Novo front russo na Ucrânia: 65 mil soldados posicionados ao longo da fronteira de Sumy

A ofensiva russa avança mais profundamente na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, transformando o que antes era uma zona tampão em uma linha de frente ativa, segundo análises da mídia e do monitoramento militar. Desde janeiro de 2025, tropas russas cruzaram a fronteira em pequenos grupos móveis — muitas vezes em ATVs ou motocicletas — rumo às vilas de Basivka, Novenke, Zhuravka e outras comunidades fronteiriças. O controle russo agora abrange cerca de 100 km² na região, enquanto as forças ucranianas mantêm resistência firme, especialmente em setores estratégicos como Loknyá, Kindrativka e Yunakivka. O presidente Vladimir Putin sinalizou que esse avanço visa criar uma “zona de buffer” a leste de Kursk, protegendo território russo e minando a capacidade ofensiva ucraniana a partir da linha de frente de Sumy. No Fórum Econômico de São Petersburgo, Putin declarou que “toda a Ucrânia é nossa” e indicou a possibilidade de avançar até a cidade de Sumy, embora a captura direta ainda não tenha sido confirmada. As ações russas têm sido metódicas e cumulativas. Em fevereiro, a vila de Basivka foi tomada, seguida por Novenke em março e Kindrativka em junho — todas confirmadas por imagens geolocalizadas e confirmação das autoridades locais. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) relata que cerca de 62 000 a 65 000 soldados russos, incluindo a 76ª Divisão de Paraquedistas e unidades de Spetsnaz, estão posicionados ao longo da fronteira de Sumy. A resposta ucraniana tem sido combativa. O presidente Volodymyr Zelensky alertou que “mais de 50 000 tropas russas estão mobilizadas” e destacou ações ativas de defesa e contra-ataque, como a captura de prisioneiros perto de Tyotkino, na fronteira com Kursk. Tropas ucranianas utilizam drones, fortificações e artilharia para conter avanços e proteger áreas urbanas, incluindo a cidade de Sumy, onde abrigos antiaéreos foram instalados e parte da população considerou evacuar após ataques de foguetes que deixaram mortos e feridos. Enquanto os combates prosseguem, Moscou intensifica o uso de drones conectados por fibra óptica, capazes de operar nas proximidades de Sumy e Donetsk — um avanço tecnológico destacado como crucial para a ofensiva de maio, a maior desde novembro de 2024. Autoridades locais confirmaram que as forças russas agora controlam um grupo de quatro vilas — Novenke, Basivka, Veselivka e Zhuravka — com combates ainda no entorno de Kindrativka, Vodolaha e Volodymyrivka. A região está sob intensas operações combinadas: artilharia, ataques aéreos, drones e operações terrestres, causando deslocamentos de civis e destruição de infraestrutura. Analistas da OTAN, no entanto, avaliam que, apesar do avanço, não há evidências de preparação para uma ofensiva em larga escala contra a cidade de Sumy, simulando que o objetivo principal continua sendo a consolidação de uma zona tampão. O monitoramento aliado também aponta que a destruição de pontes russas dificultou a capacidade logística de Moscou, retardando possíveis avanços maiores. O comandante local da 117ª Brigada ucraniana, identificado pelo apelido “Beaver“, relata que, apesar dos ataques constantes, as defesas resistem e alertou para a necessidade de preparação permanente contra novas incursões, sobretudo com o uso de drones e guerra eletrônica. No plano humanitário, milhares de civis foram deslocados, especialmente após o bombardeio em abril no centro da cidade, que matou quatro pessoas e feriu outras trinta. As autoridades ucranianas reforçam a urgência de apoio internacional para socorro e resiliência local. Em suma, o que começou como uma zona neutra ao longo da fronteira evoluiu rapidamente para a abertura de um novo front prioritário para Moscou. A pesquisa sugere que o intuito estratégico de Putin é fragilizar as defesas ucranianas e forçar Kiev a redistribuir tropas para o norte, impactando seu esforço de recuperação territorial, especialmente após as ofensivas no sul e leste da Ucrânia. As próximas semanas serão decisivas para saber até onde os russos conseguirão avançar sem deflagrar uma ofensiva em larga escala. No entanto, a criação dessa zona tampão já redefine a geografia militar do conflito, trazendo implicações diretas para a segurança regional e os esforços diplomáticos em curso. Fontes: Kyiv Independent, Reuters, The New Voice of Ukraine

