Fux diverge de Moraes e vota contra medidas cautelares impostas a Bolsonaro

Ministro Luiz Fux. Reprodução

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi a única voz dissonante na Primeira Turma da Corte ao votar contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes. Em julgamento virtual encerrado na noite de segunda-feira (21), Fux argumentou que as restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar, são desproporcionais e carecem de justificativas concretas. O placar final foi de 4 a 1, mantendo as medidas determinadas por Moraes. As cautelares foram impostas na sexta-feira (18) no âmbito de uma investigação que apura suposto atentado à soberania nacional. Segundo Moraes, Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam agido para instigar o governo dos Estados Unidos a adotar medidas hostis contra o Brasil, incluindo a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump. A decisão inclui recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com embaixadores e uso de redes sociais, além do monitoramento por tornozeleira. Veja mais: Damares e Malta: A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes – Danuzio Fux, último a votar, destacou que as medidas restringem desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e de expressão, sem evidências concretas de risco de fuga ou obstrução da Justiça. “A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República não apresentaram provas novas de tentativa de fuga”, afirmou, reforçando que Bolsonaro possui domicílio certo e passaporte retido. Os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia acompanharam Moraes, formando maioria para manter as restrições. Dino apontou o “estreito relacionamento” de Bolsonaro com governos estrangeiros como risco de fuga, enquanto Cármen Lúcia defendeu a adequação das medidas para garantir a segurança jurídica.  A defesa de Bolsonaro classificou as cautelares como “surpreendentes e indignas”, alegando que o ex-presidente sempre cumpriu ordens judiciais. Após exibir a tornozeleira a jornalistas, Bolsonaro foi intimado por Moraes a esclarecer possível descumprimento da proibição de se manifestar publicamente, sob risco de prisão preventiva. O prazo para manifestação encerra nesta terça-feira (22). A divergência de Fux, embora isolada, revigora debates sobre o equilíbrio entre medidas judiciais e direitos fundamentais, enquanto o caso segue gerando tensões políticas no país. Fonte: CNN, Veja, O Globo, Gazeta do Povo

Barroso se esquiva de perguntas sobre suspensão de vistos dos EUA

Barroso se esquiva de perguntas sobre suspensão de vistos dos EUA. Reprodução

Em uma entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (21), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Luís Roberto Barroso, se esquivou e evitou responder perguntas sobre a recente suspensão de vistos dos Estados Unidos para vários ministros brasileiros, incluindo ele próprio. Ele optou por não se alongar no assunto. Durante um evento organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará, Barroso reconheceu a gravidade da situação, afirmando: “Eu trato esse assunto com grande importância, mas não é hoje que comentamos sobre isso“. Sua resposta veio em meio a especulações e preocupações crescentes sobre as implicações das suspensões de vistos nas relações Brasil-EUA e na integridade do judiciário brasileiro. As suspensões estão ligadas às tensões em andamento entre os governos brasileiro e americano, particularmente em relação a decisões judiciais e ações políticas tomadas pelo STF. A relutância de Barroso em discutir o assunto em detalhes alimentou mais debates, com alguns interpretando seu silêncio como uma manobra estratégica para evitar o escalonamento de atritos diplomáticos. Analistas políticos sugerem que as suspensões de vistos tensionaram as relações bilaterais, o que coincide com discussões críticas sobre cooperação internacional e comércio. “Nós não estamos comentando esse assunto, estamos apenas cumprindo o nosso papel como a Constituição e a legislação desejam” – Luís Roberto Barroso. O governo brasileiro enfrenta o dilema do delicado equilíbrio entre soberania nacional e diplomacia internacional. A postura ponderada inédita de Barroso denota a preocupação após o episódio do cancelamento dos vistos de 8 ministros do STF, episódio esse que, sem dúvida, marca um momento de embate significativo das relações Brasil-EUA. Fonte: CNN, MSN, Diário do Nordeste

Estrategista de Trump aponta Moraes como “Dono do Brasil”

