Escravas de luxo: PF desmantela rede que vendia brasileiras por até €1.000 na Europa

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (15), uma operação para apurar um esquema de tráfico internacional de mulheres brasileiras para exploração sexual na Europa. A investigação, iniciada em maio de 2024, revelou um esquema criminoso sofisticado, voltado ao aliciamento de mulheres — especialmente aquelas com perfil de modelos — por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. As vítimas eram seduzidas com promessas de altos rendimentos, passagens aéreas e hospedagem gratuita. Contudo, ao chegarem ao destino europeu, eram submetidas a uma realidade brutal: condições degradantes de moradia, jornadas exaustivas de exploração sexual, retenção de documentos, ameaças, agressões físicas, chantagens emocionais e violência psicológica contínua. Os relatos apontam que algumas chegavam a atender até 20 clientes por dia. Nesta etapa da operação, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em São Paulo, além de um mandado de prisão preventiva. Também foi determinado o sequestro e bloqueio de bens e valores de investigados, totalizando até R$ 6,6 milhões. Quatro passaportes foram apreendidos, e as respectivas investigadas estão impedidas de deixar o país. O inquérito policial teve início a partir de elementos reunidos durante diligências e do depoimento de uma das vítimas, que conseguiu retornar ao Brasil e forneceu detalhes cruciais sobre o funcionamento da rede criminosa. As investigações também revelaram que o grupo operava com uma “tabela de preços” padronizada para os serviços sexuais forçados. Os valores cobrados variavam entre €100 e €1000, dependendo da duração e do tipo de atendimento. A tabela previa, por exemplo, €100 por 30 minutos de sexo, €120 por 45 minutos e €150 por uma hora completa. Já para uma noite inteira, o valor poderia chegar a €1000. A meta imposta às vítimas era gerar pelo menos €1000 por dia. Toda a organização financeira era controlada pela cafetina-chefe dos prostíbulos. Ela ficava responsável por agendar o maior número possível de programas e reter integralmente os valores arrecadados, repassando às mulheres apenas pequenas quantias, sob regime de total dependência e vigilância. O caso se soma a uma série de operações recentes que evidenciam a atuação de redes brasileiras e internacionais de tráfico humano, que utilizam promessas de luxo, beleza e sucesso como fachada para um sistema de escravidão sexual travestido de glamour. A PF segue aprofundando as investigações para identificar outros envolvidos e possíveis ramificações da quadrilha em território nacional e no exterior. Fonte: Metrópoles e Metrópoles

Já pensou conversar com uma inteligência artificial dentro do seu carro, como se fosse um copiloto digital?

A Tesla instalou o Grok, IA do X, nos carros — mas ela ainda não pode assumir o volante. Mas você já pensou conversar com uma inteligência artificial dentro do seu carro, como se fosse um copiloto digital? Essa é a nova aposta da Tesla. A empresa de Elon Musk começou a liberar, nos Estados Unidos, uma atualização de software (versão 2025.26) que integra o Grok 4, a IA criada pela xAI — o laboratório de inteligência artificial também fundado por Musk — diretamente nos sistemas dos carros da marca. Por enquanto, o Grok ainda não controla o carro. Ele serve apenas como um assistente de conversas: responde perguntas, explica conceitos, conta piadas e mantém um bom papo — mas não pode mudar o ar-condicionado, mexer na música, recalcular a rota nem executar comandos diretos do veículo. Ou seja, é um copiloto falante, mas sem mãos no volante. O recurso está disponível apenas para Teslas fabricados a partir de meados de 2021, que tenham chip AMD Ryzen. É necessário estar conectado ao Wi‑Fi ou ter a assinatura Premium Connectivity, que custa US$ 9,99 por mês. Nos modelos recém-fabricados, a IA já vem de fábrica desde 12 de julho de 2025. Tesla quer transformar o carro em plataforma Mais do que um simples carro, a Tesla quer que seus veículos se tornem plataformas digitais, como um smartphone sobre rodas. Com o Grok, abre-se o caminho para novos serviços baseados em assinatura — e quem sabe até vendas dentro do próprio carro. A integração do Grok é só o começo. A expectativa é que, em breve, o sistema possa controlar funções do carro por comando de voz: mudar a temperatura, abrir janelas, iniciar navegação, escolher playlists — tudo com um simples pedido. Ainda não há prazo oficial, mas os planos da Tesla e da xAI caminham para isso. Fontes: Reuters, Business Insider, MySA

