Variantes Genéticas podem ter influenciado no agravamento da Covid-19, revela estudo da Fiocruz

Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em colaboração com outras instituições científicas, revelou que variantes genéticas podem estar associadas ao agravamento de casos de Covid-19. Publicado no dia 2 de julho, o trabalho analisou o genoma de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, identificando mutações em genes ligados à resposta imune que parecem influenciar a severidade da doença. A descoberta abre novas perspectivas para a medicina personalizada no combate à pandemia. A pesquisa envolveu a análise genômica de 161 voluntários, com idades entre 18 e 60 anos. Foram incluídos no corte apenas indivíduos com infecção confirmada para Covid-19, que precisaram de internação hospitalar em UTI, sem histórico de doenças crônicas e que não tinham sido vacinados. A amostra conseguiu representar características genéticas de pessoas pertencentes às cinco regiões do país. Os cientistas identificaram alterações em genes responsáveis pela regulação do sistema imunológico, que, em alguns indivíduos, podem desencadear uma resposta inflamatória exagerada, conhecida como “tempestade de citocinas”. Esse fenômeno está associado a complicações graves, como insuficiência respiratória. “Essas variantes genéticas podem explicar por que algumas pessoas desenvolvem quadros mais severos, mesmo sem fatores de risco aparentes”, explicou um dos coordenadores do estudo. Os resultados destacam a importância de fatores genéticos na variabilidade das respostas ao vírus, complementando o conhecimento sobre outros fatores, como idade e comorbidades. A pesquisa também sugere que testes genéticos podem, no futuro, identificar pacientes com maior risco de complicações, permitindo intervenções precoces e tratamentos mais direcionados. Além disso, o estudo reforça a relevância de abordagens personalizadas na medicina, que considerem o perfil genético de cada indivíduo. A Fiocruz enfatiza que os achados ainda requerem validação em populações maiores e mais diversas, mas representam um avanço significativo na compreensão da Covid-19. “Esses dados podem guiar o desenvolvimento de terapias mais eficazes e estratégias de prevenção”, afirmou um dos pesquisadores. A descoberta reforça a importância da pesquisa científica no enfrentamento de pandemias e destaca o papel da genômica na saúde pública. O imunologista Roberto Zeballos levantou hipóteses sobre a Covid-19 que, embora criticadas na época da pandemia, ecoavam nas discussões internacionais e desafiavam o consenso científico. Desde 2020, em vídeos e entrevistas, Zeballos sugeriu que “predisposições genéticas” poderiam explicar casos graves da doença, associando-as à “tempestade de citocinas”. Essa ideia alinhava-se a estudos como os da COVID-19 Host Genetics Initiative (Nature, 2020), que investigavam genes ligados à resposta imune. O estudo da Fiocruz (2025) está em vias de confirmar que variantes genéticas raras, como em genes MUC5AC e IFNA10, aumentam o risco de quadros severos, validando as questões levantadas por Zeballos. Se você gostou dessa notícia, peço que considere a leitura sobre: “Astrazeneca é condenada a pagar R$ 3,75 milhões por morte de promotora grávida no RJ após ser vacinada contra Covid-19”. Como podemos observar, a verdadeira Ciência exige liberdade para questionar. O consenso científico, ao descartar hipóteses, erra e limita o debate. A reavaliação dessa hipótese em 2025 reforça que a ciência deve evitar dogmas, politicagens, estardalhaços midiáticos e reconhecer erros. O caso, destaca a importância de manter a ciência aberta a indagações, sem mordaças, para que novas evidências possam corrigir o curso do conhecimento. Referências: Fiocruz, Nature, Nature II, Danuzio News, Unicamp
PGR pede condenação de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de Golpe de Estado