Estrategista de Trump aponta Moraes como Dono do Brasil. Edição com imagens CC

O estrategista político americano Jason Miller, conhecido por sua atuação nas campanhas de Donald Trump e por seu apoio a Jair Bolsonaro, voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) em duas postagens no X na noite de 21 de julho. As mensagens, publicadas às 22:42 e 23:16, miraram os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, acusando-os de perseguição política e hipocrisia em relação à liberdade de expressão no Brasil. Na primeira postagem, Miller criticou diretamente Moraes, afirmando que ele “assume todo o crédito pela perseguição política contra o presidente Jair Bolsonaro” e sugeriu que o ministro age como a principal autoridade do país, acima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Moraes quer que o mundo saiba que ELE governa o Brasil, não Lula” – Jason Miller Na segunda postagem, Miller direcionou suas críticas ao que chamou de “principal apoiador de Moraes no STF”, em resposta a uma postagem de Barroso. Ele acusou o ministro de hipocrisia, alegando que “antes criticava censura e comportamento ditatorial, mas agora lidera esses esforços”. A menção está ligada ao papel de Barroso em decisões do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre moderação de conteúdo online. As postagens de Miller surgem em um momento de tensão entre o STF e o ex-presidente Bolsonaro, especialmente após medidas cautelares que o proibiram de usar redes sociais e a recente revogação de vistos americanos para Moraes e outros, anunciada pelo senador americano Marco Rubio em 18 de julho. Miller, que já foi detido brevemente no Brasil em 2021 por ordem de Moraes, é uma figura proeminente no movimento conservador. As críticas de Miller geraram reações mistas no X, com apoiadores de Bolsonaro ecoando suas acusações e críticos do ex-presidente defendendo as ações do STF como necessárias para combater a desinformação. Até o momento, nem Moraes nem Barroso comentaram as postagens. O episódio reforça a polarização em torno do papel do Judiciário brasileiro e sua relação com figuras políticas internacionais. Fonte: X, XII

Moraes exagera no Código Penal contra Bolsonaro, diz Ex-Ministro do STF

Ex-ministro do STF critica Moraes por uso de artigo do Código Penal contra Bolsonaro. Edição com imagens CC

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mendes de Farias Mello criticou, em entrevista ao Poder360 no sábado (19), a decisão do ministro Alexandre de Moraes de impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Segundo Mello, Moraes “potencializou” o artigo 359-I do Código Penal, que trata de condutas relacionadas a atos de guerra ou invasão do território nacional, ao justificar a medida tomada na sexta-feira (18) a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para Mello, que deixou o STF em 2021 após 31 anos, o dispositivo é “excepcional” e sua aplicação nas articulações de Bolsonaro com seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos Estados Unidos e defende sanções contra o Brasil, é inadequada. “Achar que a atuação de Eduardo Bolsonaro e do ex-presidente implicaria negociar com governo estrangeiro a agressão ao país é brincadeira. Não é sério” – Marco Aurélio Mello Ele também questionou a competência do STF para julgar Bolsonaro, argumentando que ex-presidentes deveriam ser julgados na primeira instância, como ocorreu com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Moraes, por sua vez, alega que Bolsonaro e Eduardo cometeram “atos hostis” ao buscar apoio do governo dos EUA para interferir em decisões do STF. A decisão foi motivada, em parte, pelo anúncio do presidente norte-americano Donald Trump, em 9 de julho, de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, em resposta à “perseguição” contra Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Alguns especialistas classificaram a interpretação de Moraes como “elástica” e questionam sua adequação. Mello alertou para o “desgaste terrível” do STF e cobrou maior equilíbrio nas ações judiciais, destacando a necessidade de “temperança” em tempos de tensão política. A defesa de Bolsonaro classificou as medidas como “severas”. Fonte: Poder360, Gazeta do Povo, Pleno News

Damares e Malta: A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes

Damares e Malta A pauta do Senado será o impeachment de Alexandre de Moraes. Reprodução YT

