Musk VS Trump tem um novo capítulo: Musk anuncia criação de novo partido político

Elon Musk, o homem mais rico do mundo e uma das figuras mais influentes da tecnologia e da política norte-americana, anunciou neste sábado a fundação de um novo partido político, o “America Party”. A decisão ocorre após semanas de especulação e uma enquete realizada pelo bilionário em sua plataforma X (antigo Twitter), onde, segundo ele, a maioria dos participantes manifestou apoio à criação de uma legenda alternativa. “Por uma margem de 2 para 1, vocês querem um novo partido político, e terão!”, escreveu Musk em um post que viralizou imediatamente. Na sexta-feira, o empresário havia questionado seus seguidores sobre o apoio a um partido que, segundo suas palavras, devolveria aos americanos “sua liberdade”. A proposta de Musk é criar uma força política que funcione como um bloco decisivo no Congresso, influenciando votações de projetos de lei sensíveis. Ele afirmou que o America Party concentrará esforços em disputar “apenas 2 ou 3 cadeiras no Senado e 8 a 10 assentos na Câmara”, quantidade que pode ser determinante em votações com margens apertadas. “Isso bastaria para garantir que as leis reflitam a vontade verdadeira do povo”, declarou Musk. Ainda não há registro oficial do America Party junto à Comissão Federal Eleitoral, e Musk não especificou em que estados ou distritos a nova legenda poderá se registrar primeiro. O bilionário disse apenas que pretende que seus parlamentares atuem de forma independente, negociando com ambos os partidos tradicionais – republicanos e democratas – para aprovar ou bloquear iniciativas legislativas. O anúncio ocorre em meio a um momento de tensão entre Musk e Donald Trump. Apesar de ter sido o maior doador individual da campanha presidencial de 2024 – com contribuições que ultrapassaram US$ 280 milhões, majoritariamente para Trump e outros republicanos – Musk rompeu publicamente com o ex-presidente nas últimas semanas. O atrito escalou após a aprovação do chamado “big, beautiful bill”, um pacote de políticas domésticas de Trump que aumentou o teto da dívida em US$ 5 trilhões, medida que Musk classificou como “insana”. “Está claro, com esses gastos absurdos, que vivemos em um país de partido único – o PARTIDO DO PORQUINHO!”, ironizou Musk na segunda-feira, ao criticar a coalizão republicano-democrata que viabilizou o projeto. O rompimento representa uma reviravolta na relação entre os dois. Musk chegou a ocupar um cargo de assessor especial no polêmico Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Trump para reduzir a máquina pública, mas se afastou em maio, quando seu mandato terminou. Desde então, vinha sinalizando que o sistema bipartidário estava “falido”. Analistas políticos afirmam que, se Musk resolver investir recursos em campanhas legislativas já em 2026, seu apoio poderá definir resultados em disputas acirradas. “Ele tem poder financeiro e influência cultural para agitar o cenário político americano de forma inédita”, comentou Brian Schwartz, repórter da CNBC que acompanha a movimentação de doadores bilionários. Além das críticas aos gastos públicos, Musk tem feito apelos à “liberdade individual”, ao corte de burocracia e ao uso da tecnologia como motor de governo. Embora detalhes do programa do America Party ainda não tenham sido divulgados, o discurso contra o establishment e contra o “pântano político” de Washington indica que ele pretende capturar parte do eleitorado populista insatisfeito com democratas e republicanos. A novidade reacende debates sobre o papel de megabilionários na democracia americana e sobre o potencial de fragmentação partidária. Para alguns especialistas, o movimento pode ter efeitos semelhantes ao surgimento de partidos alternativos que já definiram eleições presidenciais no passado. Outros, porém, questionam a viabilidade de um projeto político dependente da figura de Musk e de seu capital pessoal. Em meio ao turbilhão de reações, a única certeza é que Elon Musk, mais uma vez, conseguiu capturar a atenção nacional – e talvez reescreva parte da história política dos Estados Unidos. Fontes: CNBC, ANSA, BBC

Trump ergue prisão para imigrantes no pântano da Flórida — cercada por jacarés e doenças

