“Eles tentaram, sim… mas falharam”: presidente iraniano confirma ferimento em ataque israelense

O presidente iraniano Masoud Pezeshkian sofreu ferimentos leves na perna após um ataque aéreo israelense ter atingido um bunker subterrâneo em Teerã no dia 15 de junho, durante uma reunião da Suprema Comissão de Segurança Nacional do país, afirmou um alto funcionário iraniano à Al Jazeera. Segundo o veículo, o objetivo da ofensiva era eliminar os líderes dos três poderes iranianos — executivo, legislativo e judiciário — que estavam reunidos no local. Seis mísseis foram disparados, atingindo as entradas, saídas e o sistema de ventilação do edifício. A explosão cortou a energia, mas Pezeshkian e os demais participantes escaparam por um túnel de emergência. Durante a fuga, o presidente iraniano feriu levemente a perna, segundo a fonte. Em entrevista ao ex-âncora da Fox News, Tucker Carlson, o presidente iraniano confirmou que ouviu explosões e pediu desculpas aos moradores de Teerã por provocarem medo nas vizinhanças. “Eles tentaram, sim… mas falharam“, declarou Pezeshkian. O Fars, agência ligada à Guarda Revolucionária, caracterizou o ataque como um “esforço assassino“ que replicava o estilo da operação israelense que eliminou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em 2024, bloqueando saídas e sufocando o edifício para assegurar a morte dos alvos. Fontes iranianas afirmam que, além de Pezeshkian, estavam presentes figuras-chave, como o presidente do parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, e o chefe da Justiça, Mohseni Ejei, o que reforça a tese de tentativa de assassinato contra as lideranças do país. A investigação interna do Irã foi instigada pela precisão do ataque, sugerindo que Israel pode ter contado com informações de agentes infiltrados dentro de Teerã. O ataque ocorreu durante a operação “Rising Lion“, com vídeos e evidências corroborando explosões no local e na área de Shahrak-e Gharb, oeste de Teerã. Em resposta, o gabinete de segurança nacional iraniano declarou que “Israel terá que pagar o preço” por essa tentativa, e que o país reforçará suas medidas de contrainformação. Enquanto isso, fontes militares israelenses confirmaram que o alvo principal do ataque foi o comando do IRGC — braço armado revolucionário iraniano —, e não o presidente diretamente. A justificativa foi que a ofensiva visava desestruturar a capacidade militar iraniana durante a escalada do conflito de 12 dias com Israel. O incidente ocorreu pouco antes de uma esperada retomada das negociações nucleares entre Teerã e Washington, intensificando a tensão regional. Desde o início do conflito em 13 de junho, Israel matou dezenas de altos comandantes iranianos e cientistas nucleares, e o Irã retaliou com centenas de mísseis e drones, enquanto os EUA realizaram ataques adicionais em instalações nucleares em Fordow e Natanz. O presidente Pezeshkian, embora tenha declarado estar fisicamente bem, afirmou que o atentado falhou, e que o Irã agora investiga profundamente a origem da informação vazada. A repercussão política interna tem sido imediata: o governo lançou uma série de prisões, detendo mais de 700 pessoas por suposta cumplicidade, e intensificou medidas repressivas contra redes de informantes, temendo infiltrações israelenses. Fontes: Al Jazeera, The Times of Israel, New York Post