Hamas mata 7 soldados israelenses em emboscada em Gaza

Sete soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) foram mortos ontem durante operações militares em Gaza, conforme informou o porta-voz do Exército, coronel Jonatan Conricus. O incidente ocorreu no sul da Faixa de Gaza, onde as tropas israelenses realizavam patrulhamento de rotina quando foram atacadas. Um dispositivo explosivo foi plantado no veículo blindado em que o grupo viajava, e ao ser ativado, iniciou uma chama que vitimou os 7 soldados. As fatalidades elevam para 1.245 o número de militares israelenses mortos desde o início da ofensiva em novembro passado. Nos últimos dias, o Exército israelense intensificou os combates na Faixa de Gaza após aumentar o contingente militar em resposta a emboscadas frequentes. Mesmo enfraquecido após quase 2 anos de guerra, membros dispersos do Hamas ainda conseguem organizar-se para realizar ataques surpresa contra soldados israelenses. Contexto militar e humanitário. Desde o início da ofensiva, as IDF mobilizaram cerca de 100.000 soldados, com apoio de artilharia pesada, drones e aviões de combate. O objetivo principal é eliminar a capacidade operacional do Hamas, cujo arsenal subterrâneo tem permitido lançamentos de foguetes e emboscadas regulares contra tropas israelenses presentes em Gaza. Os confrontos têm provocado graves consequências humanitárias. Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que mais de 37 mil civis tenham sido mortos em Gaza desde novembro, entre eles milhares de crianças, e quase dois milhões de pessoas foram deslocadas internamente. A ofensiva israelense em curso já resultou em grande destruição de infraestrutura — incluindo escolas, hospitais e redes de abastecimento de água e energia — e tem gerado ampla condenação internacional. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta semana para avaliar medidas de contenção do conflito e garantir acesso humanitário, embora críticas persistam quanto à proporcionalidade das ações israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou em pronunciamento oficial que o sacrifício dos militares “não será em vão“. “Continuaremos avançando até que o Hamas seja completamente desprovido de capacidade de lançar ameaças ao nosso povo“, declarou. Nos Estados Unidos, aliados democratas e republicanos reafirmaram apoio ao direito de Israel de se defender, mas intensificaram a pressão para a adoção de um plano de cessar-fogo e para a ampliação da ajuda internacional à população civil em Gaza.  Especialistas alertam que o endurecimento das operações israelenses pode prolongar indefinidamente o conflito, dificultando qualquer perspectiva de trégua antes de novas vítimas — tanto militares quanto civis. “Os ganhos táticos das IDF nas zonas de conflito são significativos, mas o custo humano é altíssimo e mina a legitimidade internacional da operação“, avaliou o analista militar David Makovsky. Enquanto governos aliados de Israel pedem moderação e maior foco no aspecto humanitário, forças israelenses continuam avançando em áreas complexas de Gaza no que definem como “fase decisiva” das operações. O resultado dos combates de hoje ilustra o alto risco humano inerente a essas incursões e reforça o dilema entre segurança nacional e consequências humanitárias devastadoras. Fontes: The New Yorker, Wall Street Journal, Reuters

Irã desafia o Ocidente e ameaça retomar programa nuclear sem supervisão

O parlamento iraniano aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto de lei que suspende a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável pela fiscalização nuclear. A decisão, tomada por unanimidade, ainda depende da aprovação do Conselho de Guardiães, entidade ligada ao Supremo Líder. A medida prevê interromper inspeções, retirar câmeras de vigilância nos locais nucleares e suspender relatórios regulares à AIEA, até que seja garantida “a segurança das instalações nucleares iranianas“, conforme divulgado por fontes parlamentares. O presidente do parlamento, Mohammad Baqer Qalibaf, acusou o órgão de ter comprometido sua credibilidade internacional ao não condenar os ataques israelenses e americanos contra os sítios nucleares de Natanz, Fordow e Isfahan. Os ataques ocorreram nos últimos dias, com mísseis e bombas de precisão lançados por Israel, seguido por bombardeios dos EUA, que afirmaram ter “obliterado” as instalações. No entanto, os dados de inteligência sugerem que os danos teriam sido moderados, atrasando o programa nuclear apenas por alguns meses. AIEA Essa ação do Irã ocorre em meio a um cessar-fogo instável com Israel e à apreensão global provocada pelo episódio. A AIEA, por meio do diretor-geral Rafael Grossi, criticou o escopo reduzido de inspeções e alertou para riscos de proliferação nuclear sem monitoramento externo. Grossi declarou que “é prioridade reintegrar inspetores nas instalações nucleares iranianas para avaliar os estoques de urânio enriquecido“, estimados em cerca de 400 kg com pureza de até 60%, próximo ao nível de armas atômicas. Ele ressaltou que, embora o Irã afirme ter protegido materiais antes dos bombardeios, somente a inspeção presencial pode confirmar essa informação. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, alegou que o ambiente após os ataques é hostil e que ajustes “em seu posicionamento em relação ao regime de não-proliferação” serão necessários, mas que não foi definido em que sentido. Especialistas em não proliferação alertam que a suspensão da cooperação ameaça desestabilizar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), vigente desde 1970 e ratificado pelo Irã em 1970, mas fragilizado por esta decisão. O abandono dos protocolos compromete a capacidade de detectar eventuais desvios de material nuclear, levando a um cenário de incerteza e tensão global. Reações internacionais foram rápidas: a União Europeia, Rússia, China e outros membros do Conselho de Segurança da ONU manifestaram preocupação, afirmando que a retirada da fiscalização representa um “sinal de alerta preocupante” e conclamam ambas as partes a retomar o diálogo. Na OTAN, fontes indicaram que o cessar-fogo com Israel permanece tenso e que o Irã está sendo observado de perto pelos serviços de inteligência ocidentais. O secretário-geral, Mark Rutte, mencionou que o Irã não deve ser autorizado a desenvolver capacidade nuclear ofensiva — meta que os aliados ocidentais vêem como clara. Internamente, o Irã reforçou o discurso patriótico. Houve gritos de “Morte à América” e “Morte a Israel” no parlamento após a votação, segundo vídeos registrados no plenário. O resultado indicou que a meta é clara: avançar mais rápido no programa nuclear civil, sob proteção ampliada. A AIEA, por sua vez, debate no momento se irá acionar o procedimento para restaurar sanções da ONU, que foram suspensas após o acordo de 2015 (JCPOA). O órgão já havia adotado uma resolução contra o Irã por descumprimento das obrigações há semanas. Este giro marca um ponto crítico na crise nuclear iraniana. O Irã avança com seu programa com menos fiscalização externa, aumentando as tensões internacionais e colocando em xeque a arquitetura global de não proliferação. O cenário permanece incerto, mas a lição é clara: a desconfiança mútua elevou o risco de descontrole nuclear, exigindo respostas diplomáticas urgentes — ou o mundo poderá enfrentar uma nova era de insegurança nuclear. Fontes: TIME, Reuters e Investing

