Trump volta atrás e anuncia envio de armas à Ucrânia

O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu a comunidade internacional ao anunciar o envio de mais armas defensivas à Ucrânia pouco após uma pausa inesperada na entrega de equipamentos militares críticos, como mísseis superfície-ar e sistemas de artilharia de precisão. A decisão reflete uma guinada em sua política, contrapondo a posição anterior do Pentágono. Na semana passada, o Pentágono suspendeu o envio de interceptores Patriot, mísseis Stinger e mísseis ar-ar AIM, citando preocupações com o esgotamento dos estoques militares. No entanto, a decisão foi tomada sem informar o presidente Trump — segundo fontes da CNN, nem o próprio recebeu aviso prévio. Em resposta, o mandatário afirmou que o Congresso e a imprensa precisam esclarecer a origem dessa pausa, já que, segundo ele, não deu nenhuma ordem nesse sentido. Logo depois, Trump reverteu a suspensão: autorizou a entrega de dez interceptores Patriot e manifestou a intenção de fornecer um novo sistema, caso necessário. Durante reunião no Salão Oval, o presidente criticou duramente o presidente russo Vladimir Putin, acusando-o de falar besteira demais diante de promessas diplomáticas vazias. Trump deixou claro que “Putin mata muita gente” e justificou a retomada das entregas como um imperativo para proteger vidas civis na Ucrânia. A intensificação dos bombardeios russos sobre cidades ucranianas, com uso de drones e mísseis, aumentou a demanda ucraniana por sistemas de defesa aérea. Autoridades ucranianas relataram mortos e dezenas de feridos civis, tornando urgente o envio de armamentos avançados O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky saudou o anúncio, afirmando que as entregas são essenciais para salvar vidas e conter a ofensiva russa. Entretanto, a reviravolta gerou críticas. O caso evidenciou falhas na coordenação entre Casa Branca e Ministério da Defesa, e especialistas alertam que a abordagem “America First” pode reduzir o apoio dos EUA aos parceiros, se decisões internas forem tomadas de forma unilateral. A Casa Branca comunicou que, sob comando de Trump, o Pentágono reiniciará o suporte em linha com os interesses de defesa dos EUA. Ainda está em análise a possível entrega de mais sistemas Patriot, reconhecendo a crescente pressão aérea russa sobre áreas estratégicas. Analistas apontam que o envio reforça a retórica de “paz por meio da força” de Trump, que também ameaçou retomar sanções a Moscou e impor tarifas elevadas sobre países que importam energia russa – uma clara mensagem a aliados como China e Índia. A reversão de Trump, de pausa surpreendente para apoio avançado à Ucrânia, destaca a volatilidade das decisões de política externa sob sua administração. A tensão com o Pentágono e a urgência dos pedidos ucranianos evidenciam os dilemas estratégicos dos EUA na atual fase da guerra — com riscos globais e pressões domésticas que prometem pesar nas conversas sobre futuro financiamento e apoio militar. Fontes: AP, The Times, Welt

Brasil divulga vídeo com território ucraniano incorporado à Rússia

Durante a cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, um vídeo distribuído pela equipe oficial do governo brasileiro causou indignação e desconforto na equipe. Nas imagens, foi apresentada de forma gráfica, a anexação de territórios ucranianos atualmente ocupados pela Rússia, incluindo as regiões de Donetsk e Luhansk, anexadas em 2022 com validade jamais reconhecida internacionalmente. O conteúdo circulou nas redes sociais da presidência brasileira, mostrando mapas que incorporavam oficialmente partes do território ucraniano ao domínio da capital russa. Essa inserção explícita aconteceu num momento considerado inapropriado durante a reunião do bloco. A prática foi vista como uma tentativa de reforçar a narrativa de Moscou, sob o pretexto de defender os interesses de segurança legítimos agora estendidos aos membros do bloco. Antes, a Rússia já havia declarado anexações em setembro de 2022 em Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhia — referendos cujos resultados foram amplamente rejeitados por 143 países membros da ONU em declaração posterior. No entanto, a exibição do vídeo na cúpula marcou um salto retórico, transformando reivindicações não reconhecidas em parte da agenda visual e midiática do BRICS. O episódio pode servir para isolar ainda mais o bloco, enfraquecendo o apoio implícito às ações russas na Ucrânia. Por outro lado, também ressalta a abertura do BRICS como vitrine para a voz de potências revisionistas, mostrando sua fragilidade normativa frente a disputas militares contemporâneas. Para a diplomacia ocidental, a exibição de símbolos de anexação reflete que o Kremlin não recuou na sua estratégia territorial na Ucrânia. Ainda que a ferramenta usada tenha sido digital, o recado é real e preocupante: a Rússia busca consentimento de países emergentes, mesmo a toque de caixa, para dar contornos visíveis a uma guerra que continua em curso. Fonte: CNN

