentares da oposição, que cobraram maior transparência e responsabilização. No exterior, o evento também gerou reações. O partido português Chega, de direita populista, anunciou que pretende investigar a influência e os efeitos do “Gilmarpalooza” em solo português. Segundo o jornal digital Poder360, o partido, que ganhou força nas últimas eleições, questiona se há interferência indevida de autoridades estrangeiras nos assuntos internos de Portugal e se os encontros em Lisboa podem representar um canal informal de influência brasileira na política e no Judiciário local. O líder do Chega, André Ventura, afirmou que o partido vai solicitar informações formais ao governo português sobre os custos, apoios institucionais e natureza dos encontros jurídicos promovidos por Gilmar Mendes e outras figuras do Judiciário brasileiro em território português. Ventura argumenta que há “um rastro de relações que precisam ser escrutinadas, especialmente quando se fala em encontros recorrentes de autoridades estrangeiras com vínculos políticos e judiciais”. Apesar das críticas, defensores do evento ressaltam que a conferência tem caráter acadêmico e é uma oportunidade legítima de estreitar laços jurídicos e institucionais entre Brasil e Portugal, promovendo o intercâmbio de ideias e o diálogo entre sistemas de justiça. Gilmar Mendes, que também é professor da Universidade de Lisboa, defende o evento como parte de sua contribuição ao debate jurídico internacional. A polêmica, no entanto, está longe de se encerrar. No Brasil, parlamentares já articulam pedidos de informação formais aos tribunais e ministérios participantes do evento. Há também movimentações para convocar audiências públicas a fim de discutir o uso de recursos públicos em eventos internacionais de natureza não estritamente oficial. Já em Portugal, a pressão do Chega pode abrir uma frente política de investigações e tensionar as relações entre os dois países, ao menos no campo diplomático e institucional. Gilmarpalooza em números: Fontes: Folha de São Paulo, Poder360
The Wall Street Journal: “Irã segue sendo uma ameaça nas Américas”, inclusive no Brasil

No último domingo (29), o The Wall Street Journal publicou um artigo revelando que o Irã possui uma rede de espiões e intermediários em toda a América Latina. Capazes de realizar espionagem, atividades cibernéticas e até mesmo atentados diretos, tanto nos EUA quanto em países latino-americanos. O artigo de Mary Anastasia O’Grady, colunista especialista em relações internacionais, começa informando que, nos dias sequentes à operação “Midnight Hammer“, o bombardeio americano em instalações nucleares iranianas, o ICE (Agência Federal de Imigração e Alfândega dos EUA) deteve 11 iranianos ligados ao Irã ou ao Hezbollah, incluindo ex-militares da Guarda Revolucionária Iraniana. Esse fato corrobora com o alerta do FBI sobre a necessidade de vigilância redobrada sobre redes iranianas, que podem se intensificar após a operação americana. Cita que o Irã pode escalar sua resposta para ameaças cibernéticas, espionagem e atentados, utilizando-se para tal de redes globais de proxies (intermediários). A colunista afirma que o Irã está expandindo sua influência na América Latina por meio de alianças com regimes autoritários de esquerda. Aliança com a Venezuela O artigo cita que o Irã possui estreita colaboração militar com a Venezuela, fornecendo drones e embarcações armadas. Aponta que o país, governado por Maduro, é um apoio estratégico para o Irã no ocidente, fornecendo proteção e estrutura para operações clandestinas iranianas. A autora do artigo menciona que o Irã envia agentes secretos para a região, via Caracas, com ajuda do regime venezuelano. Há relatos de emissão de passaportes venezuelanos a milhares de iranianos e oriundos do Oriente Médio. Somente sob Hugo Chávez teriam sido emitidos cerca de 10 mil passaportes falsificados. Alianças com outros países latino-americanos, incluindo o Brasil O texto ainda interliga essa rede iraniana à esquerda latino-americana, incluindo o Brasil, sob o governo Lula, Cuba, Nicarágua e Bolívia. Citando que os mesmos colaboram ou se alinham, ideologicamente, com o Irã, que estaria se aproveitando da retórica anti-EUA e de fragilidades institucionais, para se infiltrar. Por meio de grupos como o Hezbollah, o Irã pode criar bases logísticas, espionar e lavar dinheiro, no hemisfério sul das Américas, representando uma ameaça significativa aos EUA e à América Latina. O’Grady exemplifica lembrando que ações terroristas do Irã estão documentadas e que o principal caso é o atentado em um centro comunitário judaico em Buenos Aires pelo Hezbollah em 1994, resultando na morte de 85 pessoas. Assim como um atentado suicida em 1992, que vitimou 29 pessoas, também na cidade argentina. O promotor que investigava os atentados foi misteriosamente assassinado em 2015, um dia antes de seu depoimento no Congresso argentino, onde apontaria sobre um eventual “acobertamento do papel do Irã pelo governo da então presidente na época, Cristina Kirchner.