O recém-construído centro de detenção no coração dos Everglades, na Flórida, batizado de “Alligator Alcatraz” pelas autoridades estaduais, tornou-se alvo de duras críticas de especialistas em saúde pública, ambientalistas e grupos de direitos humanos. Erguido em apenas oito dias e inaugurado com entusiasmo pelo presidente Donald Trump, o campo já apresenta sinais de precariedade, como alagamentos e riscos ambientais severos. Localizado sobre uma pista de pouso abandonada cercada, o campo pretende abrigar mais de 3 mil imigrantes sob custódia, além de 100 funcionários. Apesar da retórica oficial que evoca “os migrantes mais perigosos do planeta”, especialistas apontam que as ameaças reais vêm do ambiente hostil. “O risco de doenças transmitidas por mosquitos neste local é significativo”, alertou Durland Fish, professor emérito de epidemiologia da Escola de Saúde Pública de Yale. Estudos realizados na região detectaram vírus que podem causar encefalite, uma inflamação cerebral grave sem tratamento específico. A umidade extrema, combinada com temperaturas que chegam a 91ºF (33ºC) durante o verão, agrava o quadro. As instalações consistem em grandes tendas com celas improvisadas de cercas metálicas, banheiros e chuveiros portáteis. Vídeos divulgados pela imprensa local mostram que parte do campo começou a inundar ainda durante a visita de Trump na semana passada. O estado afirma que as estruturas suportam ventos de até 110 mph (177 km/h), limite que especialistas consideram ultrapassado pelas normas de construção da Flórida desde o furacão Andrew, em 1992. “Hoje, qualquer edificação em zona de furacões deve ter resistência superior e sistemas certificados de proteção das aberturas”, disse Anthony Abbate, professor da Faculdade de Arquitetura da Florida Atlantic University. O local está em uma área classificada como de alta velocidade de furacões, o que torna as estruturas temporárias ainda mais vulneráveis. O governador Ron De Santis defendeu a iniciativa como parte de seu plano de deportação em massa de imigrantes em situação irregular, que prevê a criação de outros centros semelhantes em pontos estratégicos do estado. Para ele e seus aliados, o isolamento geográfico — cercado por quilômetros de pântano — é uma vantagem que desencoraja fugas e reforça o efeito dissuasório. “Estamos cercados por uma área traiçoeira, e a única saída real é a deportação”, declarou Trump durante sua visita. No entanto, ambientalistas e organizações indígenas que lutaram por décadas para proteger o Big Cypress Swamp afirmam que o campo ameaça o delicado equilíbrio ecológico da região. Fotógrafo e ativista Clyde Butcher, que documenta os Everglades há 40 anos, disse que o uso intenso de geradores, luzes de segurança e a possibilidade de pulverização maciça de inseticidas terão consequências devastadoras para a fauna local. “A água aqui é pura e cristalina. Este não é um lugar para campos de detenção”, lamentou. A localização remota também gera preocupação entre defensores dos direitos dos imigrantes. “É praticamente inacessível para advogados, famílias e qualquer tipo de fiscalização independente”, disse Renata Bozzetto, vice-diretora da Coalizão de Imigrantes da Flórida. “Isso cria um ambiente propício a abusos e violações de direitos humanos.” O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) tenta se distanciar do projeto. Em documento apresentado à Justiça, afirmou que “não autorizou, financiou ou operou” o centro, embora a secretária Kristi Noem tenha prometido reembolsar US$ 450 milhões ao estado pelo primeiro ano de funcionamento. Grupos democratas tentaram inspecionar o local na quinta-feira, mas foram barrados. “É uma afronta ao direito legal de fiscalização de instalações prisionais e mais uma tentativa de esconder abusos da opinião pública”, disseram deputados em nota conjunta. Entre críticas ambientais, dúvidas sobre segurança estrutural e denúncias de violações de direitos, o Alligator Alcatraz já se tornou um símbolo polêmico da política migratória agressiva de Trump — e um novo capítulo no debate nacional sobre o tratamento dado aos imigrantes nos Estados Unidos. Fontes: Washington Post, BBC, Il Post

