Durante anos, junho foi o mês em que grandes empresas decidiam vestir a fantasia da causa LGBT. Não por convicção, mas por cálculo. Descobriram que “estar woke” parecia funcionar como senha de acesso a simpatias barulhentas, selos de aprovação digital e espaço nos holofotes.
Transformaram uma pauta sensível em peça publicitária, acreditando que o ativismo identitário traria bons lucros. Mas, em 2025, o jogo virou. O que se viu foi um silêncio inédito. Sem campanhas espalhafatosas, sem bandeiras tremulando, discursos discretos.
Várias empresas simplesmente optaram por se abster. A explicação é simples: o público se cansou.
O consumidor hoje busca autenticidade. Quer liberdade de escolha, não sermões travestidos de inclusão. E percebe quando está sendo instrumentalizado. O ativismo performático, imposto de cima para baixo, virou um peso — e o mercado sentiu.
“O capitalismo woke prejudica os fundos de aposentadoria, não só os bilhões de Wall Street… a Disney perdeu 10% do valor das suas ações.” — Elaine Parker, presidente da Job Creators Network Foundation, em entrevista ao site The American Conservative.

A Disney, um dos maiores nomes do entretenimento mundial, sofreu na pele essa escolha. Colocar a política no centro das suas produções, empurrando temas ligados à identidade de gênero para crianças pequenas, foi um desastre.
O resultado, segundo a Reuters, foram perdas bilionárias, reações negativas e uma crise interna que levou o CEO, Bob Iger, a reconhecer, ainda em 2024, que era hora de “voltar ao entretenimento e parar de tomar partido“.
A Bud Light, da Anheuser-Busch, seguiu trilha parecida. A campanha com um influenciador trans afastou sua base fiel, e o tombo veio rápido. De acordo com a Forbes, a empresa perdeu mais de US$ 6 bilhões em valor de mercado e viu sua liderança ruir.
Outras companhias começaram a perceber o risco de misturar negócios com proselitismo. BMW, Cisco, Mastercard, Amazon e Target sentiram que o discurso ideológico em excesso não gera lealdade — gera rejeição.
Não foi só no varejo. No setor alimentício, a Ben & Jerry’s — conhecida pelo ativismo político — viu suas vendas caírem após se posicionar contra Israel. A Wall Street Journal revelou que a controladora Unilever precisou reavaliar sua relação com a marca.
No ambiente digital, o recuo foi mais discreto. Mas aconteceu. Segundo o Washington Post, a Amazon retirou menções explícitas à transsexualidade de políticas internas.
O Google revisou treinamentos e comunicações para evitar polêmicas. O grupo Meta ajustou seus algoritmos e reduziu a exposição de conteúdos militantes demais — tentativa de não perder usuários e evitar boicotes.
O ativismo corporativo deixou de ser apenas estratégia de marketing para se tornar ferramenta de pressão política e cultural. As grandes empresas, ao abraçarem causas progressistas, assumiram papel ativo na tentativa de redefinir valores sociais, influenciar narrativas e direcionar políticas públicas.
O descontentamento com o ativismo forçado nas corporações não está restrito ao consumidor comum. Figuras públicas conservadoras têm ganhado destaque ao liderar campanhas contra empresas que adotam pautas ideológicas consideradas excessivas.
“Eles gritam por tolerância e clamam por liberdade de expressão, mas apenas se for para a sua ideologia. Eu não tento censurá-los, por que eles tentam censurar a mim?” — Kevin Sorbo, ator e crítico do ativismo ideológico em Hollywood.

Robby Starbuck, cineasta e influenciador com centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, tem sido uma das vozes mais atuantes. Ele coordenou campanhas que pressionaram grandes empresas como Ford, Harley-Davidson e Jack Daniel’s a reverem ou abandonarem suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), citando perdas financeiras e rejeição do público tradicional.
No universo do entretenimento, a Non-Woke Actors Alliance — grupo criado para combater o que consideram ativismo excessivo na indústria — conta com atores conhecidos por suas posições conservadoras, como Tim Allen, Jon Voight, James Woods e Kevin Sorbo.
A aliança lançou um boicote à emissora ABC, criticando a programação por priorizar discursos ideológicos em detrimento do conteúdo tradicional de entretenimento.
O que se viu em 2025 não foi intolerância. Foi lucidez. O consumidor conservador, que por muito tempo foi tratado como invisível ou retrógrado, resolveu reagir da única maneira eficaz: deixando de comprar.
Empresas não foram feitas para catequizar o público. Foram feitas para oferecer produtos e serviços. Quando trocam entrega por doutrinação, colhem rejeição.
O enfraquecimento das campanhas coloridas deste ano não foi casual. Foi sintoma de uma fadiga. O público não quer imposições ideológicas travestidas de empatia.
Quem continuar ignorando isso corre o risco de se ver cercado de bandeiras, mas cada vez mais distante de quem sustenta o mercado.