Lula desafia Trump e anuncia resposta tarifária até terça-feira

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou neste domingo (13) que o decreto para implementar a Lei da Reciprocidade, em resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, será publicado até terça-feira (15). Alckmin informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o convocou para uma reunião emergencial em Brasília, ainda neste domingo, a fim de ajustar os detalhes do decreto. Embora tivesse compromisso em São Paulo pela manhã, ele antecipou sua saída para participar da reunião. Segundo o Alckmin , a medida americana é “inadequada e sem justificativa econômica“, uma vez que os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil, nas áreas de bens e serviços, enquanto o Brasil é o país mais deficitário em relação aos EUA. Alckmin ressaltou ainda que oito entre os dez principais produtos americanos exportados ao Brasil já têm isenção de imposto, reforçando que a retaliação é política, não técnica. Veja mais: Tarifaço de Trump ao Brasil. Veja o que repercutiu na mídia internacional – Danuzio Presidente Lula se manifesta sobre imposição de tarifa de 50% ao Brasil – Danuzio O decreto de reciprocidade, conforme especificou Alckmin, será regulamentado com retaliação proporcional e pode incluir adendos adicionais, para ampliar o alcance das medidas. As discussões estão em andamento e mantidas sob sigilo para evitar antecipar reações de empresas envolvidas ou dos EUA. Além da retaliação tarifária, o governo brasileiro pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que a cobrança unilateral da tarifa pelos EUA viola acordos multilaterais. A decisão dos Estados Unidos foi feita por meio de carta oficial assinada por Donald Trump, aliado de Jair Bolsonaro (PL), recentemente acusado pelo STF de tentativa de golpe de Estado. O governo brasileiro interpreta a cobrança como retaliação política ao julgamento em andamento do ex-presidente, mesmo que, em sua carta, Trump deixe claro que a motivação da tomada de decisão é devido às ações do STF, em especial do ministro Alexandre de Moraes, de censurar, bloquear e multar empresas norte-americanas de forma secreta e direta, sem passar por órgãos dos EUA. O decreto que será editado busca respaldar o Brasil com base na Lei de Reciprocidade aprovada pelo Congresso. Segundo o texto legal, quando um parceiro impõe tarifas não justificadas, o Brasil pode retaliar com os mesmos tributos. O decreto apenas regulamenta essa prerrogativa. Analistas avaliam que a resposta brasileira seguirá o perfil pragmático, focando em produtos sensíveis à economia dos EUA, sem prejudicar setores estratégicos do Brasil. O impacto no custo de produtos importados pode provocar aumento de preços para consumidores americanos e afetar mercados internos ligados ao agronegócio e à indústria. Até terça-feira, a expectativa é que o decreto de reciprocidade seja publicado. Aguardar-se-á então a reação dos EUA, que já anunciou que qualquer taxação imposta pelo Brasil será respondida na mesma medida. O governo brasileiro deverá monitorar as consequências por meio de órgãos como Embratur, ApexBrasil e Itamaraty, além de manter o acompanhamento constante do cenário na OMC. Em paralelo, Lula e Alckmin analisam a adoção de outras medidas complementares, como restrições alfandegárias a setores específicos, paralelamente à via diplomática no fórum multilateral. Fontes: CNN, Folha de São Paulo