Sem China e Rússia, Cúpula do BRICS no Brasil perde a relevância almejada

A cúpula do BRICS marcada para esta semana no Brasil deveria simbolizar a consolidação de um bloco capaz de desafiar a ordem global dominada por Estados Unidos e Europa. Mas a ausência de quatro atores centrais — China, Rússia, Egito e Irã — lançou uma sombra sobre a relevância prática do encontro. Ainda assim, uma pauta ambiciosa sobre a criação de uma moeda comum para rivalizar o dólar americano ocupa o centro do debate, mesmo sendo considerada por especialistas como uma proposta distante da realidade. A proposta de criação de uma moeda unificada do BRICS não é nova. Surgiu inicialmente há mais de uma década como um ideal de cooperação econômica aprofundada. Ganhou fôlego nos últimos anos, alimentada pelo discurso de “desdolarização” — o desejo de reduzir a dependência da moeda americana nas transações internacionais. Entretanto, nem mesmo seus defensores mais entusiásticos escondem os enormes obstáculos. Para começar, o bloco é uma colcha de retalhos: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul têm interesses estratégicos distintos, regimes políticos díspares e níveis de integração econômica muito desiguais. Agora, com novos integrantes — incluindo Egito, Etiópia, Irã e Arábia Saudita —, as diferenças se multiplicaram. Nenhum mecanismo efetivo foi criado para harmonizar políticas fiscais ou monetárias, pré-requisitos essenciais para uma moeda única minimamente funcional. O economista Eswar Prasad, da Universidade Cornell, resumiu a dificuldade enfrentada pelos BRICS:  “Se é difícil manter a coesão na zona do euro, que compartilha fronteiras e regulações comuns, imagine entre países com disputas geopolíticas abertas e estruturas econômicas díspares“. Com China e Rússia fora desta reunião — Xi Jinping justificou “prioridades internas” e Putin anunciou a ausência devido à falta de transparência do Brasil em relação à decisão do Tribunal Penal Internacional de prendê-lo — a iniciativa soa mais como retórica política do que projeto imediato. O discurso oficial dos governos menciona “estudos preliminares” sobre moedas alternativas e a ampliação do uso de acordos bilaterais de pagamento em moedas locais. Mas mesmo essas ideias esbarram em limitações técnicas e no receio de investidores sobre instabilidade cambial. Na imprensa internacional, a ausência das duas potências centrais gerou análises duras sobre o esvaziamento do BRICS. O The Economist publicou um editorial afirmando que o bloco “corre risco de virar um fórum retórico sem impacto tangível na ordem financeira global“. Já o Le Monde destacou que o afastamento de Xi e Putin sinaliza o desinteresse momentâneo em investir capital político em um encontro dominado por disputas regionais e sem consensos claros sobre prioridades. Mesmo líderes presentes, como Narendra Modi, da Índia, preferiram focar em projetos de cooperação científica e investimentos em infraestrutura, reconhecendo que a proposta de moeda comum carece de base institucional sólida. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também alertou que, enquanto novas iniciativas de moedas alternativas podem ter “interesse geopolítico“, não devem agravar a fragmentação financeira que ameaça países em desenvolvimento com maiores custos de financiamento e volatilidade. Outro fator que contribui para o ambiente conturbado é a própria expansão do BRICS. A entrada do Irã, país sancionado por boa parte do Ocidente, e a participação da Arábia Saudita, com seus interesses muitas vezes conflitantes com Teerã, criaram novos atritos. Enquanto o bloco pretendia mostrar força ao incluir atores do Golfo e do Oriente Médio, acabou expondo mais divergências. Por exemplo, a Arábia Saudita prefere manter o dólar como moeda de referência para seu comércio de petróleo, enquanto o Irã defende explicitamente a “substituição completa“ do dólar por alternativas baseadas em cestas de moedas dos BRICS. Este descompasso mina qualquer tentativa de consenso mínimo. A guerra na Ucrânia adiciona outro complicador: muitos países temem sanções secundárias caso suas transações passem a envolver bancos russos. A tentativa de criar uma nova moeda de reserva esbarra em três obstáculos principais. Primeiro, o volume de comércio intra-BRICS é expressivo, mas não suficiente para ancorar uma moeda com liquidez global. Segundo, a desconfiança mútua entre os governos sobre quem controlaria o sistema monetário gera paralisia. E, terceiro, nenhuma instituição multilateral do bloco tem poder técnico ou legitimidade para implementar uma união monetária. A realidade é que cerca de 90% do comércio global ainda é liquidado em dólares e euros, segundo dados do SWIFT. Mesmo que parte dos contratos de petróleo russos e chineses hoje seja efetuada em yuan, o uso permanece restrito a acordos bilaterais e não cria massa crítica. Em contrapartida, defensores da proposta, como o chanceler russo Sergei Lavrov, argumentam que o dólar se tornou “instrumento de coerção política” e que a criação de alternativas fortalece a soberania dos países emergentes. Mas, mesmo entre aliados, a aposta é que qualquer plano desse porte exigirá pelo menos uma década de negociações, marcos regulatórios e testes pilotos. Temos ainda outro fator de pressão nos países dos BRICS que foi a vitória de Donald Trump na última eleição norte-americana e suas críticas enfáticas quanto à adoção de uma moeda comum pelo grupo, que teria como consequência impostos elevados ou corte de relações comerciais com os EUA. Logo após essas declarações, vários líderes dos BRICS se pronunciaram, declarando que a criação de uma moeda comum não está em negociação entre os membros. Uma cúpula com temas esvaziados Sem a presença de seus dois principais fundadores e maiores economias, e com divisões sobre sanções e guerra, o encontro no Brasil tende a produzir mais declarações de intenções do que avanços concretos. O risco é que a cúpula seja lembrada pelo contraste entre retórica e capacidade real de coordenação. Por outro lado, a reunião deve reforçar agendas mais pragmáticas, como investimentos cruzados em infraestrutura, energia limpa e agricultura. Esses projetos, menos polêmicos, têm potencial para gerar impacto direto na economia dos membros, algo que pode se tornar o verdadeiro legado do BRICS nesta década. Enquanto isso, a proposta de criar uma moeda capaz de rivalizar o dólar serve como potente símbolo político — mas um símbolo ainda longe de se materializar.

