China lança novo Sistema Nacional de Identificação Digital para usuários da internet

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China Censura. Wikimedia commons CC

A China implementou um novo sistema nacional de identificação digital para usuários da internet, intensificando o controle estatal sobre as atividades online de mais de 1 bilhão de cidadãos. A medida, que entrou em vigor nesta terça-feira (15), substitui o sistema de registro de “nome real” gerenciado por empresas de internet por um código único emitido pelo governo, vinculado a dados pessoais, incluindo varreduras faciais. A iniciativa, segundo autoridades, visa aumentar a segurança e proteger a privacidade online, mas especialistas alertam para o potencial de maior vigilância e censura.

O novo sistema exige que os usuários forneçam informações detalhadas, como documentos pessoais e biometria, para acessar serviços online, desde compras em e-commerce até comentários em redes sociais. Diferentemente do sistema anterior, no qual empresas privadas gerenciavam a verificação de identidade, o governo agora centraliza o processo, consolidando ainda mais seu controle sobre o espaço digital. A China, que já opera um dos regimes de censura mais sofisticados do mundo, conhecido como “Great Firewall“, reforça com essa medida sua capacidade de monitorar e regular o comportamento online. Críticos expressam preocupações significativas.

Esse sistema pode facilitar a imposição de ‘exílio digital’, limitando o acesso à internet para aqueles que forem considerados indesejáveis pelo governo, especialmente se integrados ao sistema de crédito social“, afirmou um especialista em cibersegurança.

A possibilidade de sanções, como proibições de viagem ou compras, para indivíduos “blacklistados” também foi destacada em publicações nas redes sociais.

Embora o governo chinês afirme que o sistema é voluntário por enquanto, há temores de que se torne obrigatório, eliminando qualquer resquício de anonimato online.

Na prática, a privacidade digital na China já é limitada, mas isso leva a vigilância a um novo patamar“, disse um analista.

A integração do sistema a mais de 400 aplicativos, incluindo saúde, turismo e educação, sugere uma adoção em larga escala. A comunidade internacional observa com cautela. Relatórios indicam que a China tem exportado tecnologias de vigilância para outros países, levantando preocupações sobre a disseminação de um modelo de “autoritarismo digital“. Enquanto Pequim defende a medida como uma proteção aos cidadãos, o impacto sobre a liberdade de expressão e os direitos digitais permanece sob intenso escrutínio.

Fonte: The Washington Post, The Epoch Times
 

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