Hugo Motta proíbe a oposição de realizar reuniões nas comissões da Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), publicou nesta terça-feira (22) um ato oficial que veta a realização de reuniões em comissões da Casa durante o recesso parlamentar, estendendo a paralisação até 1º de agosto. A suspensão foi motivada por iniciativas de deputados bolsonaristas, que haviam agendado sessões nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores, ambas controladas pelo PL, com o objetivo de aprovar moções de apoio a Jair Bolsonaro mesmo em recesso. O ato presidencial especifica: “Fica vedada, no período de 22 de julho a 1º de agosto de 2025, a realização de reuniões de comissões da Câmara dos Deputados. Este Ato entra em vigor na data de sua publicação“. A oposição pretendia votar declarações de solidariedade, incluindo moções à soltura de Bolsonaro e críticas às medidas cautelares do STF. A veto de Motta frustra essas intenções e reforça a manutenção do recesso, destacando que nenhuma comissão funcionará oficialmente antes de 1º de agosto. Veja mais: Damares e Malta: A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes – Danuzio Segundo Motta, além de respeitar o recesso acordado com o Senado — sob liderança do presidente Davi Alcolumbre —, o período foi aproveitado para obras de modernização e reformas nas instalações da Câmara, incluindo comissões e corredores. A oposição já discute ações alternativas, como a realização de encontros paralelos informais, sem caráter oficial, para manter pressão política. Quanto ao retorno formal das comissões, está previsto para a semana do dia 4 de agosto, junto à retomada do recesso. Fonte: metropoles.com e poder360.

Fux diverge de Moraes e vota contra medidas cautelares impostas a Bolsonaro

Ministro Luiz Fux. Reprodução

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a única voz dissonante na Primeira Turma da Corte ao votar contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes. Em julgamento virtual encerrado na noite de segunda-feira (21), Fux argumentou que as restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar, são desproporcionais e carecem de justificativas concretas. O placar final foi de 4 a 1, mantendo as medidas determinadas por Moraes. As cautelares foram impostas na sexta-feira (18) no âmbito de uma investigação que apura suposto atentado à soberania nacional. Segundo Moraes, Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam agido para instigar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas hostis contra o Brasil, incluindo a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump. A decisão inclui recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com embaixadores e uso de redes sociais, além do monitoramento por tornozeleira. Veja mais: Damares e Malta: A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes – Danuzio Fux, último a votar, destacou que as medidas restringem desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e de expressão, sem evidências concretas de risco de fuga ou obstrução da Justiça. “A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República não apresentaram provas novas de tentativa de fuga”, afirmou, reforçando que Bolsonaro possui domicílio certo e passaporte retido. Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam Moraes, formando maioria para manter as restrições. Dino apontou o “estreito relacionamento” de Bolsonaro com governos estrangeiros como risco de fuga, enquanto Cármen Lúcia defendeu a adequação das medidas para garantir a segurança jurídica.  A defesa de Bolsonaro classificou as cautelares como “surpreendentes e indignas”, alegando que o ex-presidente sempre cumpriu ordens judiciais. Após exibir a tornozeleira a jornalistas, Bolsonaro foi intimado por Moraes a esclarecer possível descumprimento da proibição de se manifestar publicamente, sob risco de prisão preventiva. O prazo para manifestação encerra nesta terça-feira (22). A divergência de Fux, embora isolada, revigora debates sobre o equilíbrio entre medidas judiciais e direitos fundamentais, enquanto o caso segue gerando tensões políticas no país. Fonte: CNN, Veja, O Globo, Gazeta do Povo