Irã usa o BRICS para tentar legitimar seu regime e desafiar o ocidente

O Irã chega à cúpula do BRICS, que começa neste domingo no Rio de Janeiro, buscando sinalizar ao mundo que não está tão isolado quanto seus adversários gostariam. Após 12 dias de bombardeios israelenses e norte-americanos contra instalações militares e nucleares em território iraniano, Teerã intensifica esforços diplomáticos para demonstrar que ainda conta com aliados de peso, mesmo enfrentando severas sanções e ameaças de novos ataques. Essa será a primeira participação do Irã em uma reunião de cúpula do bloco, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e países que se uniram recentemente, como Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. A entrada iraniana foi patrocinada principalmente por Rússia e China, que enxergam no BRICS uma oportunidade de enfraquecer a predominância dos Estados Unidos nas instituições financeiras e políticas globais. O contexto geopolítico tornou essa aproximação ainda mais relevante para Teerã. O governo iraniano confirmou que enviou uma delegação ao Brasil, representado pelo Presidente do Parlamento Mohammad Bagher Ghalibaf, porém não divulgou se haverá encontros bilaterais à margem do evento. Analistas apontam que a simples presença do Irã é uma mensagem simbólica: apesar dos ataques contra seu programa nuclear, Teerã quer mostrar que tem apoio de potências que rivalizam com Washington. “O simbolismo de estar sentado à mesa do BRICS é enorme para o Irã agora”, explicou Sanam Vakil, diretora do programa para Oriente Médio e Norte da África do Chatham House. Na visão de Teerã, fazer parte do bloco reforça a narrativa de que o país não está isolado, mas inserido em um movimento global de contestação à ordem dominada pelo Ocidente. No entanto, a inclusão iraniana escancara as dificuldades internas do BRICS. Países como Índia, Brasil e África do Sul têm relações econômicas próximas aos EUA e se mostram reticentes em assumir uma postura mais agressiva contra Washington. Após os ataques americanos e israelenses, o BRICS divulgou apenas uma nota de “grave preocupação”, classificando as ofensivas como violações do direito internacional, mas sem condenações diretas. Segundo o especialista Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas, não há consenso real sobre a situação iraniana. “A solução foi emitir um comunicado muito brando”, avaliou. A cautela reflete os interesses díspares dos membros. Brasil, por exemplo, não quer comprometer relações com seu segundo maior parceiro comercial, os EUA. O presidente Lula resiste às pressões russas e chinesas para posicionar o BRICS como um bloco declaradamente anti ocidental. Mesmo assim, Rússia e China aproveitaram o contexto para endurecer seus discursos. Moscou classificou os ataques como “agressão não provocada”, enquanto Pequim pediu “moderação” e defendeu negociações. Já Índia, África do Sul e Etiópia preferiram manter distância de qualquer retórica mais incisiva. Especialistas acreditam que o Irã vai insistir para incluir na declaração final um respaldo explícito contra novas agressões e um compromisso com mecanismos de cooperação que atenuem o impacto das sanções. Mas há dúvidas se o bloco conseguirá chegar a um texto mais forte. A ausência física dos presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin também limita o peso político do encontro. Xi enviou o primeiro-ministro Li Qiang em seu lugar, e Putin participará por videoconferência devido ao mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Em meio a tantas divisões, a expectativa é que o Irã use o encontro principalmente como palco simbólico para afirmar que ainda possui aliados relevantes em sua disputa contra o Ocidente. Fontes: New York Times, Agência Brasil

Rússia quebra todas as regras: armas químicas viram tática oficial na guerra contra a Ucrânia