EUA limpam a ficha do HTS: grupo terrorista agora é governo amigo na Síria

Nesta segunda-feira (07), o governo dos Estados Unidos anunciou a retirada da designação de organização terrorista estrangeira da Hayʼat Tahrir al‑Sham (HTS), movimento que governa a Síria e cuja liderança agora integra o governo de transição do país, após a deposição e consequente fuga de Bashar al Assad em dezembro de 2024. A decisão, oficializada por meio de um memorando do Departamento de Estado assinado em 23 de junho pelo secretário Marco Rubio, entra em vigor hoje. A medida representa uma mudança radical na postura de Washington em relação à Síria. Desde 2018, o HTS (antes conhecido como Frente al-Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria) estava oficialmente listado como organização terrorista, com sanções severas e recompensas por seus líderes. O grupo cortou ligações com a Al-Qaeda em 2016 e, em janeiro deste ano, se dissolveu oficialmente e se integrou às instituições do Estado sírio, sob comando do presidente de transição e líder do grupo, Ahmed al‑Sharaa. A decisão faz parte de um pacote ampliado de flexibilizações, como a revogação de sanções à economia síria, assinada por Trump no dia 30 de junho. Rubio afirmou que a retirada da designação terrorista reconhece “ações positivas” do novo governo de transição, voltadas à estabilização da Síria e à reconstrução após 13 anos de guerra civil. Já o líder do HTS, al‑Sharaa, expressou vontade de combater o terrorismo de todos os tipos e substituir o regime de Assad por um governo mais inclusivo. A política do governo Trump na região vem ganhando forte impacto diplomático: ambos os Estados Unidos e parceiros como Arábia Saudita, Turquia e Reino Unido já vêm restabelecendo contato com a Síria – o Reino Unido anunciou no fim de semana o retorno de sua embaixada em Damasco. A expectativa em Washington é que a reabilitação do HTS facilite o acesso do país a créditos internacionais e investimentos para reconstrução, bem como acelere a integração da Síria ao comércio global. Entretanto, a decisão dividiu opiniões nos Estados Unidos e entre especialistas. Instituições como o Washington Institute alertaram que o HTS ainda carrega um histórico de abusos e questões relacionadas a direitos humanos, e que a retirada do grupo da lista deve ser condicionada a garantias concretas de transparência e moderação. No Reino Unido, ainda vigora cautela: autoridades afirmaram que o HTS só poderá ser retirado da lista de terroristas se demonstrar compromisso com inclusão política e respeito a minorias. Além disso, o embaixador dos EUA em Damasco ressaltou que a remoção da designação terrorista não anula a vigilância sobre possíveis retomadas das redes extremistas, e que órgãos como o Departamento do Tesouro e o Congresso ainda analisarão detalhes jurídicos. Para o regime sírio, o gesto sinaliza o fim de um isolamento internacional de longa data. A retomada de relações com a Arábia Saudita e a Turquia, aliada ao alívio parcial das sanções, pode acelerar uma reestruturação turística e comercial em áreas bombardeadas, além de permitir parcerias em reconstrução vitalícia, como infraestrutura e abastecimento de água. Por fim, a retirada do HTS da lista de organizações terroristas marca uma redefinição das relações entre Washington e Damasco, abrindo espaço para uma nova era de engajamento diplomático e econômico. Essa transição pode favorecer uma estabilização regional, mas dependerá das garantias de moderação política e reforma institucional prometidas pelo governo de transição sírio — medidas que ainda serão avaliadas nos bastidores por americanos e europeus. Fontes: CNN, The Times of Israel, Al Jazeera, Washington Post

Trump dispara contra moeda do BRICS e declara apoio a Bolsonaro: recado direto ao Brasil de Lula