Rumble desafia Moraes: tentativa de censura a Rodrigo Constantino vira caso internacional

A pressão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a crescer em território internacional. A Rumble e a Trump Media, empresa de tecnologia ligada ao presidente Donald Trump, entraram novamente com uma ação na Justiça Federal da Flórida, acusando Moraes de violar a Constituição dos Estados Unidos ao impor censura e ordens de bloqueio a conteúdos e perfis norte-americanos. As duas empresas já movem, desde fevereiro, uma ação civil contra o ministro e agora intensificam a ofensiva após mais uma medida controversa do magistrado. Na última sexta-feira, 11 de julho, Moraes ordenou que a Rumble suspendesse, em até 48 horas, o perfil do comentarista Rodrigo Constantino. A plataforma recusou cumprir a decisão e comunicou diretamente à Justiça americana, alegando que a ordem brasileira é “inválida e inexequível“. Segundo a Rumble, o conteúdo publicado por Constantino não incita violência e está protegido pelas leis dos Estados Unidos, país no qual o comentarista obteve cidadania em 2024. A empresa também destacou que o acesso de usuários brasileiros à Rumble está bloqueado desde fevereiro por determinação do próprio Moraes, tornando a exigência de remoção “sem sentido“. Além do pedido de suspensão do perfil, Moraes exigiu ainda o envio de dados cadastrais de Constantino — o que, segundo a Rumble, poderia violar legislações americanas de proteção à cidadania e à privacidade. A plataforma reiterou que não reconhece a jurisdição do ministro brasileiro para impor sanções a empresas e cidadãos sediados nos Estados Unidos, e apontou possível violação à soberania norte-americana. Em resposta a essa sequência de medidas, a Justiça da Flórida expediu, no último dia 17 de junho, uma nova citação a Moraes. O ministro foi formalmente notificado no dia 8 de julho e tem 21 dias para se manifestar. Caso não o faça, poderá ser julgado à revelia — uma decisão que pode abrir um precedente jurídico sem precedentes para autoridades de outros países que extrapolem suas competências em território estrangeiro. Essa nova fase do processo ocorre num momento de escalada diplomática entre os dois países. No dia 9, Trump classificou as investigações contra Jair Bolsonaro como uma “caça às bruxas” e anunciou um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, a vigorar a partir de agosto. Já neste domingo, 14, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, respondeu oficialmente ao governo americano, afirmando que o tribunal agirá com “independência” e “respeito ao contraditório”. Segundo ele, “se houver provas, os culpados serão responsabilizados. Se não houver, serão absolvidos. Assim funciona o Estado democrático de direito.” O caso não é apenas um embate jurídico: é também um símbolo do choque entre duas visões de mundo. Para a Rumble e a Trump Media, a atuação de Moraes representa um abuso de autoridade e uma tentativa de censura extraterritorial. Já para o STF, trata-se de garantir a legalidade de decisões brasileiras mesmo no ambiente digital. No entanto, o que está em jogo vai muito além de uma conta suspensa: trata-se da disputa pela soberania digital, pela liberdade de expressão e pelo futuro das democracias ocidentais diante de um Judiciário que cada vez mais se arroga poderes globais. Fonte: www.msn.com

Enquanto Lula faz bravatas, Tarcísio de Freitas toma a frente para evitar o colapso econômico gerado pela Tarifa Moraes