Barroso se esquiva de perguntas sobre suspensão de vistos dos EUA

Barroso se esquiva de perguntas sobre suspensão de vistos dos EUA. Reprodução

Em uma entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (21), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Luís Roberto Barroso, se esquivou e evitou responder perguntas sobre a recente suspensão de vistos dos Estados Unidos para vários ministros brasileiros, incluindo ele próprio. Ele optou por não se alongar no assunto. Durante um evento organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará, Barroso reconheceu a gravidade da situação, afirmando: “Eu trato esse assunto com grande importância, mas não é hoje que comentamos sobre isso“. Sua resposta veio em meio a especulações e preocupações crescentes sobre as implicações das suspensões de vistos nas relações Brasil-EUA e na integridade do judiciário brasileiro. As suspensões estão ligadas às tensões em andamento entre os governos brasileiro e americano, particularmente em relação a decisões judiciais e ações políticas tomadas pelo STF. A relutância de Barroso em discutir o assunto em detalhes alimentou mais debates, com alguns interpretando seu silêncio como uma manobra estratégica para evitar o escalonamento de atritos diplomáticos. Analistas políticos sugerem que as suspensões de vistos tensionaram as relações bilaterais, o que coincide com discussões críticas sobre cooperação internacional e comércio. “Nós não estamos comentando esse assunto, estamos apenas cumprindo o nosso papel como a Constituição e a legislação desejam” – Luís Roberto Barroso. O governo brasileiro enfrenta o dilema do delicado equilíbrio entre soberania nacional e diplomacia internacional. A postura ponderada inédita de Barroso denota a preocupação após o episódio do cancelamento dos vistos de 8 ministros do STF, episódio esse que, sem dúvida, marca um momento de embate significativo das relações Brasil-EUA. Fonte: CNN, MSN, Diário do Nordeste

Estrategista de Trump aponta Moraes como “Dono do Brasil”

Estrategista de Trump aponta Moraes como Dono do Brasil. Edição com imagens CC

O estrategista político americano Jason Miller, conhecido por sua atuação nas campanhas de Donald Trump e por seu apoio a Jair Bolsonaro, voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) em duas postagens no X na noite de 21 de julho. As mensagens, publicadas às 22:42 e 23:16, miraram os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, acusando-os de perseguição política e hipocrisia em relação à liberdade de expressão no Brasil. Na primeira postagem, Miller criticou diretamente Moraes, afirmando que ele “assume todo o crédito pela perseguição política contra o presidente Jair Bolsonaro” e sugeriu que o ministro age como a principal autoridade do país, acima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Moraes quer que o mundo saiba que ELE governa o Brasil, não Lula” – Jason Miller Na segunda postagem, Miller direcionou suas críticas ao que chamou de “principal apoiador de Moraes no STF”, em resposta a uma postagem de Barroso. Ele acusou o ministro de hipocrisia, alegando que “antes criticava censura e comportamento ditatorial, mas agora lidera esses esforços”. A menção está ligada ao papel de Barroso em decisões do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre moderação de conteúdo online. As postagens de Miller surgem em um momento de tensão entre o STF e o ex-presidente Bolsonaro, especialmente após medidas cautelares que o proibiram de usar redes sociais e a recente revogação de vistos americanos para Moraes e outros, anunciada pelo senador americano Marco Rubio em 18 de julho. Miller, que já foi detido brevemente no Brasil em 2021 por ordem de Moraes, é uma figura proeminente no movimento conservador. As críticas de Miller geraram reações mistas no X, com apoiadores de Bolsonaro ecoando suas acusações e críticos do ex-presidente defendendo as ações do STF como necessárias para combater a desinformação. Até o momento, nem Moraes nem Barroso comentaram as postagens. O episódio reforça a polarização em torno do papel do Judiciário brasileiro e sua relação com figuras políticas internacionais. Fonte: X, XII

Moraes exagera no Código Penal contra Bolsonaro, diz Ex-Ministro do STF

Ex-ministro do STF critica Moraes por uso de artigo do Código Penal contra Bolsonaro. Edição com imagens CC

