Presidente dos Correios entrega Carta de Renúncia

Fabiano Silva dos Santos, presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), entregou sua carta de renúncia ao Palácio do Planalto nesta sexta-feira (04), pressionado por uma grave crise financeira que assola a estatal. A decisão ocorre após prejuízos bilionários registrados nos últimos anos, com destaque para o rombo de R$ 2,6 bilhões em 2024, quatro vezes superior ao déficit de 2023, e um resultado negativo de R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2025. A saída de Fabiano Silva, que está no comando desde 2023, deve ser formalizada na próxima semana, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gestão de Fabiano Silva enfrentou críticas pela lentidão em implementar ajustes estruturais diante da queda de receitas e do aumento de despesas. A estatal atribui parte dos prejuízos à “taxa das blusinhas“, novo marco regulatório de compras internacionais que impactou o fluxo de encomendas, e ao sucateamento da empresa durante a tentativa de privatização no governo Bolsonaro. Apesar de iniciativas como o lançamento do marketplace “Mais Correios” e um plano de redução de despesas estimado em R$ 1,5 bilhão para 2025, as medidas foram consideradas insuficientes pelo governo. A renúncia também reflete tensões políticas. A Casa Civil, sob o comando de Rui Costa, pressionou por uma reestruturação que incluía o fechamento de agências e demissões, com estimativas de até 10 mil desligamentos. Fabiano resistiu, argumentando que tais medidas prejudicariam a atuação dos Correios em regiões periféricas. O embate gerou desgaste, agravado por disputas internas no PT e pelo interesse do União Brasil, liderado pelo senador Davi Alcolumbre, em assumir o comando da estatal. A saída de Fabiano reacende o debate sobre o futuro dos Correios, com setores defendendo a privatização e outros, a reestruturação como empresa pública. A estatal, presente em todos os 5.570 municípios brasileiros, enfrenta o desafio de se modernizar e diversificar receitas, enquanto lida com pressões políticas e financeiras. O governo ainda não anunciou um substituto, mas a escolha será crucial para equilibrar interesses da base aliada e garantir a sustentabilidade da empresa. A crise nos Correios segue como um teste para a articulação política do governo Lula. Fontes: PainelPolitico, CNN, Poder360

PT instaura o “Gabinete do Amor”

Gabinete do Amor

O PT, Partido dos Trabalhadores, intensificou sua “estratégia de comunicação” ao convocar cerca de 270 influenciadores digitais para promover a campanha “Taxação BBB” – voltada a bilionários, bancos e bets. A iniciativa, lançada na última quarta-feira (2), visa reforçar o discurso do governo Lula em meio à crise gerada pela tentativa de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), derrubada pelo Congresso. A reunião virtual, batizada nos bastidores como “gabinete do amor“, também anunciou a criação de uma plataforma online para cadastrar influenciadores alinhados ao governo, com promessas de suporte jurídico para militantes digitais. O site oficial “Influenciadores com Lula“, possui um formulário para cadastro de apoiadores e os inscritos podem escolher como querem colaborar: compartilhar conteúdos, criar publicações, organizar eventos ou até mesmo liderar equipes locais. A movimentação do PT é vista como uma tentativa desesperada de recuperar terreno perdido nas redes sociais, onde a direita tem dominado o debate desde a ascensão de Jair Bolsonaro. Críticos apontam que a estratégia de mobilizar influenciadores para amplificar o discurso de “ricos contra pobres” reforça a polarização política e busca manipular a opinião pública em um momento de fragilidade do governo. A campanha, que inclui vídeos gerados por inteligência artificial e materiais produzidos para redes sociais, já custou ao partido cerca de R$ 189 mil em anúncios, segundo a Gazeta do Povo. Parlamentares da oposição, como os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, criticaram a abordagem, defendendo um tom mais institucional diante do embate fiscal. Leia mais: O “paz e amor” vira “guerra e ódio”: Lula não consegue esconder sua ideologia no exterior – Danuzio Lula perdeu Brasília: crises escancaram a ingovernabilidade – Danuzio A Frente Povo Sem Medo, ligada a Guilherme Boulos (PSOL), também anunciou uma manifestação para 10 de julho em São Paulo, com foco na taxação de grandes fortunas e no fim da jornada 6×1, intensificando o clima de confronto. Especialistas conservadores questionam a eficácia da estratégia, apontando que o uso de influenciadores pagos pode soar inautêntico, afastar eleitores e apontam semelhanças com os métodos que a própria esquerda sempre questionava. “Enquanto os conservadores mobilizam apoiadores de forma orgânica, o PT parece depender de artifícios para sustentar sua narrativa“, declarou um internauta em redes sociais. A ofensiva digital do PT, portanto, reacende o debate sobre a autenticidade no ativismo político virtual e os limites da influência patrocinada. Fontes: Portal8viu, Veja, UOL, O Tempo, VozdaBahia, Gazeta do Povo