Nesta segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O documento, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e marca a última etapa antes do julgamento, previsto para setembro deste ano. A denúncia, que possui 517 páginas, acusa Bolsonaro e aliados de integrarem o chamado “núcleo crucial” de uma organização criminosa armada com o objetivo de subverter a ordem democrática e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Além de Bolsonaro, foram denunciados os ex-ministros: Segundo a PGR, os réus são acusados de cinco crimes: As penas máximas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão. A Procuradoria aponta que Bolsonaro liderou o grupo, articulando ações para desacreditar o sistema eleitoral, mobilizar apoiadores e planejar medidas autoritárias, como a decretação de um estado de exceção. O documento destaca que a trama golpista teve início em 2021, intensificando-se após a anulação das condenações de Lula na Operação Lava Jato, que o tornou elegível. A PGR cita provas como manuscritos, arquivos digitais, trocas de mensagens e a delação de Mauro Cid, que, apesar de omissões, contribuiu para esclarecer a estrutura do grupo. Entre as evidências, está a minuta de um decreto golpista encontrada na residência de Anderson Torres e relatos de reuniões com comandantes militares para discutir ações contra o resultado eleitoral. A culminação do plano, segundo a PGR, foi a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, causando prejuízos estimados em mais de R$ 20 milhões. Embora Bolsonaro não tenha participado diretamente dos atos, a PGR o vincula à mobilização dos manifestantes. A defesa de Bolsonaro nega as acusações, classificando a denúncia como “inepta” e baseada em suposições frágeis. Os advogados afirmam que não há provas concretas de envolvimento do ex-presidente em planos golpistas. As defesas dos demais réus também contestam as acusações, alegando falta de imparcialidade nas investigações. Os próximos passos incluem a apresentação das alegações finais da defesa de Mauro Cid e dos demais réus, cada uma com prazo de 15 dias. O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Caso condenados, os réus só cumprirão pena após o esgotamento de todos os recursos. Fonte: CNN, O DIA, G1
Lula assina decreto de Lei da Reciprocidade e se prepara para retaliar Tarifaço de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta segunda-feira (14), o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica (Lei nº 15.122), sancionada em 11 de abril, em resposta às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida deverá ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (15), e marca uma escalada nas tensões comerciais entre Brasil e EUA, com impactos previstos para setores como agronegócio, mineração e indústria. A Lei da Reciprocidade Econômica foi aprovada pelo Congresso Nacional em regime de urgência em abril, após os EUA aplicarem tarifas de 10% sobre todas as exportações brasileiras e de 25% sobre aço e alumínio. A nova tarifa de 50%, anunciada na última semana e válida a partir de 1º de agosto, pode gerar prejuízos de até R$ 20 bilhões anuais, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A lei autoriza o Brasil a adotar contramedidas proporcionais, como restrições a importações americanas, suspensão de acordos comerciais bilaterais ou, em casos extremos, interrupção do reconhecimento de patentes e pagamento de royalties a empresas dos EUA. O decreto, assinado por Lula, detalha dois procedimentos para aplicação das contramedidas: um rito ordinário, com análise da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e consultas públicas, e um rito expresso, coordenado por um comitê interministerial liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para respostas rápidas. O governo também planeja recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora analistas apontem limitações na eficácia da organização em disputas comerciais. O texto prevê a suspensão de concessões comerciais e acordos de propriedade intelectual. A íntegra deverá ser revelada em breve. A publicação oficializará Geraldo Alckmin como coordenador, e também deve fixar a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Ministério das Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Ministério da Fazenda). Líderes conservadores defendem que o governo aja com cautela, priorizando negociações diplomáticas para evitar uma guerra comercial que possa desestabilizar a economia. Eles sugerem a criação de um comitê com empresários para calibrar as contramedidas, protegendo os interesses nacionais sem comprometer as relações comerciais de longo prazo com os EUA. Fonte: Metropoles, Estadão, G1