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mendes de Farias Mello criticou, em entrevista ao Poder360 no sábado (19), a decisão do ministro Alexandre de Moraes de impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Segundo Mello, Moraes “potencializou” o artigo 359-I do Código Penal, que trata de condutas relacionadas a atos de guerra ou invasão do território nacional, ao justificar a medida tomada na sexta-feira (18) a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para Mello, que deixou o STF em 2021 após 31 anos, o dispositivo é “excepcional” e sua aplicação nas articulações de Bolsonaro com seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos Estados Unidos e defende sanções contra o Brasil, é inadequada. “Achar que a atuação de Eduardo Bolsonaro e do ex-presidente implicaria negociar com governo estrangeiro a agressão ao país é brincadeira. Não é sério” – Marco Aurélio Mello Ele também questionou a competência do STF para julgar Bolsonaro, argumentando que ex-presidentes deveriam ser julgados na primeira instância, como ocorreu com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Moraes, por sua vez, alega que Bolsonaro e Eduardo cometeram “atos hostis” ao buscar apoio do governo dos EUA para interferir em decisões do STF. A decisão foi motivada, em parte, pelo anúncio do presidente norte-americano Donald Trump, em 9 de julho, de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, em resposta à “perseguição” contra Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Alguns especialistas classificaram a interpretação de Moraes como “elástica” e questionam sua adequação. Mello alertou para o “desgaste terrível” do STF e cobrou maior equilíbrio nas ações judiciais, destacando a necessidade de “temperança” em tempos de tensão política. A defesa de Bolsonaro classificou as medidas como “severas”. Fonte: Poder360, Gazeta do Povo, Pleno News

“Eleição não é democracia”, diz Lula e agita cenário político

Durante evento internacional realizado neste domingo (21) em Santiago, no Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o atual modelo de eleições periódicas “não garante, por si só, a democracia”. A declaração, feita durante um fórum sobre governança e participação popular, gerou reações imediatas no cenário político brasileiro e abriu espaço para interpretações sobre os planos do governo para o futuro do sistema político do país. “Não basta votar a cada quatro anos para dizer que há democracia. A democracia real exige participação constante do povo nas decisões“, disse Lula, ao lado de outros chefes de Estado latino-americanos. O discurso ressaltou a importância de mecanismos de controle social, conselhos populares e formas alternativas de representação, como instrumentos para “revitalizar a democracia“. No entanto, o tom da fala causou apreensão entre analistas políticos e opositores. Alguns interpretaram a declaração como um indicativo de que o governo pode buscar mudanças no modelo atual, o que reacendeu o debate sobre a possibilidade de extensão de mandatos ou alterações institucionais que favoreçam a permanência de Lula no poder, caso seja reeleito em 2026. A oposição reagiu com críticas duras. Parlamentares do PL, Novo e Republicanos acusaram Lula de preparar o terreno para concentrar mais poder e enfraquecer o modelo republicano. “Esse discurso é típico de líderes que desejam relativizar a alternância de poder“, afirmou o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS). Assessores do Planalto, por outro lado, negaram qualquer intenção de reforma que afete a duração dos mandatos ou os ciclos eleitorais. Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que o presidente “reforçou a importância da participação popular na democracia” e que não há nenhum estudo em curso para alterar as regras eleitorais ou constitucionais. Analistas ouvidos por veículos como CNN Brasil e Folha de S.Paulo apontam que, embora não haja proposta concreta, o discurso pode ser explorado politicamente por aliados e adversários nas eleições municipais de 2024 e na corrida presidencial de 2026. O cientista político Cláudio Couto avalia que ” o presidente quis provocar uma discussão teórica, mas precisa calibrar melhor suas palavras em um ambiente de desconfiança institucional“. O episódio também repercutiu no exterior. Em editorial publicado nesta segunda-feira (22), o jornal chileno La Tercera destacou que as palavras de Lula “soaram ambíguas em um momento em que a América Latina enfrenta desafios crescentes à democracia”. Fonte: CNN Brasil e Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom)

Damares e Malta: A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes

Damares e Malta A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes. Reprodução YT