No epicentro do abalo econômico causado pela decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros, uma voz começa a se destacar entre a inércia e o ruído político de Brasília: a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Enquanto o presidente Lula e sua equipe preferem atribuir a culpa à oposição — especialmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro, atualmente nos EUA —, Tarcísio adota uma postura técnica e diplomática, apontando falhas na articulação internacional do governo federal. O governador defende uma reação firme, mas racional, que preserve os interesses econômicos do país e evite um agravamento do isolamento comercial. “Não se trata apenas de uma disputa ideológica ou de retaliação automática. Precisamos entender onde erramos na condução diplomática e como podemos reconstruir pontes que garantam previsibilidade ao comércio exterior brasileiro“, teria dito Tarcísio em reunião com empresários do setor exportador paulista. O governador, ex-ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro e com amplo trânsito no meio técnico e empresarial, demonstrou preocupação com o impacto direto da medida sobre a indústria paulista, especialmente nos setores automotivo, agronegócio e tecnologia. Estima-se que as novas tarifas comprometam bilhões em contratos e exportações apenas em São Paulo. Ao mesmo tempo em que critica o improviso do governo Lula, Tarcísio reforça a necessidade de evitar uma escalada retórica. “Retaliar por retaliar, sem estratégia, é infantil. Precisamos ter inteligência geopolítica para defender nossos interesses e preservar empregos aqui dentro.” Sua postura tem sido bem recebida por setores do empresariado e por figuras da oposição que enxergam em Tarcísio uma alternativa de liderança ponderada em meio à crise. Discreto, mas firme, o governador se posiciona como uma das poucas figuras públicas que tratam o episódio com a seriedade e o pragmatismo que a situação exige — em contraste com o palanque ideológico montado por Brasília.

Com foco em moradores de rua, Lula turbina Bolsa Família e vê BPC ultrapassar programa em mais de mil cidades

Nesta semana, o governo Lula promoveu a reformulação em dois eixos centrais da política social brasileira. Por meio da Portaria MDS nº 1.097/2025, o programa Bolsa Família passou a priorizar, desde julho, famílias com pessoas em situação de rua, em risco social ou insegurança alimentar, classificando-as como urgentes no cadastro e na fila de inclusão. A medida se soma a outros critérios já existentes, como trabalho infantil, liberação de escravidão e condições quilombolas, com o objetivo de “elevar a segurança de renda e alimentar de quem se encontra em alto risco social“. O Bolsa Família manterá os critérios de renda e atualização no CadÚnico, e os novos grupos já foram incluídos na folha de pagamento de julho de 2025. Paralelamente, a crescente relevância do Benefício de Prestação Continuada (BPC) chama atenção. Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, o gasto com BPC já ultrapassa o Bolsa Família em 1.131 municípios. Dados da CNN e do Portal AZ confirmam que, entre 2023 e 2025, o número de municípios nessa condição saltou de 492 para 1.167, um aumento de 137%. Atualmente, o BPC atende cerca de 6,2 milhões de pessoas (idosos e pessoas com deficiência), valor mais que o dobro da média individual do Bolsa Família, que alcança em média R$ 1.518 contra cerca de R$ 660 por família no Bolsa Família. O crescimento acelerado do BPC se deve a uma combinação de fatores: mudanças legislativas que permitem mais de um benefício por família, reforma previdenciária que dificultou aposentadorias, reconhecimento de mais deficiências (como o TEA), judicialização de pedidos e aumento real do salário mínimo. O resultado é que programas pagos em dobro por pessoa ganham maior espaço no orçamento federal em muitos municípios, exigindo atenção dos órgãos de controle. A junção das medidas – inclusão de pessoas em situação de rua no Bolsa Família e expansão significativa do BPC – evidencia uma política social que ganha complexidade, com tensões entre foco em vulneráveis extremos e a sustentabilidade orçamentária. Além disso, reforça o enfoque do governo em unir transferência de renda com enfrentamento da fome, mas ao mesmo tempo pressiona os cofres públicos, sobretudo localmente. A combinação desses fatores exige aprimoramento nos mecanismos de controle e uma visão estratégica que equilibre justiça social e eficiência econômica.

