A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco na tarde desta quinta-feira (10), de uma manifestação convocada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, com a participação de lideranças políticas e movimentos sociais. O ato, liderado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), teve como principal bandeira a defesa da taxação dos super-ricos, em meio ao debate sobre a política tributária no Brasil.
A concentração começou às 18h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e reuniu cerca de 15 mil pessoas no momento de pico, segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro brasileiro de Análise e Planejamento), grupo de pesquisa vinculado à USP (Universidade de São Paulo). Manifestantes carregavam faixas e cartazes com mensagens como “Taxar os ricos para investir no povo” e palavras de ordem contra a desigualdade social. O evento também foi marcado por críticas ao Congresso Nacional, acusado por organizadores de priorizar interesses de elites econômicas.
Boulos, em discurso no carro de som, destacou a necessidade de uma reforma tributária que redistribua a carga fiscal, aliviando a população de baixa renda e aumentando a tributação sobre grandes fortunas. “Não é justo que o trabalhador pague mais impostos que os bilionários. Queremos um Brasil mais justo“, afirmou o deputado. Boulos também afirmou que o ato seria uma “defesa do Brasil contra as agressões de Donald Trump“. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também participou e discursou sobre a importância de mobilizações populares para pressionar por mudanças legislativas.
O ato ocorre em um contexto de tensões políticas após a derrubada de um decreto sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso, o que gerou críticas de setores da esquerda ao centrão. Além disso, a manifestação foi vista como uma resposta à articulação de pautas conservadoras no Legislativo, segundo os organizadores. A esquerda busca associar o Congresso à imagem de “inimigo do povo” e aliado das elites, por se opor ao aumento do IOF.
Embora a mobilização tenha atraído militantes de partidos como PSOL, PT e PCdoB, além de movimentos como o MTST e a UNE, a ausência de presidentes nacionais de partidos e governadores foi notada. O evento transcorreu de forma pacífica, com a marcha seguindo até a região do Paraíso, onde os manifestantes se dispersaram.