Moraes barra medidas do governo e do Congresso sobre IOF e convoca audiência de conciliação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (3) suspender tanto o decreto do governo federal quanto o projeto aprovado pelo Congresso que modificavam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, segundo o magistrado, busca evitar instabilidade tributária e dar espaço ao diálogo entre os Poderes. Moraes também marcou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, envolvendo o Planalto, o Congresso, a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União e as demais partes do processo. Na prática, a decisão mantém temporariamente as alíquotas do IOF nos níveis anteriores ao aumento decretado pelo governo Lula. Moraes justificou que, até que se chegue a uma solução negociada, é melhor preservar a segurança jurídica e a previsibilidade para empresas e consumidores. Desvio de finalidade Entre os líderes partidários da Câmara, a decisão foi vista como uma vitória do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), na disputa com o governo Lula sobre a condução da política tributária. Um trecho do despacho de Moraes foi especialmente celebrado: o ministro alertou que, caso “seja demonstrada a utilização” do IOF “tão somente para arrecadar“, ainda que se trate de atribuição do Executivo, o aumento poderia configurar desvio de finalidade. “Caso efetivamente demonstrada a utilização desse instrumento parafiscal tão somente para arrecadar, em que pese tratar-se de atribuição privativa do Chefe do Poder Executivo, estará caracterizado o desvio de finalidade…” (ADIn 5.468, relatoria do ministro Luiz Fux, 2017). Na avaliação do grupo político alinhado a Motta, esse posicionamento pode fortalecer a Câmara no mérito da questão, favorecendo o entendimento de que o Congresso deve ter protagonismo ao discutir a tributação. Em resposta, a ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo federal aguarda a audiência e “não tem nenhum problema em conversar com o Congresso e com o STF“, reafirmando que sempre buscou diálogo. Segundo Gleisi, a suspensão do decreto do IOF pode exigir contingenciamento e impor um ritmo mais lento na execução do Orçamento da União, mas que o governo atuou de forma responsável dentro do arcabouço fiscal aprovado pelo Legislativo. Já Hugo Motta disse após a decisão que o Supremo agiu em “sintonia” com a Câmara, e se colocou à disposição para debater alternativas “em busca do equilíbrio das contas públicas e do crescimento sustentável da economia”. A audiência de conciliação no STF está prevista para 15 de julho e, após ela, Moraes deve decidir se mantém ou não a suspensão das medidas do governo e do Congresso.

Caminhões dos Correios são usados por traficantes para transporte de drogas no Brasil