A cúpula dos BRICS realizada no Brasil no último domingo (06) se transformou, rapidamente, em palco de uma crise diplomática entre os Estados Unidos e o governo brasileiro. Em meio a uma pauta voltada para a criação de uma nova arquitetura financeira global e a proposta de uma moeda comum entre os países do bloco, o presidente norte-americano Donald Trump respondeu com retaliações comerciais e ataques políticos diretos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Domingo, 6 de julho – Trump anuncia tarifas adicionais Logo na abertura do encontro, Trump declarou que aplicará uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações provenientes dos países do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e seus novos integrantes, como Irã, Egito e Etiópia, caso avancem nas discussões sobre a criação de uma moeda alternativa ao dólar. A justificativa apresentada foi de que o bloco estaria promovendo políticas “antiamericanas” ao questionar o papel hegemônico do dólar nas transações internacionais. A medida foi interpretada como um ataque direto às ambições dos BRICS de reestruturar o sistema financeiro global, que historicamente privilegia os países do Norte Global. Segundo a Reuters e o Wall Street Journal, a resposta dos líderes do bloco foi de indignação, embora cautelosa. A iniciativa de Trump causou preocupação, em especial entre os países que mantêm laços comerciais profundos com os EUA, como Brasil e Índia. Leia mais: Sem China e Rússia, Cúpula do BRICS no Brasil perde a relevância almejada – Danuzio Reação dos BRICS e retórica moderada de Lula Em resposta, os países do BRICS divulgaram uma nota conjunta classificando como “extremamente preocupante” a adoção de barreiras unilaterais, reafirmando o compromisso com o multilateralismo e a reforma das instituições financeiras internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. Lula, tentando manter uma postura diplomática, evitou ataques frontais. Em pronunciamento oficial, destacou que o Brasil “não nasceu para afrontar ninguém” e que os BRICS têm como objetivo fortalecer a cooperação Sul-Sul. Ainda segundo Lula, a proposta da nova moeda do BRICS não tem como intenção rivalizar com o dólar, mas apenas oferecer alternativas para os países em desenvolvimento lidarem com sanções e volatilidades cambiais. Fontes próximas ao Itamaraty indicaram que o governo brasileiro foi pego de surpresa pelo anúncio de Trump e tentou articular uma resposta conjunta entre os líderes do bloco, com pouca adesão dos países mais alinhados a Washington, como Índia e África do Sul. Segunda, 7 de julho – Lula rejeita interferência No dia seguinte, Trump endureceu ainda mais o tom, dizendo que as tarifas seriam suspensas apenas se os países do BRICS recuassem na “ameaça geopolítica” que representaria a moeda comum. A fala foi considerada por diplomatas brasileiros como chantagem econômica. Em resposta, Lula afirmou que o Brasil “não aceita tutelas de ninguém” e criticou o que chamou de “comportamento imperial” por parte de Washington. Trump defende Bolsonaro e intensifica confronto A tensão aumentou ainda mais quando Trump, em sua rede social Truth, comentou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no” Brasil. O republicano chamou o processo judicial contra Bolsonaro de “caça às bruxas” e afirmou que o Brasil estava “perseguindo um patriota“. “Eles querem prender Bolsonaro por dizer a verdade. Isso é exatamente o que tentaram fazer comigo. Aconteceu comigo, vezes dez“, disse Trump, em referência às acusações criminais que enfrenta nos EUA. Ainda afirmou que o Brasil deveria “deixar Bolsonaro em paz“, criando mal-estar entre os dois governos. Lula reage com firmeza A fala de Trump sobre Bolsonaro foi interpretada no Planalto como uma grave interferência em assuntos internos do Brasil. Lula foi categórico ao rebater: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei“. Analistas políticos apontam que o impasse pode afetar a relação bilateral em diversas frentes. A aplicação de tarifas pode prejudicar setores-chave da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria automotiva, fortemente dependentes do mercado norte-americano. O Brasil é hoje o terceiro maior exportador de produtos agrícolas para os EUA, atrás apenas do México e Canadá. Além disso, o ambiente de tensão pode comprometer o andamento de negociações comerciais e de investimentos, como o acordo Brasil-EUA para cooperação energética assinado no início do ano. A crise entre Brasil e Estados Unidos evidencia os limites da diplomacia brasileira diante de um cenário internacional cada vez mais fragmentado e polarizado. Com Trump adotando uma retórica agressiva e Lula buscando manter a autonomia diplomática do país, o conflito ameaça escalar — tanto no plano comercial quanto político. Se a retórica não for contida por ambos os lados, o risco é de que o incidente evolua para um impasse duradouro, comprometendo não apenas as relações bilaterais, mas a própria credibilidade do BRICS como alternativa global ao sistema liderado pelo Ocidente. Fontes: Revista Oeste, France 24, G1, BBC