Nova era nuclear: Reino Unido rompe tradição e reforça capacidade aérea

O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (25) a compra de 12 caças F‑35A, fabricados pela Lockheed Martin, com capacidade para transportar armas nucleares táticas, fortalecendo sua postura estratégica e voltando a integrar a missão nuclear aérea da OTAN. A aquisição representa a retomada da capacidade de ataque nuclear por via aérea pela Real Força Aérea Britânica — algo inédito desde o fim da Guerra Fria — uma vez que, desde 1998, o Reino Unido dependia exclusivamente da dissuasão submarina (Trident). A decisão foi formalizada ao longo da cúpula da OTAN, em Haia, onde o primeiro-ministro Sir Keir Starmer ressaltou a necessidade de responder à “era de incerteza radical” imposta pela guerra na Ucrânia e outras ameaças globais. Os jatos serão baseados na RAF Marham, em Norfolk, e integrados ao programa “Dual Capable Aircraft” da OTAN. Eles terão a capacidade de transportar bombas americanas B61‑12, armazenadas em solo britânico, embora seu uso dependa da aprovação dos líderes da Aliança e do presidente dos EUA. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, saudou a medida como “um robusto reforço britânico para a Aliança“. Além disso, o governo britânico confirmou o compromisso de elevar os gastos militares a 5% do PIB até 2035, alinhando-se às exigências dos EUA e da OTAN. Especialistas apontam que os F‑35A são mais econômicos em operação do que os modelos F‑35B, já em uso nos porta-aviões britânicos, dispensando operações de pouso vertical e trazendo menor custo de manutenção. O plano do Reino Unido contempla a compra total de 138 caças da família F‑35, reforçando sua capacidade de defesa em múltiplas frentes. A aquisição chega em um momento de forte tensão global e pressão diplomática. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, tem exigido de aliados da OTAN maior investimento em defesa, e a Rússia tem intensificado sua presença militar ao redor da Europa. Economicamente, o programa promete gerar benefícios significativos. Estima-se que ele sustentará mais de 20 mil empregos no Reino Unido, com 15% da cadeia global de suprimentos do F‑35 baseada localmente, envolvendo empresas como BAE Systems, Rolls‑Royce e GE Aviation. Por outro lado, movimentos antinucleares, incluindo parte da sociedade civil e ambientalistas, criticam a revogação da postura de não proliferação, alertando para o risco de retomada da corrida armamentista e ameaça à estabilidade regional. A expansão das capacidades nucleares aéreas britânicas ocorre num contexto em que cerca de sete países da OTAN (EUA, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Turquia) já participam do programa nuclear compartilhado, que permite armas B61 em suas bases. Essa decisão representa a maior modernização da dissuasão nuclear britânica das últimas décadas, ampliando os meios de projeção militar — de submarinos para aeronaves — e reforçando o papel do Reino Unido em defesa coletiva, cibersegurança e capacidade de resposta rápida. O anúncio reforça o comprometimento do Reino Unido com a segurança euro-atlântica, mas reacende debates sobre o papel das armas nucleares numa estratégia de defesa contemporânea, que enfrenta desafios como escalada tecnológica, crises globais e a necessidade de mecanismos multilaterais de controle. Fontes: Financial Times, Reuters, CNN