“ Sobre o Brasil, a autora lembra da atuação do governo Lula: “Em 2023, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva permitiu que 2 navios de guerra iranianos atracassem no Rio de Janeiro” e sobre as notas emitidas pelo Itamaraty condenando os bombardeios dos EUA e citando violação à soberania iraniana. Já sobre a Bolívia, comenta sobre ligações e afinidade ideológica antiocidental sob a influência do ex-presidente Evo Morales e que Cuba e Nicarágua também são aliadas do Irã. O’Grady alerta ser provável que o Irã utilize agentes clandestinos para atacar os EUA e aliados, em vingança pelos ataques sofridos. E finaliza tecendo elogios à decisão de Donald Trump, descrevendo-a como uma “brilhante e heroica missão, um presente para a humanidade“.
IOF: a esperança de Lula está no STF, que pode reverter vitória do contribuinte

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, definiu nesta segunda-feira (30) que o ministro Alexandre de Moraes será o relator da ação proposta pelo PSOL, que contesta a decisão do Congresso de derrubar decretos presidenciais que aumentavam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na semana passada, parlamentares aprovaram por ampla maioria (383 votos a 98) a revogação dos decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que gerou reação do Palácio do Planalto. Para o PSOL, o Legislativo teria extrapolado suas competências e ferido o princípio da separação de poderes ao sustar a decisão presidencial sem comprovar ilegalidade. O governo já orientou a Advocacia-Geral da União (AGU) a analisar medidas jurídicas para tentar restaurar o aumento do imposto. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se a AGU considerar que o Congresso invadiu prerrogativas do Executivo, será acionado o Supremo para tentar reverter a derrota sofrida no Legislativo. Mudança de relatoria e ações em disputa Inicialmente, o relator do caso seria o ministro Gilmar Mendes, mas ele apontou conexão entre o pedido do PSOL e uma outra ação movida pelo Partido Liberal (PL), que também tramita no Supremo. O PL questiona a constitucionalidade do aumento do IOF, alegando desvio de finalidade: o governo, segundo a sigla, usou o tributo apenas para elevar arrecadação, ferindo sua natureza extrafiscal e sem submeter o aumento à aprovação parlamentar. Barroso concordou que as duas ações se relacionam e redistribuiu o caso para Moraes, para evitar decisões contraditórias. Opinião de juristas Segundo reportagem do InfoMoney, especialistas veem riscos reais de conflito de competências entre os Poderes. Para o professor Fernando Zilveti, do Instituto Brasileiro de Direito Tributário, cabe ao Supremo arbitrar a disputa, já que o governo federal tem prerrogativas constitucionais para ajustar o IOF. Ele avalia que decisões anteriores do STF, em situações semelhantes, têm favorecido o Executivo, inclusive em aumentos do imposto para comércio eletrônico. Contudo, o advogado Hugo Funaro, mestre pela USP e sócio do Dias de Souza Advogados, avalia que o Congresso agiu dentro de sua função ao sustar o decreto presidencial. Ele afirma que a lei autoriza o Executivo a alterar alíquotas, mas exige que isso seja feito com base em objetivos de política monetária e fiscal. “O Legislativo concluiu que essa proposta do Executivo não tinha esses objetivos, mas apenas visava arrecadar mais“, explica. Para Funaro, a ação do PSOL corre o risco de ser considerada improcedente pelo STF, pois o Congresso teria o direito de sustar medidas que violem a finalidade do tributo. Embate político e crise de confiança Nos bastidores, o episódio expôs mais uma disputa entre Executivo e Legislativo e levantou críticas ao governo Lula, acusado de tentar elevar impostos sem diálogo prévio com o Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu acusações de aliados do Planalto que falaram em traição. Segundo Motta, a base governista foi avisada de que a proposta de aumento do IOF enfrentaria forte resistência no Parlamento: “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice“, disparou. Enquanto o governo busca reverter judicialmente a derrota, parlamentares afirmam que a elevação do imposto prejudicaria ainda mais a economia, que já enfrenta dificuldades para crescer de forma consistente. O impasse deve permanecer no centro do debate entre os Poderes e pode repercutir no cenário eleitoral de 2026.