Uma operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira (3), revelou um esquema sofisticado de tráfico internacional de drogas que utilizava caminhões dos Correios para transportar entorpecentes no Brasil. A ação, batizada de Operação Specula, aconteceu em Foz do Iguaçu, Paraná, e desmantelou uma organização criminosa responsável por movimentar grandes quantidades de maconha e cocaína para diversos estados do país. Segundo a Polícia Federal, os traficantes utilizavam caminhões com compartimentos ocultos, como fundos falsos e pneus, para dissimular o transporte de drogas. Em alguns casos, cal hidratada era usada para mascarar o odor dos entorpecentes, dificultando a detecção por cães farejadores. Durante as investigações, foram apreendidos 6.288 kg de maconha e 108 kg de cocaína, além de dez veículos e quatro prisões em flagrante. Um dos episódios mais notórios envolveu o uso de um caminhão dos Correios para transportar a carga ilícita, evidenciando a ousadia dos criminosos. Não é a primeira vez que esse tipo de tática do crime organizado é descoberta, outro caso marcante ocorreu em setembro de 2024, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 1.947 kg de maconha em um caminhão dos Correios abandonado em uma estrada rural em Cascavel, Paraná. O veículo, pertencente à frota terceirizada, foi retirado com auxílio de um trator, e a carga legal transportada não foi comprometida. A utilização de caminhões dos Correios por traficantes expõe vulnerabilidades no sistema de transporte logístico e reforça a necessidade de maior fiscalização. A PRF relatou que, em 2024, apreendeu 284 toneladas de drogas no Paraná, um aumento de 45% em relação a 2023, com casos inusitados como drogas escondidas em postes de concreto e cargas de cavalos. As investigações continuam para identificar outros envolvidos nos esquemas, e a Polícia Federal reforça a importância de ações integradas com outras forças de segurança para combater o tráfico interestadual e internacional. Fontes: Metropoles, G1, CGN, Pontaporainforma

Ataques a ônibus em São Paulo, mais de 450 veículos depredados em um mês

Desde o início de junho de 2025, São Paulo enfrenta uma onda de vandalismo contra o transporte público, com mais de 450 ônibus depredados na capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. Somente na noite de 2 de julho, 35 coletivos foram alvos de ataques na capital, a maioria na zona sul, segundo a SPTrans. As ações, que incluem apedrejamentos e quebras de janelas, causaram prejuízos materiais e colocaram em risco a segurança de motoristas e passageiros. A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), investiga os casos e aponta como principal hipótese a motivação por “desafios” promovidos em redes sociais, envolvendo majoritariamente adolescentes. O delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, descartou, por ora, a participação de facções criminosas, devido à ausência de reivindicações típicas de organizações criminosas. Entretanto, há uma outra linha de investigação que apura se os ataques são uma retaliação à instalação de câmeras com suposto reconhecimento facial nos ônibus ou disputas entre empresas de transporte, como a Transwolf e Upbus, afastadas de contratos na zona sul por suspeitas de ligação com o PCC. Os ataques, concentrados 60% na zona sul, afetam vias como a Avenida Washington Luís e Cupecê. Em um caso grave, uma passageira de 31 anos sofreu uma fratura no nariz após ser atingida por vidros quebrados em um ataque na Avenida Washington Luís, próximo ao Aeroporto de Congonhas. Na Baixada Santista, 31 ônibus foram vandalizados em Santos, São Vicente e Cubatão, enquanto cidades como Osasco e Taboão da Serra também registraram casos. A Polícia Militar lançou a Operação Impacto Proteção a Coletivos, mobilizando 7.890 agentes e 3.641 viaturas para reforçar a segurança em corredores, garagens e terminais até 31 de julho. A SPTrans orienta as empresas a registrarem boletins de ocorrência, mas há divergências nos números — 235 ataques pela SPTrans contra 180 pela Polícia Civil — o que pode indicar subnotificação. O Sindicato dos Motoristas cobra medidas urgentes, destacando o impacto na operação e na segurança dos usuários. As investigações seguem com monitoramento de plataformas digitais e análise de câmeras de segurança para identificar os responsáveis. A população é incentivada a denunciar pelo 181 ou 190, enquanto as autoridades buscam conter os atos que prejudicam milhares de passageiros. Fontes: CBN, Diariodotransporte, Metropoles, oglobo, G1, UOL, Poder360