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (21) na Câmara dos Deputados, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) anunciou que o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes será a “pauta única” da oposição no Senado. A Senadora Damares Alves pediu a fala durante a coletiva de imprensa: “Decidimos que a pauta do Senado será o impeachment do senhor ministro do Supremo Tribunal, Alexandre de Moraes. Será a pauta que a oposição vai trabalhar nos próximos dias. Foi por culpa dele que nós estamos sendo tarifados. Todas as decisões dele já estão comprovadas que violaram direitos humanos.” Após a fala impactante, Damares lembra que 2 idosas voltaram para a prisão. Uma de 71 anos e outra de 74 anos de idade. E questiona: “É ou não é, violação de direitos humanos? Como é que o mundo está vendo as decisões do ministro Alexandre?” E continou:  “O Senado entende que as decisões do ministro Alexandre provocaram perplexidade em todo o mundo. O mundo inteiro está olhando que está vendo uma violação de direitos humanos jamais visto na história do Brasil, na última República. Então, o Senado decide que a pauta única da oposição será a votação imediata do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, para que assim possamos salvar a economia do Brasil e para que a nação possa ter aí um sossego nos próximos anos. Porque a culpa de tudo, com certeza, é Alexandre de Moraes e presidente Lula.” Em seguida, o Senador Magno Malta convoca que os Senadores venham ao encontro de sua fala para “se redimirem diante da omissão, do medo, da covardia do Senado da República.” Em seguida, o Senador Magno Malta convoca que os Senadores venham ao encontro de sua fala para “se redimirem diante da omissão, do medo, da covardia do Senado da República.” “Se hoje existe um monstro chamado Alexandre de Moraes, a culpa é do Senado. Alexandre de Moraes é um estelionato, é uma falsidade ideológica, é uma mentira. E o Senado da República o sabatinou. O Senado da República ouviu o que ele disse. Isso tá gravado. O Senado da República o recomendou no plenário e não tem forças. Deixou que esse monstro, que os seus tentáculos fossem tomando contornos que nós não podemos calcular. E hoje nós botamos na conta de Alexandre Moraes aquilo que está na conta de todos.” Malta continua, dizendo que assinou, na semana passada, o impeachment de Cármem Lúcia e o impeachment de Gilmar Mendes. Lembrado que Gilmar disse que “sem o Supremo não haveria Lula”. “Eles tiraram um condenado da prisão e colocaram na presidência. Esse mesmo ministro foi quem disse: [No Brasil existe uma cleptocracia. – Gilmar Mendes]. Ele tirou o cleptocrata da prisão e hoje, alinhado ao eixo do mal, a sua ideologia sentada no Palácio do Planalto, se alinhou ao eixo do mal, o Irã, a China, a Rússia. E a mim me parece que ele é muito mais um laranja da China.” Em seguida, lembra que o Chanceler russo disse que não foram eles que propuseram uma moeda única do BRICS, mas o presidente do Brasil. Que o que temos no Brasil “é um conluio do STF com os ideológicos que hoje dirigem o país.” “Que que nós temos que fazer ao Senado? Nós temos que impeachmar o Alexandre de Moraes”. Logo após, relembra a frase de Cármen Lúcia sobre o Brasil ter 213 milhões de pequenos tiranos e que ela seria a tirana e também deve ser impeachmada. “O Brasil está pagando por ter um ideológico, um comunista no poder e que tem um nanismo diplomático. Se alinnhou ao eixo do mal, verbaliza o que quer o eixo do mal e o brasileiro vai pagar, nós vamos pagar. E eles estão mentindo, tentando colocar na conta de um inocente”. “O Brasil está pagando por ter um ideológico, um comunista no poder e que tem um nanismo diplomático. Se alinnhou ao eixo do mal, verbaliza o que quer o eixo do mal e o brasileiro vai pagar, nós vamos pagar. E eles estão mentindo, tentando colocar na conta de um inocente”. E finalizou: “Encerro dizendo, nós chegamos no limite. Nós não temos mais como voltar. É viver ou viver. Porque se eu dissesse a palavra morrer ou morrer, seria tudo distorcido. É viver ou viver. Nós vamos usar todos os mecanismos e a minha palavra a este tirano da toga chamado Alexandre de Moraes. Põe a mão nele (Jair Bolsonaro), põe a mão nele e tenta a sorte. Bem, porque o azar você já tem.” A íntegra das falas pode ser acessada aqui. As declarações de Damares e Malta, que refletem a insatisfação de parlamentares com decisões recentes do magistrado, marcam uma escalada na tensão entre o Legislativo e o Judiciário.

