Ibama suspende análise de licença da Petrobras para megaprojeto de R$ 196,4 Bilhões no Pré-Sal

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu a análise da licença prévia solicitada pela Petrobras para a quarta etapa de exploração do pré-sal na Bacia de Santos, um projeto avaliado em R$ 196,4 bilhões. A decisão, formalizada em julho de 2025, foi motivada pela ausência de um programa específico de ações contra mudanças climáticas, conforme exigido pelo órgão ambiental. A medida pode atrasar a instalação de dez novas plataformas de produção, previstas para operar a partir da próxima década, a cerca de 178 km das costas de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o Ibama, a suspensão não implica na interrupção definitiva do processo, mas na necessidade de a Petrobras apresentar metas detalhadas em cinco eixos: transparência, monitoramento, mitigação, compensação e adaptação. O órgão destaca que a solicitação considera o elevado volume de emissões de gases de efeito estufa do projeto, com base no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), no relatório do IPCC de 2023 e na participação pública em audiências. A exigência é vista como inédita, já que o termo de referência inicial do licenciamento não previa tal programa, conforme apontou a Petrobras em resposta oficial. A estatal argumenta que já implementa iniciativas como reinjeção de gás e redução de queima de combustíveis, mas o Ibama considera essas ações insuficientes para atender às novas diretrizes climáticas. A suspensão coloca em risco um dos maiores investimentos do setor petrolífero no Brasil, com impactos potenciais na arrecadação de royalties e na geração de empregos. Especialistas alertam que o atraso pode comprometer a expansão da produção nacional de petróleo. A decisão marca um novo patamar de exigência ambiental para grandes projetos no Brasil. O Ibama reforça que mantém diálogo com a Petrobras para encontrar soluções que mitiguem os impactos climáticos. A estatal, por sua vez, avalia ajustes para retomar o processo. O imbróglio evidencia o desafio de conciliar desenvolvimento econômico com metas climáticas, em um momento em que o Brasil busca reforçar seu compromisso com acordos internacionais de sustentabilidade. Fonte: Poder 360, IstoÉ Dinheiro

Irã está pronto para responder a qualquer novo ataque militar, afirma aiatolá Khamenei

Aiatolá Ali Khamenei. Wikimedia Commons CC

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou na quarta-feira (16) que o país está preparado para responder a qualquer novo ataque militar, após semanas de tensões com Israel e os Estados Unidos. Em discurso transmitido pela televisão estatal, Khamenei afirmou que Teerã é capaz de desferir um golpe ainda mais significativo do que o realizado durante o conflito de 12 dias com Israel, encerrado por um cessar-fogo em junho. “O fato de nossa nação estar pronta para enfrentar o poder dos Estados Unidos e seu cão na coleira, o regime sionista [Israel], é muito louvável“, disse o líder, segundo a agência Reuters. A declaração ocorre em um contexto de pressão internacional para que o Irã retome as negociações nucleares com os EUA, com um prazo estipulado até o final de agosto por Washington e países europeus, como França, Alemanha e Reino Unido. Caso não haja progresso, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, alertou que sanções internacionais podem ser reaplicadas por meio de um mecanismo da ONU. Khamenei, no entanto, rejeitou qualquer ideia de rendição, afirmando que o Irã age “com as mãos ocupadas e não em uma posição de fraqueza” tanto no campo diplomático quanto no militar. O líder também fez referência ao ataque iraniano à base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação aos bombardeios dos EUA contra instalações nucleares iranianas em junho. “A base atacada era uma instalação regional americana extremamente sensível. Um golpe ainda maior poderia ser infligido“, declarou Khamenei, sugerindo a possibilidade de escalada em caso de novos conflitos. O Parlamento iraniano reforçou a postura do líder, afirmando que não haverá retomada das negociações nucleares enquanto “pré-condições” não forem atendidas, como garantias contra novos ataques. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, destacou a necessidade de segurança para avançar nas tratativas. A comunidade internacional observa com cautela, enquanto analistas alertam que uma resposta mal calibrada do Irã pode intensificar o conflito na região, afetando desde o fornecimento global de petróleo até a estabilidade no Oriente Médio. Fonte: InfoMoney, Veja, CNN, Reuters

Lula escala as tensões comerciais com Trump e declara que taxará empresas digitais americanas

