A região mais volátil do mundo para conflitos armados

Um novo relatório do Global Peace Index 2025 revela que a África Subsaariana tornou-se a região mais volátil do mundo em termos de conflitos armados. Segundo o Instituto de Economia e Paz (IEP), mais da metade dos 44 países africanos avaliados teve piora nos indicadores de militarização. Isso se deve ao aumento dos orçamentos de defesa, envolvimento em conflitos transfronteiriços e à queda drástica nos investimentos em construção da paz. Conflitos em países como República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Etiópia e Burkina Faso estão entre os mais propensos a escalarem globalmente. Esses países compartilham diversos fatores de risco, como fragilidade estatal, instabilidade política, presença de milícias e influência estrangeira. As tensões no Sahel, por exemplo, têm sido reinterpretadas como jihadistas, o que atrai apoio externo e armamento, agravando os confrontos. A militarização vem crescendo: 23 países aumentaram o gasto militar em proporção ao PIB. Burkina Faso e Mali romperam com a CEDEAO e reforçaram parcerias com a Rússia e a nova Aliança dos Estados do Sahel, gerando acusações de violações de direitos humanos e repressão à sociedade civil. Observa-se uma mudança de influência ocidental (EUA e França) para potências como Rússia e China, especialmente na área econômica. Além disso, tropas africanas estão sendo cada vez mais enviadas ao exterior em nome das missões de paz, mas especialistas alertam que essa projeção militar pode ocultar interesses estratégicos. Exemplo disso é Ruanda, com presença militar em Moçambique, República Centro-Africana e Benim. A RDC superou o Afeganistão como o quarto país menos pacífico do mundo, devido à atuação do grupo M23, à interferência externa (inclusive com denúncias contra Ruanda) e ao fracasso dos esforços regionais de paz. Já o Sudão vive um colapso humanitário após o conflito entre as Forças Armadas e as Forças de Apoio Rápido. Apesar do aumento militar, os investimentos globais em construção da paz representam apenas 0,52% dos gastos com defesa, uma queda de 26% desde 2008. A crise da dívida africana compromete ainda mais a capacidade dos Estados em investir em programas sociais, juventude e reconciliação. O relatório conclui que a paz global vem se deteriorando nos últimos 17 anos, sendo a África responsável por parcela crescente desse declínio. O IEP apela por um retorno ao conceito de “Paz Positiva”, baseada em governança eficaz, acesso à informação e fortalecimento do capital humano. Fonte: The Africa Report
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes podem ser investigados pela justiça portuguesa

O partido português Chega, liderado por André Ventura, voltou a causar polêmica ao prometer investigar a atuação e os supostos vínculos do ministro brasileiro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em Portugal. A declaração partiu do deputado Marcus Santos, eleito pela sigla para representar os brasileiros residentes em solo português, e foi feita durante entrevista ao canal Sérgio Tavares. Segundo Santos, caso André Ventura chegue ao cargo de primeiro-ministro, o governo português terá condições de investigar tanto Gilmar Mendes quanto o também outro ministro do STF, Alexandre de Moraes. “A vida deles em Portugal será investigada“, afirmou o parlamentar, mencionando a possibilidade de patrimônio oculto e influência indevida em instituições portuguesas. A fala repercutiu rapidamente nas redes sociais, que passaram a tratar o tema como se uma investigação já estivesse em andamento. Vídeos, áudios e postagens em grupos políticos sugeriram que Gilmar Mendes estaria sendo alvo de apurações por parte das autoridades portuguesas — o que, até o momento, não passa de especulação. De acordo com a apuração feita pelo jornal português Observador, não há nenhuma investigação oficial em curso contra Gilmar Mendes em Portugal. O veículo consultou bases judiciais, incluindo o Ministério Público e a Polícia Judiciária, e não encontrou qualquer indício de processo aberto ou denúncia formal. Ainda segundo o jornal, mesmo a Procuradoria-Geral da República de Portugal não tem registros de pedidos ou tramitações envolvendo o nome do ministro brasileiro. As declarações de Marcus Santos, portanto, são vistas mais como um movimento político do que como um fato concreto. Apesar de ter conquistado espaço na Assembleia da República nas últimas eleições, o Chega não detém cargos executivos e está distante de