Agências europeias de inteligência soaram o alerta após descobrirem evidências de que forças russas estão recorrendo cada vez mais ao uso de armas químicas proibidas na Ucrânia. O ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, e o serviço de inteligência alemão BND confirmaram que Moscou está “normalizando” o emprego de agentes tóxicos — incluindo a substância asfixiante cloropicrina — para expulsar tropas ucranianas de trincheiras, utilizando drones e munições improvisadas como garrafas e lâmpadas. Brekelmans declarou à Reuters: “Podemos confirmar que a Rússia está intensificando seu uso de armas químicas… está se tornando mais padronizado e disseminado“. Ele ressaltou que ao menos três soldados ucranianos morreram, e mais de 2.500 relataram sintomas consistentes com exposição química. O chefe da inteligência militar holandesa, Peter Reesink, disse ao Parlamento que isso faz parte de um programa em larga escala e coordenado — muito além de uso pontual na linha de frente. Cloropicrina A cloropicrina, empregada pela primeira vez na Primeira Guerra Mundial, causa irritação severa na pele, nos olhos e no sistema respiratório, e pode ser fatal em espaços confinados. Seu uso é proibido pela Convenção sobre Armas Químicas. Embora autoridades russas e ucranianas tenham trocado acusações mútuas de guerra química, organismos internacionais como a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) ainda não iniciaram uma investigação formal. Reportagem adicional do Politico Europe descreve que o cloro e outros agentes asfixiantes vêm sendo utilizados com frequência crescente, e que a inteligência confirma que Moscou “não hesita em empregar substâncias ainda mais potentes“. O uso intensificado de armas químicas levou a novos apelos por sanções mais duras e pelo afastamento da Rússia de órgãos internacionais. Brekelmans pediu que países considerem suspender Moscou do Conselho Executivo da OPAQ e que a Comissão Europeia aprove sanções contra 15 indivíduos e entidades envolvidas no programa químico russo. Essa revelação surge no contexto de um dos maiores ataques aéreos russos contra a Ucrânia, com mais de 500 drones iranianos e diversos mísseis lançados — evidenciando uma escalada brutal tanto no campo convencional quanto químico. A Ucrânia acusa a Rússia de ter cometido até 9.000 incidentes com armas químicas desde o início da guerra. As constatações das inteligências holandesa e alemã corroboram essas denúncias de Kiev, oferecendo confirmação independente. Enquanto isso, ciclos repetidos de ataques químicos provocam traumas generalizados entre militares e civis. Diante da situação, líderes globais renovam a pressão por medidas urgentes. Brekelmans destacou a importância simbólica e prática de isolar a Rússia diplomática e financeiramente. Ele advertiu que “se não esclarecermos e tornarmos público o que a Rússia está fazendo, é altamente provável que essas práticas continuem”. Por ora, a OPAQ permanece limitada por trâmites processuais — qualquer inquérito formal precisa ser solicitado pelos Estados-membros. No entanto, com a convergência de relatórios de inteligência e o aumento do consenso internacional, muitos analistas esperam uma pressão significativa por uma investigação na próxima reunião do Conselho Executivo da organização. Fontes: Reuters, Financial Times, Politico

Israel aceita cessar-fogo em Gaza, Hamas ainda refuta os termos

Após dois anos e meio do início da guerra em Gaza, novas centelhas de esperança surgem no horizonte: o Hamas está analisando propostas de cessar-fogo de 60 dias, com condições potencialmente voltadas a um fim mais permanente ao conflito. A comunidade internacional observa com atenção redobrada, buscando uma pausa duradoura que alivie o sofrimento humano e reestruture o cenário político. Na quarta-feira (2), por meio de um comunicado oficial, o Hamas informou estar estudando propostas de cessar-fogo encaminhadas por Egito e Catar, países que estão mediando as negociações, junto com os EUA. A organização palestina enfatizou que qualquer acordo deve garantir o fim da guerra e a retirada das forças israelenses de Gaza. Este posicionamento representaria um passo simbólico: o reconhecimento de que, após quase 20 meses de conflito contínuo, é imperativo buscar uma solução diplomática. Essa movimentação ocorre logo após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que Israel teria aceitado os requisitos necessários para formalizar uma trégua de 60 dias — e incentivando o Hamas a concordar, “antes que as condições piorem“. Trump também destacou o papel mediador dos governos do Catar e do Egito, que intensificaram esforços para criar um caminho viável ao consenso. Do lado israelense, o tom é mais cauteloso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reforçou que, ainda que Israel tenha concordado com a proposta de curto prazo, a agenda de sua administração exige a “eliminação do Hamas” em um Gaza pós-guerra. Essa dualidade revela um contraste entre a urgência humanitária — demandada por massivas destruições em Gaza — e o imperativo de segurança que tanto Netanyahu quanto a ala mais radical de seu governo partilham. O chanceler Gideon Saar afirmou que “há sinais positivos” nas conversas e que o país está “sério em buscar um acordo de reféns e cessar-fogo“. Isso sugere um alinhamento entre diplomacia oficial, esforços de mediação e a necessidade dos familiares por um desfecho para o conflito. Com base em negociações anteriores, o cessar-fogo proposto incluiria: trégua de 60 dias, liberação de prisioneiros e reféns, retirada das tropas israelenses e entrada de ajuda humanitária em larga escala. No entanto, o Hamas mantém firme sua exigência de que o acordo inclua o fim definitivo da guerra e a completa retirada de Israel de seu território. A situação sobre o terreno é crítica: nos últimos dias, cerca de 139 palestinos foram mortos, segundo autoridades de saúde da Faixa de Gaza, incluindo a morte de Marwan al-Sultan, diretor do Hospital Indonésio, em um ataque israelense. Explosões continuam atingindo civis, enquanto a crise humanitária se aprofunda com o colapso da infraestrutura de água, energia e saúde. A pressão internacional também pesa. O Conselho de Segurança da ONU, em resolução unânime, pediu cessar-fogo imediato e troca de reféns, reforçando que a violência diária é inaceitável. Médicos e jornalistas em Gaza clamam por um fim humanitário que cesse o derramamento de sangue. Com os interlocutores trabalhando por um acordo, as expectativas se concentram no encontro oficial entre Trump e Netanyahu, previsto para a próxima semana. Será esse o momento em que se formalizarão, de fato, os termos do cessar-fogo? Enquanto o ataque aéreo se intensifica, a suspensão temporária dos combates representa uma esperança frágil, mas real. Se o Hamas e Israel assinarem o acordo de 60 dias, o mundo talvez testemunhe não apenas uma trégua, mas o primeiro passo concreto rumo a uma resolução sustentável do conflito. Pressões internacionais, apoio popular dentro e fora da região e o amadurecimento dos mediadores têm potencial de viabilizar uma ponte entre a guerra e o diálogo. Cabe agora aos líderes transformarem oportunidades pontuais em paz duradoura. Fontes: Al Jazeera, Reuters

