Um crime brutal chocou a população do bairro Gilberto Mestrinho, na Zona Leste de Manaus. Fernando Vilaça da Silva, um adolescente de 17 anos, morreu nesse sábado (5) após ser violentamente espancado por um grupo de jovens na quarta-feira (2). A agressão, que resultou em traumatismo craniano, hemorragia intracraniana e edema cerebral, é investigada pela Polícia Civil do Amazonas como possível crime de ódio motivado por homofobia.
Segundo familiares e testemunhas, Fernando, descrito como um jovem tranquilo e querido, era alvo recorrente de ofensas homofóbicas. No dia do crime, ele saiu de casa para comprar leite quando foi insultado com termos como “viadinho” por outros jovens. Ao questionar os agressores, Fernando foi atacado com socos, chutes e golpes na cabeça, conforme registrado em vídeos de testemunhas que circulam nas redes sociais. As imagens mostram o adolescente caído e os agressores fugindo.
Socorrido, Fernando foi levado ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo e, posteriormente, transferido para o Hospital João Lúcio, onde passou por cirurgia. Apesar dos esforços médicos, ele não resistiu aos ferimentos. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou a gravidade das lesões.
A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) já identificaram os suspeitos, todos adolescentes, e seguem com diligências para localizá-los. A investigação também considera a prática de bullying como fator agravante.
O MDHC, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, lamentou a morte, reforçando que crimes de LGBTQIAfobia são equiparáveis a racismo pelo Supremo Tribunal Federal. A Defensoria Pública do Amazonas e a OAB-AM também se manifestaram, cobrando rigor na apuração e combate à violência homofóbica.
Familiares, em luto, pedem que o caso não seja esquecido. “Ele só queria viver. Queremos justiça“, desabafou o irmão de Fernando, Gutemberg Vilaça.
Em um comunicado enviado ao Portal do Holanda, a família se manifestou após a cobertura da imprensa, segue o comunicado na íntegra:
“Comunicado FAMÍLIA VILAÇA
Comunicação a quem está acompanhando o caso Fernando Vilaça, o meu filho NÃO ERA HOMOSSEXUAL, as falas dos agressores eram SIM homofóbicas e preconceituosas, estão alegando que meu filho era homossexual, e até alegando que ele era uma pessoa trans, ELE NÃO ERA, e mesmo se ele fosse, NINGUÉM tem o direito de opinar na vida de ninguém, e isso não deixa de ser um caso grave de homofobia e bullying.
Fontes: SBTnews, Contilnet, Radar Amazonico, Portal do Holanda