Israel e Hamas mantêm posições inflexíveis e cessar-fogo continua distante

As negociações de um cessar-fogo de 60 dias entre Israel e Hamas, mediadas pelos EUA e realizadas em Doha, estão em risco por impasses críticos — sobretudo em relação à retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, segundo fontes palestinas e israelenses com conhecimento direto do processo. As partes divergentes mantêm posições diametralmente opostas: o Hamas exige retirada completa das forças de Israel para as linhas do último cessar-fogo anterior à ofensiva de março. Já Israel, que aceitou inicialmente a proposta, busca garantir permanência em cerca de 40% do território, incluindo a região de Rafah — um importante corredor humanitário e fronteiriço. A disputa sobre o controle territorial e garantias de auxílio humanitário se manteve sem resolução, estagnando os esforços diplomáticos. O bloqueio nas conversas ocorre em paralelo à crise humanitária: pelo menos 17 pessoas foram mortas por soldados israelenses enquanto buscavam ajuda alimentícia em Rafah, elevando para quase 800 o número de vítimas em seis semanas relacionadas às distribuições de comida nos pontos apoiados pelos EUA. Além disso, os ataques aéreos em Gaza continuam intensos — ao menos 16 pessoas foram mortas em uma única ofensiva neste sábado (12), conforme dados médicos locais. Em incidentes distintos, um ataque atingiu uma clínica em Deir al-Balah, matando 10 crianças e seis adultos; o Exército israelense afirmou ter como alvo um militante e está investigando os danos colaterais. A ONU indica que a escassez de combustível em Gaza atinge níveis críticos, agravando a situação em hospitais, abrandando a distribuição de alimentos e água potável. Enquanto isso, as forças israelenses matam dezenas nos arredores de centros de assistência, incluindo ao menos 34 civis em uma fila de distribuição em Rafah, com tiros afirmados por testemunhas como disparos diretos, contrariando a alegação militar de que teriam sido apenas tiros de advertência. No campo diplomático, a Casa Branca afirmou que Steve Witkoff, enviado de Trump, irá a Doha para retomar as conversas. Autoridades israelenses indicam que, embora haja possibilidades de avanço num futuro próximo, um acordo ainda está distante, principalmente enquanto persistirem questões como retirada de tropas, assistência humanitária e libertação de reféns. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu manteve pressão por uma trégua acompanhada de desmilitarização do Hamas e da libertação completa dos reféns. Por sua vez, o grupo questiona os termos preliminares, especialmente a permanência das tropas israelenses após o cessar-fogo. A deterioração humanitária, com hospitais sem energia, reservas baixas de combustível e filas mortais por comida, amplia a urgência de um acordo. Ainda assim, o impasse sobre a retirada militar reflete a resistência de Israel em renunciar ao território, mesmo sob trégua, e a rejeição do Hamas a qualquer presença militar continuada. Enquanto isso, o presidente Trump e Netanyahu se esforçam para manter o avanço das negociações, angariando apoio internacional — incluindo do Catar, Egito e ONU — para superar o impasse. No entanto, a combinação de divergências territoriais, vítimas civis crescentes e violência persistente coloca sob ameaça o modelo de trégua negociada entre as partes. Fontes: Reuters, Reuters, AP

União Europeia e México são os novos alvos de tarifas de Trump

O presidente Donald Trump anunciou em 12 de julho uma nova rodada de tarifas comerciais que promete sacudir alianças históricas e retratar uma era de protecionismo agressivo, ao direcionar suas investidas contra o México e a União Europeia. A medida, que inclui taxas de até 30% sobre europeus e mexicanos, eleva a disputa a um novo patamar, revelando a estratégia “America First” em sua forma mais contundente. A justificativa oficial se baseia em alegações de práticas comerciais injustas, defasagem tecnológica europeia em relação aos EUA e problemas de segurança nacional. A resposta europeia foi rápida. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou em Bruxelas que tarifas de 30% “interromperiam as cadeias de suprimentos transatlânticas essenciais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico” e sinalizou o caminho da retaliação, com estudos sobre possíveis contramedidas envolvendo tarifas sobre produtos americanos. Um diplomata europeu, que falou sob condição de anonimato, classificou a medida como “um golpe contra parcerias de longa data”, alertando para o impacto inevitável nos setores automotivo, energético e industrial. Concomitantemente, também foi anunciada tarifa de 30% sobre uma vasta gama de produtos mexicanos. A medida mexe profundamente na economia mexicana, que depende dos EUA para 85% de suas exportações, e ameaça consequências para cadeias produtivas inteiras. Segundo fontes ouvidas pelo The Guardian, além das motivações econômicas, Trump mira ganhos políticos internos em um ano eleitoral. A análise sugere que partiu de informações equivocadas sobre práticas comerciais do México e supostas distorções de subsídios europeus em setores como aço, veículos e tecnologia. O envolvimento econômico é relevante. A indústria automotiva norte-americana tem pressionado o governo por proteção contra importações que colocam pressão sobre a produção doméstica, argumentando risco de desemprego em massa e dependência tecnológica. Analistas alertam que a onda de tarifas pode deflagrar uma escalada — lembra a guerra comercial entre EUA e China em 2018 — com EUA tentando ampliar o protecionismo e a Europa articulando um front coeso contra o desmantelamento progressivo do sistema multilateral. A guerra tarifária de 2025 se apresenta mais ampla do que a de 2018, atingindo aliados tradicionais dos EUA com medidas que podem corroer bases diplomáticas e pressionar diversos países a buscarem acordos menos favoráveis para não perder o mercado norte-americano. Fontes: Reuters, The Guardian