Frustração americana: Pentágono diz que ataques dos EUA atrasam programa nuclear do Irã em “um ou dois anos”

Nesta quarta-feira (02), o Pentágono anunciou que os ataques militares norte-americanos realizados em 22 de junho contra instalações nucleares iranianas atrasaram o progresso do programa nuclear de Teerã em até dois anos, sendo que a estimativa mais provável está mais próxima desse limite superior. Auxiliados por bombardeiros B‑2 equipados com munições bunker-buster de 13,6 toneladas e por mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados por submarinos, as forças norte-americanas atingiram três locais estratégicos do programa nuclear iraniano — Fordow, Natanz e Isfahan. O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, disse que “todas as avaliações de inteligência sugerem que atrasamos o programa em um a dois anos, com estimativa oficial muito próxima de dois anos“. Esse cálculo representa uma revisão significativa em relação às estimativas iniciais, que previam apenas alguns meses de atraso, embora com baixa confiança. Já o presidente Donald Trump e o secretário de Defesa Pete Hegseth tinham afirmado publicamente que o programa havia sido “obliterado“. Apesar da confiança oficial do Pentágono, organismos internacionais e especialistas expressam dúvidas. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informou que, mesmo com os danos às instalações, o Irã poderia retomar a produção de urânio enriquecido em poucos meses. Analistas também ressaltam que o Irã poderia ter deslocado estoques de urânio altamente enriquecido para locais subterrâneos ou não atingidos, especialmente antes do ataque ao Fordow, que tem características profundas de proteção — embora o secretário Hegseth tenha afirmado não haver inteligência indicando tal movimento. Em retaliação diplomática, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian ordenou a suspensão da própria cooperação com a AIEA, citando segurança das instalações nucleares e dos cientistas envolvidos. Mesmo assim, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que o país continua aberto ao diálogo — embora menos dependente das inspeções internacionais. Araqchi confirmou que o local de Fordow “sofreu danos sérios e pesados”, porém ressaltou que detalhes completos ainda não foram divulgados. A escalada militar e o impasse nuclear têm repercussões profundas no Oriente Médio. Entre as manobras em curso nos bastidores, foi apresentado ao Congresso dos EUA um projeto que autoriza a transferência de armas bunker-buster e bombardeiros B‑2 à Israel, como forma de fortalecer sua capacidade dissuasória frente a um Irã nuclear. Apesar do crescente isolamento diplomático iraniano, a questão permanece sensível. A suspensão da cooperação com a AIEA pode dificultar o monitoramento internacional, complicando negociações futuras sobre o programa nuclear iraniano. A declaração do Pentágono de que o programa nuclear iraniano foi atrasado em até dois anos marca um momento crítico nas tensões entre os EUA e Irã — uma resposta ostensivamente poderosa, porém ainda rodeada de incertezas e sem verificação independente. Seja como for, o desdém pelas inspeções da AIEA e a escalada militar criam um ambiente de tensão que pode perdurar no Oriente Médio. A capacidade real de Teerã de retomar o enriquecimento dependerá do grau de destruição efetiva dos sistemas centrais — e, por enquanto, isso continua sendo um ponto de debate. Fontes: The Times, Reuters, The Guardian

Ucrânia cria polo de armas para fortalecer Europa e contornar falta de apoio dos EUA