Lula discursa no 60º Congresso da UNE. Reprodução YT Canal gov

Durante discurso no 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), nessa quinta-feira (17), em Goiânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o Brasil irá cobrar impostos de empresas digitais norte-americanas, como Google e Meta, em retaliação às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida, segundo Lula, reforça a soberania nacional frente às pressões externas. A declaração foi feita em um contexto de escalada nas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Trump justificou as tarifas, que entram em vigor a partir de 1º de agosto, citando supostas práticas comerciais desleais do Brasil, incluindo a regulação de plataformas digitais e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O republicano classificou o processo como uma “caça às bruxas” e criticou ordens judiciais brasileiras que, segundo ele, impõem censura a empresas americanas. Lula, no entanto, foi enfático: “Esse país só é soberano porque o povo brasileiro tem orgulho. Vamos julgar e cobrar impostos das empresas americanas digitais“, afirmou, sem detalhar como a tributação será implementada ou quais empresas serão afetadas. Atualmente, grandes multinacionais pagam uma alíquota mínima de 15% sobre o lucro no Brasil, mas não há impostos específicos para plataformas digitais estrangeiras. A proposta de taxar big techs já vinha sendo discutida no governo brasileiro, inspirada em modelos como o do Canadá, que aplica uma alíquota de 3% sobre receitas de serviços digitais. A medida é vista como uma resposta estratégica que evita impactos inflacionários diretos no Brasil, diferentemente de outras formas de retaliação comercial. O anúncio gerou reações mistas. Setores empresariais brasileiros expressaram preocupação com a escalada do conflito comercial, temendo prejuízos às exportações, especialmente de aço e alumínio, que representam US$ 5,7 bilhões anuais para os EUA. Por outro lado, analistas apontam que a retórica nacionalista de Lula pode fortalecer sua base política em um cenário de polarização. O governo brasileiro, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mantém negociações com os EUA há dois meses, mas não obteve respostas concretas. Lula reforçou que o Brasil buscará proteger seus interesses, podendo recorrer à Lei de Reciprocidade Econômica ou à Organização Mundial do Comércio (OMC). Fonte: CNN, UOL, O Globo, Valor, Estadão

China lança novo Sistema Nacional de Identificação Digital para usuários da internet

China Censura. Wikimedia commons CC

A China implementou um novo sistema nacional de identificação digital para usuários da internet, intensificando o controle estatal sobre as atividades online de mais de 1 bilhão de cidadãos. A medida, que entrou em vigor nesta terça-feira (15), substitui o sistema de registro de “nome real” gerenciado por empresas de internet por um código único emitido pelo governo, vinculado a dados pessoais, incluindo varreduras faciais. A iniciativa, segundo autoridades, visa aumentar a segurança e proteger a privacidade online, mas especialistas alertam para o potencial de maior vigilância e censura. O novo sistema exige que os usuários forneçam informações detalhadas, como documentos pessoais e biometria, para acessar serviços online, desde compras em e-commerce até comentários em redes sociais. Diferentemente do sistema anterior, no qual empresas privadas gerenciavam a verificação de identidade, o governo agora centraliza o processo, consolidando ainda mais seu controle sobre o espaço digital. A China, que já opera um dos regimes de censura mais sofisticados do mundo, conhecido como “Great Firewall“, reforça com essa medida sua capacidade de monitorar e regular o comportamento online. Críticos expressam preocupações significativas. “Esse sistema pode facilitar a imposição de ‘exílio digital’, limitando o acesso à internet para aqueles que forem considerados indesejáveis pelo governo, especialmente se integrados ao sistema de crédito social“, afirmou um especialista em cibersegurança. A possibilidade de sanções, como proibições de viagem ou compras, para indivíduos “blacklistados” também foi destacada em publicações nas redes sociais. Embora o governo chinês afirme que o sistema é voluntário por enquanto, há temores de que se torne obrigatório, eliminando qualquer resquício de anonimato online. “Na prática, a privacidade digital na China já é limitada, mas isso leva a vigilância a um novo patamar“, disse um analista. A integração do sistema a mais de 400 aplicativos, incluindo saúde, turismo e educação, sugere uma adoção em larga escala. A comunidade internacional observa com cautela. Relatórios indicam que a China tem exportado tecnologias de vigilância para outros países, levantando preocupações sobre a disseminação de um modelo de “autoritarismo digital“. Enquanto Pequim defende a medida como uma proteção aos cidadãos, o impacto sobre a liberdade de expressão e os direitos digitais permanece sob intenso escrutínio. Fonte: The Washington Post, The Epoch Times 