Israel volta a bombardear houthis no Iêmen e atinge radar em navio sequestrado

Israel lançou na madrugada de segunda-feira (08) uma série de ataques aéreos contra alvos controlados pelos Houthis no Iêmen, segundo o Exército israelense. As operações atingiram os portos de Hodeidah, Ras  Isa e Salif, além da usina de Ras  Qantib, situados na costa iemenita, marcando a primeira ofensiva israelense na região em quase um mês. Em comunicado oficial, o exército israelense afirmou que as ações foram uma resposta aos ataques contínuos dos Houthis contra Israel e navios comerciais no Mar Vermelho, considerados apoio solidário à causa palestina. Antes dos bombardeios, autoridades israelenses emitiram alerta para que civis evacuassem das áreas-alvo, na tentativa de reduzir danos colaterais. Além dos portos e da usina, Israel também atacou o navio Galaxy Leader, capturado pelos Houthis em 2023, que, segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), estava equipado com um radar que monitorava o tráfego marítimo internacional para fins militares. Os rebeldes Houthis, alinhados ao Irã, contra-atacaram poucas horas depois, lançando dois mísseis balísticos e drones em direção ao território israelense. Sirenes foram ativadas em Israel, mas não houve confirmação sobre o destino dos mísseis, se foram interceptados ou se atingiram alvos no país. Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, os Houthis vêm intensificando ataques a navios no Mar Vermelho e mísseis contra alvos israelenses, citando apoio aos palestinos. Nesse período, centenas de drones e mísseis foram lançados, muitos interceptados pelas defesas aéreas israelenses, mas alguns chegaram a atingir navios e comunidades rurais. Israel sustenta que as bases, portos e a usina visados pelos ataques eram utilizados para transferência de armas fornecidas pelo Irã aos Houthis, para uso contra navios e território israelense. A ofensiva faz parte de uma série de respostas a esse que considera terrorismo patrocinado por Teerã. A situação no Mar Vermelho — rota de navegação estratégica essencial — se tornou tensa nos últimos meses. Os ataques Houthi já afetaram o transporte marítimo global e levaram à formação da Operação Prosperity Guardian, coalizão liderada pelos EUA para proteger navios civis no local. Analistas destacam que os ataques israelenses são parte de uma campanha para desencorajar intervenções houthi no conflito de Gaza, além de proteger as rotas comerciais. A capacidade militar empregada, com alertas prévios e mobilização aérea, demonstra como Israel está disposto a atacar profundamente fora de seu território para conter ameaças. A IDF avisou que continuará reagindo a qualquer ação dos Houthis, prometendo também bloqueio aéreo e naval caso os ataques persistam. Consequências para o conflito regional Essa escalada israelense no Iêmen amplia o palco da crise no Oriente Médio. O Iêmen, devastado por guerras internas e alvo de tentativas de negociações de paz, pode ser arrastado para um conflito ainda mais direto com Israel e aliados ocidentais, agravando a instabilidade na região. Além disso, isso pressiona países como Estados Unidos e Reino Unido, que participam de patrulhas no Mar Vermelho. Novos ataques podem resultar em envolvimento militar mais direto dessas nações. Para os Houthis, os ataques israelenses reforçam seu papel de braço militar do Irã e aliados de Hamas e Hezbollah, aumentando o risco de uma guerra indireta entre Teerã e Israel. Especialistas apontam que a dinâmica atual pode levar a confrontos regionais mais amplos, envolvendo marinha inimiga e potenciais ações contra navios estrangeiros. Fontes: Reuters, Forex Live

Texas contabiliza 82 mortos em enchentes e expõe falhas nos avisos de emergência

A tragédia provocada por chuvas intensas e enchentes repentinas na região do Texas continua a revelar uma escala devastadora. Após 30 centímetros de chuva nas primeiras horas da manhã de 4 de julho, o resultado foi um aumento de 8 metros no nível do Rio Guadalupe em menos de 45 minutos. Essa inundação histórica atingiu especialmente acampamentos de verão em Kerr County, como o Camp Mystic, um retiro cristão para garotas, causando impacto profundo em comunidades locais. As buscas de resgate e recuperação têm sido hercúleas: mais de 850 pessoas foram salvas, entre elas, 167 foram resgatadas por helicópteros, enquanto outras equipes utilizam barcos, drones e até veículos militares para localizar sobreviventes. Até o momento, há pelo menos 82 mortos, entre os quais 28 crianças, além de 41 pessoas desaparecidas. Entre os desaparecidos, ainda estão 10 garotas e um conselheiro do Camp Mystic. Residentes e sobreviventes descrevem o episódio como uma “parede negra de água” que não deu tempo para evacuação, pois a chuva começou enquanto muitos dormiam. As autoridades enfrentam críticas severas por conta de atrasos nos alertas de enchente. O Serviço Nacional de Meteorologia havia emitido um boletim na tarde anterior, mas o aviso urgente só foi transmitido por volta das 4 h da madrugada, quando já era tarde demais. O governador Greg Abbott declarou estado de calamidade e reforçou que novas chuvas estão previstas, o que pode agravar ainda mais a situação. O presidente Trump anunciou, por sua vez, uma declaração federal de desastre e envio de ajuda do FEMA e da Guarda Costeira. Enquanto isso, em meio aos resgates, famílias retornam a acampamentos destruídos para procurar pertences e enterrar entes queridos. Imagens mostram cabanas desabadas e mobiliário arrastado, cenas que reforçam a imprevisibilidade da fúria da natureza. Em contraste, um acampamento vizinho, o Mo‑Ranch, conseguiu evacuar aproximadamente 70 crianças e adultos antes da enchente, devido à ação rápida de monitores que monitoravam o nível do rio. Nenhuma vida foi perdida ali, sublinhando o contraste entre precaução e tragédia. A região, conhecida como “Flash Flood Alley” (Alameda das Enchentes Rápidas), é particularmente vulnerável a eventos extremos, já que seu solo seco favorece o escoamento rápido da água. Esta inundação já é considerada a mais mortífera das últimas décadas no Texas, com potencial de estar entre as mais intensas do século no país. Especialistas em clima ressaltam que o aumento da capacidade da atmosfera de reter água — devido ao aquecimento global — pode estar tornando esses eventos mais frequentes e intensos. Integrantes da comunidade apelam por sistemas de alerta mais robustos. Uma proposta semelhante já havia sido rejeitada anteriormente por conta dos custos. Em meio ao luto, cresce a pressão por respostas claras sobre a falha na comunicação dos alertas. Famílias, autoridades e especialistas debatem agora soluções para reduzir danos em futuros episódios, enquanto as tarefas de busca, resgate e recuperação seguem avançando, apesar do terreno traiçoeiro. Fontes: AP, The Guardian, AP