Lula visita Cristina Kirchner, condenada à prisão domiciliar por corrupção

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou, nesta quinta-feira (3), a ex-presidente e condenada por corrupção, Cristina Kirchner, que se encontra em prisão domiciliar, em Buenos Aires. Mas não terá reunião bilateral (reunião oficial) com Javier Milei. Cristina Kirchner, 72 anos, ex-presidente da Argentina, foi condenada a seis anos de prisão e à proibição perpétua de ocupar cargos públicos. Ela foi considerada culpada de desviar US$ 1 bilhão, junto com seu falecido marido, Néstor Kirchner, por meio de um esquema de favorecimento e repasses a uma construtora — muito semelhante ao que levou o presidente Lula à prisão. A reunião do presidente com Kirchner teria durado cerca de 50 minutos, sob forte esquema de segurança. Lula chegou a realizar uma postagem sobre sua visita na plataforma de mídia social X: O analista internacional da CNN, Lourival Sant’Anna, chegou a comentar em um quadro da CNN que “Não há nenhuma dúvida sobre as provas contra ela, que são muito contundentes“. Além de mencionar que ainda existem outros processos em andamento contra Kirchner, com acusações relacionadas ao encobrimento do envolvimento do Irã nos atentados em Buenos Aires. A visita ocorreu após a participação de Lula em reunião com chefes de Estado no bloco sul-americano, onde recebeu a presidência do Mercosul de Javier Milei, atual presidente da Argentina. Pelas regras do Mercosul, há um revezamento semestral na direção do grupo, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Bolívia ainda está em processo de adesão. Na reunião, Milei teceu críticas a Nicolás Maduro e defendeu cooperação do bloco para combater o crime organizado. Além de agradecer aos países do bloco pelo apoio à Argentina na disputa das Malvinas com o Reino Unido. O presidente Lula ainda chegou a posar para uma foto com um cartaz escrito “Cristina Libre“, junto ao escultor argentino Adolfo Pérez e o deputado argentino Eduardo Valdés, do partido União pela Pátria, que segurava um cartaz escrito “Lula Livre“.

Movimentos de esquerda invadem e ocupam sede do Itaú BBA na Avenida Faria Lima

Na manhã desta quinta-feira (3), integrantes do movimento de esquerda Frente Povo Sem Medo (movimentos ligado ao PT e PSOL) e MST (movimento sem terra), ocuparam o saguão da sede do Itaú BBA, na Avenida Faria Lima, São Paulo, em manifesto pela taxação do que denominam de “super-ricos”. O protesto ocorreu pelo período de 2 horas, das 9:30 às 11:30, e houve exibição de cartazes com mensagens como “Chega de Mamata” e “Taxação dos super-ricos já!” A sede teria sido escolhida por ser considerado o prédio mais caro do Brasil, adquirido pelo banco em meados do fim de 2023 para 2024, por cerca de R$ 1,5 bilhão. O ato ocorre em meio à tensão entre os poderes Executivo e Legislativo, após derrubada de decreto que reajustava o IOF, Imposto sobre Operações Financeiras. Esse imposto federal é cobrado em operações financeiras como crédito, empréstimos, câmbio, seguros, títulos de renda fixa e em alguns fundos de investimento. O imposto é pago tanto por pessoas físicas como por pessoas jurídicas. Essa taxa cobrada em cada operação é vista como um recolhimento proporcional dos investimentos e com isso, o governo pode averiguar a oferta e demanda de créditos no país. Inclusive, o IOF é uma das melhores fontes de arrecadação do país. Se você utiliza o Rotativo do Cartão de Crédito, Cheque Especial, Crédito pessoal, empréstimo consignado, financiamento, seguro de vida e acidentes, seguro de bens, enviou recursos para fora do país ou trouxe, se compra moeda estrangeira ou resgatou investimentos, você certamente paga essa taxa e talvez, nem a tenha percebido embutida nos impostos. Ou seja, não é verdade que afete apenas os super-ricos. Cidadãos de todas as classes econômicas acabam pagando o IOF através do meios citados acima, uma vez que, incide sobre operações financeiras comuns a todos os grupos sociais. O impacto do IOF é, especialmente, maior para os mais pobres, que despendem uma parcela, proporcionalmente, mais pesada de sua renda, no pagamento da taxa. O IOF, por natureza, prejudica os mais pobres. Na prática, o aumento do IOF só favorece para elevação de arrecadação do governo, sendo esse, o principal efeito, direto e garantido, dessa medida.