Brasil ingressa em ação contra Israel por genocídio na Corte de Haia

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil ingressará oficialmente como parte na ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, acusando o país de cometer genocídio na Faixa de Gaza. A decisão, confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em entrevista à Al Jazeera durante a Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, marca uma guinada na política externa brasileira e intensifica ainda mais a crise diplomática com Israel. A ação, iniciada pela África do Sul em 2023, alega que as operações militares israelenses em Gaza, desencadeadas após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, configuram violações à Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948. O Brasil, que já havia expressado apoio político à iniciativa em janeiro de 2024, agora formaliza sua participação como parte interessada no processo, a pedido da Autoridade Nacional Palestina. O chanceler Mauro Vieira destacou que a adesão reflete o compromisso do Brasil com o direito internacional e os direitos humanos. “Não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza“, afirmou o presidente Lula, reforçando críticas anteriores em que classificou as ações israelenses como “desproporcionais“. A decisão, no entanto, gerou reações negativas. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou a medida, chamando-a de “cínica e perversa” e afirmando que distorce a realidade do conflito. A formalização do ingresso ainda está em andamento, mas a postura brasileira já acirra tensões com Tel Aviv, que nega as acusações e argumenta que suas ações visam combater o terrorismo do Hamas. O governo Lula também adotou medidas como barrar a compra de blindados israelenses e recusar o aval para um novo embaixador de Israel em Brasília, sinalizando um distanciamento político e comercial. O presidente Lula passou a ser considerado por Israel como “persona non grata“, desde 2024, por ter comparado a ação militar israelense em Gaza ao holocausto judeu na Alemanha nazista. A Corte de Haia, principal órgão judicial da ONU, já emitiu ordens preliminares exigindo que Israel evite atos que possam configurar genocídio e garanta assistência humanitária em Gaza. Contudo, especialistas alertam que o julgamento final pode levar anos, e as decisões da CIJ, embora vinculativas, têm histórico de baixa efetividade em sua implementação. A adesão do Brasil ao processo tensionará, ainda mais, as relações com Israel e aliados como os Estados Unidos. Fontes: Pleno News, Estadão, Revista Forum, O Jornal Extra
Senador Lindsey Graham alerta China, Índia e Brasil: “Vocês vão se machucar muito se continuarem ajudando Putin”

O senador norte-americano Lindsey Graham intensificou a pressão contra países que mantêm laços comerciais com a Rússia, apontando China, Índia e Brasil como financiadores indiretos da “máquina de guerra” de Vladimir Putin. Em entrevista à CBS News, Graham afirmou que esses países, ao comprarem petróleo e outros recursos russos, ajudam a sustentar a economia russa em meio à guerra na Ucrânia. Ele defendeu um projeto de lei no Congresso dos EUA que autorizaria o presidente Donald Trump a impor tarifas de até 500% sobre produtos de nações que negociam com Moscou, alertando para “sérias consequências” caso a cooperação continue. O projeto, que segundo Graham conta com amplo apoio de 84 ou 85 senadores, busca pressionar países a escolher entre manter relações comerciais com a Rússia ou com os Estados Unidos. A proposta concede ao presidente flexibilidade para suspender as tarifas por até 180 dias, com revisão congressional, mas reflete uma postura agressiva contra nações que não aderiram plenamente às sanções ocidentais contra a Rússia. Graham destacou que Trump apoia a iniciativa, mas deseja controle total sobre as decisões de política externa. Críticos, no entanto, alertam para os riscos de uma guerra comercial global. O Washington Post apontou em um artigo no mês passado que as sanções