Musk VS Trump tem um novo capítulo: Musk anuncia criação de novo partido político

Elon Musk, o homem mais rico do mundo e uma das figuras mais influentes da tecnologia e da política norte-americana, anunciou neste sábado a fundação de um novo partido político, o “America Party“. A decisão ocorre após semanas de especulação e uma enquete realizada pelo bilionário em sua plataforma X (antigo Twitter), onde, segundo ele, a maioria dos participantes manifestou apoio à criação de uma legenda alternativa. “Por uma margem de 2 para 1, vocês querem um novo partido político, e terão!“, escreveu Musk em um post que viralizou imediatamente. Na sexta-feira, o empresário havia questionado seus seguidores sobre o apoio a um partido que, segundo suas palavras, devolveria aos americanos “sua liberdade”. A proposta de Musk é criar uma força política que funcione como um bloco decisivo no Congresso, influenciando votações de projetos de lei sensíveis. Ele afirmou que o America Party concentrará esforços em disputar “apenas 2 ou 3 cadeiras no Senado e 8 a 10 assentos na Câmara“, quantidade que pode ser determinante em votações com margens apertadas. “Isso bastaria para garantir que as leis reflitam a vontade verdadeira do povo“, declarou Musk. Ainda não há registro oficial do America Party junto à Comissão Federal Eleitoral, e Musk não especificou em que estados ou distritos a nova legenda poderá se registrar primeiro. O bilionário disse apenas que pretende que seus parlamentares atuem de forma independente, negociando com ambos os partidos tradicionais – republicanos e democratas – para aprovar ou bloquear iniciativas legislativas. O anúncio ocorre em meio a um momento de tensão entre Musk e Donald Trump. Apesar de ter sido o maior doador individual da campanha presidencial de 2024 – com contribuições que ultrapassaram US$ 280 milhões, majoritariamente para Trump e outros republicanos – Musk rompeu publicamente com o ex-presidente nas últimas semanas. O atrito escalou após a aprovação do chamado “big, beautiful bill“, um pacote de políticas domésticas de Trump que aumentou o teto da dívida em US$ 5 trilhões, medida que Musk classificou como “insana”. “Está claro, com esses gastos absurdos, que vivemos em um país de partido único – o PARTIDO DO PORQUINHO!“, ironizou Musk na segunda-feira, ao criticar a coalizão republicano-democrata que viabilizou o projeto. O rompimento representa uma reviravolta na relação entre os dois. Musk chegou a ocupar um cargo de assessor especial no polêmico Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Trump para reduzir a máquina pública, mas se afastou em maio, quando seu mandato terminou. Desde então, vinha sinalizando que o sistema bipartidário estava “falido“. Analistas políticos afirmam que, se Musk resolver investir recursos em campanhas legislativas já em 2026, seu apoio poderá definir resultados em disputas acirradas. “Ele tem poder financeiro e influência cultural para agitar o cenário político americano de forma inédita“, comentou Brian Schwartz, repórter da CNBC que acompanha a movimentação de doadores bilionários. Além das críticas aos gastos públicos, Musk tem feito apelos à “liberdade individual“, ao corte de burocracia e ao uso da tecnologia como motor de governo. Embora detalhes do programa do America Party ainda não tenham sido divulgados, o discurso contra o establishment e contra o “pântano político” de Washington indica que ele pretende capturar parte do eleitorado populista insatisfeito com democratas e republicanos. A novidade reacende debates sobre o papel de megabilionários na democracia americana e sobre o potencial de fragmentação partidária. Para alguns especialistas, o movimento pode ter efeitos semelhantes ao surgimento de partidos alternativos que já definiram eleições presidenciais no passado. Outros, porém, questionam a viabilidade de um projeto político dependente da figura de Musk e de seu capital pessoal. Em meio ao turbilhão de reações, a única certeza é que Elon Musk, mais uma vez, conseguiu capturar a atenção nacional – e talvez reescreva parte da história política dos Estados Unidos. Fontes: CNBC, ANSA, BBC