O “paz e amor” vira “guerra e ódio”: Lula não consegue esconder sua ideologia no exterior

Brasil escolhe ditaduras como parceiros estratégicos e fica isolado internacionalmente Dentro do Brasil, o governo segue o discurso de defesa da democracia, usando a chamada frente ampla nas eleições de 2022 e adotando o slogan “União e Reconstrução“. Na prática, os nomes de centro como Simone Tebet e Geraldo Alckmin estão isolados em um governo cada vez mais de pura esquerda e cercado de escândalos. No exterior, entretanto, o governo age de forma mais coerente. O discurso e a prática são em defesa das ditaduras, com o distanciamento das democracias ocidentais. A fachada de “paz e amor” usada pelo PT em eleições vira um claro apoio à guerra e ao ódio nos quatro cantos do planeta, mesmo quando há terrorismo envolvido. Apoio ao Irã e insultos a Israel A defesa de ditaduras não é novidade nos governos petistas. A Venezuela é o clássico exemplo, mas são os recentes posicionamentos do Brasil que têm gerado o espanto da comunidade internacional. Quando os Estados Unidos bombardearam centrais nucleares do Irã em junho, o Ministério das Relações Exteriores soltou comunicado condenando o ataque, que seria uma violação à soberania do Irã e ao Direito Internacional. A maioria dos países democráticos apoiou os ataques ou, no máximo, expressou preocupações. Afinal, a própria Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia publicado um relatório dizendo que o Irã estava enriquecendo urânio acima dos limites de uso civil e poderia fazer uma bomba nuclear em meses. Durante o atual cessar-fogo entre Israel e Irã, a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou que o Irã ainda poderia enriquecer urânio e ter armas nucleares em questão de meses, pois os danos à infraestrutura nuclear iraniana foram extensos, mas não totais. Na quarta (2), o Irã sancionou uma lei que suspende a cooperação com a OIEA, tirando o seu programa nuclear da fiscalização da ONU. O comunicado do Itamaraty, portanto, desconsidera que o próprio Irã desrespeitou e continua desrespeitando o Direito Internacional, ao descumprir o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e estar enriquecendo urânio para usos militares, o que coloca não só Israel e os EUA em risco, mas todo o mundo e a existência humana. É incompreensível a chancelaria brasileira defender uma ditadura teocrática como o Irã, que persegue minorias religiosas, mata mulheres por usarem vestimentas inapropriadas, como a jovem Mahsa Amini, e é conhecidamente o maior financiador do terrorismo no mundo, patrocinando Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica Palestina, Houthis, dentre vários outros grupos extremistas. O tom inapropriado não se restringe ao Itamaraty. No início de 2024, Lula causou surpresa quando chamou a ocupação de Gaza por Israel de chacina e genocídio, comparando-a com o Holocausto, o extermínio de mais de 6 milhões de judeus pelos nazistas. A fala gerou grande repercussão internacional, pela gravidade da acusação e pela desconsideração tanto histórica quanto religiosa dos acontecimentos. Lula foi considerado persona non grata em Israel, indicando que o presidente brasileiro não é mais bem-vindo no país. A imagem do Brasil no exterior Em mais um desdobramento internacional, a revista inglesa The Economist publicou, no último dia 29, uma matéria com o título “O presidente do Brasil está perdendo influência no exterior e é impopular em casa”. Em 2022, a The Economist dizia que a reeleição de Jair Bolsonaro seria ruim para o Brasil e para o mundo, de modo que só Lula poderia prevenir isso. Três anos depois, a revista muda o discurso após a política externa brasileira ganhar rumos sombrios, enquanto o governo é cada vez mais impopular domesticamente, com o escândalo de fraude do INSS, do pix, aumento de impostos e inflação descontrolada.  Na avaliação da revista, Lula fica ao lado de ditaduras como o Irã e a Rússia, apoiando esses países publicamente, mesmo que sejam dois dos maiores agressores do Direito Internacional. A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, com ataques à população civil e a anexação de territórios. A guerra soma milhares de mortos e milhões de refugiados. A Rússia foi condenada em peso por toda a comunidade internacional. Europa e Estados Unidos uniram-se para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão. Mesmo assim, Lula faz seguidas demonstrações de apoio à Rússia e visitou o país na parada militar de 80 anos da derrota dos nazistas, em maio. No evento, Lula ficou ao lado de criminosos de guerra e de ditadores que se perpetuam no poder com eleições fraudulentas ou que chegaram ao poder com golpes. Era o único líder de uma grande democracia a estar presente. Lembre-se também de que o presidente russo, Vladimir Putin, tem ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por sequestrar milhares de crianças ucranianas. A viagem de Lula gerou constrangimento entre as democracias europeias, que se esforçam para defender o continente da ameaça expansionista russa. Dessa forma, a observação da revista The Economist encontra respaldo na realidade. O mais surpreendente foi o Itamaraty rebater a matéria, com uma carta dizendo que a “autoridade moral do presidente Lula é indiscutível“, que ele não faz “tratamento à la carte do direito internacional nem interpretações elásticas do direito de autodefesa“. Não parece republicano o uso de instituições de Estado, como o Ministério das Relações Exteriores, para defender a reputação pessoal do presidente da República. Ainda que a The Economist estivesse equivocada em qualquer ponto, está exercendo o seu direito de expressão como meio de comunicação, e é estranho o Itamaraty promover uma espécie de bate-boca com um veículo de imprensa estrangeiro, que sequer tem jurisdição no Brasil. Os atos do presidente Lula demonstram exatamente que é feito um tratamento à la carte do Direito Internacional. Lula e o PT apoiam a Venezuela de forma inconteste há décadas, mesmo após as eleições de 2024 que foram escancaradamente fraudadas, com urnas adulteradas, presos e refugiados políticos. O país tem Judiciário e Legislativo curvados ao presidente socialista Nicolás Maduro. A corrupção generalizada e a má gestão impedem o país de aproveitar a maior reserva de petróleo do mundo em seu subsolo. A população da Venezuela sofre com a supressão