Pentágono admite: bombardeios atrasaram, mas não destroem programa nuclear iraniano

Um relatório preliminar da Defense Intelligence Agency (DIA), braço de inteligência do Pentágono, revela que os ataques americanos às instalações nucleares iranianas — Fordow, Natanz e Isfahan — não conseguiram eliminar o programa atômico de Teerã. Segundo a avaliação, os bombardeios atrasaram o cronograma nuclear do Irã apenas por alguns meses, diferentemente das afirmações oficiais de completa destruição, como dito por Trump, JD Vance e Pete Hegseth. De acordo com fontes familiarizadas com o relatório confidencial, o Irã foi capaz de remover estoques de urânio altamente enriquecido antes dos ataques. Além disso, as centrífugas em Natanz e Isfahan permanecem “em grande parte intactas”. Em Fordow, apenas as entradas foram comprometidas, sem danos significativos às estruturas subterrâneas. O documento indica que as operações militares atrasaram parcialmente o programa, mas deixam intacta a capacidade técnica de retomada após algumas semanas de recuperação. O impacto da bomba especializada GBU‑57 Massive Ordnance Penetrator, usada pelos bombardeiros B‑2, parece ter sido limitado. Apesar de terem atingido instalações profundas, a espessa estrutura de concreto reforçado sobre Fordow pode ter reduzido a eficácia das armas anti-bunker. A Casa Branca rejeitou veementemente as conclusões do DIA, classificando o vazamento como “completamente errado” e motivado por interesses políticos. A secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que as bombas detonadas “arrasaram completamente” os locais iranianos, desqualificando a avaliação como um “ataque infundado” contra pilotos e a missão militar. O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmaram a narrativa de sucesso total. Trump afirmou que os alvos haviam sido completamente destruídos e que o Irã jamais se recuperaria. Netanyahu, por sua vez, definiu a operação como uma vitória histórica e reforçou que o programa nuclear iraniano foi neutralizado por enquanto. A situação gerou tensão política. Uma audiência no Congresso, prevista para ontem, foi adiada, alimentando especulações de que o governo buscava evitar explicações embaraçosas. O senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries exigiram transparência, cobrando informações detalhadas sobre os danos reais, citando o atraso como possível desculpa para encobrir falhas. Especialistas em não proliferação atômica destacam que ataques aéreos isolados dificilmente são suficientes para desmantelar um programa nuclear espalhado por múltiplas instalações. A agência internacional IAEA já estimou haver cerca de 30 pontos de enriquecimento no Irã, incluindo um novo complexo subterrâneo em construção próximo a Natanz, fora do alcance dos bombardeios. Esse cenário coloca em xeque a estratégia militar adotada. Enquanto os EUA proclamam vitória absoluta, os analistas apontam que o país perdeu, no máximo, alguns meses no desenvolvimento nuclear iraniano. A necessidade de operação terrestre, com custos altos e riscos elevados, se torna evidente caso a meta seja eliminar toda a infraestrutura. O governo iraniano declarou que retomará o enriquecimento de urânio sem interrupção e que construirá novas instalações subterrâneas. No domingo, parlamentares iranianos aprovaram fechar o Estreito de Ormuz caso mais ataques sejam feitos, movimento que pode impactar significativamente o mercado global de energia. A conclusão inicial do relatório do DIA deverá provocar debates intensos no Congresso norte-americano sobre autorização e a veracidade das informações divulgadas na mídia. Enquanto isso, o DIA continua analisando outras fontes de inteligência, e o cenário permanece volátil. A escalada diplomática e militar segue sob os holofotes, com futuras estratégias de contenção ou confronto nas mãos da Casa Branca e aliados. Fontes: CNN e Washington Post

Alemanha anuncia salto histórico nos gastos de defesa e infraestrutura para frear ameaça russa