O governo Obama fabricou e politizou informações de inteligência sobre interferência da Rússia nas eleições de 2016. O “Russiagate” foi uma farsa

O governo Obama fabricou e politizou informações de inteligência sobre interferência da Rússia nas eleições de 2016. O “Russiagate” foi uma farsa. Edição com imagens CC

Nos últimos anos, a narrativa de que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016, o famigerado “Russiagate“, tem sido um dos temas mais controversos da política americana. Documentos desclassificados e declarações recentes da Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, reacenderam o debate, sugerindo que o governo de Barack Obama, com o envolvimento de figuras como o ex-Diretor da CIA John Brennan e o ex-Diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, pode ter fabricado e politizado informações de inteligência para sustentar essa narrativa. Este artigo mergulha nas acusações de que Obama sabia, a história da interferência russa, confronta os argumentos contrários e destrincha o contexto para revelar se a narrativa do “Russiagate” foi uma farsa ou se teria alguma base real. O Contexto das Eleições de 2016 As eleições presidenciais de 2016 foram marcadas por uma polarização intensa e eventos inesperados. A vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton desafiou as previsões das pesquisas e gerou especulações sobre fatores externos que poderiam ter influenciado o resultado. Entre esses fatores, a suposta interferência russa ganhou destaque, com relatos de hackers acessando e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) e campanhas de desinformação em redes sociais. Essas acusações foram amplificadas pela administração Obama, que, em outubro de 2016, viu o Departamento de Segurança Interna e o Diretório de Inteligência Nacional emitirem uma declaração conjunta acusando a Rússia de ciberataques. Após a eleição, em dezembro de 2016, Obama ordenou sanções contra a Rússia, incluindo a expulsão de diplomatas e o fechamento de instalações diplomáticas russas nos EUA, como resposta às supostas atividades de interferência. As alegações de Tulsi Gabbard Em julho de 2025, Tulsi Gabbard trouxe à tona documentos desclassificados que questionam a narrativa oficial. Segundo ela, a administração Obama, com a participação ativa de John Brennan, então Diretor da CIA, e James Clapper, então Diretor de Inteligência Nacional, teria “fabricado e politizado inteligência” para sugerir que a Rússia tentou influenciar a eleição de 2016 em favor de Trump. Gabbard alega que avaliações iniciais da comunidade de inteligência, incluindo um briefing presidencial de 8 de dezembro de 2016, indicavam que “atores russos e criminosos não impactaram os resultados das eleições americanas recentes por meio de atividades cibernéticas maliciosas contra a infraestrutura eleitoral“. No entanto, em janeiro de 2017, a Avaliação da Comunidade de Inteligência (ICA) contradisse essas conclusões, afirmando que Vladimir Putin dirigiu esforços para ajudar Trump a derrotar Clinton, baseando-se, em parte, no controverso dossiê Steele. Gabbard acusa Brennan e Clapper de desempenharem papéis centrais na manipulação dessas informações, pressionando analistas a alinharem o relatório com uma narrativa politizada que servisse aos interesses democratas após a derrota de Hillary Clinton. Ela aponta que a inclusão do dossiê Steele, um documento não verificado e financiado por aliados de Clinton, foi um movimento deliberado para reforçar a narrativa de conluio entre Trump e a Rússia, apesar de objeções internas de analistas de inteligência. Respostas e contra-argumentos As alegações de Gabbard foram recebidas com críticas de figuras democratas e alguns republicanos. O deputado Jim Himes, do Comitê de Inteligência da Câmara, classificou as acusações como “infundadas”, destacando que investigações bipartidárias, como a do Comitê de Inteligência do Senado, confirmaram as conclusões da ICA de 2017. O senador Mark Warner, também do Comitê de Inteligência do Senado, argumentou que o relatório de Gabbard confunde tentativas russas de manipular a infraestrutura eleitoral (que não tiveram sucesso) com operações de influência, como campanhas de desinformação em redes sociais, que buscavam moldar a opinião pública em favor de Trump. Relatórios anteriores, incluindo os do Comitê de Inteligência do Senado e a investigação de Robert Mueller, afirmam que a Rússia conduziu uma campanha de influência em 2016, envolvendo a divulgação de e-mails roubados do DNC e a disseminação de desinformação. Embora a investigação de Mueller não tenha encontrado evidências de conluio criminoso entre a campanha de Trump e a Rússia, teve como conclusão que a interferência russa foi “sistemática e abrangente”. O papel do Dossiê Steele O dossiê Steele, compilado pelo ex-oficial de inteligência britânico Christopher Steele, é um ponto central nas alegações de Gabbard. O documento, que alegava que a Rússia possuía material comprometedor sobre Trump, foi incluído na ICA de 2017, apesar de objeções de analistas que consideravam suas informações não verificadas. Críticos, incluindo Gabbard, argumentam que o dossiê era uma peça de inteligência politicamente motivada, financiada por aliados de Hillary Clinton, e sua inclusão comprometeu a credibilidade do relatório. Documentos desclassificados sugerem que Brennan e Clapper, cientes das limitações do dossiê, pressionaram por sua inclusão para reforçar a narrativa de interferência russa.  Motivações A administração Obama enfrentou um dilema em 2016. Havia preocupações legítimas sobre ciberataques russos contra o DNC e tentativas de acessar sistemas eleitorais estaduais. No entanto, a Casa Branca hesitou em agir publicamente antes da eleição, temendo acusações de favorecer Clinton, especialmente em um contexto em que Trump alegava que o processo eleitoral seria manipulado. Essa hesitação foi criticada por ex-funcionários, que acreditam que Obama deveria ter tomado medidas mais decisivas. Além disso, uma revisão interna da CIA em 2025 apontou “anomalias processuais” na elaboração da ICA, incluindo a exclusão do Conselho Nacional de Inteligência e o envolvimento direto. Obama sabia? Uma questão crucial levantada pelas alegações de Gabbard é até que ponto Barack Obama estava ciente da fragilidade das evidências que sustentavam a narrativa do “Russiagate”. Documentos desclassificados, incluindo comunicações internas da comunidade de inteligência, sugerem que Obama foi informado, ainda em 2016, de que as evidências de interferência russa direta na infraestrutura eleitoral eram inconclusivas. O briefing presidencial de 8 de dezembro de 2016, citado por Gabbard, indicava que os ciberataques russos não alteraram os resultados eleitorais, uma avaliação que contrastava com a narrativa pública promovida após a eleição. Apesar disso, Obama endossou sanções contra a Rússia e permitiu que a ICA de 2017, com a inclusão do dossiê Steele, fosse publicada, reforçando a percepção de uma conspiração russa para eleger Trump. Críticos argumentam que Obama, pressionado por aliados democratas e pela necessidade de justificar a derrota de Clinton, optou