liderar o governo português. Mesmo que André Ventura viesse a se tornar primeiro-ministro, como ambiciona, a abertura de investigações não depende do poder político, mas sim de fundamentos legais, denúncias consistentes e autorização das autoridades competentes. Gilmar Mendes possui histórico de atuação acadêmica em Portugal, onde mantém vínculos institucionais com universidades e participa de fóruns jurídicos internacionais. Nos últimos anos, ele esteve em Lisboa em eventos organizados em parceria com o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual é fundador. Esses encontros já foram criticados por setores mais conservadores tanto no Brasil quanto em Portugal, que enxergam neles uma tentativa de exercer influência política e institucional além das fronteiras brasileiras. Apesar disso, não há qualquer indício de irregularidade relacionado às atividades do ministro em território português. As alegações de Marcus Santos tampouco foram acompanhadas de provas ou indícios que pudessem sustentar juridicamente uma investigação formal. Em nota, fontes do Judiciário português reforçaram que o sistema legal do país é independente e não responde a declarações de cunho político. Qualquer investigação envolvendo cidadãos estrangeiros, sobretudo figuras públicas, deve ser iniciada a partir de denúncias fundamentadas e submetida aos trâmites regulares do Ministério Público. Enquanto isso, o Chega segue utilizando o discurso nacionalista e de combate à “influência externa” como pilar de sua narrativa. A promessa de investigar ministros brasileiros parece estar mais ligada à estratégia de mobilização de sua base conservadora — tanto em Portugal quanto entre brasileiros expatriados — do que a fatos ou ações efetivas. Até o momento, Gilmar Mendes não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Fontes: Observador e O Antagonista
Ataque russo contra Kiev mata 7 pessoas

Um intenso ataque russo envolvendo mísseis e drones atingiu diversos distritos de Kiev durante a madrugada, causando ao menos sete mortes e dezenas de feridos. Os disparos destruíram a entrada de um prédio residencial na área de Shevchenkivskyi, onde moradores ficaram presos sob os escombros. Incêndios e destruição também ocuparam outras seis zonas da capital, atingindo até saídas de metrô usadas como abrigos, segundo autoridades ucranianas. No subúrbio, uma mulher de 68 anos foi morta e oito pessoas ficaram feridas. Com sirenes ativadas em toda a cidade, equipes de resgate trabalharam freneticamente no resgate de uma gestante e outros civis soterrados. Autoridades ucranianas criticaram veementemente a Rússia por atacar áreas densamente povoadas, acusando-a de “mirar onde há civis“. Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, o número de vítimas civis em Kiev já ultrapassa centenas, e este ataque se soma a uma longa sequência de bombardeios que têm provocado destruição sistemática e elevado o temor da população. O ataque russo realizado nesta noite, segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, envolveu 352 drones e 16 mísseis, dos quais 146 drones Shahed foram interceptados e vários mísseis balísticos neutralizados. Ucrânia ainda mantém presença em Kursk. Enquanto a Rússia intensifica os ataques contra a Ucrânia, forças ucranianas ainda mantêm uma presença militar na região russa de Kursk. O comandante‑chefe ucraniano, Oleksandr Syrskyi, disse que cerca de 10 000 soldados russos estão engajados naquele setor, onde os ucranianos ainda controlam aproximadamente 90 km². Essa operação, iniciada em 6 de agosto de 2024, sinalizou uma mudança de estratégia por parte de Kiev: ocupar território russo para criar uma zona tampão, reduzir pressão sobre o leste ucraniano e atrapalhar o planejamento militar de Moscou. Apesar dos relatos russos de expulsão das tropas ucranianas, a Ucrânia afirma manter posições avançadas na região e continuar as ofensivas pressionando a fronteira. O movimento atraiu reforços russos — estimados entre 30 000 a 50 000 soldados, incluindo tropas da Coreia do Norte — que ajudaram na expulsão dos soldados ucranianos em pontos estratégicos com uso intensivo de drones e artilharia, segundo relatórios. A Rússia reivindicou vitória, mas Kiev contesta e ressalta que sua incursão obrigou Moscou a desviar tropas do front ucraniano. O ataque massivo a Kiev reforça duas preocupações centrais: a vulnerabilidade urbana diante da artilharia russa e a dependência de defesa aérea limitada. A presença ucraniana em Kursk também complica futuros eventuais cessar-fogos, pois agora qualquer acordo precisará lidar com questões de soberania e retirada obrigatória, enquanto Kiev reforça sua posição nas negociações. Com o conflito adentrando o quarto ano, tanto Ucrânia como Rússia demonstram determinação. No entanto, também deslizam perigosamente em um terreno onde a escalada da violência sem contrapartida diplomática ampliará os danos humanitários e arrastará a Europa para a iminência de um conflito continental mais profundo. Fontes: Reuters, BBC, BBC
