“Eles tentaram, sim… mas falharam”: presidente iraniano confirma ferimento em ataque israelense

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O presidente iraniano Masoud Pezeshkian sofreu ferimentos leves na perna após um ataque aéreo israelense ter atingido um bunker subterrâneo em Teerã no dia 15 de junho, durante uma reunião da Suprema Comissão de Segurança Nacional do país, afirmou um alto funcionário iraniano à Al Jazeera.

Segundo o veículo, o objetivo da ofensiva era eliminar os líderes dos três poderes iranianos — executivo, legislativo e judiciário — que estavam reunidos no local. Seis mísseis foram disparados, atingindo as entradas, saídas e o sistema de ventilação do edifício. A explosão cortou a energia, mas Pezeshkian e os demais participantes escaparam por um túnel de emergência. Durante a fuga, o presidente iraniano feriu levemente a perna, segundo a fonte.

Em entrevista ao ex-âncora da Fox News, Tucker Carlson, o presidente iraniano confirmou que ouviu explosões e pediu desculpas aos moradores de Teerã por provocarem medo nas vizinhanças. “Eles tentaram, sim… mas falharam, declarou Pezeshkian.

O Fars, agência ligada à Guarda Revolucionária, caracterizou o ataque como um esforço assassino que replicava o estilo da operação israelense que eliminou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em 2024, bloqueando saídas e sufocando o edifício para assegurar a morte dos alvos.

Fontes iranianas afirmam que, além de Pezeshkian, estavam presentes figuras-chave, como o presidente do parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, e o chefe da Justiça, Mohseni Ejei, o que reforça a tese de tentativa de assassinato contra as lideranças do país.

A investigação interna do Irã foi instigada pela precisão do ataque, sugerindo que Israel pode ter contado com informações de agentes infiltrados dentro de Teerã. O ataque ocorreu durante a operação “Rising Lion“, com vídeos e evidências corroborando explosões no local e na área de Shahrak-e Gharb, oeste de Teerã.

Em resposta, o gabinete de segurança nacional iraniano declarou que “Israel terá que pagar o preço” por essa tentativa, e que o país reforçará suas medidas de contrainformação.

Enquanto isso, fontes militares israelenses confirmaram que o alvo principal do ataque foi o comando do IRGC — braço armado revolucionário iraniano —, e não o presidente diretamente. A justificativa foi que a ofensiva visava desestruturar a capacidade militar iraniana durante a escalada do conflito de 12 dias com Israel.

O incidente ocorreu pouco antes de uma esperada retomada das negociações nucleares entre Teerã e Washington, intensificando a tensão regional.

Desde o início do conflito em 13 de junho, Israel matou dezenas de altos comandantes iranianos e cientistas nucleares, e o Irã retaliou com centenas de mísseis e drones, enquanto os EUA realizaram ataques adicionais em instalações nucleares em Fordow e Natanz.

O presidente Pezeshkian, embora tenha declarado estar fisicamente bem, afirmou que o atentado falhou, e que o Irã agora investiga profundamente a origem da informação vazada.

A repercussão política interna tem sido imediata: o governo lançou uma série de prisões, detendo mais de 700 pessoas por suposta cumplicidade, e intensificou medidas repressivas contra redes de informantes, temendo infiltrações israelenses.

Fontes: Al Jazeera, The Times of Israel, New York Post

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