Tortura, execuções e enterros secretos: o arquivo mortal de Bashar al-Assad

Uma investigação em curso conduzida pelo New York Times e diversas organizações internacionais expõe a descoberta de extensas valas comuns nas regiões de Najha e de Qutayfah, nos arredores de Damasco — evidências devastadoras da repressão sistemática perpetrada pelo regime de Bashar al‑Assad ao longo de mais de uma década de guerra civil. Após a queda do regime em dezembro de 2024, bombeiros, voluntários e autoridades locais começaram a encontrar covas clandestinas com centenas de corpos em várias regiões do país. Uma das maiores dessas valas, registrada por imagens de satélite, abrange cerca de 40.000 m² e contém estimadas 100 mil vítimas, muitas identificadas por marcas de tortura. Investigadores do Wall Street Journal relataram entrevistas com sobreviventes de Saydnaya, a prisão-tortura símbolo da brutalidade do regime. Testemunhos confirmam execuções em massa, incluindo o assassinato de 600 detentos em apenas três noites durante março de 2023. Documentos do regime e relatos de operários escalados para enterrar os mortos confirmam o caráter burocrático e sistemático dos crimes. Grupos de direitos humanos como Human Rights Watch e Anistia Internacional alertam para a urgência em preservar esses locais e os arquivos do regime — muitos já saqueados ou destruídos — para garantir vestígios cruciais para investigações e julgamentos futuros. Representantes dessas ONGs instam o governo interino — incluindo a recém-criada Comissão Nacional para os Desaparecidos e Comissão de Justiça Transitória — a agir para desvendar os crimes cometidos pelo antigo governo sírio. A ONU também divulgou em janeiro de 2025 um relatório com base em mais de 2.000 testemunhas, denunciando padrão sistemático de detenções arbitrárias, tortura, execuções extrajudiciais e desaparecimentos como “matéria-prima para crimes contra a humanidade“. Stephen Rapp, ex-embaixador de crimes de guerra dos EUA, comparou a máquina de morte implementada por Assad à dos nazistas. Segundo ele, haveria mais de 100.000 pessoas desaparecidas e assassinadas, reforçando a legitimidade do pedido de justiça. As valas comuns encontradas em Najha datam de 2011 a 2014, e de Qutayfah de 2014 a 2019 e eram abastecidas regularmente por caminhões refrigerados. Testemunhas que trabalhavam no local descrevem corpos com marcas de tortura, indicando que muitos morreram nas prisões e hospitais militares, depois foram levados para enterros em locais ocultos. Apesar das evidências, operadores do regime também teriam removido parte dos corpos em 2019, possivelmente na tentativa de ocultar provas. Enquanto isso, civis tentam localizar entes desaparecidos, o que pode ameaçar ainda mais a preservação dos vestígios. A Comissão Nacional para os Desaparecidos, criada em 17 de maio de 2025, liderada por Mohammad Reda Jalkhi, e a Comissão de Justiça Transitória, presidida por Abdulbaset Abdullatif, são vistas como passos promissores para responsabilização, mas enfrentam desafios enormes, como institucionalização, acesso a arquivos e proteção dos locais. Ainda há apelos de entidades como a SNHR, que registra cerca de 136 mil desaparecidos sob o regime de Assad — apenas 31 mil foram libertados — e cujos números são considerados conservadores. Restam ao menos 100 mil mortos não identificados. Com o regime em colapso e a atual coalizão tentando restaurar instituições, sem ação imediata, os vestígios podem ser irremediavelmente perdidos. A preservação de valas, documentos e arquivos é vital não apenas para punir perpetradores, mas para dar dignidade aos desaparecidos, dar respostas às famílias e reconstituir a memória coletiva. À medida que a Síria tenta se reerguer, a tarefa de enfrentar o legado de atrocidades será decisiva para a reconciliação nacional e para que se evite o retorno do ciclo de impunidade. Fontes: New York Times, Wall Street Journal, ONU

