Ciberjihad: Hackers iranianos oferecem bônus por ataques ao Ocidente

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Em mais um capítulo da crescente guerra cibernética impulsionada por regimes autoritários, um grupo iraniano de hackers, com ligações com o governo dos aiatolás, está oferecendo incentivos financeiros maiores para ciberataques contra os Estados Unidos e Israel — os principais alvos do regime islâmico no Ocidente.

Conhecido como Pay2Key.I2P, o grupo é apontado por especialistas como sucessor direto da operação original Pay2Key, que por sua vez tem conexões com o Fox Kitten, coletivo de ciberespiões ligado ao Estado iraniano. O novo relatório da empresa de segurança cibernética Morphisec revela que o grupo adotou o modelo de “ransomware como serviço” e já arrecadou mais de US$ 4 milhões em pagamentos de resgates apenas nos últimos quatro meses.

Desde junho, a gangue oferece 80% dos lucros do ataque (antes era 70%) para afiliados que toparem realizar ofensivas cibernéticas contra alvos nos EUA ou em Israel. Em uma mensagem publicada em fórum da darknet, o grupo justifica a medida em tom abertamente ideológico:

“Nossos irmãos no Irã estão sendo submetidos a agressões militares. Estamos prontos para oferecer uma porcentagem favorável para qualquer pessoa envolvida em um ataque contra os inimigos do Irã.”

Segundo a Morphisec, o Pay2Key.I2P também busca recrutar colaboradores em fóruns russos, o que indica uma possível aliança operacional com criminosos cibernéticos alinhados a Moscou. Há indícios de cooperação com operadores do ransomware Mimic, que utiliza códigos da extinta gangue Conti, conhecida por apoiar publicamente a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Até o final de junho, o grupo reivindicava mais de 50 ataques bem-sucedidos, embora não tenha detalhado quantos deles atingiram efetivamente alvos americanos ou israelenses. A movimentação ocorre em um momento delicado: autoridades dos EUA alertaram sobre possíveis represálias iranianas após recentes ataques aéreos contra instalações nucleares do regime islâmico.

No ano passado, agências de inteligência americanas já haviam acusado Teerã de coordenar gangues de ransomware para atingir alvos estratégicos nos EUA, Israel, Azerbaijão e Emirados Árabes Unidos. O Fox Kitten foi citado como um dos principais agentes dessa campanha.

Enquanto isso, o Ocidente assiste a mais uma ofensiva digital silenciosa sendo travada por estados hostis, em uma guerra onde os alvos são empresas, hospitais e infraestruturas críticas — e onde os inocentes pagam o preço da complacência com tiranias.

Fonte: therecord.media

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