Lei Magnitsky: origem, evolução e alvos de sanções contra violações de direitos humanos

Magnitsky. Edição com imagens CC

Em 18 de julho, a Lei Magnitsky voltou ao centro das discussões internacionais devido a especulações sobre sua possível aplicação contra autoridades brasileiras, após o anúncio do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre a revogação de vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Procurador-Geral da República. Embora a medida tenha sido enquadrada na Lei de Imigração e Nacionalidade, a menção à Lei Magnitsky reacendeu o interesse por essa legislação americana que pune violações graves de direitos humanos e corrupção. Mas o que é a Lei Magnitsky, qual sua origem, como ela evoluiu e quem já foi sancionado por ela? Origem da Lei Magnitsky A Lei Magnitsky teve origem em um caso trágico de abuso de poder na Rússia. Sergei Magnitsky, um advogado russo, denunciou em 2008 um esquema de corrupção envolvendo altos funcionários do governo, que desviaram milhões de dólares em impostos. Em retaliação, Magnitsky foi preso e morreu em 2009, aos 37 anos, em uma prisão de Moscou, sob condições suspeitas de maus-tratos e negligência médica. Sua morte gerou indignação global e inspirou o ativista Bill Browder, ex-empregador de Magnitsky, a pressionar por justiça. Em 2012, o Congresso dos EUA aprovou a Sergei Magnitsky Rule of Law Accountability Act, uma legislação voltada inicialmente para sancionar autoridades russas envolvidas na morte de Magnitsky e em outras violações de direitos humanos. A lei permitia o congelamento de ativos financeiros nos EUA e a proibição de entrada no país para os alvos, como funcionários penitenciários, policiais e juízes russos. Evolução para a Lei Global Magnitsky Em 2016, a legislação foi ampliada com a Global Magnitsky Human Rights Accountability Act, que expandiu o alcance para qualquer indivíduo ou entidade, em qualquer país, acusado de: Sob a lei global, o Departamento do Tesouro, em coordenação com o Departamento de Estado, pode impor sanções como congelamento de ativos, proibição de transações com cidadãos ou empresas americanas e revogação de vistos. A lista de alvos é gerenciada pelo Office of Foreign Assets Control (OFAC), e as sanções têm impacto global devido à centralidade do sistema financeiro americano. Quem já foi sancionado? Desde sua criação, a Lei Magnitsky foi usada contra mais de 500 indivíduos e entidades em cerca de 40 países, segundo o Departamento do Tesouro até 2023. Exemplos notáveis incluem: Contexto Brasileiro em 2025 No caso brasileiro, rumores e reportagens de veículos como O Globo, Folha de S.Paulo e UOL (18-19 julho) especularam que a Lei Magnitsky poderia ser usada contra os ministros do STF (Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes) e Paulo Gonet, após Rubio anunciar a revogação de seus vistos. A Lei Magnitsky é uma ferramenta poderosa para responsabilizar violadores de direitos humanos e corruptos, mas sua aplicação é politicamente sensível, muitas vezes vista como ingerência por países alvos. No Brasil, a menção à lei reflete tensões entre o governo Trump e o STF. Fonte: U.S. Department of the Treasury, U.S. Department of State, Human Rights Watch, Congressional Research Service, BBC, Reuters, The Guardian