Mercados em alerta: petróleo dispara e bolsas caem após ataque dos EUA ao Irã

Os mercados ao redor do mundo mostraram reação imediata à ofensiva militar dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no último fim de semana. A ação, considerada a maior intervenção militar ocidental contra Teerã desde 1979, provocou crescimento acentuado no preço do petróleo, queda na maioria das bolsas asiáticas e fortalecimento do dólar, já que investidores buscaram ativos seguros. Na Ásia, os principais índices acionários recuaram cerca de 1%. O MSCI Asia ex-Japan caiu mais de 1%, com o Nikkei, Kospi e Taiex também registrando perdas, impulsionados por temores sobre interrupções no fornecimento de petróleo via Estreito de Ormuz. Na Índia, os índices Nifty 50 e BSE Sensex caíram 0,9%, afetados pelo aumento do petróleo a níveis recordes de cinco meses — prejudicando expectativas inflacionárias e reduzindo o apetite por ações. Os preços do petróleo subiram expressivamente. O Brent atingiu US$ 78,5 por barril, enquanto o WTI chegou a US$ 75,4 antes de recuar levemente, ecoando os temores de que um conflito mais intenso poderia interromper até 20% das exportações globais via Hormuz. A Goldman Sachs estimou uma alta potencial de até 30% nos preços em caso de cortes mais prolongados na região. Nos EUA, os contratos futuros de ações recuaram de forma moderada, refletindo um sentimento cauteloso. Warren Spindel, da Potomac River Capital, destacou que “a incerteza vai envolver os mercados, especialmente o petróleo”, e que agora “americanos em todos os lugares estarão expostos“. A volatilidade também atingiu o mercado de criptomoedas, com o Ethereum caindo 5% e o Bitcoin recuando cerca de 1%. Em contraste, ações de empresas de defesa na Ásia, como Japão e Coreia do Sul, registraram modestos ganhos, já que investidores antecipam aumento dos gastos militares regionais. Analistas destacaram que, embora os mercados tenham reagido com cautela, a tendência ainda é esperar por um maior desdobramento do conflito. Alguns acreditam que, se o ataque limitar o programa nuclear iraniano, a escalada de longo prazo poderá ser mais contida. A incerteza foi ressaltada por Charu Chanana, estrategista da Saxo: “Mercados podem estar reagindo à perspectiva de redução da incerteza de longo prazo, mas qualquer movimento iraniano pode mudar rapidamente a percepção de risco e forçar uma reprecificação“. Os investidores agora acompanham atentamente sinais de retaliação do Irã, movimentos diplomáticos, como solicitações a parceiros globais para evitar o fechamento do Estreito de Ormuz, e discursos do presidente Trump sobre futuras ações militares ou negociações. Fontes: Reuters, Reuters, Bloomberg
Austrália sanciona petroleiros fantasma russos

Nesta quarta-feira (18), a Austrália impôs pela primeira vez sanções diretas a 60 navios vinculados à chamada “shadow fleet” russa — uma rede clandestina de petroleiros usada para driblar sanções internacionais e financiar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. A ministra das Relações Exteriores australiana, Penny Wong, explicou que essas embarcações operam sob práticas enganosas: trocando bandeiras, desligando sistemas de rastreamento e navegando com seguros inadequados. Tais táticas viabilizam o transporte ilícito de petróleo russo, contornando restrições impostas pelo G7, União Europeia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. “Essas sanções reforçam o compromisso da Austrália em garantir que a Rússia, e aqueles que viabilizam sua invasão, enfrentem consequências“, declarou Penny Wong, reforçando a pressão para que Moscou encerre o conflito e retire suas tropas da Ucrânia. Foco específico nos navios da shadow fleet O governo australiano já aplicou mais de 1.400 sanções desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, mas este é o primeiro foco específico nos navios da shadow fleet. A medida permite às autoridades negar a entrada desses navios em portos australianos ou expulsá-los caso