Irã pediu que Hezbollah não atacasse Israel

Apesar da escalada militar entre Irã e Israel nas últimas semanas, o grupo libanês Hezbollah permaneceu surpreendentemente inativo, sustentado por uma combinação de fatores domésticos, regionais e militares. Fontes dos Estados Unidos apontam que uma mistura de limitações internas e advertências externas resultou na decisão de evitar o envolvimento direto na guerra. Hezbollah, fundado nos anos 1980 com apoio dos Guardas Revolucionários do Irã, consolidou-se como força militar e política dominante no Líbano, frequentemente descrita como um “Estado dentro do Estado”. No entanto, após o conflito prolongado com Israel em 2024, o grupo sofreu perdas severas, incluindo a destruição de infraestrutura, eliminação de líderes e enfraquecimento de comando. Segundo um alto oficial norte-americano, o Hezbollah “recebeu ordens claras de Teerã para não entrar na briga, evitando uma resposta militar que aceleraria o risco de retaliação israelense e ameaçaria sua capacidade remanescente”. O discurso retórico em apoio ao Irã foi intenso, mas restrito a declarações públicas, sem ação militar real no sul do Líbano. Israel bombardeou posições do Hezbollah Mesmo com o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah em vigor, o sul do Líbano continua sendo bombardeado pelas Forças de Defesa de Israel. No ataque mais recente realizado na manhã de hoje (27), as IDF visaram redes de túneis e infraestrutura do grupo no entorno da cidade de Nabatieh. Uma pessoa foi morta e 11 ficaram feridas após os ataques atingirem um edifício na cidade. Israel não divulgou se esse ataque visava algum alvo específico. Internamente, a milícia enfrenta restrições significativas. O governo libanês, com apoio americano e francês, exige agora o monopólio do uso de armas dentro das fronteiras nacionais. O Exército do Líbano (LAF) removeu gradualmente armas e posições do Hezbollah do sul do país, com cerca de 80% das metas de desarmamento já alcançadas sob supervisão militar e inteligência israelense. Hezbollah está enfraquecido O apoio da própria base política e social do Hezbollah está enfraquecido. A devastação causada pelo conflito de 2024 aumentou a desilusão entre seus principais apoiadores xiitas, que agora exigem prioridade na reconstrução civil, não em novos confrontos militares. Lideranças políticas, como o presidente Joseph Aoun e o premiê Nawaf Salam, reforçam a necessidade de neutralidade para evitar uma queda ainda maior no Líbano, abalado por colapso estatal, economia em ruínas e crise humanitária. Até o momento, a postura cautelosa do Hezbollah tem sido reforçada por coalizões internacionais focadas em limitar o envolvimento libanês no conflito. EUA e França encorajaram o grupo a permanecer à margem da escalada, oferecendo ao governo libanês apoio militar se ele assumisse a segurança interna. A situação geopolítica atual coloca o Hezbollah em um ponto de inflexão. Embora mantenha um arsenal significativo de mísseis, inclusive de alcance médio e longo, e a capacidade de projetar poder, a destruição de armas e infraestrutura, a queda de líderes como Hassan Nasrallah e a imposição de limites domésticos tornaram seu retorno ao confronto arriscado. Autopreservação Após o ataque de Hamas a Israel em outubro de 2023, Hezbollah lançou uma segunda frente no Líbano, marcando um prolongado período de combates, destruição e mais de mil mortes. Contudo, ao longo do conflito, tornou-se evidente que o grupo estava fisicamente limitado, especialmente após a morte de lideranças-chave e a perda de uma quantidade substancial de seu arsenal. Hoje, embora retórica, solidariedade simbólica e apoio diplomático ainda façam parte de sua estratégia, o Hezbollah optou por preservar sua capacidade, evitando a devastação de um novo confronto em guerra aberta. Essa postura reflete uma lição aprendida à força: depois de ter ficado quase irreconhecível, a organização prioriza sua sobrevivência em vez de impulsionar nova escalada. Fontes: The National News, Oxford Analytica, ABC
Aliança militar: Rússia receberá mais 6 mil soldados norte-coreanos

A Coreia do Norte planeja enviar um novo contingente de cerca de 6.000 soldados — incluindo 1.000 engenheiros de combate e 5.000 militares para reconstrução e desminagem — à região de Kursk, na Rússia, já em julho ou agosto de 2025, segundo relatórios desta quinta-feira (27), atribuindo a informação ao Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS). A movimentação acompanha o aprofundamento da aliança militar entre Pyongyang e Moscou, formalizada por um pacto de defesa mútua assinado em junho de 2024. Desde o final de 2024 e início de 2025, estima-se que a Coreia do Norte já enviou entre 10.000 e 12.000 tropas para a fronteira entre Rússia e Ucrânia, mais especificamente na região de Kursk. Em contrapartida, Moscou fornece armamento — mísseis, artilharia e tecnologia para satélites e orientação