poderiam atingir não apenas China, Índia e Brasil, mas também aliados como Turquia, Japão, Coreia do Sul e membros da União Europeia, que continuam importando recursos russos. Além disso, os próprios EUA dependem de urânio russo, o que levanta questionamentos sobre a coerência da proposta. Economistas temem que tarifas tão elevadas prejudiquem a economia americana, elevem preços domésticos e alienem parceiros estratégicos, especialmente em um momento de tensões geopolíticas. Brasil No caso do Brasil, as exportações de produtos agrícolas e minerais para a Rússia, além da importação de diesel e de fertilizantes, têm sido pontos de atrito. A implementação das sanções, no entanto, depende da aprovação final do projeto e da decisão de Trump, que pode optar por ajustes para evitar rupturas comerciais. Além dos fertilizantes, o Brasil tem importado quantidades significativas de diesel da Rússia, especialmente desde 2023, após o embargo da União Europeia aos produtos petrolíferos russos devido à invasão da Ucrânia. Dados oficiais e relatórios indicam que a Rússia se tornou o maior fornecedor de diesel para o Brasil, superando os Estados Unidos, que historicamente dominavam esse mercado. Em 2023, as importações brasileiras de diesel russo aumentaram drasticamente, atingindo 6,1 milhões de toneladas, um salto de 6.000% em relação às 101 mil toneladas de 2022, segundo o Financial Times. Em termos de valor, as importações de diesel russo cresceram 4.600%, de US$ 95 milhões em 2022 para US$ 4,5 bilhões em 2023. No primeiro semestre de 2024, cerca de 63,6% do diesel importado pelo Brasil veio da Rússia, conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Em maio de 2024, essa participação chegou a 82%, embora o preço do diesel russo tenha perdido parte de sua competitividade, com a diferença de preço em relação ao diesel americano caindo de US$ 0,30 para US$ 0,07 por litro. O aumento se deve principalmente ao preço mais baixo do diesel russo, que chegou a ser R$ 0,22 mais barato por litro (-5,9%) em relação ao mercado internacional, permitindo à Rússia conquistar mercados como o Brasil após perder compradores na Europa. O Brasil, que importa cerca de 30% do diesel que consome, encontrou no combustível russo uma alternativa para manter preços domésticos mais baixos, especialmente para o setor de agronegócio e transporte, que dependem fortemente desse combustível. No entanto, as sanções propostas por Lindsey Graham e a pressão da União Europeia podem complicar essas importações, aumentando custos logísticos e riscos de restrições comerciais. A proposta de Graham sinaliza uma nova fase de pressão econômica global com potenciais impactos profundos nas relações internacionais e no comércio mundial. Fontes: FT, Reuters, Reuters II, OilPrice, Valor International, The Washington Post
Colisão fatal envolve piloto de Fórmula Truck e deixa 3 Mortos

Na noite de sábado (12), um grave acidente na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, resultou na morte de três pessoas, incluindo o piloto de Fórmula Truck Márcio da Rosa, conhecido como Márcio Limestone ou “Piolho“. O acidente, que envolveu uma colisão frontal entre um Chevrolet Camaro e um Renault Symbol, chocou a comunidade local e o meio automobilístico. Márcio, de 41 anos, dirigia o Camaro acompanhado de Roberto Cardoso, de 46 anos, assessor parlamentar de um vereador de Almirante Tamandaré, conhecido como “Formigão“. Ambos morreram no local devido à força do impacto, que deixou o veículo de luxo completamente destruído e capotado. O motorista do Renault Symbol, Guilherme Rocha Pancheski, de 29 anos, morador do bairro Tranqueira, foi socorrido com vida pelo Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. A colisão ocorreu em um trecho de baixa iluminação da rodovia, próximo à empresa Terra Rica. Testemunhas relatam que o Camaro trafegava em alta velocidade, o que pode ter contribuído para a tragédia, embora a causa oficial ainda esteja sob investigação pela Polícia Civil do Paraná (PCPR). Márcio Limestone era uma figura destacada no automobilismo brasileiro, competindo na categoria GT Truck Eletrônico da Fórmula Truck, onde ocupava a 20ª posição na temporada de 2025, com 99 