EUA reestabelecem oficialmente a ajuda militar à Ucrânia contra a Rússia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky informou nessa sexta-feira (11), em Roma, que a ajuda militar dos Estados Unidos foi oficialmente restabelecida, restaurando os envios após uma breve pausa que gerou apreensão em Kiev. A declaração ocorreu durante sua participação na Conferência de Recuperação da Ucrânia, onde Zelensky destacou que os sinais políticos vindos de Washington foram claros e favoráveis ao retorno dos suprimentos militares. A suspensão da assistência havia sido determinada de forma repentina pelo Pentágono, sem comunicação prévia ao presidente norte-americano, incluindo o corte de itens vitais como mísseis interceptadores Patriot e munições de 155mm para obuses. A medida, segundo fontes, surgiu por preocupações internas relacionadas ao esgotamento de estoques militares — uma decisão que surpreendeu Kiev e gerou críticas no Congresso dos EUA. Zelensky relatou que conversas com senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal resultaram em compromissos concretos para a retomada do apoio militar e ampliação dos sistemas de defesa aérea. Especialmente drones interceptadores, para conter o avanço dos frequentes ataques russos, que já somam centenas de drones e mísseis disparados contra a Ucrânia. Durante o encontro, Zelensky comentou também que anunciou acordos com Alemanha e Noruega para o envio de sistemas Patriot — com Berlim financiando duas baterias e Oslo, uma — reforçando uma rede coordenada de defesa ocidental. O presidente Trump confirmou que ordenou o reenvio de armas para Kiev, incluindo pacotes de equipamentos considerados críticos pela Ucrânia, e sinalizou que o custo total dessas entregas será coberto integralmente pelos países da OTAN. O pacote militar, ainda em definição, deve incluir sistemas Patriot, foguetes guiados GMLRS e munições de artilharia. Esta foi a primeira vez em seu mandato que Trump utilizou o poder presidencial para enviar armas diretamente aos ucranianos. A reviravolta no apoio americano se dá em meio à pior onda de bombardeios russos registrada desde o início da invasão. Na manhã de quinta-feira (11), a Ucrânia enfrentou uma série sem precedentes com 728 drones Shahed e 13 mísseis lançados contra o território, seguida por outro ataque massivo com 400 drones e 18 mísseis horas depois. Autoridades ucranianas confirmam que os sistemas de defesa interceptaram a grande maioria desses ataques, mas reforçam que o reabastecimento de munições e unidades de interceptação é urgente para evitar mais danos e vítimas civis. A retomada da ajuda também ganhou repercussão no Senado dos EUA, onde o Comitê de Serviços Armados aprovou US$ 500 milhões em assistência militar para 2026, reforçando o comprometimento legislativo com a Ucrânia. Zelensky expressou gratidão: “Recebemos todos os sinais políticos necessários. Agora temos detalhes e calendário para novas entregas. É essencial implementar isso rapidamente para proteger nosso povo e posições”. Fontes: Reuters, Reuters, CNN, The Times

Europa aposta alto: plano bilionário para reerguer a Ucrânia e frear influência russa