de foguetes —, além de apoio técnico à produção militar norte-coreana. A cooperação tem sido construída em bases sólidas: em junho de 2024, Putin e Kim Jong Un selaram o Tratado de Parceria Estratégica Abrangente, prevendo apoio recíproco em caso de conflito. Desde então, militares norte-coreanos lutam lado a lado com tropas russas na linha de frente, contando com suporte de drones e operações combinadas. Em abril, Pyongyang reconheceu oficialmente o envio de soldados para apoiar a retomada de Kursk, elogiando seu “heroísmo“, enquanto Moscou exaltava a determinação dos combatentes norte-coreanos. O revezamento de tropas tem sido intenso, com estimativas de até 4.700 militares mortos ou feridos somente entre janeiro e março, segundo dados da Coreia do Sul. Embora o novo grupo que será enviado em julho/agosto tenha perfil técnico — engenheiros e especialistas em desminagem —, o NIS destacou que eles atuam em território russo, e não em solo ucraniano. Ao mesmo tempo, o aprofundamento dessa colaboração preocupa aliados ocidentais, que alertam para a possibilidade de transferência de tecnologia nuclear, cibernética e de mísseis em troca do apoio militar. Além das tropas, o mundo mantém atenções voltadas para o uso de tecnologia russa — satélites e sistemas de orientação — fornecidos a Pyongyang em contrapartida ao envio de armas e munições a Moscou. Essa dinâmica é parte de uma aliança crescente que afeta não apenas o equilíbrio na guerra da Ucrânia, mas também pode repercutir em toda a Ásia Oriental e no programa nuclear norte-coreano. Tropas norte-coreanas em combate no ano passado Em meados de 2024, surgiram os primeiros indícios de que soldados da Coreia do Norte estavam combatendo junto às forças russas na região de Kursk. Inicialmente, estimou-se o envio de 10.000 a 12.000 combatentes, com operações significativas organizadas por especialistas do Exército russo, inclusive a formação do chamado “Storm Corps“. Durante o inverno de 2024, a BBC e a imprensa ocidental afirmaram que cerca de 11.000 soldados norte-coreanos estavam em Kursk, participando das ofensivas para retomar territórios ocupados pela Ucrânia. As tropas sofreram pesadas baixas devido ao uso de táticas obsoletas e resistência ucraniana reforçada por drones — estimando-se entre 4.000 e 6.000 baixas em poucos meses, embora as informações não tenham sido confirmadas por Rússia ou Coreia do Norte. A presença dessas tropas representou um marco significativo: foi a primeira vez que a Coreia do Norte reconheceu oficialmente sua intervenção militar em conflito estrangeiro desde a Guerra da Coreia, sinalizando uma estratégia de internacionalização de confrontos. Kiev afirmou que Moscou dependeu desse contingente para compensar sua carência de soldados, e as grandes perdas entre os norte-coreanos evidenciaram tanto a determinação quanto os limites de sua intervenção. O envio antecipado de tropas norte-coreanas em 2024, seguido pela nova leva de pessoal técnico agora em 2025, demonstra uma escalada sistemática entre Pyongyang e Moscou. A crescente participação da Coreia do Norte na guerra da Ucrânia não apenas intensifica o conflito, mas também provoca repercussões geopolíticas em várias regiões, da Europa ao Pacífico, reforçando a importância de vigilância internacional sobre os próximos passos dessa aliança militar. Fontes: AP, Wall Street Journal e Kyiv Independent
Oficial chavista pode expor elo entre o narcotráfico e governos de esquerda na América Latina e Europa

O ex-diretor de inteligência militar da Venezuela, Major-Brigadeiro Hugo Armando Carvajal Barrios, conhecido como “El Pollo“, declarou-se culpado nesta quarta-feira (25), em tribunal federal de Manhattan, por quatro acusações criminais, incluindo conspiração para importar cocaína e narcoterrorismo. A confissão ocorreu uma semana antes do início previsto do seu julgamento nos Estados Unidos e poderá resultar em prisão perpétua. Carvajal, de 65 anos, era um dos oficiais mais influentes durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Ele liderou a Inteligência Militar (DIM) entre 2004 e 2011 e novamente em 2013, antes de colaborar com o regime chavista desde dentro das Forças Armadas. Sua trajetória incluiu um papel no levantamento militar de 1992, que lançou Chávez ao estrelato. Em declarações feitas em 2021, logo após ser preso na Espanha, Carvajal afirmou que os governos de Chávez e Maduro financiaram outros governos de esquerda na América Latina e Europa. Entre os países que receberam esse dinheiro, estariam o Brasil, através de Lula e PT, Bolívia com Evo Morales, e Argentina, com Nestor Kirchner. Segundo Carvajal, os envios de dinheiro teriam acontecido pelo menos durante 15 anos. O governo dos EUA acusa Carvajal de chefiar, em conjunto com altos oficiais venezuelanos, o chamado Cartel de los Soles — ramificação do narcotráfico na cúpula militar, criada para inundar o mercado estadunidense com cocaína