pontos. Natural de Colombo, ele também era empresário no setor de mineração, dirigindo a Limestone Mineração. Sua vitória na Copa SpeedMax 2024, em Las Vegas, marcou sua carreira. A Fórmula Truck emitiu nota lamentando a perda, destacando Márcio como “um competidor aguerrido e amigo leal“. Um vídeo circula nas mídias sociais mostrando o piloto de Fórmula Truck Marcio da Rosa acelerando o Camaro amarelo que ele dirigia, momentos antes da colisão e cantando pneu, enquanto circulava por uma rua situada no centro de Almirante Tamandaré. Já Guilherme Rocha, motorista do Renault Symbol, estava indo buscar a noiva na rodoviária. Ela expressou sua dor nas redes sociais, escrevendo: “Meu mundo está desabando.” A tragédia gerou comoção, com mensagens de luto e indignação. O velório de Márcio começou no domingo, 13, na Capela Nossa Senhora do Rosário, em Colombo, com sepultamento previsto para esta segunda-feira (14), às 16h30. Roberto e Guilherme também serão sepultados hoje. A comunidade pede mais segurança na rodovia. Fontes: Plantão190, RIC, Banda B
Astrazeneca é condenada a pagar R$ 3,75 milhões por morte de promotora grávida no RJ após ser vacinada contra Covid-19

Em uma decisão histórica, a 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou, por unanimidade, a condenação da farmacêutica AstraZeneca ao pagamento de R$ 3,75 milhões por danos morais à família da promotora de Justiça Thais Possati, que faleceu em 2021, aos 35 anos, após complicações relacionadas à vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. A sentença, proferida no final de junho de 2025, elevou o valor inicial de R$ 1,1 milhão, fixado em primeira instância, e representa um marco jurídico no Brasil ao reconhecer oficialmente o nexo causal entre o imunizante e a morte da gestante e de seu bebê. Thais Possati, que estava no segundo trimestre de gestação (23 semanas), recebeu a vacina em 23 de abril de 2021, em Niterói (RJ). No dia seguinte, apresentou sintomas graves, incluindo dores abdominais, que evoluíram para um quadro de trombose venosa profunda e trombocitopenia, culminando em um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico. A promotora faleceu em 10 de maio, e o bebê não resistiu, vindo a óbito um dia antes. Segundo laudos médicos anexados ao processo, as complicações foram diretamente associadas à aplicação da vacina, configurando a síndrome de trombose com trombocitopenia (STT). A relatora do caso, desembargadora Marianna Fux, destacou que a AstraZeneca descumpriu o dever de informar de forma clara e acessível os riscos do imunizante, especialmente para gestantes. Apesar de a bula mencionar possíveis efeitos adversos, a magistrada apontou que, na época da vacinação, já havia registros internacionais de eventos adversos graves, como a STT, que levaram países como Dinamarca e Noruega a suspenderem o uso da vacina em março de 2021. “Não há prova de que, na data da vacinação, havia sido dada publicidade suficiente à reação adversa, impossibilitando que a gestante fizesse uma escolha consciente“, afirmou Fux. O valor da indenização foi distribuído entre os familiares de Thais: R$ 1,5 milhão para cada um dos pais e R$ 750 mil para o irmão, refletindo a gravidade do sofrimento familiar, conforme previsto no artigo 944 do Código Civil. Além disso, o TJ-RJ manteve uma multa de 20% sobre o valor da causa por conduta inadequada da AstraZeneca durante a produção de provas, considerada um ato atentatório à dignidade da Justiça. A AstraZeneca contestou a decisão, alegando ausência de nexo causal e cumprimento das exigências regulatórias, mas os argumentos foram rejeitados. A empresa também não se pronunciou oficialmente sobre a sentença. O caso, que levou à suspensão da vacina para gestantes no Brasil após o ocorrido, abre precedente para ações similares e reacende o debate sobre a transparência na comunicação de riscos de imunizantes durante a pandemia. O número do processo é: 0832570-61.2024.8.19.0001 Origem: 48º Vara Cível da Comarca da Capital A decisão reforça a responsabilidade civil objetiva da farmacêutica e destaca a importância de informações claras para a segurança dos consumidores, especialmente em contextos emergenciais como o da Covid-19. Fonte: O Globo, Gazeta do Povo, O Tempo, Jusbrasil, TJRJ, Decisão Astrazeneca