Rússia intensifica Censura Digital com nova Lei que pune pesquisas online

Censura digital russa. Imagem gerada por IA

A Rússia deu um passo significativo em direção ao controle digital com a aprovação de uma nova legislação que amplia as restrições à internet no país. Aprovada pelo parlamento russo na última quinta-feira (10), a lei, que entra em vigor em setembro, criminaliza até mesmo a busca por conteúdos considerados “extremistas” online, mesmo quando realizada por meio de redes privadas virtuais (VPNs). A medida marca uma escalada nas já severas políticas de censura digital do governo russo, justificadas por autoridades como necessárias em tempos de guerra. Até agora, a legislação russa proibia apenas a criação ou compartilhamento de conteúdos considerados proibidos. Com as novas emendas, indivíduos que “deliberadamente procurarem materiais extremistas” podem enfrentar multas de cerca de US$ 65. A publicidade de ferramentas de contorno, como VPNs, terá penalidades ainda mais pesadas, chegando a US$ 2.500 para indivíduos e até US$ 12.800 para empresas. Segundo Sarkis Darbinyan, ativista pela liberdade na internet rotulado como “agente estrangeiro” pelo governo, essas multas podem servir como pretexto para detenções e pressões policiais, com risco de evoluírem para processos criminais em futuras revisões da lei. O senador Artem Sheikin, um dos autores do projeto, tentou minimizar as preocupações, afirmando que a lei não visa punir usuários comuns por acessarem plataformas como Facebook ou Instagram. No entanto, ele não esclareceu como as autoridades determinarão se uma busca foi feita com conhecimento de que o conteúdo é “extremista“, listado em um registro do Ministério da Justiça. A falta de transparência aumenta temores de que a lei seja usada para reprimir dissidentes e limitar o acesso à informação. A Rússia já vem intensificando sua repressão digital, com bloqueios a sites e aplicativos ocidentais, como YouTube, que enfrenta lentidão deliberada desde o último verão. O governo também investiu milhões de dólares em tecnologias de inspeção profunda de pacotes (DPI) para reforçar sua “internet soberana“. Em 2024, a promoção de VPNs foi criminalizada, e gigantes tech como Google e Apple enfrentaram pressões para remover aplicativos de VPN de suas lojas. Apesar das resistências, a nova lei sinaliza que o Kremlin está determinado a isolar ainda mais o espaço digital russo, aproximando-se de modelos de controle como os da China. Essa legislação reflete uma tendência regional, com medidas semelhantes adotadas na Bielorrússia, aliada de Moscou. Críticos alertam que a repressão digital pode sufocar a liberdade de expressão e o acesso à informação, consolidando o controle do governo sobre a narrativa pública. Fonte: The Washington Post

Aumento do IOF contraria Justiça Tributária e impacta MEIs e pequenos negócios

A recente decisão do governo federal de duplicar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas jurídicas, incluindo microempreendedores individuais (MEIs) e empresas do Simples Nacional, tem gerado críticas e preocupações sobre seus impactos na economia, especialmente para os pequenos negócios. A medida, que eleva a tributação em operações financeiras como empréstimos e financiamentos, foi analisada pela economista Thais Herédia, da CNN Brasil, que aponta que o aumento vai na contramão do discurso de justiça tributária defendido pelo governo. Para os MEIs, a alíquota fixa do IOF em operações de crédito de até R$ 30 mil passou de 0,38% para 0,95%, enquanto a alíquota diária subiu de 0,00137% para 0,00274%, resultando em um teto anual que salta de 0,88% para 1,95%. Essa mudança significa que os microempreendedores pagarão até o dobro em tributos em transações financeiras realizadas como pessoa jurídica. Para empresas do Simples Nacional, o impacto é semelhante, com a alíquota anual subindo de 1,88% para até 3,95%. Segundo Herédia, a medida impõe um ônus desproporcional aos pequenos negócios, que já enfrentam desafios financeiros em um cenário econômico adverso, com alta taxa Selic de 15% e dificuldades de acesso a crédito. “Essa turma faz capital de giro a cada dois ou três meses. Cada operação, um IOF. Isso vai acumulando, e no final do ano o custo efetivo pode inviabilizar o negócio”, alertou a analista. Críticos, como o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, argumentam que o IOF, originalmente um imposto regulatório, está sendo usado com fins arrecadatórios, gerando distorções econômicas sem promover justiça fiscal. O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o aumento do IOF não é um “imposto para ricos”, mas encarece a cadeia produtiva, afetando especialmente os mais pobres. A decisão também enfrenta resistência no Congresso, com deputados como Marcel Van Hattem destacando que o aumento prejudica a população de baixa renda e contraria a narrativa de justiça tributária. Apesar do recuo parcial do governo em alguns pontos do decreto, a manutenção das novas alíquotas para MEIs e empresas do Simples Nacional mantém o setor em alerta, com temores de impactos no crédito e na sustentabilidade dos negócios. Pequenos empreendedores temem que o aumento do IOF comprometa sua competitividade e sobrevivência no mercado. Fonte: CNN, CNN II, Gazeta do Povo, CNN III