produzida em parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Em 2006, ele estaria envolvido em um carregamento de 5,6 toneladas de cocaína para o México; em 2011, coordenou, segundo a Justiça, 5.600 kg em um jato DC‑9 — remessas que incluíam milhões de dólares em propinas. Segundo o Departamento de Justiça e a DEA, a aliança com as FARC incluiu fornecimento de armas, logística e proteção armada para garantir o transporte das drogas. O procurador Jay Clayton destacou:”Carvajal e outros oficiais usaram cocaína como arma para prejudicar os EUA“, e a DEA complementou que ele “explorou seu cargo e abandonou sua responsabilidade para prejudicar os estadunidenses”. Carvajal foi preso pela primeira vez em 2019, em Aruba, mas escapou alegando imunidade diplomática venezuelana. Em 2021, foi capturado em um apartamento em Madri, Espanha, e extraditado aos Estados Unidos em julho de 2023, após vencida a resistência judicial. Agora, diante da confissão, pode ser condenado a pelo menos 50 anos de prisão, ou mesmo prisão perpétua. O acordo de confissão não inclui uma negociação de pena antecipada, mas especialistas avaliam que Carvajal pode estar negociando cooperação futura. Ele é visto como fonte valiosa para expor redes globais de narcoterrorismo, espionagem e lavagem de dinheiro, envolvendo grupos como Tren de Aragua e governos aliados a Nicolás Maduro, incluindo Cuba, Rússia, China e Irã. Hugo Carvajal também se tornou um opositor do governo Maduro ao se declarar a favor de Juan Guaidó, líder reconhecido por Washington como presidente interino durante a crise de 2019. Em um comunicado gravado, ele conclamou as Forças Armadas venezuelanas à rebelião, ato que provocou retaliações oficiais e motivou sua fuga à Espanha. A data da sentença está marcada para 29 de outubro de 2025. Advogados de Carvajal, como Robert Feitel, argumentam que os EUA perderam oportunidade ao não buscar cooperação antes da acusação formal. Eles defendem que sua informação pode ser tão útil para a segurança nacional quanto prejudicial em sua postura criminal. O caso de Carvajal exemplifica o fenômeno do narcoterrorismo estatal na Venezuela, com redes organizadas sob o poder político e militar, direcionadas externamente e protegidas internamente, tema de alertas anteriores que apontam o país como uma ameaça transnacional crescente. Aos olhos do governo dos EUA, punir Carvajal reforça o compromisso em responsabilizar oficiais estrangeiros que usam o poder estatal para devastar comunidades com drogas. Para analistas, a confissão abre janela para investigações sobre a extensão do narcotráfico militar venezuelano, mais do Cartel de los Soles e suas conexões, um ponto de inflexão no combate ao narcoterrorismo na América Latina. Fontes: Reuters, AP e United States Attorney’s Office
Cúpula dos BRICS esvaziada: Putin e Xi decidem não vir ao Brasil de Lula

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, não estarão presentes pessoalmente na 17ª cúpula do BRICS, agendada para os dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, segundo comunicados oficiais e fontes internacionais. Um assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, confirmou que Putin permanecerá na Rússia devido a uma ordem de prisão expedida pela Corte Penal Internacional (CPI) em 2023, por supostos crimes de guerra envolvendo deportação de crianças ucranianas. Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que rege a CPI, não poderia garantir imunidade ao presidente russo. Assim, Putin participará remotamente por videoconferência, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, representará a Rússia presencialmente. Essa não é a primeira vez que Putin evita uma cúpula do BRICS em países signatários da CPI. Em 2023, ele também não compareceu ao encontro em Joanesburgo, travado por questões similares. Do lado chinês, a ausência de Xi Jinping pode marcar sua primeira ausência em uma cúpula do BRICS em mais de doze anos. Fontes indicam que Xi não participará por motivos de agenda interna, sendo substituído pelo Premier Li Qiang. Essa decisão pode refletir também tensões diplomáticas entre Pequim e Brasília, sobretudo após o Brasil recusar participar da Iniciativa do Cinturão e Rota da China, proposta considerada central por Xi . A ausência dos dois líderes, pilares do grupo ao lado da Índia, Brasil e África do Sul, representa um importante desgaste para o evento. A participação virtual de Putin destaca o peso da ordem judicial internacional sobre o cenário político global, enquanto a ausência de Xi pode prejudicar a coesão diplomática do bloco . Mesmo assim, o encontro em Brasília deverá reunir líderes da Argélia, Egito, Etiópia, Irã, Indonésia e Emirados Árabes como novos membros do grupo, além de observadores como Colômbia, México e Uruguai. A diplomacia brasileira, representada pelo presidente Lula, enfrenta o desafio de garantir a legitimidade e relevância da cúpula