A Alemanha anunciou nesta terça-feira (24) um orçamento robusto — de €115,7 bilhões em investimentos para 2025, com previsão de alcançar €123,6 bilhões em 2026 — destinado a impulsionar a economia e reforçar a defesa nacional. O plano, aprovado pelo gabinete do chanceler Friedrich Merz e anunciado pelo ministro das Finanças Lars Klingbeil, representa uma guinada estratégica após dois anos de estagnação econômica. O aspecto mais notável do orçamento é a elevação dos gastos militares para 3,5 % do Produto Interno Bruto até 2029, acelerando impulsos históricos no Arsenal da República. O orçamento militar passará de €95 bilhões em 2025 para cerca de €153 bilhões em 2029. A iniciativa busca cumprir futuras metas da OTAN, que planeja elevar o patamar mínimo de compensações militares para cerca de 5 % do PIB (3,5 % em Defesa convencional e 1,5 % em infraestrutura de uso civil e segurança cibernética). Klingbeil defendeu a mudança como “uma virada de paradigma” — equivalente a assumir responsabilidade frente à deterioração global de segurança e pressão por parte dos EUA e da OTAN. Ele ressaltou que os recursos serão aplicados com rigor, priorizando eficiência e cooperação na aquisição de equipamentos junto a parceiros europeus. Esse salto substancial só foi possível graças à flexibilização da “frenagem do endividamento” alemã, regra constitucional que previamente limitava o déficit público. A mudança, aprovada em março, permite empréstimos expressivos para despesas militares acima de 1% do PIB e para um fundo de €500 bilhões destinado à infraestrutura. O endividamento adicional programado entre 2025 e 2029 chega a €847 bilhões — o que reflete a ampliação decisiva do escopo fiscal do Estado. A previsão é de que os juros decorrentes desses créditos avancem significativamente nos próximos anos, alcançando impacto fiscal expressivo, embora a equipe econômica confie que o investimento gerará retorno sustentável. A decisão não se limita ao rearmamento. Um fundo de €500 bilhões em infraestrutura será empregado ao longo de 12 anos, voltado à modernização de rodovias, ferrovias, pontes, redes de energia e tecnologia — inclusive para proteção contra ameaças digitais. A medida tem como meta estimular o crescimento econômico, corrigir deficiências históricas e preparar o país para cenários de crise. Na arena geopolítica, o direcionamento da Defesa também atende à urgência trazida pela guerra na Ucrânia e à instabilidade causada pela Rússia, bem como à crescente pressão dos EUA por parte do presidente Donald Trump, que pressiona os aliados da OTAN a concentrarem 5 % do PIB em gastos militares. O pacote foi apresentado justamente antes da reunião da OTAN em Haia, onde líderes devem apoiar oficialmente a meta de 5% do PIB em defesa. A proposta pretende assegurar que os Estados Unidos não cancelem o apoio à articulação transatlântica, enquanto enfrentam custos geopolíticos, desde a guerra na Ucrânia até possíveis choques com o Irã. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, enfatizou a necessidade de ação e saudou o empenho alemão. A Espanha abriu exceção, não se comprometendo com a meta, mas a maioria das nações se compromete a seguir a proposta. Apesar do otimismo oficial, analistas apontam riscos: o uso maciço de crédito público pode elevar juros, agravar a dívida e reduzir espaço para políticas sociais e fiscais futuras. Além disso, a manutenção de crescimento após o impulso dependerá de reformas mais profundas, como estímulo à indústria, vantagem fiscal e aprimoramento institucional. Para o economista Salomon Fiedler, do Berenberg Bank, investimentos e reformas devem ocorrer em paralelo: “Se não houver reformas significativas, a economia pode cair novamente depois do impulso“. Com este orçamento ambicioso, a Alemanha tenta corrigir décadas de subinvestimento e responder a uma conjuntura internacional volátil. Resta ver se a estratégia será bem executada — e se os custos de endividamento não comprometerão o crescimento a longo prazo. Fontes: New York Times, Politico, Reuters

Rússia planejava matar Zelensky com agente secreto polonês

Nesta segunda-feira (21), autoridades ucranianas anunciaram que frustraram um plano da FSB — serviço de inteligência russo — para assassinar o presidente Volodymyr Zelensky no Aeroporto de Rzeszów-Jasionka, no sudeste da Polônia. O líder ucraniano costuma transitar em trajetos entre a capital e rotas de apoio militar da OTAN. O plano russo envolveria um agente adormecido, ex-oficial militar polonês recrutado décadas atrás por Moscou. Segundo o diretor da SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), general Vasyl Maliuk, o ataque poderia ser com um franco-atirador ou um drone com câmera FPV. O agente foi detido em operação conjunta entre SBU e autoridades polonesas, que confirmaram que havia várias opções para matar Zelensky durante sua passagem pelo aeroporto. Maliuk destacou que o agente tinha nostalgia pela União Soviética e que foi ativado pela FSB há anos. A prisão do cidadão polonês ocorreu em abril de 2024. Zelensky não comentou diretamente sobre o plano frustrado, mas mencionou ter perdido a conta do número de vezes em que sua vida esteve em risco desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. “O primeiro ataque é assustador, depois se torna algo rotineiro“, confessou em conversa com o jornal The Sun, comparando a ameaça a um vírus que se torna familiar. O presidente relatou que até tiros foram disparados durante uma tentativa em seu escritório, sugerindo que “pessoas morreram ali dentro a serviço de Putin“. Ele ainda condenou os ataques iniciais, dizendo ter recusado pedidos de evacuação feitos por países parceiros, declarando que “precisava de munição, não de uma carona”. Esta não é a primeira tentativa de assassinato conhecida contra Zelensky desde o início da Guerra da Ucrânia. Em maio de 2024, dois coronéis ucranianos foram presos por planejar matá-lo, uma conspiração supostamente encomendada pela FSB. E em 2022, mercenários chechenos e soldados da Wagner foram enviados para a Ucrânia com ordens de eliminar sua liderança. O uso de drones por parte dos russos evidencia uma evolução tática mais sofisticada, com tentativas simultâneas de infiltração por via aérea e terrestre. Especialistas em inteligência observam que tais ações refletem uma intensificação da estratégia russa, que alterna operações convencionais, cibernéticas e de contraespionagem para atingir o topo da liderança militar e política ucraniana. A nova tentativa ocorre em meio a outras investidas russas nos céus ucranianos: um ataque recente com 360 mísseis e drones devastou áreas residenciais e um hospital em Kiev, deixando várias vítimas e acendendo alertas sobre uma escalada repentina. Para Kiev, manter Zelensky vivo é fundamental não apenas militarmente, mas para a imagem global da resistência ucraniana. O presidente é o rosto emblemático do conflito e seu assassinato poderia ter repercussões devastadoras no moral nacional e no apoio ocidental. Fontes: Newsweek, Euractiv