já estejam dentro de águas territoriais. A shadow fleet russa é formada por centenas de petroleiros antigos, operando geralmente sem seguro adequado ou certificações internacionais. Estudos do centro Kyiv School of Economics (KSE) apontam que, em abril de 2024, 83% do petróleo bruto e 46% dos produtos derivados exportados pela Rússia foram embarcados por esta frota, minando os efeitos das sanções como o teto de preço do petróleo de US$ 60 por barril. De 2022 a dezembro de 2023, a frota “fantasma” em cresceu de cerca de 600 para estimados 1.100–1.400 navios, com apenas 118 embarcações sancionadas por EUA, UE ou Reino Unido. O S&P Global classifica esse grupo como responsável por 17% da capacidade global de petroleiros em operação — cerca de 940 navios — com aumento de quase 60% em um ano. Além de minar sanções, a shadow fleet apresenta sérios riscos ambientais e de segurança, pois muitos navios têm mais de 20 anos e operam sem seguro adequado, aumentando a probabilidade de acidentes, vazamentos e colapsos estruturais. A Organização Marítima Internacional destacou que esses navios operam fora dos padrões internacionais, tornando difíceis a interceptação e a fiscalização . A ação australiana acompanha medidas similares de países como Reino Unido, Canadá e UE, que vêm sancionando navios do shadow fleet em pacotes recentes — o Reino Unido adicionou 20 petroleiros em sua última rodada, e a UE sancionou quase 200 em maio, com um 18º pacote em discussão. Com a imposição das sanções, a Austrália reforça seu apoio à soberania da Ucrânia e à necessidade de cortar fontes de financiamento da máquina de guerra russa. O país exige que Moscou encerre imediatamente o conflito e inicie negociações significativas. “Continuaremos com ações coordenadas e decisivas para proteger a Ucrânia e atrapalhar a capacidade russa de sustentar sua agressão“, disse Penny Wong. Enquanto isso, analistas enviam alerta: os preços do petróleo podem subir e refinadores asiáticos, como os da Índia e China, enfrentarão reajustes no custo da cotação do barril em razão da limitação da shadow fleet. Ademais, potenciais desastres marítimos tornam-se mais prováveis dada a idade e a falta de manutenção dessas embarcações — um custo extra que poderá impactar populações e governos costeiros. A ação da Austrália representa um passo relevante no esforço conjunto do Ocidente para complicar o esquema de evasão de sanções russas. No entanto, sua eficácia dependerá tanto da capacidade de monitoramento global quanto da disposição de outros países em fechar brechas na implementação dessas medidas. Fontes: Kyiv Independent, S&P Global, Australia Foreign Minister
Parlamento iraniano aprova fechamento do Estreito de Ormuz

O parlamento do Irã aprovou, neste domingo (22), uma proposta que faculta o fechamento do Estreito de Ormuz. Esta é uma passagem estratégica por onde circula cerca de 20% do comércio mundial de petróleo. Isso ocorre em retaliação aos ataques a instalações nucleares iranianas conduzidos pelos EUA e Israel na última semana. A execução da decisão, entretanto, está condicionada à aprovação final do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, conforme adiantado pela agência estatal Press TV. A medida ocorreu horas depois que bombardeiros americanos B‑2 lançaram bombas antimísseis nas instalações em Fordow, Natanz e Esfahan, descritas pelo Pentágono como “obliteradas” pelo poder dos artefatos usados. O ataque foi a maior ação militar direta dos EUA contra o Irã desde 1979. Em discurso, o comandante da Guarda Revolucionária e deputado Esmail Kosari afirmou que “o fechamento do Estreito está na ordem do dia e será realizado quando necessário“, embora a decisão final dependa do conselho de segurança. Fontes parlamentares confirmam que a votação foi unânime. O Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico ao Oceano Índico e é responsável por cerca de 17 a 18 milhões de barris de petróleo por dia, representando cerca de um quinto do consumo global. Sua interrupção imediata provocaria disparada nos preços do petróleo. Já há indícios disso: o barril de Brent subiu mais de 10% nas últimas sessões, alcançando valores acima de US$ 77. A decisão iraniana acendeu o alerta em mercados globais. Analistas da Eurasia Group e Bloomberg estimam que, se fechada, a passagem pode elevar o preço do petróleo para US$ 100 o barril — cenário confirmado por movimentos de testes de traders e subscrições em contratos futuros. A resposta americana não tardou: o vice-presidente JD