sem os principais chefes de Estado. Segundo um conselheiro do Itamaraty, o governo apostará em agenda econômica com foco em infraestrutura, cooperação Sul-Sul e fortalecimento de um sistema financeiro alternativo ao ocidental, conforme discurso recente de Celso Amorim. Analistas destacam que as ausências podem enfraquecer as iniciativas multilaterais do bloco, como o recém-lançado “sistema de pagamentos BRICS Bridge” liderado pela Rússia, que enfrenta resistência diplomática e técnica. Além disso, a falta de Xi pode prejudicar acordos bilaterais, como investimentos em infraestrutura e alinhamento estratégico entre China e Brasil. Por outro lado, a Índia confirmou a presença de Narendra Modi, o que deve manter a relevância do fórum. Modificações na diplomacia do BRICS também refletem as rixas entre os membros: o Brasil, por exemplo, vetou a entrada da Venezuela em 2024 e, por ora, busca manter o grupo enxuto e pragmático. O fato marca um ponto de reflexão para o futuro dos BRICS: enquanto cresce o desafio de consolidar a expansão com novos membros, os protagonistas históricos adotam posturas mais cautelosas. Com a China e a Rússia ausentes, o compromisso real do bloco será testado: será a cúpula no Rio apenas protocolar ou resultará em avanços concretos? Fontes: India Today, The New Voice of Ukraine, India Today
Novo front russo na Ucrânia: 65 mil soldados posicionados ao longo da fronteira de Sumy

A ofensiva russa avança mais profundamente na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, transformando o que antes era uma zona tampão em uma linha de frente ativa, segundo análises da mídia e do monitoramento militar. Desde janeiro de 2025, tropas russas cruzaram a fronteira em pequenos grupos móveis — muitas vezes em ATVs ou motocicletas — rumo às vilas de Basivka, Novenke, Zhuravka e outras comunidades fronteiriças. O controle russo agora abrange cerca de 100 km² na região, enquanto as forças ucranianas mantêm resistência firme, especialmente em setores estratégicos como Loknyá, Kindrativka e Yunakivka. O presidente Vladimir Putin sinalizou que esse avanço visa criar uma “zona de buffer” a leste de Kursk, protegendo território russo e minando a capacidade ofensiva ucraniana a partir da linha de frente de Sumy. No Fórum Econômico de São Petersburgo, Putin declarou que “toda a Ucrânia é nossa” e indicou a possibilidade de avançar até a cidade de Sumy, embora a captura direta ainda não tenha sido confirmada. As ações russas têm sido metódicas e cumulativas. Em fevereiro, a vila de Basivka foi tomada, seguida por Novenke em março e Kindrativka em junho — todas confirmadas por imagens geolocalizadas e confirmação das autoridades locais. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) relata que cerca de 62 000 a 65 000 soldados russos, incluindo a 76ª Divisão de Paraquedistas e unidades de Spetsnaz, estão posicionados ao longo da fronteira de Sumy. A resposta ucraniana tem sido combativa. O presidente Volodymyr Zelensky alertou que “mais de 50 000 tropas russas estão mobilizadas” e destacou ações ativas de defesa e contra-ataque, como a captura de prisioneiros perto de Tyotkino, na fronteira com Kursk. Tropas ucranianas utilizam drones, fortificações e artilharia para conter avanços e proteger áreas urbanas, incluindo a cidade de Sumy, onde abrigos antiaéreos foram instalados e parte da população considerou evacuar após ataques de foguetes que deixaram mortos e feridos. Enquanto os combates prosseguem, Moscou intensifica o uso de drones conectados por fibra óptica, capazes de operar nas proximidades de Sumy e Donetsk — um avanço tecnológico destacado como crucial para a ofensiva de maio, a maior desde novembro de 2024. Autoridades locais confirmaram que as forças russas agora controlam um grupo de quatro vilas — Novenke, Basivka, Veselivka e Zhuravka — com combates ainda no entorno de Kindrativka, Vodolaha e Volodymyrivka. A região está sob intensas operações combinadas: artilharia, ataques aéreos, drones e operações terrestres, causando deslocamentos de civis e destruição de infraestrutura. Analistas da OTAN, no entanto, avaliam que, apesar do avanço, não há evidências de preparação para uma ofensiva em larga escala contra a cidade de Sumy, simulando que o objetivo principal continua sendo a consolidação de uma zona tampão. O monitoramento aliado também aponta que a destruição de pontes russas dificultou a capacidade logística de Moscou, retardando possíveis avanços maiores. O comandante local da 117ª Brigada ucraniana, identificado pelo apelido “Beaver“, relata que, apesar dos ataques constantes, as defesas resistem e alertou para a necessidade de preparação permanente contra novas incursões, sobretudo com o uso de drones e guerra eletrônica. No plano humanitário, milhares de civis foram deslocados, especialmente após o bombardeio em abril no centro da cidade, que matou quatro pessoas e feriu outras trinta. As