A Ucrânia anunciou uma guinada estratégica em sua postura defensiva no momento em que os Estados Unidos suspendem temporariamente o envio de sistemas de defesa aérea. O governo norte-americano decidiu interromper o fornecimento dos sistemas Patriot e de outros armamentos críticos — como os mísseis Hellfire e Stinger — devido à escassez desses equipamentos nos próprios estoques. A medida reforça a prioridade dada pelos EUA à sua prontidão militar diante de ameaças globais, especialmente na China e no Oriente Médio. Campanha aérea russa intensa Para Kiev, porém, a medida chega em momento crítico. A Ucrânia enfrenta uma campanha aérea russa intensificada que agrava a necessidade de reforço de defesa antiaérea. Autoridades veem a decisão com preocupação e já alertaram para o risco de falta de mísseis Patriot, essenciais para neutralizar ataques de mísseis balísticos e drones russos. Diante desse contexto, o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, anunciou um ambicioso programa de produção armamentista conjunta com países da coalizão Ramstein. O plano foi revelado durante reunião do Ukraine Defense Contact Group, em que participam cerca de 57 nações, incluindo membros da OTAN e União Europeia. A proposta prevê a instalação de linhas de produção licenciadas para drones, mísseis, munições e sistemas eletrônicos, em território ucraniano e também em países aliados, mas com destino exclusivo às forças ucranianas. Diversas empresas europeias já estariam envolvidas no projeto. O presidente Volodymyr Zelenskyy reforçou a urgência da iniciativa no mesmo encontro, afirmando que a Ucrânia precisa aumentar em ao menos 50% o volume de produção conjunta para suprir a demanda urgente de equipamentos. Já o vice-ministro Serhiy Boyev ressaltou a necessidade de investimento dos lucros oriundos de ativos congelados da Rússia para expandir essas capacidades industriais. A tensão entre o congelamento temporário do apoio americano e a mobilização internacional pelo fortalecimento da base produtiva reflete uma estratégia dupla de Kiev: lidar com os desafios imediatos de segurança e construir uma autonomia militar mais sólida a longo prazo. Ao mesmo tempo em que busca socorro urgente, a Ucrânia aposta na integração de sua indústria à rede ocidental de defesa, reduzindo a dependência de sistemas caros e de fornecimento limitado. Enquanto os EUA restringem o envio de armas sofisticadas por conta de sua mudança de conduta em relação à ajuda enviada, a Ucrânia avança em sua ambição de se tornar um polo de armamento na Europa. Isso exige coordenação entre aliados para enfrentar o dilema entre urgência e sustentabilidade militar. Fontes: Wall Street Journal, Kyiv Independent, Kyiv Independent, RBC-Ukraine

2 espiões chineses presos nos EUA por tentativa de recrutar soldados

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos formalizou nesta terça-feira (01) acusações contra dois cidadãos chineses, Yuance Chen e Liren “Ryan” Lai, por atuarem como agentes do Ministério de Segurança do Estado da China (MSS) e tentarem recrutar militares americanos. Segundo a investigação, Chen, que vivia legalmente no Oregon desde 2015, e Lai, que entrou nos EUA com visto de turista em abril deste ano, montaram um esquema de espionagem que incluía pagamentos em dinheiro em locais públicos para os cidadãos norte-americanos recrutados.  Em janeiro de 2022, por exemplo, eles organizaram um “dead drop“, técnica clássica de espionagem na qual US$10 mil foram deixados em um centro recreativo na Califórnia como pagamento por informações confidenciais sobre membros da Marinha. O caso ganhou repercussão porque Chen chegou a fotografar bases navais, centros de recrutamento e coletar dados pessoais de militares, como nomes, cidades de origem e histórico familiar. Tudo era enviado a contatos ligados ao governo chinês. De acordo com o procurador-geral Pam Bondi, essa operação faz parte de um esforço agressivo do Partido Comunista Chinês para infiltrar agentes no sistema de defesa dos EUA. O diretor do FBI, Kash Patel, disse que, mesmo usando métodos aparentemente rudimentares, como dinheiro trocado em armários, os dois agiam com alto grau de planejamento e dissimulação. Chen foi preso em Oregon e Lai acabou detido em Houston, no Texas. Eles já compareceram perante tribunais federais e podem pegar até 10 anos de prisão e multas que chegam a US$250 mil. O Departamento de Justiça também revelou que os suspeitos mantinham contato constante com operativos chineses por aplicativos criptografados. Fontes como Associated Press e Houston Chronicle confirmaram que os alvos principais eram militares da Marinha que, em tese, poderiam fornecer informações logísticas e de segurança sobre operações navais sensíveis. Este episódio ocorre em meio a uma sequência de ações do governo norte-americano contra atividades clandestinas de Pequim. Em 2023, dois marinheiros foram indiciados por fornecer segredos à China. No ano seguinte, outros cinco suspeitos foram presos ao fotografar exercícios militares em Michigan, indicando um padrão consistente de tentativas de espionagem. Em paralelo, casos como o do engenheiro Ji Chaoqun, condenado em 2023 por espionagem industrial, reforçam os sinais de que Pequim vem usando cidadãos aparentemente integrados à sociedade americana como agentes de coleta de dados confidenciais. O governo chinês ainda não divulgou comentários oficiais sobre o caso, mas autoridades norte-americanas interpretam a operação como parte de uma estratégia mais ampla de Pequim para obter inteligência militar crítica. O momento é delicado: relações bilaterais seguem pressionadas por acusações mútuas de espionagem, restrições comerciais e disputas sobre tecnologia. Especialistas em segurança alertam que esse modelo híbrido de espionagem, combinando agentes locais e estrangeiros com operações cibernéticas, tende a se intensificar, mesmo com repressões severas. Os promotores afirmam que as detenções demonstram o compromisso dos EUA em proteger suas Forças Armadas e o povo norte-americano, e enviar um recado claro a adversários estrangeiros. Apesar das prisões, esse tipo de infiltração continuará sendo uma ameaça constante e exigirá reforço contínuo da contrainteligência.  Fontes: US Department of Justice, CNN, Reuters