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (21) na Câmara dos Deputados, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou que o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes será a “pauta única” da oposição no Senado. A Senadora Damares Alves pediu a fala durante a coletiva de imprensa: “Decidimos que a pauta do Senado será o impeachment do senhor ministro do Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes. Será a pauta que a oposição vai trabalhar nos próximos dias. Foi por culpa dele que nós estamos sendo tarifados. Todas as decisões dele já estão comprovadas que violaram direitos humanos.” Após a fala impactante, Damares lembra que 2 idosas voltaram para a prisão. Uma de 71 anos e outra de 74 anos de idade. E questiona: “É ou não é, violação de direitos humanos? Como é que o mundo está vendo as decisões do ministro Alexandre?” E continou:  “O Senado entende que as decisões do ministro Alexandre provocaram perplexidade em todo o mundo. O mundo inteiro está olhando que está vendo uma violação de direitos humanos jamais visto na história do Brasil, na última República. Então, o Senado decide que a pauta única da oposição será a votação imediata do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, para que assim possamos salvar a economia do Brasil e para que a nação possa ter aí um sossego nos próximos anos. Porque a culpa de tudo, com certeza, é Alexandre de Moraes e presidente Lula.” Em seguida, o Senador Magno Malta convoca que os Senadores venham ao encontro de sua fala para “se redimirem diante da omissão, do medo, da covardia do Senado da República.” Em seguida, o Senador Magno Malta convoca que os Senadores venham ao encontro de sua fala para “se redimirem diante da omissão, do medo, da covardia do Senado da República.” “Se hoje existe um monstro chamado Alexandre de Moraes, a culpa é do Senado. Alexandre de Moraes é um estelionato, é uma falsidade ideológica, é uma mentira. E o Senado da República o sabatinou. O Senado da República ouviu o que ele disse. Isso tá gravado. O Senado da República o recomendou no plenário e não tem forças. Deixou que esse monstro, que os seus tentáculos fossem tomando contornos que nós não podemos calcular. E hoje nós botamos na conta de Alexandre Moraes aquilo que está na conta de todos.” Malta continua, dizendo que assinou, na semana passada, o impeachment de Cármem Lúcia e o impeachment de Gilmar Mendes. Lembrado que Gilmar disse que “sem o Supremo não haveria Lula”. “Eles tiraram um condenado da prisão e colocaram na presidência. Esse mesmo ministro foi quem disse: [No Brasil existe uma cleptocracia. – Gilmar Mendes]. Ele tirou o cleptocrata da prisão e hoje, alinhado ao eixo do mal, a sua ideologia sentada no Palácio do Planalto, se alinhou ao eixo do mal, o Irã, a China, a Rússia. E a mim me parece que ele é muito mais um laranja da China.” Em seguida, lembra que o Chanceler russo disse que não foram eles que propuseram uma moeda única do BRICS, mas o presidente do Brasil. Que o que temos no Brasil “é um conluio do STF com os ideológicos que hoje dirigem o país.” “Que que nós temos que fazer ao Senado? Nós temos que impeachmar o Alexandre de Moraes”. Logo após, relembra a frase de Cármen Lúcia sobre o Brasil ter 213 milhões de pequenos tiranos e que ela seria a tirana e também deve ser impeachmada. “O Brasil está pagando por ter um ideológico, um comunista no poder e que tem um nanismo diplomático. Se alinnhou ao eixo do mal, verbaliza o que quer o eixo do mal e o brasileiro vai pagar, nós vamos pagar. E eles estão mentindo, tentando colocar na conta de um inocente”. “O Brasil está pagando por ter um ideológico, um comunista no poder e que tem um nanismo diplomático. Se alinnhou ao eixo do mal, verbaliza o que quer o eixo do mal e o brasileiro vai pagar, nós vamos pagar. E eles estão mentindo, tentando colocar na conta de um inocente”. E finalizou: “Encerro dizendo, nós chegamos no limite. Nós não temos mais como voltar. É viver ou viver. Porque se eu dissesse a palavra morrer ou morrer, seria tudo distorcido. É viver ou viver. Nós vamos usar todos os mecanismos e a minha palavra a este tirano da toga chamado Alexandre de Moraes. Põe a mão nele (Jair Bolsonaro), põe a mão nele e tenta a sorte. Bem, porque o azar você já tem.” A íntegra das falas pode ser acessada aqui. As declarações de Damares e Malta, que refletem a insatisfação de parlamentares com decisões recentes do magistrado, marcam uma escalada na tensão entre o Legislativo e o Judiciário.