Trump ergue prisão para imigrantes no pântano da Flórida — cercada por jacarés e doenças

O recém-construído centro de detenção no coração dos Everglades, na Flórida, batizado de “Alligator Alcatraz” pelas autoridades estaduais, tornou-se alvo de duras críticas de especialistas em saúde pública, ambientalistas e grupos de direitos humanos. Erguido em apenas oito dias e inaugurado com entusiasmo pelo presidente Donald Trump, o campo já apresenta sinais de precariedade, como alagamentos e riscos ambientais severos. Localizado sobre uma pista de pouso abandonada cercada, o campo pretende abrigar mais de 3 mil imigrantes sob custódia, além de 100 funcionários. Apesar da retórica oficial que evoca “os migrantes mais perigosos do planeta“, especialistas apontam que as ameaças reais vêm do ambiente hostil. “O risco de doenças transmitidas por mosquitos neste local é significativo“, alertou Durland Fish, professor emérito de epidemiologia da Escola de Saúde Pública de Yale. Estudos realizados na região detectaram vírus que podem causar encefalite, uma inflamação cerebral grave sem tratamento específico. A umidade extrema, combinada com temperaturas que chegam a 91ºF (33ºC) durante o verão, agrava o quadro. As instalações consistem em grandes tendas com celas improvisadas de cercas metálicas, banheiros e chuveiros portáteis. Vídeos divulgados pela imprensa local mostram que parte do campo começou a inundar ainda durante a visita de Trump na semana passada. O estado afirma que as estruturas suportam ventos de até 110 mph (177 km/h), limite que especialistas consideram ultrapassado pelas normas de construção da Flórida desde o furacão Andrew, em 1992. “Hoje, qualquer edificação em zona de furacões deve ter resistência superior e sistemas certificados de proteção das aberturas“, disse Anthony Abbate, professor da Faculdade de Arquitetura da Florida Atlantic University. O local está em uma área classificada como de alta velocidade de furacões, o que torna as estruturas temporárias ainda mais vulneráveis. O governador Ron De Santis defendeu a iniciativa como parte de seu plano de deportação em massa de imigrantes em situação irregular, que prevê a criação de outros centros semelhantes em pontos estratégicos do estado. Para ele e seus aliados, o isolamento geográfico — cercado por quilômetros de pântano — é uma vantagem que desencoraja fugas e reforça o efeito dissuasório. “Estamos cercados por uma área traiçoeira, e a única saída real é a deportação“, declarou Trump durante sua visita. No entanto, ambientalistas e organizações indígenas que lutaram por décadas para proteger o Big Cypress Swamp afirmam que o campo ameaça o delicado equilíbrio ecológico da região. Fotógrafo e ativista Clyde Butcher, que documenta os Everglades há 40 anos, disse que o uso intenso de geradores, luzes de segurança e a possibilidade de pulverização maciça de inseticidas terão consequências devastadoras para a fauna local. “A água aqui é pura e cristalina. Este não é um lugar para campos de detenção“, lamentou. A localização remota também gera preocupação entre defensores dos direitos dos imigrantes. “É praticamente inacessível para advogados, famílias e qualquer tipo de fiscalização independente“, disse Renata Bozzetto, vice-diretora da Coalizão de Imigrantes da Flórida. “Isso cria um ambiente propício a abusos e violações de direitos humanos.“ O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) tenta se distanciar do projeto. Em documento apresentado à Justiça, afirmou que “não autorizou, financiou ou operou” o centro, embora a secretária Kristi Noem tenha prometido reembolsar US$ 450 milhões ao estado pelo primeiro ano de funcionamento. Grupos democratas tentaram inspecionar o local na quinta-feira, mas foram barrados. “É uma afronta ao direito legal de fiscalização de instalações prisionais e mais uma tentativa de esconder abusos da opinião pública“, disseram deputados em nota conjunta. Entre críticas ambientais, dúvidas sobre segurança estrutural e denúncias de violações de direitos, o Alligator Alcatraz já se tornou um símbolo polêmico da política migratória agressiva de Trump — e um novo capítulo no debate nacional sobre o tratamento dado aos imigrantes nos Estados Unidos. Fontes: Washington Post, BBC, Il Post