autoridades ucranianas reforçam a urgência de apoio internacional para socorro e resiliência local. Em suma, o que começou como uma zona neutra ao longo da fronteira evoluiu rapidamente para a abertura de um novo front prioritário para Moscou. A pesquisa sugere que o intuito estratégico de Putin é fragilizar as defesas ucranianas e forçar Kiev a redistribuir tropas para o norte, impactando seu esforço de recuperação territorial, especialmente após as ofensivas no sul e leste da Ucrânia. As próximas semanas serão decisivas para saber até onde os russos conseguirão avançar sem deflagrar uma ofensiva em larga escala. No entanto, a criação dessa zona tampão já redefine a geografia militar do conflito, trazendo implicações diretas para a segurança regional e os esforços diplomáticos em curso. Fontes: Kyiv Independent, Reuters, The New Voice of Ukraine
Hamas mata 7 soldados israelenses em emboscada em Gaza

Sete soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) foram mortos ontem durante operações militares em Gaza, conforme informou o porta-voz do Exército, coronel Jonatan Conricus. O incidente ocorreu no sul da Faixa de Gaza, onde as tropas israelenses realizavam patrulhamento de rotina quando foram atacadas. Um dispositivo explosivo foi plantado no veículo blindado em que o grupo viajava, e ao ser ativado, iniciou uma chama que vitimou os 7 soldados. As fatalidades elevam para 1.245 o número de militares israelenses mortos desde o início da ofensiva em novembro passado. Nos últimos dias, o Exército israelense intensificou os combates na Faixa de Gaza após aumentar o contingente militar em resposta a emboscadas frequentes. Mesmo enfraquecido após quase 2 anos de guerra, membros dispersos do Hamas ainda conseguem organizar-se para realizar ataques surpresa contra soldados israelenses. Contexto militar e humanitário. Desde o início da ofensiva, as IDF mobilizaram cerca de 100.000 soldados, com apoio de artilharia pesada, drones e aviões de combate. O objetivo principal é eliminar a capacidade operacional do Hamas, cujo arsenal subterrâneo tem permitido lançamentos de foguetes e emboscadas regulares contra tropas israelenses presentes em Gaza. Os confrontos têm provocado graves consequências humanitárias. Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que mais de 37 mil civis tenham sido mortos em Gaza desde novembro, entre eles milhares de crianças, e quase dois milhões de pessoas foram deslocadas internamente. A ofensiva israelense em curso já resultou em grande destruição de infraestrutura — incluindo escolas, hospitais e redes de abastecimento de água e energia — e tem gerado ampla condenação internacional. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta semana para avaliar medidas de contenção do conflito e garantir acesso humanitário, embora críticas persistam quanto à proporcionalidade das ações israelenses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou em pronunciamento oficial que o sacrifício dos militares “não será em vão“. “Continuaremos avançando até que o Hamas seja completamente desprovido de capacidade de lançar ameaças ao nosso povo“, declarou. Nos Estados Unidos, aliados democratas e republicanos reafirmaram apoio ao direito de Israel de se defender, mas intensificaram a pressão para a adoção de um plano de cessar-fogo e para a ampliação da ajuda internacional à população civil em Gaza. Especialistas alertam que o endurecimento das operações israelenses pode prolongar indefinidamente o conflito, dificultando qualquer perspectiva de trégua antes de novas vítimas — tanto militares quanto civis. “Os ganhos táticos das IDF nas zonas de conflito são significativos, mas o custo humano é altíssimo e mina a legitimidade internacional da operação“, avaliou o analista militar David Makovsky. Enquanto governos aliados de Israel pedem moderação e maior foco no aspecto humanitário, forças israelenses continuam avançando em áreas complexas de Gaza no que definem como “fase decisiva” das operações. O resultado dos combates de hoje ilustra o alto risco humano inerente a essas incursões e reforça o dilema entre segurança nacional e consequências humanitárias devastadoras. Fontes: The New Yorker, Wall Street Journal, Reuters
Irã desafia o Ocidente e ameaça retomar programa nuclear sem supervisão