Trump defende Netanyahu e Bolsonaro: os julgamentos são “caça às bruxas” contra líderes conservadores

Netanyahu, Trump e Bolsonaro. Imagem gerada por IA

O presidente Donald Trump reafirmou seu apoio aos líderes conservadores Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, ao classificar seus julgamentos como “caça às bruxas” orquestradas por forças de esquerda. Em um momento de crescente polarização global, Trump destaca que esses processos visam enfraquecer líderes fortes que defendem valores patrióticos e políticas alinhadas com a soberania nacional, uma narrativa que ressoa com sua própria experiência de perseguição judicial nos Estados Unidos. Leia mais: Netanyahu encurralado: TPI rejeita apelo e sustenta mandado de prisão Em Israel, Benjamin Netanyahu enfrenta acusações de corrupção desde 2019, incluindo suborno e fraude, relacionadas a supostos favores políticos em troca de presentes e cobertura midiática favorável. Trump, em postagens no Truth Social, denunciou o julgamento como uma tentativa de desestabilizar um líder essencial para a segurança de Israel, especialmente em meio a tensões com o Irã e negociações com o Hamas. “Bibi é um herói de guerra, não um criminoso. Essa caça às bruxas deve acabar!“, declarou Trump, sugerindo que o premiê deveria ser perdoado para focar na defesa de sua nação. A recente presença do embaixador americano Mike Huckabee no tribunal em Tel Aviv reforça o apoio dos EUA a Netanyahu, com Huckabee endossando Trump ao chamar o processo de injustiça política. O adiamento de audiências após essas declarações é visto por conservadores como uma vitória contra a pressão de elites globalistas. No Brasil, Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. Trump comparou o caso à sua própria batalha contra o “sistema corrupto” nos EUA, afirmando que Bolsonaro é vítima de uma perseguição liderada por juízes de esquerda, como Alexandre de Moraes, que abusam de seu poder para silenciar vozes conservadoras. “Bolsonaro lutou pelo povo brasileiro, e agora o establishment quer destruí-lo. Isso é uma caça às bruxas!“, postou Trump, anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como resposta ao que chama de ataque à liberdade. A retórica de Trump conecta os casos de Netanyahu e Bolsonaro como parte de uma ofensiva global contra líderes que desafiam a agenda progressista. Assim como enfrentou impeachment e processos nos EUA, Trump vê nos julgamentos de seus aliados uma tentativa de deslegitimar governos que priorizam soberania, segurança e valores tradicionais. Leia mais: Trump dispara contra moeda do BRICS e declara apoio a Bolsonaro: recado direto ao Brasil de Lula A pressão americana, incluindo ameaças econômicas ao Brasil e apoio diplomático a Israel, demonstra a determinação de Trump em proteger aliados conservadores. Para seus apoiadores, essas ações reforçam sua liderança como defensor da liberdade contra instituições capturadas por ideologias de esquerda. Fontes: Euronews, The Sun, i24news, CNN