Medidas contra Bolsonaro incentivam novas manifestações pelo Brasil

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram manifestações neste domingo (20) em Brasília e Belo Horizonte, em protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os atos também expressaram apoio ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente anunciou medidas de retaliação contra autoridades brasileiras após nova ofensiva judicial contra Bolsonaro. Em Brasília, o protesto ocorreu no Eixão Sul — via central da Asa Sul tradicionalmente fechada para veículos aos domingos — e foi batizado de “Caminhada pela Liberdade“. A mobilização foi convocada por parlamentares da base bolsonarista em resposta às medidas cautelares impostas a Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, além da proibição de contato com outros investigados. Vestidos com camisetas da Seleção Brasileira e empunhando bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos, os manifestantes entoaram palavras de ordem contra o Supremo, exigiram a liberdade de presos políticos e exibiram cartazes com mensagens de apoio a Trump. O presidente norte-americano, em declarações recentes, acusou o governo brasileiro de perseguição política contra Bolsonaro e afirmou que pretende aplicar sanções diplomáticas e revisar acordos bilaterais com o Brasil. Em Belo Horizonte, o grupo Direita BH promoveu um ato na Praça da Liberdade, reunindo manifestantes com faixas semelhantes. O protesto teve tom religioso e patriótico, com críticas ao Judiciário e apelos por uma “reação internacional” liderada por Trump. Possíveis desdobramentos Parlamentares aliados do ex-presidente já articulam novas manifestações em todo o país. Uma reunião da cúpula do Partido Liberal será realizada nesta segunda-feira (21) para definir as próximas datas e formatos das mobilizações, que poderão ocorrer ainda no final de julho e início de agosto. Segundo dirigentes do PL, a ideia é promover atos simultâneos em capitais e cidades estratégicas, com foco em reforçar a pressão popular contra o STF e fortalecer a narrativa de perseguição política. Além dos protestos de rua, “buzinaços” e carreatas estão sendo organizados por grupos locais em cidades como São Paulo, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte, com possibilidade de se tornarem manifestações nacionais caso novas decisões judiciais sejam aplicadas contra Bolsonaro ou seus aliados. A equipe jurídica de Bolsonaro já recorreu das medidas cautelares, argumentando que não há elementos que justifiquem restrições tão severas. O STF, por sua vez, sustenta que há risco de obstrução da justiça e tentativa de evasão. Moraes deve analisar novos pedidos nos próximos dias. No plano internacional, o Palácio do Planalto acompanha com cautela as declarações do presidente Donald Trump, que prometeu endurecer o tom contra o governo Lula caso não haja, segundo ele, “garantias de imparcialidade e respeito à oposição“. Fontes do Itamaraty temem uma escalada diplomática que possa prejudicar relações comerciais e investimentos estratégicos entre os dois países. Enquanto isso, lideranças bolsonaristas devem continuar explorando o apoio internacional como ferramenta política e narrativa de resistência. Grupos conservadores dos EUA, aliados de Trump, já planejam eventos no Brasil para reforçar a solidariedade ao ex-presidente brasileiro e pressionar as instituições democráticas brasileiras em fóruns internacionais. Fontes: Poder360, Gazeta do Povo, CNN Brasil e UOL

Lula no Chile: sua única preocupação é confraternizar com seus amigos ideológicos