Vance classificou qualquer interrupção na região como “suicida para a economia iraniana“. A Casa Branca informou à Operations Task Force que está monitorando a situação de perto e que medidas militares e diplomáticas estão em coordenação com aliados. Na sexta-feira, o ministro de Relações Exteriores iraniano Abbas Araghchi declarou que o país estudaria “todas as opções possíveis” até que o ataque aos locais nucleares fosse considerado respondido. O chefe da diplomacia acusou os EUA de terem “desrespeitado o direito internacional” e advertiu que “eles só entendem a linguagem da força”. A comunidade global reagiu com preocupação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) advertiu sobre os riscos de contaminação radioativa caso ataques continuem, e países do Oriente Médio como Emirados Árabes, Arábia Saudita e Catar pediram contenção diplomática. A ONU convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança a pedido de Teerã, prevista ainda para este domingo. Enquanto isso, o Irã já iniciou retaliações com disparos de mísseis balísticos em direção a Israel, causando feridos em Tel Aviv, mas sem atingir alvos americanos até o momento. O mundo observa com tensão crescente: a decisão parlamentar pode transformar um confronto regional em crise energética global. Se o conselho aprovar o fechamento, o impacto será sentido desde refinarias asiáticas até as bombas nos postos de gasolina nos EUA. A vigilância agora se volta à próxima movimentação de Teerã – e à resposta americana diante de uma escalada sem precedentes. Fontes: Axios, Newsweek, Al Arabiya
EUA atacam usinas nucleares do Irã: bomba GBU-57 entra em ação e guerra escala no Oriente Médio

Durante a madrugada, os Estados Unidos realizaram ataques aéreos coordenados junto com Israel, atingindo as três principais instalações nucleares do Irã — Natanz, Esfahan e Fordow — em um ataque que marca a entrada direta norte-americana no conflito com Teerã. O presidente Donald Trump declarou que os alvos foram “obliterados” por bombardeiros B‑2 e mísseis Tomahawk equipados com bombas antincrustantes, incluindo a poderosa GBU‑57 empregada especificamente contra a fortificada usina subterrânea de Fordow. A guerra entre Israel e Irã chega ao décimo dia de hostilidades consecutivas, que começaram em 13 de junho, com Israel alegando que o programa atômico iraniano estava a apenas semanas de alcançar capacidade militar . De acordo com Trump, os ataques americanamente coordenados com Israel causaram danos estruturais significativos às centrais nucleares, mas o Irã afirmou que o impacto foi limitado, já que conseguiram remover materiais sensíveis antes das bombardeios . Fontes militares informam que os bombardeiros B‑2 dispararam bombas gigantescas contra Fordow — a única instalação subterrânea projetada para resistir a ataques convencionais — e lançaram mísseis Tomahawk contra Natanz e Esfahan. A comunidade internacional reagiu com preocupação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou sobre o perigo de ataques a centrais nucleares e disse que o bombardeio de áreas como Fordow pode gerar liberação radioativa, representando risco tanto interno quanto transfronteiriço. No terreno, o Irã retaliou com uma nova onda de ataques com mísseis balísticos e drones suicidas contra alvos israelenses. Ao menos onze pessoas ficaram feridas em Tel Aviv e Jerusalém, com sirenes disparando durante a madrugada. A mídia iraniana reportou mais de 400 mortos e mais de 3.000 feridos apenas em consequência dos ataques israelenses, mantendo a narrativa de injustiça e agressão externa . O Irã descartou qualquer negociação sobre seu programa nuclear enquanto os bombardeios prosseguissem. O presidente Masoud Pezeshkian afirmou ainda que a atividade nuclear continuaria “sob quaisquer circunstâncias”. Trump havia inicialmente dado um prazo de 14 dias para decidir qual seria a ação norte-americana contra o Irã, e na sexta-feira (19), os EUA iniciaram movimentações de bombardeiros B-2 em direção a bases no Oceano Índico como uma demonstração de força. O ataque desta noite gerou atenção global: alguns legisladores norte-americanos questionam a legalidade de ataques sem autorização do Congresso. Recursos como petróleo sofreram impactos no mercado, aumentando o nervosismo econômico. No espaço diplomático, grupos como ONU, França, Turquia e países árabes cobram cessar-fogo e prudência para evitar um conflito regional mais amplo. Com o conflito entrando em uma nova fase, a intervenção americana ao lado de Israel representa um marco histórico. A ofensiva destruiu parcialmente o coração do programa nuclear iraniano, mas acendeu novo ciclo de agressões e transforma o Oriente Médio em um caldeirão de tensões políticas, militares e humanitárias — cenário que pode definir os rumos geopolíticos das próximas décadas. Fontes: Reuters, Reuters, ArabNews