Servidor da Educação de Minas é demitido após processo disciplinar e postagem antissemita

O governo de Minas Gerais oficializou a demissão, a bem do serviço público, do servidor Marcos Roberto de Souza Amaral, Analista Educacional lotado na Superintendência Regional de Ensino de Araçuaí, vinculada à Secretaria de Estado de Educação. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (data de publicação), após a conclusão de um processo administrativo disciplinar que apurou graves infrações funcionais. Segundo a Controladoria-Geral do Estado (CGE), Marcos Amaral descumpriu deveres previstos na Lei Estadual nº 869/1952, que tratam de obrigações como exercer o cargo com dedicação, respeitar superiores hierárquicos e manter conduta compatível com o serviço público. Além disso, o servidor teria incorrido em falta grave tipificada no artigo 250 do mesmo regulamento, considerada incompatível com a função pública. Entre os motivos do processo disciplinar, consta também a publicação de mensagens de teor antissemita e ameaçador em suas redes sociais. Em uma postagem, o servidor escreveu: A manifestação gerou forte repercussão e indignação, sendo considerada incompatível com os princípios constitucionais de respeito à dignidade da pessoa humana e à pluralidade de ideias, além de afrontar valores democráticos. A penalidade de demissão a bem do serviço público é a mais severa prevista na legislação estadual e costuma ser aplicada quando há conduta que macule a imagem e a confiança da sociedade na administração pública. O processo foi conduzido pelo Núcleo de Correição Administrativa da Secretaria de Educação, com parecer técnico confirmando as irregularidades. O servidor já está formalmente intimado pela publicação oficial e tem prazo de dez dias para apresentar pedido de reconsideração, caso queira recorrer da decisão. Procurada, a Secretaria de Estado de Educação não comentou detalhes do caso, mas reforçou a política de “tolerância zero” com qualquer prática discriminatória ou incompatível com a ética do serviço público.
The Economist: Lula sem aliados fortes no exterior e com rejeição em casa

No último domingo (29), a famosa revista britânica “The Economist”, que possui considerável visibilidade internacional, publicou um editorial com foco no presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e suas atuações. O artigo começa citando que o presidente Lula vive um momento delicado, tentando recuperar o protagonismo internacional, porém o que se observa é que o mesmo está cada vez mais isolado — tanto no exterior quanto dentro do próprio país. Comenta que o Brasil se posicionou contra os EUA após ataques ao Irã, rompendo com a linha diplomática de outras democracias ocidentais. O que reforça a imagem de que o Brasil, ao se alinhar a regimes como Irã, Rússia e China dentro dos BRICS, está se afastando do Ocidente. Em seguida, diz que Lula tenta se desvencilhar promovendo temas menos polêmicos na cúpula dos BRICS e evitando bater de frente com os americanos, especialmente com o presidente Trump, com quem nem sequer se encontrou. Enquanto isso, aproxima-se de Xi Jinping e busca expandir mercados na Europa e na Ásia. Mas os voos diplomáticos não têm rendido frutos sólidos: nem Putin o levou a sério quando ele se ofereceu como mediador da guerra na Ucrânia. Reforça que, na vizinhança — América Latina — a situação também é tensa. Lula não fala com o presidente da Argentina, se isolou após apoiar Maduro e ignora a tragédia no Haiti. O editorial afirma que seu papel de liderança na América Latina é “despreparado ou incapaz“. O artigo cita que, no front interno, o cenário é igualmente turbulento. Com popularidade em queda (apenas 28% aprovam seu governo), Lula enfrenta um Congresso que já começa a desafiá-lo abertamente, como no caso da rejeição de seu decreto de novos impostos — algo inédito em mais de três décadas — e que, enquanto isso, a direita se reorganiza. Mostra que o Brasil possui um déficit bilionário na balança comercial com os EUA, de cerca de $30 bilhões anuais — algo que agrada Trump. Cita que o Brasil parece hoje um ator coadjuvante, se mostrando “relativamente distante e inerte geopoliticamente“. Finaliza dizendo que Lula talvez precise descer do palco internacional e voltar os olhos para os problemas do próprio quintal.
