Bancos brasileiros se antecipam a possíveis sanções dos EUA e reforçam alerta no setor financeiro

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Bancos e instituições financeiras no Brasil estão procurando escritórios de advocacia nos Estados Unidos para se prepararem frente à possibilidade de sanções financeiras unilaterais do governo Trump, segundo informou a Folhapress.

As consultas se intensificaram após o anúncio da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, com início previsto para 1º de agosto, e também diante da decisão do governo Trump de banir a entrada do ministro Alexandre de Moraes e seus aliados nos EUA, o que inclui possíveis restrições bancárias.

Entre os temores do setor estão:

  • Sanções diretas a bancos que operam no Brasil;
  • Proibição de relacionamento com instituições financeiras norte-americanas, incluindo operações de câmbio;
  • Restrições decorrentes da perda de vistos de entrada nos EUA por autoridades brasileiras e seus familiares, que podem ser estendidas ao acesso ao sistema financeiro dos EUA.

Um executivo ouvido pela reportagem, afirmou que os bancos buscam mapear possíveis restrições legais e elaborar planos de contingência para enfrentar o pior cenário.

Apesar da tensão, representantes do setor consideram “impensável” a exclusão do Brasil do sistema Swift, a plataforma internacional de comunicação financeira sediada na Bélgica. O sistema é essencial para transferências e liquidações bancárias internacionais.

A preocupação do setor se agravou com a abertura de uma investigação comercial pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) contra o Brasil, na qual o Pix foi citado como possível prática desleal no mercado de pagamentos eletrônicos.

Em resposta, a Febraban divulgou uma nota defendendo o Pix, destacando que se trata de uma infraestrutura pública, aberta, não comercial nem discriminatória, com participação de bancos, fintechs e instituições nacionais e estrangeiras.

A entidade reiterou que não há restrições à entrada de novos participantes no sistema, desde que atuem no mercado nacional e operem em reais. Questionada pela Folhapress sobre as possíveis sanções, a Febraban respondeu que não comenta hipóteses.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo brasileiro também está trabalhando em planos de contingência econômicos para lidar com os desdobramentos da nova postura comercial da gestão Trump.

Fonte: Folhapress

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