A UnionPay, maior operadora de cartões do mundo em volume de transações, prepara sua entrada oficial no mercado brasileiro ainda em 2025. A iniciativa conta com apoio estratégico da fintech brasileira Left, que será responsável por intermediar a emissão dos cartões e integrar a tecnologia da empresa chinesa à rede nacional.
A chegada da UnionPay representa um desafio direto ao duopólio de Visa e Mastercard, que dominam amplamente o setor de meios de pagamento no Brasil. A movimentação sinaliza o avanço do sistema financeiro da China em mercados emergentes e reacende o debate sobre soberania tecnológica e alternativas às bandeiras tradicionais de crédito e débito, historicamente ligadas ao mercado norte-americano.
Fontes do setor indicam que a operação da UnionPay será voltada inicialmente para nichos estratégicos, como turistas chineses, e-commerce internacional e consumidores interessados em soluções com menores taxas de câmbio. A fintech Left terá papel central na customização dos produtos financeiros, incluindo cartões físicos e digitais, com planos de fidelidade e integração a carteiras digitais.
A entrada da UnionPay também pode abrir espaço para novos arranjos de pagamentos no Brasil, especialmente em um momento em que o Banco Central incentiva a competição no setor e o crescimento de alternativas ao sistema tradicional de cartões. A companhia já opera em mais de 180 países e tem se expandido de forma silenciosa na América Latina, com presença crescente no México, Chile e Argentina.
Especialistas avaliam que a parceria com a Left dará agilidade à operação e facilitará o cumprimento das exigências regulatórias brasileiras, como adequação ao Pix, à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e à interoperabilidade com sistemas locais.
Apesar da expectativa positiva, o lançamento oficial ainda depende da aprovação final do Banco Central e da conclusão de testes de segurança e conformidade tecnológica. A previsão é que os primeiros cartões UnionPay emitidos pela Left estejam disponíveis para consumidores no último trimestre de 2025.
Fontes: UnionPay, Banco Central do Brasil, Statista e Click Petróleo e Gás