O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou na quarta-feira (16) que o país está preparado para responder a qualquer novo ataque militar, após semanas de tensões com Israel e os Estados Unidos. Em discurso transmitido pela televisão estatal, Khamenei afirmou que Teerã é capaz de desferir um golpe ainda mais significativo do que o realizado durante o conflito de 12 dias com Israel, encerrado por um cessar-fogo em junho.
“O fato de nossa nação estar pronta para enfrentar o poder dos Estados Unidos e seu cão na coleira, o regime sionista [Israel], é muito louvável“, disse o líder, segundo a agência Reuters.
A declaração ocorre em um contexto de pressão internacional para que o Irã retome as negociações nucleares com os EUA, com um prazo estipulado até o final de agosto por Washington e países europeus, como França, Alemanha e Reino Unido. Caso não haja progresso, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, alertou que sanções internacionais podem ser reaplicadas por meio de um mecanismo da ONU. Khamenei, no entanto, rejeitou qualquer ideia de rendição, afirmando que o Irã age “com as mãos ocupadas e não em uma posição de fraqueza” tanto no campo diplomático quanto no militar.
O líder também fez referência ao ataque iraniano à base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação aos bombardeios dos EUA contra instalações nucleares iranianas em junho. “A base atacada era uma instalação regional americana extremamente sensível. Um golpe ainda maior poderia ser infligido“, declarou Khamenei, sugerindo a possibilidade de escalada em caso de novos conflitos.
O Parlamento iraniano reforçou a postura do líder, afirmando que não haverá retomada das negociações nucleares enquanto “pré-condições” não forem atendidas, como garantias contra novos ataques. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, destacou a necessidade de segurança para avançar nas tratativas.
A comunidade internacional observa com cautela, enquanto analistas alertam que uma resposta mal calibrada do Irã pode intensificar o conflito na região, afetando desde o fornecimento global de petróleo até a estabilidade no Oriente Médio.
Fonte: InfoMoney, Veja, CNN, Reuters