A União Europeia anunciou nesta quinta-feira (10), em Roma, um ambicioso plano bilionário para reconstrução da Ucrânia, reunindo apoio político e financeiro de países-membros, instituições europeias e setor privado para ajudar Kiev a resistir à guerra e preparar sua recuperação pós-conflito. No total, foram comprometidos mais de 10 bilhões de euros, conforme detalhado na quarta Conferência de Recuperação da Ucrânia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula  von  der  Leyen, anunciou €2,3 bilhões inicialmente desbloqueados pela UE, capazes de atrair até €10 bilhões adicionais em investimentos públicos e privados para reconstrução de infraestrutura, saúde, energia e negócios. O Fundo Europeu para Reconstrução da Ucrânia, maior fundo de capital privado até hoje dedicado ao país, foi lançado com uma injeção de €220 milhões, com meta de elevar esse investimento para €500 milhões até 2026. A iniciativa faz parte do “Ukraine Facility”, que reúne uma previsão total superior a €50 bilhões para o período 2024‑2027, combinando empréstimos e subsídios. Participantes do evento incluíram o presidente ucraniano Volodymyr  Zelensky, que classificou os ataques russos recentes como “terrorismo puro” e defendeu o uso de ativos congelados da Rússia para financiar a reconstrução. Zelensky reforçou ainda que a reconstrução da Ucrânia deve ser vista como investimento estratégico, destacando potencial de modernização para infraestrutura, energia e digitalização conectando o país à União Europeia . No evento, a primeira-ministra italiana enfatizou que as experiências da Itália e Alemanha após a Segunda Guerra Mundial demonstram que a reconstrução é possível mesmo em cenários adversos. Líderes como Emmanuel Macron, Keir Starmer e Friedrich Merz fortaleceram o compromisso europeu de apoio à Ucrânia, com Macron e Starmer pedindo sanções mais rigorosas à Rússia e suporte contínuo a Kiev. Contexto macroeconômico: a Ucrânia enfrenta um déficit orçamentário projetado de até US$ 19 bilhões em 2026, segundo relatório do FT. O Ukraine Facility foi estruturado para cobrir esse hiato, utilizando recursos da UE, do Banco Europeu de Investimento (EIB) e do Fundo Europeu para Desenvolvimento Sustentável Plus (EFSD+). Uma tranche de €2 bilhões em garantias já foi assinada com o EIB em março, focada em energia, transporte, habitação e infraestrutura urbana. Especialistas destacam que a abordagem de Reino Unido ‑ União Europeia ‑ Itália combina subsídios, empréstimos garantidos e capitais privados para acelerar a reconstrução e atrair investimento estrangeiro, sinalizando a definição de padrões de governança e transparência para futura adesão ao bloco. Críticos, porém, alertam que os valores anunciados ainda ficam aquém dos US$ 486 bilhões estimados pelo Banco Mundial como custo da reconstrução a longo prazo. Além disso, há desafios — violência contínua, acesso limitado à justiça, risco de corrupção e seguros para investidores — que exigem garantias robustas antes que capitais privados sejam liberados . Com a crise humanitária ainda presente e a guerra em curso, a iniciativa emerge como um marco — um “novo plano Marshall” europeu para a Ucrânia. O sucesso dependerá da execução eficaz, alinhamento com reformas do país, e capacidade de atrair investimento sustentável que aproxime Kiev de sua meta de aderir à União Europeia até 2030. Fontes: Financial Times, The Guardian, EU4Ukraine

Lula vai recorrer a Organização Mundial do Comércio após tarifas impostas por Trump

O presidente Donald Trump elevou a disputa em torno do BRICS a um novo patamar ao anunciar nesta quarta-feira (09) a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, válidas a partir de 1º de agosto. A medida, justificada por ele como retaliação ao que chamou de “indefinições brasileiras” e ao que considera uma perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, marca uma escalada inédita na guerra tarifária. Trump acusa o Brasil de realizar uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, além de aplicar restrições à liberdade de expressão e impor controles às redes sociais — incluindo plataformas como X, de Elon Musk. A tarifa também é apresentada como parte de uma “investigação do Artigo 301” por práticas comerciais supostamente desleais, segundo carta enviada a Lula. Para o Brasil, a resposta foi imediata. O Palácio do Planalto anunciou que acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) como forma de contestar a legalidade da medida, amparado pela Lei de Reciprocidade Econômica aprovada pelo Congresso Nacional. Lula também prometeu retaliar com tarifas equivalentes sobre produtos norte-americanos, abrindo potencial para uma guerra tarifária bilateral. O impacto econômico se fez sentir de forma brusca: o real desvalorizou-se em 2,8%, num dos piores dias do mercado desde abril, e a bolsa de São Paulo foi afetada, com queda de papéis de empresas como Petrobras, Itaú Unibanco e Embraer.  Enquanto isso, Lula ressaltou que o país “não aceitará tutelas políticas nem chantagens”. Ele afirmou que “as decisões do Judiciário brasileiro são soberanas e imunes à interferência internacional“. O BRICS, por sua vez, emitiu um comunicado oficial condenando os novos tarifários e outras retaliações unilaterais durante a cúpula no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, Trump lançou ameaças semelhantes contra outros países do bloco, classificando-os como promotores de políticas “antiamericanas“. Analistas em Brasília avaliam que as consequências comerciais, políticas e eleitorais da medida serão profundas. No setor agrícola, estima-se que produtos como café, suco de laranja e carne tenham aumento imediato de custo nos EUA. Já no meio político, Lula pode usar a retórica antidólar e anti-imperial para galvanizar apoio doméstico, sobretudo em campanha para 2026. O Brasil deve formalizar as queixas na OMC nas próximas semanas, enquanto mantém a ameaça de retaliação econômica direta. Em paralelo, analistas recomendam buscar diversificação de mercados, focando na União Europeia e na Ásia. O desenrolar dessa disputa dependerá do ritmo jurídico na OMC, do comportamento dos mercados globais e da capacidade de Brasília responder com rapidez e firmeza. Fontes: El Pais, Reuters, CNN, AP