Lula está no Chile tirando foto com Boric, em um tipo de campanha eleitoral antecipada. Diante da maior crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos das últimas décadas, causada pelo tarifaço de Donald Trump que impôs uma sobretaxa de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1º de agosto, esperava-se do presidente Lula uma atuação firme, institucional e estratégica. Mas o que se viu foi exatamente o oposto. Lula preferiu o palco da militância internacional a qualquer esforço real para conter os danos que essa medida pode causar à indústria, ao agronegócio, ao comércio e aos trabalhadores brasileiros. Enquanto a bomba estoura na economia nacional, Lula segue ausente, tratando a diplomacia como se fosse um campo de batalha ideológica. Desde o início da crise, o presidente não fez um único gesto concreto de aproximação com os Estados Unidos. Limitou-se a discursos genéricos e ideológicos, como o da “jabuticaba”. Em plena campanha informal para 2026, Lula age como se o impacto real nas exportações brasileiras fosse um detalhe menor diante de sua permanente agenda internacional. Sem acesso ao governo Trump, o seu papel foi delegado ao vice-presidente Geraldo Alckmin ocupando um espaço que, por natureza, também é presidencial. Mas sua atuação revela despreparo e falta de autonomia. Ao invés de apresentar uma política externa consistente, Alckmin vem apelando para apresentações em PowerPoint e pedidos informais a empresários. Em reunião com parlamentares como Davi Alcolumbre e Hugo Motta, Alckmin defendeu não pedir o adiamento das tarifas de imediato para “não demonstrar fraqueza” — um raciocínio que beira o amadorismo diplomático. Segundo relato do senador Jorge Seif, um empresário brasileiro, grande exportador, saiu indignado de uma reunião com Alckmin e Gleisi Hoffmann. Diante da gravidade da situação, a solução oferecida foi que os próprios empresários “ligassem para seus contatos nos EUA” e tentassem “aliviar a pressão” junto ao governo Trump. Como se fosse papel do setor produtivo intermediar uma crise diplomática de Estado. Empresário virou chanceler. Exportador virou embaixador. Isso não é articulação diplomática. Isso é abandono do papel de governo. Alckmin ainda tenta mostrar que está munido de dados e pronto para negociar — “assim que os americanos aceitarem dialogar“. A verdade é que, até agora, o Brasil não tem canal oficial ativo com o governo norte-americano. A embaixadora brasileira foi ignorada, a carta enviada por Alckmin ao Departamento de Comércio ainda não recebeu resposta, e o ambiente político nos EUA já trata o Brasil como caso perdido, diante da retórica agressiva e desinteressada de Lula. Mesmo armado com números que mostram a interdependência econômica — como o fato de o Brasil ser o terceiro maior comprador do carvão siderúrgico americano, essencial para a fabricação de aço exportado para os próprios EUA —, Alckmin aposta numa pressão de CEOs americanos contra Trump. Mas isso revela o esgotamento do canal diplomático brasileiro e a transferência da responsabilidade para o setor privado. Enquanto isso, Lula continua engajado em encontros com Pedro Sánchez, Gabriel Boric e Gustavo Petro, discutindo temas distantes da realidade comercial brasileira. Com isso, demonstra que sua única preocupação é manter sua base ideológica aquecida, mesmo que o custo disso seja a perda de empregos, contratos internacionais e a credibilidade do país. É uma crise real, com efeitos reais, sendo tratada como uma querela de bastidores. E Lula, em vez de liderar, terceiriza a crise, terceiriza o prejuízo e terceiriza a responsabilidade. Está mais preocupado em subir em palanques do que em defender a soberania econômica do país.

Tarifaço e sanções: por que agora o Brasil pode ser punido — e não foi antes?