Mais um escândalo no INSS: fraude bilionária no seguro-defeso

O seguro-defeso, benefício importante para pescadores artesanais, está sofrendo fraudes em larga escala, especialmente em cidades do Pará e Maranhão, com cadastros inflados e desvios bilionários. O governo já anunciou medidas para minimizar as fraudes, investigações ainda estão em curso. Pará Os dados são alarmantes, em Mocajuba, no Pará, 14,7 mil pessoas receberam o seguro-defeso em 2024. O problema é que, segundo os dados do IBGE, há 15,3 mil habitantes no município, sendo 6.300 fazendeiros, 1.800 funcionários da prefeitura e outros 716 servidores municipais. Ou seja, não é possível que haja tantos pescadores artesanais na cidade. O que evidencia a existência de cadastros fantasmas irregulares. Outras cidades do norte seguem a mesma discrepância, como São Sebastião da Boa Vista, Ponta de Pedras e Cametá, também no Pará. Maranhão E os municípios de Boa Vista do Gurupi e Cedral, ambos no Maranhão. O número de beneficiários do seguro-defeso saltou de 1 milhão em 2022 para 1,7 milhão em maio de 2025. Um acréscimo de mais de 500 mil cadastros em menos de um ano. Somente em 2024, o governo dispendeu R$ 6,36 bilhões, com o benefício. Fraudes e inconsistências Como mencionado acima, municípios no Pará e Maranhão apresentam uma proporção de pescadores cadastrados incompatível com os dados populacionais. Outra evidência é que, no Maranhão há apenas 621 embarcações cadastras para centenas de milhares de pescadores inscritos. A suspeita é que entidades intermediárias, como colônias e federações, estariam atuando na fraude dos registros e retendo 50% dos benefícios, segundo a Polícia Federal. Não é a 1ª vez que o esquema fraudulento exposto ocorre. Em 2015, a Operação “Enredados” deflagrou um esquema semelhante tendo como resultado a redução de 45% no número de beneficiários em 2016. Medidas do governo Mediante às denúncias, o governo anunciou em janeiro que os beneficiários só receberão o benefício através de biometria cadastrada e validada. A medida foi formalizada por meio de decreto na última quarta-feira (25). Além de uma medida provisória que obriga a homologação dos beneficiários pelas prefeituras e o cruzamento de dados anunciado pelo Ministério da Pesca. O TCU já está realizando auditorias em pagamentos suspeitos. Fontes: UOL, Brasil247 e Jornal da Band
Parricídio choca Pernambuco: filha planeja execução do pai por R$ 2 milhões

Uma jovem de 19 anos foi presa após confessar à Polícia Civil de Pernambuco que mandou matar o próprio pai para ficar com uma herança estimada em R$ 2 milhões. O crime ocorreu na noite de 20 de junho, no bairro Enseada dos Corais, em Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. A vítima, Ayres Botrel, de 60 anos, era caminhoneiro e foi assassinado a tiros enquanto dormia em casa. A filha dele, Amanda Chagas Botrel, foi presa seis dias depois, na quinta-feira (26), após cair em contradições durante os depoimentos. Inicialmente, Amanda disse à polícia que homens armados haviam invadido a casa, a mandado ficar calada e executado o pai. Mas as câmeras de segurança mostraram apenas o carro dela entrando e saindo do local na noite do crime, sem sinal de outros suspeitos. Confrontada com as imagens, Amanda confessou ter planejado o assassinato, levando os criminosos até a residência e facilitando a entrada deles. De acordo com a delegada Myrthor Freitas, o crime teria motivação financeira. Ayres Botrel era dono de um caminhão, imóveis e outros bens que poderiam somar cerca de R$ 2 milhões, além de já ter colocado um duplex em nome da filha. Segundo a polícia, Amanda mantinha boa relação com os pais e não passava necessidade, estudava em faculdade particular e morava com a família. Mesmo assim, teria decidido antecipar a herança. Outro ponto suspeito foi o tempo que ela demorou para avisar a mãe: cerca de 15 a 20 minutos depois dos tiros. Após audiência de custódia, Amanda foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro da Iputinga, onde responderá por homicídio qualificado. O delegado Rodrigo Belo, da 14ª Delegacia de Homicídios, afirmou que a jovem demonstrou frieza ao confessar o crime e não reagiu nem mesmo ao ver a mãe chorando. A investigação continua para identificar os executores do assassinato e eventuais outros envolvidos. Amanda, até o momento, é apontada como a autora intelectual do crime. Fonte: Metrópoles
PCC no coração das finanças: mercado mapeia o risco do crime organizado

