Netanyahu pressionado por cessar-fogo em Gaza. Novo mapa de retirada das IDF apresentado ao Hamas

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Na noite de terça-feira (15), o gabinete de segurança de Israel se reuniu para avaliar os desdobramentos das negociações em andamento com o Hamas, mediadas em Doha, que buscam viabilizar um cessar-fogo duradouro e a libertação dos reféns ainda em poder do grupo palestino.

Fontes envolvidas nas tratativas afirmaram que houve “avanços significativos, mas ainda não um rompimento do impasse“. O principal ponto de fricção continua sendo o mapa de retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) da Faixa de Gaza, cuja versão atualizada foi apresentada pelos negociadores israelenses, mas ainda não recebeu aceitação do outro lado.

Segundo as mesmas fontes, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu concedeu maior autonomia à equipe de negociação, permitindo mais flexibilidade para buscar um acordo. A medida representa uma mudança de postura em relação às fases anteriores do processo, marcadas por forte centralização e rigidez.

Outro tema central da reunião foi o polêmico plano de construção de uma cidade humanitária em Rafah, proposta por Netanyahu como alternativa para proteger civis palestinos durante operações militares contínuas. O chefe do Estado-Maior das IDF, Eyal Zamir, apresentou um novo modelo mais enxuto, prático e de custo reduzido, após críticas anteriores do próprio Netanyahu, que exigia cronogramas mais realistas.

Apesar da revisão, o plano continua gerando tensões. Segundo fontes do gabinete, Netanyahu teria demonstrado frustração com avaliações militares que considerou excessivamente pessimistas, e há suspeitas de que a IDF teria apresentado uma proposta deliberadamente inviável para minar o projeto.

O custo estimado da cidade humanitária varia entre 10 a 15 bilhões de shekels, e a responsabilidade financeira recairia quase inteiramente sobre o governo israelense. O general Zamir tem travado embates com o premiê e com o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, alegando que o desvio de recursos para esse plano compromete os objetivos militares principais: enfrentar o Hamas e garantir o retorno dos reféns.

Apelo por urgência

Enquanto isso, o presidente israelense Isaac Herzog visitou o Kibutz Kfar Aza, símbolo dos ataques de outubro de 2023, e fez um apelo emocionado pela libertação imediata dos reféns. Herzog declarou que o país vive dias críticos e que não há mais justificativa para adiamentos: “Cada refém é um caso humanitário. Tragam todos para casa. Pressionem até que o acordo seja alcançado.

As próximas horas são consideradas decisivas. Embora nenhum anúncio formal tenha sido feito, o avanço nas negociações e o alívio nas exigências israelenses aumentam a expectativa de um possível acordo nas próximas semanas.

Fonte: YnetNews

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