O parlamento iraniano aprovou nesta quarta-feira (25) um projeto de lei que suspende a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável pela fiscalização nuclear. A decisão, tomada por unanimidade, ainda depende da aprovação do Conselho de Guardiães, entidade ligada ao Supremo Líder. A medida prevê interromper inspeções, retirar câmeras de vigilância nos locais nucleares e suspender relatórios regulares à AIEA, até que seja garantida “a segurança das instalações nucleares iranianas“, conforme divulgado por fontes parlamentares. O presidente do parlamento, Mohammad Baqer Qalibaf, acusou o órgão de ter comprometido sua credibilidade internacional ao não condenar os ataques israelenses e americanos contra os sítios nucleares de Natanz, Fordow e Isfahan. Os ataques ocorreram nos últimos dias, com mísseis e bombas de precisão lançados por Israel, seguido por bombardeios dos EUA, que afirmaram ter “obliterado” as instalações. No entanto, os dados de inteligência sugerem que os danos teriam sido moderados, atrasando o programa nuclear apenas por alguns meses. AIEA Essa ação do Irã ocorre em meio a um cessar-fogo instável com Israel e à apreensão global provocada pelo episódio. A AIEA, por meio do diretor-geral Rafael Grossi, criticou o escopo reduzido de inspeções e alertou para riscos de proliferação nuclear sem monitoramento externo. Grossi declarou que “é prioridade reintegrar inspetores nas instalações nucleares iranianas para avaliar os estoques de urânio enriquecido“, estimados em cerca de 400 kg com pureza de até 60%, próximo ao nível de armas atômicas. Ele ressaltou que, embora o Irã afirme ter protegido materiais antes dos bombardeios, somente a inspeção presencial pode confirmar essa informação. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, alegou que o ambiente após os ataques é hostil e que ajustes “em seu posicionamento em relação ao regime de não-proliferação” serão necessários, mas que não foi definido em que sentido. Especialistas em não proliferação alertam que a suspensão da cooperação ameaça desestabilizar o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), vigente desde 1970 e ratificado pelo Irã em 1970, mas fragilizado por esta decisão. O abandono dos protocolos compromete a capacidade de detectar eventuais desvios de material nuclear, levando a um cenário de incerteza e tensão global. Reações internacionais foram rápidas: a União Europeia, Rússia, China e outros membros do Conselho de Segurança da ONU manifestaram preocupação, afirmando que a retirada da fiscalização representa um “sinal de alerta preocupante” e conclamam ambas as partes a retomar o diálogo. Na OTAN, fontes indicaram que o cessar-fogo com Israel permanece tenso e que o Irã está sendo observado de perto pelos serviços de inteligência ocidentais. O secretário-geral, Mark Rutte, mencionou que o Irã não deve ser autorizado a desenvolver capacidade nuclear ofensiva — meta que os aliados ocidentais vêem como clara. Internamente, o Irã reforçou o discurso patriótico. Houve gritos de “Morte à América” e “Morte a Israel” no parlamento após a votação, segundo vídeos registrados no plenário. O resultado indicou que a meta é clara: avançar mais rápido no programa nuclear civil, sob proteção ampliada. A AIEA, por sua vez, debate no momento se irá acionar o procedimento para restaurar sanções da ONU, que foram suspensas após o acordo de 2015 (JCPOA). O órgão já havia adotado uma resolução contra o Irã por descumprimento das obrigações há semanas. Este giro marca um ponto crítico na crise nuclear iraniana. O Irã avança com seu programa com menos fiscalização externa, aumentando as tensões internacionais e colocando em xeque a arquitetura global de não proliferação. O cenário permanece incerto, mas a lição é clara: a desconfiança mútua elevou o risco de descontrole nuclear, exigindo respostas diplomáticas urgentes — ou o mundo poderá enfrentar uma nova era de insegurança nuclear. Fontes: TIME, Reuters e Investing
Nova era nuclear: Reino Unido rompe tradição e reforça capacidade aérea

O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (25) a compra de 12 caças F‑35A, fabricados pela Lockheed Martin, com capacidade para transportar armas nucleares táticas, fortalecendo sua postura estratégica e voltando a integrar a missão nuclear aérea da OTAN. A aquisição representa a retomada da capacidade de ataque nuclear por via aérea pela Real Força Aérea Britânica — algo inédito desde o fim da Guerra Fria — uma vez que, desde 1998, o Reino Unido dependia exclusivamente da dissuasão submarina (Trident). A decisão foi formalizada ao longo da cúpula da OTAN, em Haia, onde o primeiro-ministro Sir Keir Starmer ressaltou a necessidade de responder à “era de incerteza radical” imposta pela guerra na Ucrânia e outras ameaças globais. Os jatos serão baseados na RAF Marham, em Norfolk, e integrados ao programa “Dual Capable Aircraft” da OTAN. Eles terão a capacidade de transportar bombas americanas B61‑12, armazenadas em solo britânico, embora seu uso dependa da aprovação dos líderes da Aliança e do presidente dos EUA. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, saudou a medida como “um robusto reforço britânico para a Aliança“. Além disso, o governo britânico confirmou o compromisso de elevar os gastos militares a 5% do PIB até 2035, alinhando-se às exigências dos EUA e da OTAN. Especialistas apontam que os F‑35A são mais econômicos em operação do que os modelos F‑35B, já em uso nos porta-aviões britânicos, dispensando operações de pouso vertical e trazendo menor custo de manutenção. O plano do Reino Unido contempla a compra total de 138 caças da família F‑35, reforçando sua capacidade de defesa em múltiplas frentes. A aquisição chega em um momento de forte tensão global e pressão diplomática. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, tem exigido de aliados da OTAN maior investimento em defesa, e a Rússia tem intensificado sua presença militar ao redor da Europa. Economicamente, o programa promete gerar benefícios significativos. Estima-se que ele sustentará mais de 20 mil empregos no Reino Unido, com 15% da cadeia global de suprimentos do F‑35 baseada localmente, envolvendo empresas como BAE Systems, Rolls‑Royce e GE Aviation. Por outro lado, movimentos antinucleares, incluindo parte da sociedade civil e ambientalistas, criticam a revogação da postura de não proliferação, alertando para o risco de retomada da corrida armamentista e ameaça à estabilidade regional. A expansão das capacidades nucleares aéreas britânicas ocorre num contexto em que cerca de sete países da OTAN (EUA, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Turquia) já participam do programa nuclear compartilhado, que permite armas B61 em suas bases. Essa decisão representa a maior modernização da dissuasão nuclear britânica das últimas décadas, ampliando os meios de projeção militar — de submarinos para aeronaves — e reforçando o papel do Reino Unido em defesa coletiva, cibersegurança e capacidade de resposta rápida. O anúncio reforça o comprometimento do Reino Unido com a segurança euro-atlântica, mas reacende debates sobre o papel das armas nucleares numa estratégia de defesa contemporânea, que enfrenta desafios como escalada tecnológica, crises globais e a necessidade de mecanismos multilaterais de controle. Fontes: Financial Times, Reuters, CNN
Pentágono admite: bombardeios atrasaram, mas não destroem programa nuclear iraniano

Um relatório preliminar da Defense Intelligence Agency (DIA), braço de inteligência do Pentágono, revela que os ataques americanos às instalações nucleares iranianas — Fordow, Natanz e Isfahan — não conseguiram eliminar o programa atômico de Teerã. Segundo a avaliação, os bombardeios atrasaram o cronograma nuclear do Irã apenas por alguns meses, diferentemente das afirmações oficiais de completa destruição, como dito por Trump, JD Vance e Pete Hegseth. De acordo com fontes familiarizadas com o relatório confidencial, o Irã foi capaz de remover estoques de urânio altamente enriquecido antes dos ataques. Além disso, as centrífugas em Natanz e Isfahan permanecem “em grande parte intactas”. Em Fordow, apenas as entradas foram comprometidas, sem danos significativos às estruturas subterrâneas. O documento indica que as operações militares atrasaram parcialmente o programa, mas deixam intacta a capacidade técnica de retomada após algumas semanas de recuperação. O impacto da bomba especializada GBU‑57 Massive Ordnance Penetrator, usada pelos bombardeiros B‑2, parece ter sido limitado. Apesar de terem atingido instalações profundas, a espessa estrutura de concreto reforçado sobre Fordow pode ter reduzido a eficácia das armas anti-bunker. A Casa Branca rejeitou veementemente as conclusões do DIA, classificando o vazamento como “completamente errado” e motivado por interesses políticos. A secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que as bombas detonadas “arrasaram completamente” os locais iranianos, desqualificando a avaliação como um “ataque infundado” contra pilotos e a missão militar. O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmaram a narrativa de sucesso total. Trump afirmou que os alvos haviam sido completamente destruídos e que o Irã jamais se recuperaria. Netanyahu, por sua vez, definiu a operação como uma vitória histórica e reforçou que o programa nuclear iraniano foi neutralizado por enquanto. A situação gerou tensão política. Uma audiência no Congresso, prevista para ontem, foi adiada, alimentando especulações de que o governo buscava evitar explicações embaraçosas. O senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries exigiram transparência, cobrando informações detalhadas sobre os danos reais, citando o atraso como possível desculpa para encobrir falhas. Especialistas em não proliferação atômica destacam que ataques aéreos isolados dificilmente são suficientes para desmantelar um programa nuclear espalhado por múltiplas instalações. A agência internacional IAEA já estimou haver cerca de 30 pontos de enriquecimento no Irã, incluindo um novo complexo subterrâneo em construção próximo a Natanz, fora do alcance dos bombardeios. Esse cenário coloca em xeque a estratégia militar adotada. Enquanto os EUA proclamam vitória absoluta, os analistas apontam que o país perdeu, no máximo, alguns meses no desenvolvimento nuclear iraniano. A necessidade de operação terrestre, com custos altos e riscos elevados, se torna evidente caso a meta seja eliminar