Companheirismo e coragem: PM perde sargento querido em operação no Rio

Na manhã desta sexta-feira (11), o sargento Kelvyton de Oliveira Vale, de 48 anos, lotado no 41º Batalhão de Polícia Militar (Irajá), foi morto durante uma operação policial no Conjunto do Ipase, na Vila Kosmos, Zona Norte do Rio de Janeiro. O militar, atingido na cabeça por disparos de traficantes ligados ao CV, Comando Vermelho, foi socorrido por colegas e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML). A operação, segundo a Polícia Militar, tinha como objetivo desarticular ações de uma quadrilha que atua na região, cumprir mandados de prisão, remover barricadas e recuperar veículos roubados e clonados. Durante a ação no Morro do Trem, houve intenso confronto com criminosos, resultando na morte do sargento e em um suspeito ferido. Kelvyton, com 24 anos de serviço, era uma liderança respeitada no Grupo de Apoio Tático (GAT) do batalhão, conhecido por sua coragem e dedicação. O sargento ganhou notoriedade em 2020, quando um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando-o carregando nas costas o cabo Marco Antônio Matheus Maia, baleado durante operação na Vila Aliança, em Bangu. Infelizmente, Maia também foi morto em dezembro de 2024. A imagem de Kelvyton simbolizou o companheirismo e a bravura da PM, comovendo a corporação e a sociedade. O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, lamentou a perda: “Perdemos mais que um policial militar: perdemos um homem de coragem, dedicado à missão de proteger a sociedade, mesmo com risco da própria vida.“ A morte de Kelvyton elevou para 67 o número de agentes de segurança baleados na Região Metropolitana do Rio, somente em 2025, segundo o Instituto Fogo Cruzado. O clima no 41º BPM é de luto, com dezenas de policiais prestando homenagens ao colega no hospital. Kelvyton deixa esposa e filho. O velório está previsto para as próximas horas, com homenagens da corporação. A PM não confirmou reforços na Vila Kosmos, mas ações de resposta são esperadas. A morte reacende o debate sobre a segurança dos agentes em áreas conflagradas e os desafios do combate à criminalidade no Rio. Fonte: CNN, O Globo, Gazetaweb, Metropoles, O Dia, Enfoco
Manifestação na Paulista liderada por Guilherme Boulos reuniu 15 mil pessoas

A Avenida Paulista, em São Paulo, foi palco na tarde desta quinta-feira (10), de uma manifestação convocada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, com a participação de lideranças políticas e movimentos sociais. O ato, liderado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), teve como principal bandeira a defesa da taxação dos super-ricos, em meio ao debate sobre a política tributária no Brasil. A concentração começou às 18h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e reuniu cerca de 15 mil pessoas no momento de pico, segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro brasileiro de Análise e Planejamento), grupo de pesquisa vinculado à USP (Universidade de São Paulo). Manifestantes carregavam faixas e cartazes com mensagens como “Taxar os ricos para investir no povo” e palavras de ordem contra a desigualdade social. O evento também foi marcado por críticas ao Congresso Nacional, acusado por organizadores de priorizar interesses de elites econômicas. Boulos, em discurso no carro de som, destacou a necessidade de uma reforma tributária que redistribua a carga fiscal, aliviando a população de baixa renda e aumentando a tributação sobre grandes fortunas. “Não é justo que o trabalhador pague mais impostos que os bilionários. Queremos um Brasil mais justo“, afirmou o deputado. Boulos também afirmou que o ato seria uma “defesa do Brasil contra as agressões de Donald Trump“. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também participou e discursou sobre a importância de mobilizações populares para pressionar por mudanças legislativas. O ato ocorre em um contexto de tensões políticas após a derrubada de um decreto sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso, o que gerou críticas de setores da esquerda ao centrão. Além disso, a manifestação foi vista como uma resposta à articulação de pautas conservadoras no Legislativo, segundo os organizadores. A esquerda busca associar o Congresso à imagem de “inimigo do povo” e aliado das elites, por se opor ao aumento do IOF. Embora a mobilização tenha atraído militantes de partidos como PSOL, PT e PCdoB, além de movimentos como o MTST e a UNE, a ausência de presidentes nacionais de partidos e governadores foi notada. O evento transcorreu de forma pacífica, com a marcha seguindo até a região do Paraíso, onde os manifestantes se dispersaram. Fonte: CNN, G1