Soberania acima de tudo: Trump impõe nova política migratória à África Ocidental

O presidente Donald Trump, em evento realizado na Casa Branca de 9 a 11 de julho de 2025, reuniu-se com cinco presidentes da África Ocidental — de Senegal, Libéria, Guiné-Bissau, Mauritânia e Gabão — para pressioná-los publicamente a aceitarem a devolução de migrantes deportados dos EUA, mesmo quando seus países de origem se recusam a recebê-los. Esse movimento marca uma expansão explícita da política “America First” que prioriza acordos multilaterais para acelerar deportações, utilizando na prática o conceito de “safe third country” ou terceiro país seguro. O “safe third country” é um país que não é o país de origem do solicitante de asilo, nem o destino final pretendido (por exemplo, os EUA), mas que é considerado seguro o suficiente para que a pessoa aguarde ali o julgamento do seu pedido de refúgio ou seja deportada para esse local. De acordo com um documento interno do Departamento de Estado citado pela imprensa, essas nações seriam responsáveis por “transferência digna, segura e em tempo hábil” de migrantes, comprometendo-se a não remetê-los aos países de origem até que seus pedidos de asilo nos EUA sejam julgados. A Libéria chega a se preparar para acolher parte desse fluxo em sua capital, Monróvia. Durante o encontro, Trump ressaltou que pretende deslocar o relacionamento EUA‑África de um formato de ajuda — que era viabilizada pela USAID, que foi extinta sob sua gestão — para um modelo focado em comércio, investimento e segurança, sobretudo em recursos minerais estratégicos. Ele destacou que seu objetivo principal era reduzir “altas taxas de permanência além do visto” e avançar nos acordos de “safe third country”. O encontro, descrito como um minicúpula africana, também tratou da competição geopolítica com Rússia e China. Analistas da Brookings e outros centros apontam que Trump usa a estratégia migratória como alavanca para elevar sua presença diplomática na região e atrair investimentos americanos ao lado da agenda de segurança e recursos naturais. Fonte: Reuters.com e Semafor

Desertora norte-coreana entra com ações judiciais por tortura e estupro contra Kim Jong-un