Governo Lula abre licitação de R$ 98 Milhões para Comunicação Digital

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu uma nova licitação de R$ 98,3 milhões para contratar três empresas que gerenciarão a comunicação digital da gestão, sob responsabilidade da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). O edital, com duração inicial de 12 meses e possibilidade de prorrogação, visa reformular a estratégia de comunicação do governo nas redes sociais, em um momento de queda de popularidade. A iniciativa substitui uma licitação anterior, de R$ 197,7 milhões, suspensa em junho de 2024 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) devido a indícios de irregularidades, como o vazamento de propostas das empresas concorrentes. O processo foi revogado em agosto do mesmo ano, após denúncias publicadas pelo site O Antagonista. Agora, sob o comando do ministro Sidônio Palmeira, a Secom busca uma abordagem mais eficiente para ampliar o alcance das mensagens institucionais. As empresas contratadas serão responsáveis por planejar a comunicação digital, moderar conteúdos e perfis em redes como Pinterest, LinkedIn, YouTube, Instagram, Facebook, TikTok e Kwai, além de realizar análises de sentimentos para interpretar emoções e opiniões dos usuários. O edital enfatiza a criação de conteúdos “acessíveis, envolventes e inspiradores” para destacar os benefícios de políticas públicas. A licitação ocorre em um contexto de reformulação da comunicação do governo, que enfrenta dificuldades para superar o engajamento da oposição, especialmente da direita, nas redes sociais. O governo aposta em estratégias criativas para promover ações como a defesa da tributação dos mais ricos e a divulgação de programas sociais. O prazo para envio de propostas começou em 15 de julho e vai até 2 de setembro, com o processo licitatório podendo durar de seis a oito meses. A nova licitação tem sido alvo de debates. Críticos apontam o alto valor do contrato em meio a restrições orçamentárias, enquanto o governo defende a necessidade de fortalecer a comunicação digital e melhorar a percepção pública. O certame é visto como estratégico, especialmente com a aproximação das eleições de 2026, quando Lula deve buscar um novo mandato. No dia 2 de julho, o PT convocou uma reunião com cerca de 270 influencers digitais – noticiamos aqui. E no dia 7, já era possível identificar a atuação do que se denominou como “Gabinete do Amor”. Se quiser se aprofundar mais sobre esse tema, recomendamos a leitura do nosso artigo: O “Gabinete do Amor” sob a sombra do “Mensalinho do Twitter” Fonte: Poder360, Folha de São Paulo, Jornal do Comércio, O antagonista

Deputado Nikolas Ferreira protocola pedido de impeachment de Lula, entenda o pedido

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou na terça-feira (15) um pedido formal de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados. O documento, subscrito por 72 parlamentares, acusa o presidente de cometer crimes de responsabilidade, com base na Lei nº 1.079/1950, em razão de sua condução na política externa, que, segundo Ferreira, teria comprometido a dignidade nacional e exposto o Brasil a sanções econômicas. A denúncia destaca dois supostos crimes. O primeiro refere-se à crise diplomática com os Estados Unidos, desencadeada após o presidente americano, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre importações brasileiras, citando a perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro como justificativa. Ferreira alega que Lula “prejudicou gravemente a dignidade nacional”, gerando impactos econômicos negativos para trabalhadores e setores produtivos. O segundo ponto questiona a aproximação do Brasil com o Irã, incluindo a autorização para atracagem de navios de guerra iranianos, o que, para o deputado, violou a neutralidade brasileira em conflitos internacionais. Além disso, a campanha de Lula no BRICS contra o uso do dólar no comércio global, sem consulta ao Congresso, é citada como um ato de subordinação dos interesses nacionais a alinhamentos ideológicos. O pedido surge em um momento de alta tensão política, intensificada pela crise com os EUA e pelo julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2022. Apesar do apoio de setores da oposição, analistas avaliam que o impeachment tem chances reduzidas de avançar, dado o suporte de Lula no Congresso. A decisão sobre a tramitação cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Conhecido por sua postura conciliadora, Motta pode optar por arquivar o pedido, considerando a falta de consenso para um processo tão extremo. O governo Lula reagiu, afirmando que a condução da política externa é prerrogativa presidencial e que as acusações são infundadas. O Planalto destacou esforços para reverter as tarifas americanas por meio de diálogo diplomático, reforçando o compromisso com a soberania nacional. O pedido de impeachment reflete a polarização política no Brasil e pode intensificar mobilizações de ambos os lados. A decisão de Motta será determinante para o futuro do processo, que pode acirrar ainda mais o cenário político. Fontes: Estado de Minas, Metropoles, Gazeta do Povo, Pleno News

Tarifaço: colapso na fruticultura do Vale do São Francisco é iminente e aterroriza 1,2 milhão de trabalhadores do setor