Terremoto de 5,1 graus atinge usina nuclear de Fordow e reacende temores no Irã

Na última sexta-feira à noite, um terremoto de magnitude 5,1 sacudiu o norte do Irã, com epicentro a cerca de 36 km a sudoeste de Semnan, atingindo profundamente regiões sensíveis como Qom e o vilarejo de Fordo, onde está localizada a usina de enriquecimento nuclear Fordow. O abalo, com profundidade de aproximadamente 10 km, foi sentido em Teerã e cidades vizinhas, provocando apreensão entre autoridades e moradores. Imediatamente, surgiram especulações sobre uma possível ligação entre o tremor e ações militares israelenses ou até testes nucleares iranianos, uma vez que Fordow já esteve sob ataques aéreos no recente conflito com Israel. Contudo, especialistas sísmicos descartam essas teorias, apontando que o Irã está localizado na falha alpina-himalaia, uma das mais ativas do mundo. Entre 2006 e 2015, o país registrou cerca de 96.000 tremores — média de mais de 2.000 por ano, dos quais 15 a 16 com magnitude superior a 5. As análises de agências como o USGS confirmam que segmentos de falhas naturais foram responsáveis pelo tremor. Ao contrário de explosões subterrâneas, os eventos sísmicos naturais geram ondas do tipo P e S, padrão detectado neste caso, reforçando sua origem tectônica. Nenhum dano em estruturas foi relatado, e as autoridades nucleares iranianas afirmam que Fordow e outras instalações permanecem intactas. A usina de Fordow, construída sob mais de 80 metros de rocha e reforçada com concreto, além de sistemas antiaéreos S‑300, resiste a ataques convencionais e a fenômenos naturais — fato reconhecido pela AIEA após inspeções políticas. Seu principal objetivo é garantir o enriquecimento de urânio em níveis civis, mas a proximidade à pureza militar levanta debates sobre riscos estratégicos. Esse tremor serve como um lembrete potente de que nem toda crise no local decorre de ações beligerantes ou nucleares. Em vez disso, é a tensão constante na região sísmica do Irã que representa uma ameaça real à comunidade e à infraestrutura crítica, incluindo Fordow. O episódio também destaca os desafios enfrentados pelos especialistas e diplomatas ao separar causas naturais de implicações políticas, especialmente em um contexto já altamente tensionado. Fontes: New York Times, Anadolu, India Today
Fordow: o bunker nuclear iraniano que só uma super bomba americana pode destruir

A usina de Fordow, oficialmente conhecida como Fordow Fuel Enrichment Plant, localizada próxima à cidade sagrada de Qom, no Irã, tornou-se o centro das atenções na atual escalada militar entre Israel, Estados Unidos e Irã. Enterrada sob cerca de 80 metros de rocha sólida e protegida por concreto reforçado, a instalação é considerada praticamente impenetrável por ataques aéreos convencionais. Seu nível de fortificação é tal que apenas uma arma específica no arsenal americano é tida como capaz de causar danos estruturais significativos: a bomba GBU-57, conhecida como MOP (Massive Ordnance Penetrator). Desde que se tornou operacional em 2011, Fordow tem sido uma das instalações nucleares mais sensíveis do Irã. Embora oficialmente destinada a fins civis, como o enriquecimento de urânio para uso energético e médico, o nível de enriquecimento observado por inspetores internacionais chegou a ultrapassar os 83%, patamar próximo ao necessário para armamento nuclear. O complexo abriga milhares de centrífugas IR-1 e IR-6 e é considerado um dos ativos mais estratégicos do programa atômico iraniano. Em meio à atual campanha aérea israelense, diversas instalações nucleares iranianas, como Natanz, Esfahan e Arak, foram atingidas, mas Fordow permaneceu intocada em sua parte subterrânea, justamente por sua arquitetura profundamente reforçada. A bomba GBU-57 representa a única alternativa real para um ataque convencional eficaz. Com 13,6 toneladas e capacidade de perfurar até 60 metros de concreto armado, essa arma foi desenvolvida justamente para alvos como Fordow. Ela só pode ser lançada por bombardeiros furtivos B-2 Spirit, aeronaves exclusivas da Força Aérea dos Estados Unidos, o que limita sua utilização apenas ao governo norte-americano. Fontes