Banco Central confirma ataque hacker e desvios podem chegar a R$ 1 bilhão

O Banco Central confirmou que a empresa prestadora de serviços de tecnologia para instituições financeiras, C&M Software, sofreu um ataque hacker na última terça-feira (01). Embora ainda não haja confirmação sobre os valores, já se sabe que os desvios ultrapassam R$ 400 milhões, podendo chegar a mais de R$ 1 bilhão. A C&M Software é a companhia responsável pelo sistema que interliga instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro, SPB. O principal foco de atuação da empresa envolve o sistema da infraestrutura do PIX. A companhia confirmou o ataque hacker, contudo, até o momento, não divulgou oficialmente sobre os valores. O que se sabe é que os relatórios iniciais apontam um mínimo de R$ 400 milhões. O portal Brazil Journal divulgou a informação, através de uma fonte direta, de que já se comenta que o desvio teria ultrapassado a cifra de R$ 1 bilhão. O criminoso teria explorado a vulnerabilidade de diversas contas, e principalmente, da BMP. Embora não sejam divulgados os nomes de todas as instituições financeiras afetadas, os relatórios iniciais apontam que cada banco ou fintech afetados registraram perdas acima de R$ 50 milhões, em média. O portal Metrópoles sugeriu o termo “Roubo do Século” para definir o ataque hacker. A C&M foi desligada do sistema do Banco Central, imediatamente após detectarem o ataque e os desvios, e realizou uma reunião de emergência com o Banco Central. Em nota, a C&M afirma: “Por orientação jurídica e em respeito ao sigilo das apurações, a C&M não comentará detalhes do processo, mas reforça que todos os seus sistemas críticos seguem íntegros e operacionais e que as medidas previstas nos protocolos de segurança foram integralmente executadas.” A BMP divulgou em nota que nenhum cliente terá prejuízo: “No caso da BMP, o ataque envolveu exclusivamente recursos depositados em sua conta reserva no Banco Central. A instituição já adotou todas as medidas operacionais e legais cabíveis e conta com colaterais suficientes para cobrir integralmente o valor impactado, sem prejuízo à sua operação ou a seus parceiros comerciais.” O Valor Econômico informou que uma pequena fração do dinheiro desviado teria sido recuperada pelas instituições afetadas, pelo MED, um mecanismo especial de devolução do PIX. E que participantes da indústria teriam criticado a segurança do BC: “Todos os bancos são obrigados a ter travas de volumetria, e o BC em si não tem. Como conseguem desviar pelo menos R$ 400 milhões e o sistema do BC não detecta risco de fraude?” Fontes: Metropoles, Brazil Journal, Valor, CNN