Uma ex-prisioneira política norte-coreana entrou nesta semana com dois processos judiciais inéditos contra o ditador Kim Jong-un na Coreia do Sul, acusando o líder comunista e outros seis altos funcionários do regime por crimes contra a humanidade, tortura sistemática, estupro e perseguição política. A ação, revelada pela plataforma especializada NK News e repercutida por veículos como The Guardian nesta quinta-feira (11), representa a primeira tentativa formal de responsabilizar judicialmente o líder norte-coreano em território sul-coreano por violações de direitos humanos cometidas dentro da ditadura mais fechada do mundo. A denunciante é Choi Min-kyung, hoje com 53 anos, que conseguiu escapar do país em 2012 após ser presa e deportada quatro vezes entre 2000 e 2008. Durante os anos em que esteve sob custódia do regime, ela afirma ter sido espancada repetidamente, torturada psicologicamente, submetida a trabalho forçado e vítima de violência sexual por parte de guardas. Em entrevista à imprensa sul-coreana, Choi disse que ainda sofre com as sequelas dos abusos, incluindo perda auditiva permanente, trauma psicológico e dependência de medicamentos. “Sobrevivi, mas vivo todos os dias com o peso daquilo que passei“, declarou. A ação judicial, protocolada em um tribunal de Seul com o apoio do Database Center for North Korean Human Rights (NKDB), busca uma indenização de 50 milhões de wones sul-coreanos (cerca de 37 mil dólares) e solicita à Justiça que inicie uma investigação formal com base no princípio da responsabilidade de comando. Esse conceito jurídico, já utilizado em tribunais internacionais para julgar crimes de guerra, sustenta que líderes políticos e militares podem ser responsabilizados por atrocidades cometidas sob sua autoridade, mesmo que não as tenham ordenado diretamente. O advogado responsável pelo caso, Lee Young-hyun, também é um ex-refugiado da Coreia do Norte e atualmente o primeiro cidadão norte-coreano naturalizado sul-coreano a atuar como advogado no país. Embora a Coreia do Sul não reconheça oficialmente o regime norte-coreano como Estado separado, sua legislação permite que crimes cometidos em território norte-coreano sejam julgados por suas cortes, uma vez que Seul considera toda a península como parte de seu território soberano. A expectativa, no entanto, é de que, mesmo em caso de condenação, as sanções sejam simbólicas, já que não há mecanismos práticos para fazer cumprir uma sentença contra Kim Jong-un. Ainda assim, o caso pode abrir precedente para futuras ações, tanto domésticas quanto internacionais. A denúncia surge em um momento em que governos conservadores, especialmente nos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, têm reforçado sua retórica contra regimes autoritários, sobretudo os comunistas. Em maio, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio citou em audiência no Senado a necessidade de pressionar o regime de Pyongyang e apoiar os desertores norte-coreanos em busca de justiça. A ação movida por Choi é vista por diplomatas sul-coreanos como um possível catalisador para aumentar a pressão sobre o regime, inclusive em instâncias como o Conselho de Direitos Humanos da ONU ou o Tribunal Penal Internacional, embora a Coreia do Norte não reconheça essas jurisdições. As denúncias de Choi Min-kyung reforçam o extenso histórico de violações de direitos humanos documentado por missões da ONU e por organizações como a Human Rights Watch. Em 2014, uma comissão da ONU concluiu que o regime norte-coreano mantinha campos de prisioneiros políticos com práticas de tortura, assassinatos arbitrários, fome forçada e escravidão — muitos desses crimes classificados como “contra a humanidade“. Apesar da gravidade das acusações, pouco avanço foi feito no sentido de responsabilização judicial de altos membros do regime. Ao tornar-se a primeira vítima a entrar com ação direta contra Kim Jong-un, Choi afirma que pretende dar voz a milhares de norte-coreanos que não tiveram a chance de escapar ou de contar sua história. “Nós somos testemunhas vivas“, declarou. “Devemos agir enquanto ainda podemos.“

Tensões regionais: escândalo de espionagem em Itaipu ecoa no cenário internacional e atrai apoio dos EUA ao Paraguai