do Pentágono indicam que seriam necessárias ao menos duas bombas lançadas com precisão extrema para causar colapso estrutural da instalação, mas há dúvidas entre especialistas sobre se mesmo isso seria suficiente, devido à geologia da região e à disposição interna do complexo. Israel, que não possui a GBU-57 nem bombardeiros B-2, pressiona Washington a intervir diretamente. O presidente Donald Trump estabeleceu um prazo de duas semanas para tomar uma decisão sobre uma ação militar direta. Paralelamente, ele indicou que pode retomar negociações com Teerã, desde que o Irã interrompa o enriquecimento de urânio e aceite novas inspeções. A utilização da GBU-57 também levanta questões éticas e diplomáticas. Embora seja uma arma convencional, sua força destrutiva é próxima à de armas táticas de baixo rendimento. Especialistas alertam que um ataque direto à Fordow poderia não apenas provocar uma resposta militar iraniana, mas também comprometer permanentemente as chances de negociação diplomática. Além disso, atingir um alvo tão próximo à cidade sagrada de Qom envolveria riscos geopolíticos imprevisíveis, incluindo reações do mundo islâmico. Mesmo que o ataque fosse bem-sucedido, retardaria o programa nuclear iraniano por meses, mas não o eliminaria. O conhecimento científico já adquirido e a existência de outras instalações permitiriam ao Irã retomar rapidamente suas atividades. Diante desse cenário, diplomatas europeus e atores regionais tentam mediar um novo canal de diálogo, na tentativa de conter uma escalada que pode rapidamente ultrapassar os limites da guerra convencional. Fordow simboliza hoje mais do que um alvo militar: é o epicentro de uma disputa entre diplomacia, tecnologia e o risco iminente de um confronto total. Fontes: CNN, DW
Dow Jones abre em alta com investidores reagindo à cautela de Trump sobre guerra entre Israel e Irã

O presidente Donald Trump anunciou que decidirá em até duas semanas se os Estados Unidos entrarão diretamente no conflito entre Israel e Irã — uma medida que já teve impacto imediato nos mercados financeiros globais. O índice Dow Jones abriu em alta nessa sexta-feira (20), refletindo alívio temporário diante da postergação de um possível envolvimento militar em um momento de intensa volatilidade geopolítica. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que existe “uma chance substancial de negociações” com Teerã nos próximos dias, o que justifica o prazo imposto de duas semanas. Leavitt afirmou que “o objetivo central é impedir que o Irã adquira armas nucleares, exigindo como condição qualquer acordo a completa interrupção do enriquecimento de urânio por parte de Teerã”. Internamente, o discurso de Trump provoca divisão entre republicanos mais intervencionistas e os isolacionistas, além de críticos como o senador Chris Murphy, que descreveu o prazo de duas semanas como mais um truque retórico usado com frequência sem resultado prático. Especialistas alertam que uma intervenção militar americana poderia provocar uma forte reação nos mercados: aumento imediato nos preços do petróleo e recuos robustos nos índices de ações. No terreno diplomático, países europeus como Reino Unido, França e Alemanha planejam reunir-se com representantes iranianos em Genebra nessa sexta-feira para tentar reabrir canais de diálogo antes do prazo estipulado por Trump. O chanceler britânico David Lammy classificou o cenário como “perigoso”, mas reconheceu que ainda há uma janela para a diplomacia. Enquanto isso, confrontos prosseguem entre Israel e Irã: Israel lançou ataques contra instalações nucleares iranianas, como a usina pesada de Arak e o complexo de Natanz. O Irã retaliou com centenas de mísseis e drones, provocando vítimas civis e danos em infraestrutura hospitalar, segundo as Forças de Defesa de Israel. Embora Trump tenha insinuado a possibilidade de iniciar ataques sem consultar o Congresso — levantando dúvidas sobre o respaldo jurídico — ele voltou a afirmar que ainda há chance de negociação. Ao mesmo tempo, reforçou o posicionamento máximo de sua administração, anunciando nova estratégia de sanções para aumentar a pressão sobre o regime iraniano. A economia global reage ao compasso diplomático: o petróleo, que já perdeu parte dos ganhos recentes, e o dólar mantêm sua influência servindo como “ativos refúgio”. Investidores monitoram de perto o prazo de duas semanas, que pode ser decisivo para a apoteose ou desaceleração do conflito militar na região. Fontes: Financial Express, Washington Post, Reuters