“Gilmarpalooza” realizado em Lisboa em meio a críticas e pouca transparência sobre despesas

O encontro jurídico promovido em Portugal pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intitulado informalmente de “Gilmarpalooza”, reunirá mais de 150 autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF, parlamentares e dezenas de assessores. O evento, sediado em Lisboa nos dias 2, 3 e 4 de julho, ocorre anualmente e mistura debates jurídicos com articulações políticas e institucionais de alto nível. No entanto, a edição de 2025 chamou atenção não apenas pela quantidade de autoridades presentes, mas também pelo momento político delicado e pelo uso de recursos públicos em meio à contenção de gastos no Brasil. A repercussão do evento tem sido intensa nas redes sociais e na imprensa. Parte da opinião pública questiona a real necessidade da presença de tantos representantes dos Três Poderes em um evento fora do país, especialmente diante das dificuldades orçamentárias enfrentadas por várias instituições no Brasil. Segundo a Folha de S.Paulo, os gastos com passagens, diárias e deslocamentos não foram esclarecidos de forma transparente por diversos órgãos envolvidos, e muitos dos participantes evitaram fornecer detalhes sobre os custos arcados pelos cofres públicos. Entre os presentes estão os ministros do STF Flávio Dino, Alexandre de Moraes, André Mendonça e Luiz Carlos Barroso, o presidente da Câmara Hugo Motta, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de membros do TCU, do STJ e de outras esferas do Judiciário. A ausência de informações sobre os valores gastos por cada poder — Executivo, Legislativo e Judiciário — gerou críticas, inclusive de parlamentares da oposição, que cobraram maior transparência e responsabilização. No exterior, o evento também gerou reações. O partido português Chega, de direita populista, anunciou que pretende investigar a influência e os efeitos do “Gilmarpalooza” em solo português. Segundo o jornal digital Poder360, o partido, que ganhou força nas últimas eleições, questiona se há interferência indevida de autoridades estrangeiras nos assuntos internos de Portugal e se os encontros em Lisboa podem representar um canal informal de influência brasileira na política e no Judiciário local. O líder do Chega, André Ventura, afirmou que o partido vai solicitar informações formais ao governo português sobre os custos, apoios institucionais e natureza dos encontros jurídicos promovidos por Gilmar Mendes e outras figuras do Judiciário brasileiro em território português. Ventura argumenta que há “um rastro de relações que precisam ser escrutinadas, especialmente quando se fala em encontros recorrentes de autoridades estrangeiras com vínculos políticos e judiciais”. Apesar das críticas, defensores do evento ressaltam que a conferência tem caráter acadêmico e é uma oportunidade legítima de estreitar laços jurídicos e institucionais entre Brasil e Portugal, promovendo o intercâmbio de ideias e o diálogo entre sistemas de justiça. Gilmar Mendes, que também é professor da Universidade de Lisboa, defende o evento como parte de sua contribuição ao debate jurídico internacional. A polêmica, no entanto, está longe de se encerrar. No Brasil, parlamentares já articulam pedidos de informação formais aos tribunais e ministérios participantes do evento. Há também movimentações para convocar audiências públicas a fim de discutir o uso de recursos públicos em eventos internacionais de natureza não estritamente oficial. Já em Portugal, a pressão do Chega pode abrir uma frente política de investigações e tensionar as relações entre os dois países, ao menos no campo diplomático e institucional. Gilmarpalooza em números: Fontes: Folha de São Paulo, Poder360

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