Hamas no limite: 95% dos líderes mortos e Gaza entregue a grupos criminosos

Novas denúncias sugerem uma inquietante possibilidade: a liderança do Hamas em Gaza pode estar em colapso, enquanto milícias locais — algumas com apoio israelense — buscam ocupar o vazio de poder. As informações surgiram após uma entrevista exclusiva à BBC com um suposto tenente-coronel das forças de segurança da organização, feita no mesmo dia em que ocorria rodada de negociações de cessar-fogo em Doha, entre Israel e Hamas. De acordo com a fonte, o Hamas teria perdido cerca de 80% do seu controle territorial na Faixa de Gaza, incluindo a desintegração de sua estrutura de comando. Destaca-se que 95% de seus principais líderes teriam sido eliminados por ataques aéreos israelenses. Segundo o oficial, “o Hamas foi praticamente desintegrado e perdeu o controle sobre a população na Faixa de Gaza” — uma declaração forte, sugerindo que, embora ainda detenha 35% a 40% da área e controle cerca de 2 milhões de pessoas, a organização estaria desmoralizada e sem capacidade de manter uma administração coerente. Se isso for verdadeiro, surge a pergunta: por que o Hamas seguiria negociando em Doha com postura firme, exigindo liberação de prisioneiros palestinos em troca de reféns, interrupção das ofensivas israelenses e a facilitação de reconstrução em Gaza? E por que Israel não lançaria um avanço final, acreditando ter “vencido” o grupo? Yasser Abu Shabab A resposta pode estar na possível estratégia por detrás da declaração do tenente-coronel. Apesar do suposto colapso, o Hamas ainda controla regiões-chave — como a cidade de Gaza e acampamentos centrais —, onde Israel não ingressou devido ao risco de atingir reféns mantidos pelo grupo. Esse território pode estar servindo como “zona de segurança” para que a organização reagrupe forças. Além disso, o vazamento coincide com o surgimento de uma nova liderança emergente: Yasser Abu Shabab, identificado como chefe de milícia com ligação com a Autoridade Palestina, Egito e com o ex-líder de Gaza Mohammad Dahlan — este último apoiado pelos Emirados Árabes Unidos. Segundo relatos, ele estaria recebendo treinamento, armas e apoio logístico, inclusive de Israel, que enxerga a possibilidade de enfraquecer o Hamas com uma força mais alinhada aos seus interesses. Em sua declaração à BBC, o oficial descreveu Abu Shabab como figura que consolida milícias locais formando um conselho conjunto para derrubar o Hamas. Fontes diplomáticas confirmam que ao menos seis grupos armados já surgiram nos territórios onde o Hamas perdeu influência. “Gangues estão presentes por toda a área, e a sociedade está em colapso“, relatou o tenente-coronel, indicando que o vácuo de poder teria sido rapidamente ocupado por milícias locais. Porém, nem todos os analistas acreditam na narrativa de descontrole total. A diplomacia israelense não se pronuncia oficialmente sobre os rumores, embora tenha confirmado a provisão de apoio material a grupos como o de Abu Shabab. Por outro lado, o Hamas continua a negociar com firmeza em Doha, como se sua capacidade de pressão ainda fosse relevante. Aparentemente, Israel não consideraria útil atacar massivamente a área por temer consequências humanitárias, o que comprometeria sua imagem diplomática. A controvérsia gera um impasse: o Hamas estaria efetivamente enfraquecido, incapaz de governar, mas paradoxalmente fortalecido por permanecer ativo politicamente e manter controle sobre áreas estratégicas. Se sua autoridade — já seriamente comprometida — der lugar ao poder dessas novas facções, pode haver um processo de transição de regime em Gaza, com permissão tácita de Israel, Egito e Autoridade Palestina. Essa possível realocação de poder no terreno poderá ter impactos profundos. Por um lado, enfraqueceria uma liderança unificada responsável pelo sequestro de reféns e pelos atentados. Por outro lado, instabiliza ainda mais uma Palestina já fragmentada, podendo gerar confrontos internos e caos humanitário no pós-guerra, caso o cessar-fogo se concretize. Enquanto durar a guerra e o esperado cessar-fogo não se consolidar, a incerteza sobre quem realmente governa Gaza permanece — e o anúncio de colapso do Hamas pode representar, ao mesmo tempo, verdade amarga e jogada estratégica cuidadosamente orquestrada. Fontes: BBC, Jerusalem Post