Criança que caiu em cânion no RS é resgatada sem vida

Uma tragédia abalou o Parque Nacional da Serra Geral, na Serra Gaúcha, na tarde desta quinta-feira (10). Uma menina de 11 anos caiu de um mirante no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, e foi encontrada sem vida após intensas buscas que seguiram o decorrer da noite. A vítima, que tinha transtorno do espectro autista, estava acompanhada dos pais, turistas de Curitiba (PR), em um passeio pelo parque, um dos destinos mais visitados do Rio Grande do Sul. O acidente ocorreu por volta das 13h, no mirante do Cânion Fortaleza, um ponto turístico conhecido por sua vista panorâmica de 7,5 km de extensão e paredes rochosas de até 1.157 metros de altitude. Segundo o secretário de Turismo de Cambará do Sul, Andrews Mohr, a família fazia uma pausa para um lanche quando a menina correu em direção à borda do mirante, que não possui cercas de proteção. O pai tentou alcançá-la, mas não conseguiu evitar a queda de aproximadamente 70 metros. Equipes do Corpo de Bombeiros de Canela, Gramado e Porto Alegre, com apoio do Batalhão de Aviação da Brigada Militar, foram mobilizadas imediatamente. Um drone com câmera térmica localizou a criança às 17h30, a cerca de 70 metros do ponto da queda, em uma área sem vegetação ou platôs que pudessem amortecer o impacto. Devido às condições climáticas, o resgate por rapel foi iniciado às 22h, e, por volta das 23h, os bombeiros confirmaram que a menina estava sem vida. A Urbia, concessionária responsável pela gestão do parque, informou que concentrou esforços no apoio às autoridades e à família, que recebia suporte no local. O caso foi encaminhado à Polícia Civil e ao Instituto Geral de Perícias (IGP) para investigação das circunstâncias da queda. O Cânion Fortaleza, acessado pela rodovia CS-012, é famoso por trilhas como a do Mirante e a da Cachoeira do Tigre Preto, atraindo milhares de visitantes anualmente. A ausência de barreiras no mirante reacende o debate sobre a segurança em áreas turísticas naturais. Especialistas reforçam a necessidade de sinalização e infraestrutura para prevenir acidentes, especialmente em locais de grande circulação de visitantes. Nota do Corpo de Bombeiros: “Hoje, quinta-feira, dia 10 de julho, por volta das 13:30hs, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado para atendimento de uma ocorrência no Cânion Fortaleza em Cambará do Sul, onde uma menina teria caído da borda do cânion em direção ao precipício. Equipes dos Pelotões de Canela e Gramado deslocaram ao local e, prontamente, outra equipe do Batalhão de Busca e Salvamento de Porto Alegre, juntamente com o apoio do Batalhão de Aviação da Brigada Militar deslocaram para apoio. Por volta das 17:30hs, com auxílio de um drone do Corpo de Bombeiros, a vítima foi localizada a cerca de 70 metros de altura do ponto da queda. De imediato, as equipes iniciaram a montagem dos equipamentos para acessar por cordas o cânion, haja vista que, devido às condições climáticas, as aeronaves não conseguiam operar com segurança no local. As equipes seguiram os trabalhos no local noite adentro e, próximo das 23h, chegaram até a vítima que, infelizmente, já estava sem vida. Agora as equipes efetuam a ascensão do cânion, para finalização dos trabalhos de resgate no local, dando início em seguida aos tramites da Policia Civil e Instituto Geral de Perícias. O Corpo de Bombeiros Militar lamenta com profundo pesar o ocorrido e presta sua solidariedade aos familiares.” A identidade da vítima não foi divulgada. A tragédia comoveu a comunidade local e turistas, levantando discussões sobre medidas preventivas em parques nacionais. Fontes: O Globo, G1