O avanço do Primeiro Comando da Capital (PCC) sobre setores da economia formal começou a entrar no radar de fundos de investimento, bancos e consultorias que atuam na Faria Lima, principal polo financeiro do Brasil. Gestoras de patrimônio e analistas de risco passaram a incluir, em relatórios e estudos sobre projetos na região Sudeste, indicadores de influência do crime organizado sobre cadeias produtivas, comércio e até operações logísticas. Esse movimento é inédito em termos de metodologia de avaliação de risco no mercado financeiro brasileiro. Tradicionalmente, variáveis como estabilidade política, segurança jurídica, inflação e câmbio dominavam o cálculo de cenários de investimento. No entanto, episódios recentes envolvendo ações violentas, interceptações de cargas e denúncias de extorsão e lavagem de dinheiro têm pressionado empresas a revisitar seus modelos de compliance e as projeções sobre retorno de ativos. As preocupações se intensificaram após investigações do Ministério Público e operações da Polícia Federal revelarem conexões entre facções criminosas e negócios supostamente legais, como transportadoras, redes varejistas, construtoras e empresas de logística portuária. O PCC, em particular, é apontado por autoridades como responsável por movimentar recursos bilionários por meio de atividades ilícitas e por expandir sua influência em cidades estratégicas próximas ao Porto de Santos, a principal porta de entrada e saída do comércio exterior brasileiro. Grupos de crime organizado, como PCC e CV, expandiram seus métodos de atuação após a pandemia de COVID-19. Informações apontam que os grupos se infiltraram nos ramos imobiliário, de transporte público, clínicas odontológicas, e também no refino e venda de combustíveis, por meio do contrabando de matérias-primas. Consultorias que assessoram investidores estrangeiros relatam que fundos internacionais, sobretudo norte-americanos e europeus, começaram a incluir perguntas específicas sobre segurança e risco criminal em suas diligências antes de aprovar aportes em setores como agronegócio, transporte de alto valor e infraestrutura. Esse tipo de risco, há poucos anos restrito a avaliações qualitativas de reputação, hoje influencia decisões sobre alocação de capital e pode até aumentar o custo do dinheiro captado por empresas brasileiras. Especialistas ressaltam que a percepção do crime organizado como ameaça ao ambiente de negócios não é nova, mas se tornou mais tangível com os relatórios oficiais que apontam vínculos entre facções e empresas de fachada. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o PCC expandiu sua atuação em pelo menos 22 estados e já exerce influência direta sobre cadeias logísticas fundamentais para exportação de commodities. O tema também tem impacto político. Governadores e prefeitos da região Sudeste vêm sendo pressionados a demonstrar capacidade de conter o avanço das facções. Em São Paulo, maior base de operações do PCC, empresas de transporte e logística têm reportado aumento nos custos com escolta armada e seguros. A insegurança afeta o valor de ativos e amplia a percepção de risco Brasil. Analistas que acompanham fundos de private equity e de crédito privado afirmam que, além de prejuízos diretos com roubo de cargas e ameaças, há preocupação com a infiltração de recursos ilícitos no sistema financeiro. A possibilidade de sanções e danos reputacionais faz com que gestoras e bancos passem a exigir provas mais robustas de controles internos e relatórios de compliance antes de liberar financiamentos. Enquanto isso, representantes do mercado alertam que o crescimento da economia paralela alimentada pelo crime organizado prejudica a competitividade do setor produtivo, distorce concorrência e compromete o ambiente de negócios no médio e longo prazo. Para conter essa tendência, advogados especializados em lavagem de dinheiro defendem que a fiscalização de transações suspeitas seja aprimorada e que as agências reguladoras atuem em parceria com autoridades judiciais. O governo federal ainda não apresentou uma estratégia articulada para lidar com o impacto econômico da atuação do PCC, mas reconhece que a dimensão do problema requer cooperação internacional e medidas que ultrapassem o âmbito exclusivamente policial. Fonte: Folha de São Paulo
Tarcísio abre vantagem para a Presidência e Lula tem pior aprovação do mandato

Cristiano Mariz/Agência O Globo