Confirmada a morte da brasileira que caiu em vulcão na Indonésia

A publicitária brasileira de 26 anos, Juliana Marins, foi encontrada sem vida nesta terça-feira (24) pelas equipes de resgate indonésias no Monte Rinjani, na ilha de Lombok. Juliana, natural de Niterói (RJ), havia despencado por um penhasco na madrugada de sexta-feira (20) durante uma expedição ao vulcão ativo de 3.726 metros, e permaneceu desaparecida por quatro dias em uma região de difícil acesso. O corpo foi localizado após árduas operações técnicas envolvendo mais de 50 profissionais, entre equipes de resgate locais e montanhistas experientes, que enfrentaram clima adverso, neblina intensa e terreno instável. As autoridades divisaram o corpo em um desfiladeiro profundo, a cerca de 600 metros do ponto de queda, em área com rochas soltas e riscos geológicos elevados. Leia mais: Brasileira isolada em vulcão na Indonésia expõe falhas no resgate e na diplomacia brasileira – Danuzio Em um comunicado emocionante, divulgado nas redes sociais, a família informou: “Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido“.  O parque nacional fechou o acesso à rota de subida para facilitar o trabalho de resgate e evitar interferências de outros turistas. Juliana participava de um mochilão pelo Sudeste Asiático desde fevereiro, quando viajou por Filipinas, Tailândia e Vietnã, documentando a aventura nas redes sociais. O episódio reacende alertas sobre os riscos da trilha do Monte Rinjani, considerada popular entre turistas, mas marcada por declives acentuados, solos instáveis e ausência de sinal de celular – fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes graves. Testemunhas relataram que, após se separar do grupo devido ao cansaço nas primeiras horas da manhã, Juliana escorregou e caiu aproximadamente 300 metros. No sábado, turistas locais e um drone a localizaram cerca de 150 metros abaixo da trilha, viva, mas imobilizada e sob choques iniciais. Entretanto, a tentativa de resgate foi dificultada pelo relevo íngreme e solo instável — previsão de ser chamada de “abandonado” por falta de equipamentos adequados. A família criticou a lentidão do resgate e as informações confusas, com relatos de que Juliana havia recebido água e alimentos no local que se mostraram falsos. Autoridades brasileiras, incluindo a embaixada em Jacarta, acompanharam a operação desde o início, enviando dois representantes ao local e mantendo contato com ONGs de Resgate e a Agência Nacional de Gestão de Desastres da Indonésia . Juliana era formada em Comunicação pela UFRJ e trabalhou em empresas como Multishow e Canal Off, além de atuar como dançarina de pole dance. A jovem expressava felicidade e vigor em seus relatos, destacando que nunca havia se sentido tão viva durante a viagem. O parque nacional, reconhecido pela Unesco como Geoparque Global, declarou que continuará a revisar as normas de segurança nas trilhas, além de reforçar protocolos de emergência. O Monte Rinjani já foi palco de várias tragédias, incluindo mortes devido a acidentes e erupções históricas. A morte de Juliana Marins serve como advertência dramática sobre os riscos de travessias em zonas de altitude e vulcânicas. Fontes: Folha, CNN e Veja