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, está causando alarme entre os fruticultores do Vale do São Francisco, principal polo frutícola do Brasil. A medida, que entra em vigor em 1º de agosto, pode inviabilizar as exportações de manga e uva, carros-chefe da região, e ameaça cerca de 200 mil empregos diretos na fruticultura nordestina, segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). O Vale do São Francisco, abrangendo cidades como Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), é responsável por 92% das exportações brasileiras de manga e 95% das de uva, com os EUA sendo um destino crucial. Em 2024, as exportações de frutas da região para o mercado americano geraram US$ 148 milhões, sendo US$ 45,8 milhões em manga (36,8 mil toneladas) e US$ 41,5 milhões em uva (13,8 mil toneladas). A expectativa para 2025 era de um desempenho ainda mais robusto, mas a nova tarifa coloca esses números em risco. Silvio Medeiros, Diretor da AGROBRAS, alertou: “A fruta vai virar lama“. Ele destacou que a tarifa impactará diretamente os embarques, que já estão comprometidos para o segundo semestre, período de pico das exportações para os EUA e Europa devido à baixa produção local no inverno. Cerca de 700 a 800 contêineres de manga e uva são enviados semanalmente do Vale, com metade destinada aos EUA. “O navio que sai agora no sábado já não chega a tempo de escapar das tarifas. O impacto é imediato“, afirmou Medeiros. Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, reforçou a gravidade da situação em entrevista à Rádio Jornal: “Com esses 50%, já fica inviável“. Ele estima prejuízos superiores a US$ 50 milhões e alerta que redirecionar a produção para outros mercados, como Europa ou o mercado interno, é logisticamente inviável e pode colapsar os preços. “Se tentar mandar para a Europa, colapsa o mercado. Se for para o Brasil, colapsa também. Não existe redirecionamento assim“, explicou. A safra de manga, concentrada entre agosto e outubro, já estava planejada com reservas de contêineres e embalagens. A paralisação das negociações com compradores americanos pode levar a uma queda de até 70% no volume previsto para 2025, que incluía 48 mil toneladas de manga. João Ricardo Lima, da Embrapa Semiárido, destacou que, com a tarifa, o preço recebido pelos produtores não cobriria os custos de produção, embalagem e logística, tornando as exportações economicamente inviáveis. A Abrafrutas classificou a tarifa como “um golpe duro” e defendeu a continuidade do comércio bilateral, que beneficia tanto os exportadores brasileiros quanto os importadores americanos, em um modelo “ganha-ganha”. A associação apela por diálogo com o governo dos EUA para reverter a medida. O vice-presidente Geraldo Alckmin, coordenando um comitê interministerial, anunciou reuniões com o setor do agronegócio para discutir estratégias, incluindo conversas com empresas americanas afetadas pela integração das cadeias produtivas. Além da fruticultura, setores como carne bovina, suco de laranja, café e etanol também enfrentam preocupações com a tarifa, que pode elevar custos e reduzir a competitividade. Analistas apontam que a medida, justificada por Trump como resposta a supostos déficits comerciais, é politicamente motivada, já que os EUA mantêm superávit com o Brasil desde 2009. Produtores do Vale do São Francisco, que geram milhões de empregos e movimentam a economia nordestina, aguardam soluções diplomáticas para evitar um colapso econômico. A fruticultura no Vale do São Francisco gera um impacto social muito positivo. O setor emprega diretamente 250 mil e indiretamente mais de 950 mil, ou seja, quase 1,2 milhão de pessoas dependem diretamente dessa cadeia produtiva (EMBRAPA). Em carta direcionada às autoridades governamentais do Brasil e dos EUA, Embaixadas, Ministérios, Órgãos de Comércio e Relações Exteriores, a ValeXport, Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco, destaca que “1,2 milhão de pessoas dependem dessa cadeia. São trabalhadores rurais, embaladores, irrigantes, motoristas, técnicos agrícolas, pequenos produtores, comerciantes e famílias inteiras, que encontram na fruticultura sua única fonte de renda e dignidade em uma das regiões mais desafiadoras e carentes do país. Essa atividade é o oásis econômico e social do semiárido nordestino. Mais do que um setor produtivo, ela representa uma barreira contra o êxodo rural, uma ferramenta real de combate à pobreza e um vetor de inclusão social e desenvolvimento sustentável. (…) Estamos diante de uma tragédia social iminente. Um colapso acarretará não apenas prejuízos financeiros, mas também o agravamento da pobreza extrema, migração forçada, aumento da informalidade, sobrecarregando centros urbanos e rompendo o tecido social de uma região que há décadas luta por estabilidade.” “Contamos com o bom senso, a responsabilidade institucional e o espírito de cooperação que sempre marcaram as relações entre nossos países” – José Gualberto de Freitas Almeida, Presidente da ValeXport Caso as tarifas sejam mantidas, o setor teme não apenas perdas financeiras, mas também desemprego em massa e desperdício de safras, impactando diretamente a vida de trabalhadores e famílias da região. Fontes: Bloomberg Línea, G1, Rádio Jornal, Valor Econômico, Portal Tela

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