Sem China e Rússia, Cúpula do BRICS no Brasil perde a relevância almejada

A cúpula do BRICS marcada para esta semana no Brasil deveria simbolizar a consolidação de um bloco capaz de desafiar a ordem global dominada por Estados Unidos e Europa. Mas a ausência de quatro atores centrais — China, Rússia, Egito e Irã — lançou uma sombra sobre a relevância prática do encontro. Ainda assim, uma pauta ambiciosa sobre a criação de uma moeda comum para rivalizar o dólar americano ocupa o centro do debate, mesmo sendo considerada por especialistas como uma proposta distante da realidade. A proposta de criação de uma moeda unificada do BRICS não é nova. Surgiu inicialmente há mais de uma década como um ideal de cooperação econômica aprofundada. Ganhou fôlego nos últimos anos, alimentada pelo discurso de “desdolarização” — o desejo de reduzir a dependência da moeda americana nas transações internacionais. Entretanto, nem mesmo seus defensores mais entusiásticos escondem os enormes obstáculos. Para começar, o bloco é uma colcha de retalhos: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul têm interesses estratégicos distintos, regimes políticos díspares e níveis de integração econômica muito desiguais. Agora, com novos integrantes — incluindo Egito, Etiópia, Irã e Arábia Saudita —, as diferenças se multiplicaram. Nenhum mecanismo efetivo foi criado para harmonizar políticas fiscais ou monetárias, pré-requisitos essenciais para uma moeda única minimamente funcional. O economista Eswar Prasad, da Universidade Cornell, resumiu a dificuldade enfrentada pelos BRICS:  “Se é difícil manter a coesão na zona do euro, que compartilha fronteiras e regulações comuns, imagine entre países com disputas geopolíticas abertas e estruturas econômicas díspares“. Com China e Rússia fora desta reunião — Xi Jinping justificou “prioridades internas” e Putin anunciou a ausência devido à falta de transparência do Brasil em relação à decisão do Tribunal Penal Internacional de prendê-lo — a iniciativa soa mais como retórica política do que projeto imediato. O discurso oficial dos governos menciona “estudos preliminares” sobre moedas alternativas e a ampliação do uso de acordos bilaterais de pagamento em moedas locais. Mas mesmo essas ideias esbarram em limitações técnicas e no receio de investidores sobre instabilidade cambial. Na imprensa internacional, a ausência das duas potências centrais gerou análises duras sobre o esvaziamento do BRICS. O The Economist publicou um editorial afirmando que o bloco “corre risco de virar um fórum retórico sem impacto tangível na ordem financeira global“. Já o Le Monde destacou que o afastamento de Xi e Putin sinaliza o desinteresse momentâneo em investir capital político em um encontro dominado por disputas regionais e sem consensos claros sobre prioridades. Mesmo líderes presentes, como Narendra Modi, da Índia, preferiram focar em projetos de cooperação científica e investimentos em infraestrutura, reconhecendo que a proposta de moeda comum carece de base institucional sólida. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também alertou que, enquanto novas iniciativas de moedas alternativas podem ter “interesse geopolítico“, não devem agravar a fragmentação financeira que ameaça países em desenvolvimento com maiores custos de financiamento e volatilidade. Outro fator que contribui para o ambiente conturbado é a própria expansão do BRICS. A entrada do Irã, país sancionado por boa parte do Ocidente, e a participação da Arábia Saudita, com seus interesses muitas vezes conflitantes com Teerã, criaram novos atritos. Enquanto o bloco pretendia mostrar força ao incluir atores do Golfo e do Oriente Médio, acabou expondo mais divergências. Por exemplo, a Arábia Saudita prefere manter o dólar como moeda de referência para seu comércio de petróleo, enquanto o Irã defende explicitamente a “substituição completa“ do dólar por alternativas baseadas em cestas de moedas dos BRICS. Este descompasso mina qualquer tentativa de consenso mínimo. A guerra na Ucrânia adiciona outro complicador: muitos países temem sanções secundárias caso suas transações passem a envolver bancos russos. A tentativa de criar uma nova moeda de reserva esbarra em três obstáculos principais. Primeiro, o volume de comércio intra-BRICS é expressivo, mas não suficiente para ancorar uma moeda com liquidez global. Segundo, a desconfiança mútua entre os governos sobre quem controlaria o sistema monetário gera paralisia. E, terceiro, nenhuma instituição multilateral do bloco tem poder técnico ou legitimidade para implementar uma união monetária. A realidade é que cerca de 90% do comércio global ainda é liquidado em dólares e euros, segundo dados do SWIFT. Mesmo que parte dos contratos de petróleo russos e chineses hoje seja efetuada em yuan, o uso permanece restrito a acordos bilaterais e não cria massa crítica. Em contrapartida, defensores da proposta, como o chanceler russo Sergei Lavrov, argumentam que o dólar se tornou “instrumento de coerção política” e que a criação de alternativas fortalece a soberania dos países emergentes. Mas, mesmo entre aliados, a aposta é que qualquer plano desse porte exigirá pelo menos uma década de negociações, marcos regulatórios e testes pilotos. Temos ainda outro fator de pressão nos países dos BRICS que foi a vitória de Donald Trump na última eleição norte-americana e suas críticas enfáticas quanto à adoção de uma moeda comum pelo grupo, que teria como consequência impostos elevados ou corte de relações comerciais com os EUA. Logo após essas declarações, vários líderes dos BRICS se pronunciaram, declarando que a criação de uma moeda comum não está em negociação entre os membros. Uma cúpula com temas esvaziados Sem a presença de seus dois principais fundadores e maiores economias, e com divisões sobre sanções e guerra, o encontro no Brasil tende a produzir mais declarações de intenções do que avanços concretos. O risco é que a cúpula seja lembrada pelo contraste entre retórica e capacidade real de coordenação. Por outro lado, a reunião deve reforçar agendas mais pragmáticas, como investimentos cruzados em infraestrutura, energia limpa e agricultura. Esses projetos, menos polêmicos, têm potencial para gerar impacto direto na economia dos membros, algo que pode se tornar o verdadeiro legado do BRICS nesta década. Enquanto isso, a proposta de criar uma moeda capaz de rivalizar o dólar serve como potente símbolo político — mas um símbolo ainda longe de se materializar.