Rearmar ou perecer: a corrida armamentista da União Europeia contra a Rússia

Nos últimos meses, lideranças europeias intensificaram o discurso e os planos de ampliar significativamente os gastos com defesa e a produção de armas no continente — em resposta direta às crescentes tensões com a Rússia, à aparente reorientação dos EUA na OTAN e às lições duras extraídas do apoio à Ucrânia. Entretanto, essa ambição esbarra em questões complexas: orçamentárias, estruturais, políticas e industriais. Entre 2021 e 2024, os gastos militares dos países da União Europeia cresceram em mais de 30%, passando de €214 bilhões para aproximadamente €326 bilhões — quase 1,9% do PIB do bloco, com previsão de ultrapassar os 2,0% em 2025. Parte significativa desse montante (30%) foi direcionada para investimento em equipamentos, avaliados em cerca de €102 bilhões em 2024. O crescimento é especialmente expressivo em alguns países: a Bélgica planeja elevar os gastos para 2% do PIB até meados de 2025; a Dinamarca passou de 2,4% para 3,0%; enquanto a França estendeu seu orçamento militar de €295 bilhões para €413 bilhões entre 2019 e 2025. Readiness 2030 Adicionalmente ao empenho nacional, foi lançado o programa “Readiness 2030” (antigo “ReArm Europe”), que soma até €800 bilhões em potencial mobilização de recursos — incluindo flexibilidade no pacto de estabilidade, empréstimos de até €150 bilhões do EIB, realocações de fundos estruturais da UE e incentivos à participação privada. O programa atende a uma convergência de percepções geopolíticas. A invasão da Ucrânia e a crescente militarização russa — que consome cerca de 7% do PIB — evidenciam a necessidade de capacidades modernas. O temor de que os EUA reduzam seu envolvimento na OTAN, especialmente sob futuras administrações menos comprometidas com alianças multilaterais, intensifica o senso de urgência. A proposta do premiê holandês Mark Rutte de elevar os gastos totais para 5% do PIB, sendo 3,5% militares e 1,5% destinados a infraestrutura logística dual-use, sintetiza essa visão de maior autonomia e prontidão. Ineficiências A dificuldade de fornecer munição, drones e artilharia à Ucrânia mostrou que a capacidade industrial europeia é insuficiente e fragmentada. A UE possui cerca de 4.000 empresas de defesa, muitas pequenas, com pouca coordenação entre si. Países usam dezenas de plataformas diferentes — a Europa conta com 178 sistemas principais contra cerca de 30 nos EUA. Isso gera ineficiências, altos custos de manutenção e limitações na interoperabilidade. A dependência de matérias-primas críticas e tecnologias como chips e estabilizadores expõe a Europa a riscos externos. A indústria depende de componentes importados — ainda mais em momentos de escassez mundial. Os sistemas europeus de defesa têm baixas cadências de produção — muitos programas operam no nível de dezenas de unidades, onde os EUA produzem centenas. Sem compromissos duradouros e previsíveis, com ordens de compra que se estendam até 2030 ou além, será quase impossível convencer o setor privado a expandir sua capacidade produtiva de forma robusta. Muitos países, como Itália e Espanha, enfrentam pressões fiscais e dificuldades em aumentar o orçamento de defesa sem comprometer investimentos sociais e estabilidade macroeconômica. A Alemanha, por sua vez, criou um fundo extraordinário de €100 bilhões para modernizar suas Forças Armadas, mas seu uso tem prazo limitado e enfrenta entraves burocráticos. O governo e o setor europeu, contudo, vêm adotando medidas simultâneas para superar essas barreiras. A Estratégia Industrial de Defesa Europeia (EDIS) prevê apoio a joint ventures em grandes plataformas, padronização de sistemas e até uma espécie de “Foreign Military Sales” europeu. O Programa Industrial de Defesa (EDIP) oferece €1,5 bilhão em subvenções até 2027. Entre 2021 e 2027, o Fundo Europeu de Defesa (EDF) destina €8 bilhões para pesquisas e desenvolvimento de tecnologias militares — metade a projetos colaborativos e metade à pesquisa estratégica. A proposta Readiness 2030 busca flexibilizar regras de déficit, criar novos mecanismos de financiamento, redirecionar fundos estruturais e envolver capital privado em um esforço amplo de fomento industrial. Países como França, Alemanha, Polônia e Finlândia já anunciaram orçamentos significativamente maiores. A França prevê um aumento de 39% nos investimentos entre 2019 e 2025. A Polônia investe até 4,7% do PIB em defesa, enquanto Finlândia e Suécia aceleram seus planos de modernização com foco em interoperabilidade com a OTAN. Investimentos em infraestrutura são priorizados, com cerca de €75 bilhões dedicados à modernização de portos, estradas e redes ferroviárias adaptadas a exigências militares. A mobilidade militar é hoje vista como fator essencial para a dissuasão rápida e eficiente diante de uma ameaça. Divergências políticas internas Os próximos passos, contudo, esbarram em divergências políticas internas. Cada país possui sua própria política de defesa — como a Espanha, que rejeita a meta de 5% do PIB e prioriza políticas sociais. Muitos alertam que a austeridade fiscal colocará freios no entusiasmo, e dívidas públicas elevadas de países como França e Itália limitam sua capacidade de absorver gastos crescentes. Há ainda a resistência de indústrias nacionais em abrir mão de mercados protegidos e se integrar em grandes consórcios multinacionais, o que dificulta a consolidação do setor. Mesmo com investimentos crescentes, construir sistemas integrados e interoperáveis para todos os exércitos da UE levará tempo, esforço político e técnico. Caso bem-sucedida, a estratégia europeia trará múltiplos reflexos positivos. A Europa poderá reduzir sua dependência de materiais e tecnologia estrangeira, criando autonomia em setores como mísseis, drones, radares e satélites. Com orçamentos ampliados, o continente poderá atrair investimentos em áreas de dupla utilização (civil-militar), como inteligência artificial, cibersegurança e comunicações quânticas. A modernização da infraestrutura logística dual-use também permitirá respostas mais rápidas a crises regionais e reduzirá os gargalos em caso de conflito armado. O impulson da inovação tecnológica de defesa A indústria de defesa europeia já emprega mais de 580 mil pessoas, número que tende a crescer com os novos projetos. A inovação tecnológica impulsionada pela defesa também impactará setores civis, como transporte, energia e comunicações. Em paralelo, o fortalecimento da capacidade de defesa reforça o papel geopolítico da UE em um mundo multipolar. Contudo, tudo dependerá da execução prática. A fragmentação persistente, as restrições orçamentárias e a hesitação política podem comprometer o objetivo de construir uma defesa europeia robusta até 2030. O destino da estratégia militar continental