toda a infraestrutura. O governo iraniano declarou que retomará o enriquecimento de urânio sem interrupção e que construirá novas instalações subterrâneas. No domingo, parlamentares iranianos aprovaram fechar o Estreito de Ormuz caso mais ataques sejam feitos, movimento que pode impactar significativamente o mercado global de energia. A conclusão inicial do relatório do DIA deverá provocar debates intensos no Congresso norte-americano sobre autorização e a veracidade das informações divulgadas na mídia. Enquanto isso, o DIA continua analisando outras fontes de inteligência, e o cenário permanece volátil. A escalada diplomática e militar segue sob os holofotes, com futuras estratégias de contenção ou confronto nas mãos da Casa Branca e aliados. Fontes: CNN e Washington Post
Alemanha anuncia salto histórico nos gastos de defesa e infraestrutura para frear ameaça russa

A Alemanha anunciou nesta terça-feira (24) um orçamento robusto — de €115,7 bilhões em investimentos para 2025, com previsão de alcançar €123,6 bilhões em 2026 — destinado a impulsionar a economia e reforçar a defesa nacional. O plano, aprovado pelo gabinete do chanceler Friedrich Merz e anunciado pelo ministro das Finanças Lars Klingbeil, representa uma guinada estratégica após dois anos de estagnação econômica. O aspecto mais notável do orçamento é a elevação dos gastos militares para 3,5 % do Produto Interno Bruto até 2029, acelerando impulsos históricos no Arsenal da República. O orçamento militar passará de €95 bilhões em 2025 para cerca de €153 bilhões em 2029. A iniciativa busca cumprir futuras metas da OTAN, que planeja elevar o patamar mínimo de compensações militares para cerca de 5 % do PIB (3,5 % em Defesa convencional e 1,5 % em infraestrutura de uso civil e segurança cibernética). Klingbeil defendeu a mudança como “uma virada de paradigma” — equivalente a assumir responsabilidade frente à deterioração global de segurança e pressão por parte dos EUA e da OTAN. Ele ressaltou que os recursos serão aplicados com rigor, priorizando eficiência e cooperação na aquisição de equipamentos junto a parceiros europeus. Esse salto substancial só foi possível graças à flexibilização da “frenagem do endividamento” alemã, regra constitucional que previamente limitava o déficit público. A mudança, aprovada em março, permite empréstimos expressivos para despesas militares acima de 1% do PIB e para um fundo de €500 bilhões destinado à infraestrutura. O endividamento adicional programado entre 2025 e 2029 chega a €847 bilhões — o que reflete a ampliação decisiva do escopo fiscal do Estado. A previsão é de que os juros decorrentes desses créditos avancem significativamente nos próximos anos, alcançando impacto fiscal expressivo, embora a equipe econômica confie que o investimento gerará retorno sustentável. A decisão não se limita ao rearmamento. Um fundo de €500 bilhões em infraestrutura será empregado ao longo de 12 anos, voltado à modernização de rodovias, ferrovias, pontes, redes de energia e tecnologia — inclusive para proteção contra ameaças digitais. A medida tem como meta estimular o crescimento econômico, corrigir deficiências históricas e preparar o país para cenários de crise. Na arena geopolítica, o direcionamento da Defesa também atende à urgência trazida pela guerra na Ucrânia e à instabilidade causada pela Rússia, bem como à crescente pressão dos EUA por parte do presidente Donald Trump, que pressiona os aliados da OTAN a concentrarem 5 % do PIB em gastos militares. O pacote foi apresentado justamente antes da reunião da OTAN em Haia, onde líderes devem apoiar oficialmente a meta de 5% do PIB em defesa. A proposta pretende assegurar que os Estados Unidos não cancelem o apoio à articulação transatlântica, enquanto enfrentam custos geopolíticos, desde a guerra na Ucrânia até possíveis choques com o Irã. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, enfatizou a necessidade de ação e saudou o empenho alemão. A Espanha abriu exceção, não se comprometendo com a meta, mas a maioria das nações se compromete a seguir a proposta. Apesar do otimismo oficial, analistas apontam riscos: o uso maciço de crédito público pode elevar juros, agravar a dívida e reduzir espaço para políticas sociais e fiscais futuras. Além disso, a manutenção de crescimento após o impulso dependerá de reformas mais profundas, como estímulo à indústria, vantagem fiscal e aprimoramento institucional. Para o economista Salomon Fiedler, do Berenberg Bank, investimentos e reformas devem ocorrer em paralelo: “Se não houver reformas significativas, a economia pode cair novamente depois do impulso“. Com este orçamento ambicioso, a Alemanha tenta corrigir décadas de subinvestimento e responder a uma conjuntura internacional volátil. Resta ver se a estratégia será bem executada — e se os custos de endividamento não comprometerão o crescimento a longo prazo. Fontes: New York Times, Politico, Reuters