Irã usa o BRICS para tentar legitimar seu regime e desafiar o ocidente

O Irã chega à cúpula do BRICS, que começa neste domingo no Rio de Janeiro, buscando sinalizar ao mundo que não está tão isolado quanto seus adversários gostariam. Após 12 dias de bombardeios israelenses e norte-americanos contra instalações militares e nucleares em território iraniano, Teerã intensifica esforços diplomáticos para demonstrar que ainda conta com aliados de peso, mesmo enfrentando severas sanções e ameaças de novos ataques. Essa será a primeira participação do Irã em uma reunião de cúpula do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e países que se uniram recentemente, como Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. A entrada iraniana foi patrocinada principalmente por Rússia e China, que enxergam no BRICS uma oportunidade de enfraquecer a predominância dos Estados Unidos nas instituições financeiras e políticas globais. O contexto geopolítico tornou essa aproximação ainda mais relevante para Teerã. O governo iraniano confirmou que enviou uma delegação ao Brasil, representada pelo presidente do Parlamento Mohammad Bagher Ghalibaf, porém não divulgou se haverá encontros bilaterais à margem do evento. Analistas apontam que a simples presença do Irã é uma mensagem simbólica: apesar dos ataques contra seu programa nuclear, Teerã quer mostrar que tem apoio de potências que rivalizam com Washington. “O simbolismo de estar sentado à mesa do BRICS é enorme para o Irã agora“, explicou Sanam Vakil, diretora do programa para Oriente Médio e Norte da África do Chatham House. Na visão de Teerã, fazer parte do bloco reforça a narrativa de que o país não está isolado, mas inserido em um movimento global de contestação à ordem dominada pelo Ocidente. No entanto, a inclusão iraniana escancara as dificuldades internas do BRICS. Países como Índia, Brasil e África do Sul têm relações econômicas próximas aos EUA e se mostram reticentes em assumir uma postura mais agressiva contra Washington. Após os ataques americanos e israelenses, o BRICS divulgou apenas uma nota de “grave preocupação”, classificando as ofensivas como violações do direito internacional, mas sem condenações diretas. Segundo o especialista Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas, não há consenso real sobre a situação iraniana. “A solução foi emitir um comunicado muito brando“, avaliou. A cautela reflete os interesses díspares dos membros. Brasil, por exemplo, não quer comprometer relações com seu segundo maior parceiro comercial, os EUA. O presidente Lula resiste às pressões russas e chinesas para posicionar o BRICS como um bloco declaradamente antiocidental. Mesmo assim, Rússia e China aproveitaram o contexto para endurecer seus discursos. Moscou classificou os ataques como “agressão não provocada“, enquanto Pequim pediu “moderação” e defendeu negociações. Já Índia, África do Sul e Etiópia preferiram manter distância de qualquer retórica mais incisiva. Especialistas acreditam que o Irã vai insistir para incluir na declaração final um respaldo explícito contra novas agressões e um compromisso com mecanismos de cooperação que atenuem o impacto das sanções. Mas há dúvidas se o bloco conseguirá chegar a um texto mais forte. A ausência física dos presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin também limita o peso político do encontro. Xi enviou o primeiro-ministro Li Qiang em seu lugar, e Putin participará por videoconferência devido ao mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Em meio a tantas divisões, a expectativa é que o Irã use o encontro principalmente como palco simbólico para afirmar que ainda possui aliados relevantes em sua disputa contra o Ocidente. Fontes: New York Times, Agência Brasil

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