Trump anuncia cessar‑fogo “completo e total” entre Israel e Irã

Em 23 de junho de 2025, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em sua rede social Truth Social um “cessar‑fogo completo e total” entre Israel e Irã, após quase duas semanas de confrontos intensos que envolveram bombardeios a instalações nucleares iranianas e lançamentos de mísseis por Teerã. A trégua, segundo o mandatário, entrou em vigor horas depois de sua declaração, com o Irã interrompendo os ataques imediatamente e Israel se comprometendo a iniciar a suspensão das operações 12 horas depois. O entendimento foi selado graças a uma articulação diplomática conduzida por Trump diretamente com o primeiro‑ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enquanto sua equipe — incluindo o vice‑presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff — manteve conversas com autoridades iranianas. Com a soberania dos EUA em foco, Trump afirmou ter dado ordens já no sábado à noite: “Vamos ligar… ao Irã. Traga o Bibi. Vamos fazer a paz.“ Ainda que o cessar‑fogo tenha sido saudado por centenas de civis que choraram alívio nas ruas do Irã e de Israel, o acordo é frágil, carecendo de confirmações formais de ambas as partes. Israel confirmou a trégua, enquanto o Irã condicionou a suspensão das hostilidades à interrupção dos ataques israelenses até 4h da manhã, horário de Teerã. Violação e fragilidade do acordo Logo após o anúncio, surgiram sinalizações de rompimento unilateral. Israel acusou o Irã de lançar mísseis e prometeu “resposta com força” caso o acordo fosse violado, com o ministro da Defesa Israel Katz declarando novas ações militares contra Teerã. Por sua vez, o governo iraniano negou qualquer lançamento de mísseis após o anúncio, e sua agência ISNA classificou as acusações como falsas. O conflito, iniciado em 13 de junho, foi marcado por ataques israelenses a centros nucleares no Irã, seguido por bombardeios norte‑americanos contra instalações profundas como Fordow e Natanz. Os iranianos retaliaram com mísseis contra bases dos EUA no Golfo, incluindo uma em Qatar, provocando sirenes mesmo sem vítimas. Leia mais: Irã ataca bases dos EUA no Oriente Médio em retaliação a bombardeios nucleares – Danuzio “Dependerá do que o Irã precisar”: Rússia promete apoio ao Irã e confronta os EUA após bombardeios em Teerã – Danuzio Conheça a diferença entre um programa nuclear pacífico no Oriente Médio e o do Irã – Danuzio O saldo, segundo fontes iranianas, foi de pelo menos 974 mortos no Irã e 24 em Israel, com disparos continuados mesmo após o início do cessar‑fogo. O uso da bomba anti-bunker GBU‑57 pelos EUA reforça a escala da operação americana, que alguns analistas classificam como a intervenção externa mais significativa desde a Revolução Iraniana de 1979. Apesar do cessar‑fogo, o futuro permanece incerto. Autoridades no Oriente Médio, incluindo EUA, Irã, Israel e Qatar, monitoram relatórios de violações, novas ameaças e respostas militares em caso de retrocesso. O texto do GPI recomenda agora foco em negociações mais amplas, abordando o arsenal de urânio iraniano — cerca de 400 kg acumulados — e definindo marcos concretos que evitem retóricas dominadas por retaliação e mudança de regime. Para muitos analistas, a trégua representou uma pausa tensa, mas sem garantias. Trump se apresenta como pacificador, mas as bases da negociação permanecem frágeis: a manutenção da trégua dependerá de reciprocidade, vigilância diplomática e intervenção de terceiros, como Qatar, Reino Unido e membros da União Europeia. Fontes: BBC, Reuters, AP

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