STF na Mira: EUA anunciam cancelamento de visto de Alexandre de Moraes, Ministros do STF, dentre outras autoridades brasileiras e seus familiares

STF na Mira EUA anunciam cancelamento de visto de Alexandre de Moraes, Ministros do STF, dentre outras autoridades brasileiras e seus familiares. Edição com imagens CC

Nesta sexta-feira (18), o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, anunciou a revogação dos vistos americanos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus familiares e de “aliados” no tribunal. A decisão, comunicada pelo Secretário de Estado, Marco Rubio, em uma postagem na rede social X, foi justificada como uma resposta às ações judiciais de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A medida intensifica as tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Rubio alegou que Moraes promove uma “caça às bruxas política” contra Bolsonaro, criando um “complexo de perseguição e censura” que, segundo ele, viola direitos básicos dos brasileiros e impacta cidadãos americanos, ao tentar restringir conteúdos em plataformas sediadas nos EUA, como X e Rumble. “O presidente Trump deixou claro que sua administração responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura à expressão protegida nos Estados Unidos”, afirmou Rubio, ordenando a revogação imediata dos vistos.  “Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados na corte, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato.” – Marco Rubio Segundo apurado pela coluna de Mariana Sanches do portal de notícias do UOL, as sanções seriam contra todos os ministros do STF, exceto André Mendonça, Kássio Nunes Marques e Luiz Fux. E segundo os perfis do X, Instituto Brasil pela Liberdade e Armillary, a lista inclui: – Alexandre de Moraes – Ministro do STF  – Paulo Gonet Branco – Procurador-Geral da República (PGR)  – Luís Roberto Barroso – Presidente do STF  – Gilmar Mendes – Ministro do STF; Decano  – Edson Fachin – Ministro do STF  – Cármen Lúcia – Ministra do STF  – Dias Toffoli – Ministro do STF  – Cristiano Zanin – Ministro do STF  – Flávio Dino – Ministro do STF  – Andrei Rodrigues – Diretor-Geral da Polícia Federal (PF)  – Fábio Schor – Chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos da PF  – Ricardo Lewandowski – Ministro da Justiça; ex-Ministro do STF  – Rodrigo Pacheco – Senador; ex-Presidente do Senado Federal (até início de 2025) Assim como, seus familiares mais próximos, o que se acredita que sejam, cônjuges e filhos. A decisão ocorre no mesmo dia em que Moraes determinou que Bolsonaro passe a usar tornozeleira eletrônica, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga o ex-presidente por suposta articulação internacional contra autoridades brasileiras. A operação incluiu buscas na residência de Bolsonaro e na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, com a apreensão de um pen drive, dólares em espécie e documentos relacionados a ações judiciais contra Moraes nos EUA. No Brasil, a medida foi recebida com reações polarizadas. A oposição, comemora a decisão, enquanto aliados do governo Lula, criticam a interferência americana. A revogação dos vistos pode escalar o confronto entre o Judiciário brasileiro e o governo Trump, com possíveis reflexos em acordos bilaterais e nas exportações brasileiras, especialmente após ameaças de sanções via temida Lei Magnitsky (“pena de morte financeira”). Até o momento, o STF e demais autoridades não se pronunciaram oficialmente. Fonte: Veja, CNN, CNN II, UOL