A relação entre o Brasil e os Estados Unidos entrou em novo estágio de tensão após o tarifaço anunciado pelo governo Trump no último dia 9 de julho. O pacote incluiu sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros, como carne bovina, aço e alumínio, e coincidiu com a suspensão de vistos diplomáticos de autoridades brasileiras — medida que teria sido articulada por grupos próximos a Eduardo Bolsonaro e ao comentarista Paulo Figueiredo, segundo fontes do Congresso norte-americano. O episódio reacendeu um debate que já parecia esquecido: por que, durante o governo Bolsonaro, diversos setores da oposição na época, ONGs e até artistas denunciaram o Brasil por violações ambientais e direitos humanos — mas nenhuma sanção internacional relevante foi aplicada? E por que agora, sob o governo Lula, elas finalmente começaram a sair do papel? Uma história de pressões ignoradas Entre 2019 e 2022, a gestão Bolsonaro enfrentou intensos protestos internacionais, especialmente por causa do aumento do desmatamento na Amazônia, ataques a povos indígenas e o enfraquecimento de órgãos ambientais. Personalidades como Leonardo DiCaprio, Greta Thunberg, Petra Costa, além dos brasileiros Felipe Neto, Anitta e Sônia Guajajara — que hoje ocupa o Ministério dos Povos Indígenas —, usaram suas plataformas para exigir que o Brasil fosse punido no cenário internacional. Paralelamente, partidos de oposição e entidades como Observatório do Clima, ISA e Apib protocolaram vários pedidos de sanções e denúncias formais junto a organismos como a ONU, a Comissão Europeia e até o Tribunal Penal Internacional. Entretanto, os pedidos não prosperaram — em parte por razões diplomáticas, em parte por conveniência geopolítica. Durante o governo Trump, o Brasil era considerado aliado prioritário. Já na transição para Biden, em 2021, havia temor de aprofundar a instabilidade regional em meio à pandemia e à guerra na Ucrânia. “O mundo preferiu aguardar. Não queriam confrontar um governo que já era visto como imprevisível, e havia a crença de que ele poderia cair por desgaste interno“, afirma um diplomata brasileiro que atuou na ONU. O caso do Fundo Amazônia Nada simbolizou melhor esse impasse do que a paralisia do Fundo Amazônia, criado em 2008 e congelado em 2019 após o então ministro Ricardo Salles extinguir os comitês de governança. A Noruega e a Alemanha suspenderam R$ 542 milhões em doações. Apenas com a decisão do STF em novembro de 2022, o fundo foi reativado — e os recursos voltaram a circular apenas em 2023, já na gestão Lula. Por que agora? A atual guinada dos EUA contra o Brasil tem pouco a ver com questões ambientais e muito mais com reorientações estratégicas na geopolítica global. Desde que o Brasil passou a criticar o sistema financeiro internacional baseado no dólar e a apoiar alternativas no âmbito dos BRICS, como uma nova moeda comum, Washington intensificou sua vigilância. Fontes da diplomacia americana ouvidas pela revista Foreign Policy admitem que o governo Lula “cruzou uma linha vermelha” ao se aproximar economicamente de Rússia, Irã e China em operações que buscam escapar do sistema SWIFT e dos mecanismos de rastreamento financeiro dos EUA. Além disso, a sinalização de que o Brasil abriu portos para embarcações militares iranianas, somada à oposição aberta à nova ofensiva israelense em Gaza, criou um ambiente propício para que antigos pedidos de sanção fossem revisados com outros olhos. O que pode acontecer agora? A escalada atual pode ir além das tarifas. Especialistas alertam para possíveis restrições ao acesso do Brasil ao GPS, interrupção parcial no sistema SWIFT (que afeta transferências bancárias internacionais), e bloqueios a compras de insumos agrícolas e tecnologia sensível. Essas medidas atingiriam setores estratégicos: O Brasil, que escapou de sanções durante o governo Bolsonaro mesmo sob inúmeras denúncias, agora começa a sentir o peso da retaliação internacional. Curiosamente, as razões alegadas pelos EUA hoje são as mesmas que ignoraram por anos. A diferença é o contexto: a guerra de moedas e o redesenho da ordem global colocaram o Brasil no centro de um jogo geopolítico em que o ambientalismo é apenas a desculpa conveniente. Fonte: USTR, Cepea, cnabrasil.org.br, e www.portaldaindustria.com.br

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