“Gilmarpalooza” realizado em Lisboa em meio a críticas e pouca transparência sobre despesas

O encontro jurídico promovido em Portugal pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intitulado informalmente de “Gilmarpalooza”, reunirá mais de 150 autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF, parlamentares e dezenas de assessores. O evento, sediado em Lisboa nos dias 2, 3 e 4 de julho, ocorre anualmente e mistura debates jurídicos com articulações políticas e institucionais de alto nível. No entanto, a edição de 2025 chamou atenção não apenas pela quantidade de autoridades presentes, mas também pelo momento político delicado e pelo uso de recursos públicos em meio à contenção de gastos no Brasil. A repercussão do evento tem sido intensa nas redes sociais e na imprensa. Parte da opinião pública questiona a real necessidade da presença de tantos representantes dos Três Poderes em um evento fora do país, especialmente diante das dificuldades orçamentárias enfrentadas por várias instituições no Brasil. Segundo a Folha de S.Paulo, os gastos com passagens, diárias e deslocamentos não foram esclarecidos de forma transparente por diversos órgãos envolvidos, e muitos dos participantes evitaram fornecer detalhes sobre os custos arcados pelos cofres públicos. Entre os presentes estão os ministros do STF Flávio Dino, Alexandre de Moraes, André Mendonça e Luiz Carlos Barroso, o presidente da Câmara Hugo Motta, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de membros do TCU, do STJ e de outras esferas do Judiciário. A ausência de informações sobre os valores gastos por cada poder — Executivo, Legislativo e Judiciário — gerou críticas, inclusive de parlamentares da oposição, que cobraram maior transparência e responsabilização. No exterior, o evento também gerou reações. O partido português Chega, de direita populista, anunciou que pretende investigar a influência e os efeitos do “Gilmarpalooza” em solo português. Segundo o jornal digital Poder360, o partido, que ganhou força nas últimas eleições, questiona se há interferência indevida de autoridades estrangeiras nos assuntos internos de Portugal e se os encontros em Lisboa podem representar um canal informal de influência brasileira na política e no Judiciário local. O líder do Chega, André Ventura, afirmou que o partido vai solicitar informações formais ao governo português sobre os custos, apoios institucionais e natureza dos encontros jurídicos promovidos por Gilmar Mendes e outras figuras do Judiciário brasileiro em território português. Ventura argumenta que há “um rastro de relações que precisam ser escrutinadas, especialmente quando se fala em encontros recorrentes de autoridades estrangeiras com vínculos políticos e judiciais”. Apesar das críticas, defensores do evento ressaltam que a conferência tem caráter acadêmico e é uma oportunidade legítima de estreitar laços jurídicos e institucionais entre Brasil e Portugal, promovendo o intercâmbio de ideias e o diálogo entre sistemas de justiça. Gilmar Mendes, que também é professor da Universidade de Lisboa, defende o evento como parte de sua contribuição ao debate jurídico internacional. A polêmica, no entanto, está longe de se encerrar. No Brasil, parlamentares já articulam pedidos de informação formais aos tribunais e ministérios participantes do evento. Há também movimentações para convocar audiências públicas a fim de discutir o uso de recursos públicos em eventos internacionais de natureza não estritamente oficial. Já em Portugal, a pressão do Chega pode abrir uma frente política de investigações e tensionar as relações entre os dois países, ao menos no campo diplomático e institucional. Gilmarpalooza em números: Fontes: Folha de São Paulo, Poder360

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