Cronologia da Crise: Moraes coloca tornozeleira em Bolsonaro e desafia Trump

Cronologia da Crise Moraes coloca tornozeleira em Bolsonaro e desafia Trump. Edição com imagens CC

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, escalou a tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos ao emitir ordens judiciais contra plataformas digitais americanas e impor severas restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro. As medidas vêm em resposta ao anúncio do presidente americano Donald Trump, em 9 de julho, de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A tarifa, chamada de “Tarifa-Moraes” por aliados de Bolsonaro, foi justificada por Trump como retaliação às ações judiciais de Moraes, acusado de violar a liberdade de expressão de cidadãos e empresas americanas. Cronologia dos Fatos Implicações As ações de Moraes contra Bolsonaro e plataformas americanas são vistas como resposta direta à tarifa de Trump e seu apoio público a Bolsonaro, chamado por ele de vítima de uma “caça às bruxas”. As restrições a Bolsonaro, réu em um processo por suposto golpe com pena potencial de 40 anos, buscam limitar sua influência e isolá-lo de contatos com outros réus e contatos diplomáticos. O governo Lula enfrenta o desafio de equilibrar a autonomia judicial com a estabilidade econômica. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 16 de julho, alertou para perdas anuais de US$ 12 bilhões nas exportações, pedindo diálogo urgente. As consequências econômicas são iminentes sem negociações, como no colapso da fruticultura do Vale do São Francisco. Aliados de Bolsonaro, como o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, denunciaram as medidas como “censura” e tentativa de silenciar uma figura que representa milhões. Enquanto isso, as ordens de Moraes contra plataformas americanas tensionam as relações Brasil-EUA, com o Itamaraty classificando as ações de Trump como “chantagem”. A crise, que mistura questões judiciais, diplomáticas e econômicas, coloca o Brasil em um cenário internacional delicado e inédito, com impactos que podem reverberar a nível histórico.

Erro em hospital de SC: 11 bebês recebem antídoto para picada de cobra ao invés de vacina contra hepatite B

Um grave erro médico ocorrido no Hospital Santa Cruz, em Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina, ganhou repercussão nacional. Entre os dias 9 e 11 de julho, 11 recém-nascidos receberam, por engano, doses de soro antibotrópico, usado contra picadas de cobras como a jararaca. Isso ocorreu no lugar da vacina contra hepatite B, que deve ser aplicada nas primeiras horas de vida, conforme o Calendário Nacional de Imunização. O caso foi confirmado pela unidade hospitalar na terça-feira (15) e está sob investigação. Segundo a direção do hospital, o erro pode ter sido causado pela semelhança entre os frascos do soro e da vacina, ambos produzidos pelo mesmo laboratório. A dose administrada, de 0,5 ml, é significativamente menor que a quantidade utilizada em casos de envenenamento por cobra (30 a 120 ml), o que minimiza os riscos à saúde dos bebês. Até o momento, nenhuma reação adversa foi registrada, e todas as crianças estão estáveis, sendo monitoradas pela equipe da Vigilância Epidemiológica municipal. A orientação é que os bebês sejam observados por até 30 dias. A Secretaria Municipal de Saúde de Canoinhas foi informada do ocorrido na segunda-feira (14) pela Regional de Saúde de Mafra e afirmou que a responsabilidade pela aplicação é do hospital, já que o erro ocorreu na maternidade. As famílias foram comunicadas imediatamente e recebem suporte técnico e acompanhamento. A vacina contra hepatite B, essencial para prevenir infecções hepáticas graves, como cirrose e câncer de fígado, será aplicada nos bebês dentro do prazo de 30 dias, junto com a vacina BCG.  A prefeita Juliana Maciel determinou a contratação de uma auditoria externa para investigar os procedimentos do hospital, que é filantrópico e recebe cerca de R$ 1 milhão mensais do município para atendimentos pelo SUS. A diretora do hospital, Karin Adur, classificou o caso como um “incidente sem dano”, destacando a transparência na condução do caso e o acompanhamento contínuo das crianças. Uma sindicância interna também foi instaurada para apurar se o erro foi intencional ou decorrente de falha humana, como a falta de verificação dos rótulos. O caso reacende debates sobre a segurança em protocolos hospitalares, especialmente em unidades que atendem públicos vulneráveis, como recém-nascidos, e reforça a importância de rigor na administração de medicamentos. Fonte: G1, UOL, NSCtotal, nd+

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