Putin desafia Trump e OTAN com maior ataque aéreo da guerra na Ucrânia

Em uma ofensiva recorde, a Rússia lançou um massivo ataque aéreo sobre a Ucrânia entre os dias 9 e 10 de julho, mirando principalmente Kyiv e regiões do oeste do país. A artilharia aérea combinada incluiu 728 drones (em grande parte do modelo Shahed, de fabricação iraniana), além de mísseis hipersônicos Kinzhal e mísseis de cruzeiro Kh-101/Iskander-K. Entre a noite de quarta (9) e a madrugada de quinta (10), surgiram explosões intensas em diversos setores de Kyiv. O impacto foi profundo: pelo menos três lançadores de mísseis e uma clínica de saúde foram atingidos, gerando incêndios em edifícios residenciais, garagens e veículos. Duas pessoas morreram e outras 16 ficaram feridas, muitas atingidas por estilhaços. Diante da magnitude do ataque, os sistemas de defesa aérea de Kyiv interceptaram 296 drones e todos os sete mísseis de cruzeiro lançados, além de neutralizar centenas de drones por guerra eletrônica, em uma operação que evitou uma destruição ainda maior . Levando em conta seu sucesso defensivo, as Forças Armadas da Ucrânia concluíram que o ataque russo teve grande intensidade, mas não obteve o resultado esperado por Moscou. Mesmo assim, as autoridades relatam danos estruturais e feridos civis. A Rússia, que já vinha intensificando o uso de drones noturnos, ampliou a campanha aérea como uma ação coordenada com avanço terrestre em outras frentes. A operação e intensificação dos ataques russos busca não apenas ações militares, mas também impacto psicológico e enfraquecimento da moral civil e política da Ucrânia . O ataque ocorre logo após o presidente americano Donald Trump reafirmar o apoio defensivo aos ucranianos, criticando as promessas polêmicas de Vladimir Putin. Além disso, a OTAN mobilizou aeronaves na Polônia como medida preventiva, dado o risco de expansão das operações russas próximo à fronteira Polônia-Ucrânia. O secretário de defesa do Reino Unido também revisitou a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia, enquanto o presidente Volodymyr Zelensky ressaltou a urgência de sanções mais rígidas à Rússia, especialmente contra sua indústria energética . O resultado imediato é claro: destruição significativa de infraestrutura, deslocamento de famílias e desgaste psicológico nas áreas urbanas atingidas. Contudo, o verdadeiro teste agora é diplomático e estratégico: até que ponto Moscou continuará sua campanha, e como responderá o Ocidente — tanto militar quanto politicamente. Com a escalada da violência, cresce também o foco internacional sobre o plano de sanções, a manutenção do apoio ucraniano e a pressão sobre a Rússia. O risco de confronto direto entre a OTAN e o Kremlin aumenta, uma vez que mais países da aliança estão adotando medidas de prontidão nas faixas fronteiriças. Fontes: The Sun, CNN

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