O escândalo de espionagem envolvendo a barragem binacional de Itaipu, revelado pela imprensa brasileira e detalhado em reportagem publicada pela revista Foreign Policy em 10 de julho de 2025, repercutiu internacionalmente e reacendeu disputas geopolíticas históricas entre Brasil e Paraguai. A crise diplomática ganhou novos contornos ao atrair o apoio explícito de parlamentares norte-americanos ao governo paraguaio, ampliando a pressão sobre Brasília. Segundo a Foreign Policy, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) monitorou ilegalmente as comunicações de ao menos seis autoridades paraguaias envolvidas nas negociações sobre o novo tratado de Itaipu, que substitui o acordo firmado entre as duas ditaduras militares em 1973. A espionagem teria começado ainda no governo Jair Bolsonaro, mas continuou pelos primeiros seis meses do governo Lula — inclusive após o presidente tomar conhecimento do caso, segundo as denúncias. O governo brasileiro nega envolvimento direto e afirma que suspendeu o monitoramento assim que foi informado, prometendo uma investigação interna. No entanto, a explicação não foi suficiente para conter a indignação do presidente do Paraguai, Santiago Peña, que suspendeu as negociações com o Brasil e exigiu uma resposta formal. O chanceler paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano, classificou o ato como “violação do direito internacional” e uma “interferência inaceitável nos assuntos internos do Paraguai“. A crise diplomática ganhou dimensão internacional ao ser citada em maio por Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, durante uma audiência no Senado americano. Rubio elogiou o potencial energético do Paraguai e encorajou investimentos estratégicos em data centers movidos à energia limpa gerada por Itaipu, afirmando que o país tem uma “enorme oportunidade” de se tornar um polo de inteligência artificial na América do Sul. A declaração foi interpretada por diplomatas brasileiros como um gesto claro de apoio de Washington ao Paraguai — especialmente vindo de um governo republicano com o qual Peña mantém laços estreitos. Segundo a Foreign Policy, esse movimento faz parte de uma aproximação coordenada. Em janeiro, Rubio visitou Assunção, e em fevereiro foi recebido novamente pela equipe de Peña, que tem priorizado o relacionamento com o Partido Republicano dos EUA, incluindo no apoio a Israel e no reconhecimento diplomático de Taiwan — posições que diferenciam o Paraguai de seus vizinhos sul-americanos. Analistas apontam que o escândalo reforça a posição do Paraguai no tabuleiro diplomático. Para a a analista de política externa argentina paraguaia, Julieta Heduvan, ouvida pela revista, “há uma vítima e um agressor muito claros” no caso, o que tem gerado simpatia internacional pela causa paraguaia. A exposição global do episódio fortalece a narrativa de um país menor tentando corrigir décadas de assimetrias impostas por uma potência regional. A barragem de Itaipu, construída nos anos 1970, é a maior fonte de energia do Paraguai e fornece cerca de 8% da energia consumida no Brasil. O tratado original obriga o Paraguai a vender seu excedente exclusivamente ao Brasil a preços abaixo do mercado. Desde o fim do pagamento da dívida da construção da barragem, em 2023, Assunção tenta renegociar os termos para obter maior autonomia sobre sua energia — e agora exige, além de novos preços, compensações históricas e reparações por danos ambientais e sociais causados pela obra. A revelação da espionagem ocorre num momento de instabilidade regional. O Mercosul enfrenta divisões internas entre governos de esquerda, como o de Lula e o da Bolívia, e lideranças conservadoras como Javier Milei, da Argentina, e Peña, no Paraguai. A ruptura entre Brasil e Paraguai se intensificou em março, quando o governo brasileiro retirou seu apoio à candidatura do chanceler paraguaio à secretaria-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), agravando o distanciamento diplomático. Com o embaixador paraguaio ainda fora de Brasília e as negociações de Itaipu paralisadas, o caso se tornou um teste para a diplomacia regional. Para especialistas, a continuidade da crise pode afetar não apenas o futuro energético dos dois países, mas também parcerias estratégicas em áreas como segurança, comércio e combate ao narcotráfico. Embora o Brasil siga sendo a principal potência econômica da região, o escândalo deixou claro que a assimetria histórica entre os dois países está sendo desafiada por novas alianças internacionais — e que o Paraguai, mesmo com limitações, soube explorar o momento a seu favor. Como resume Heduvan, “o Paraguai sempre jogou com o tabuleiro inclinado, mas agora conseguiu, pela primeira vez em muito tempo, colocar o Brasil na defensiva“. Fonte: foreignpolicy.com

Peixe pequeno: após quase um ano preso, morador de rua com problemas mentais é absolvido por Moraes por “falta de provas”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), absolveu mais um acusado pelos atos de 8 de janeiro de 2023, desta vez um morador de rua identificado como Márcio Rodrigues da Silva. Decisão alimenta debate sobre seletividade e condução política dos julgamentos relacionados ao 8 de Janeiro Segundo o despacho, a absolvição ocorreu “por ausência de provas“, apesar de o réu ter admitido espontaneamente sua presença na Praça dos Três Poderes no dia da manifestação, com fotos e vídeos anexados ao processo. Márcio, que não possui residência fixa, foi mantido por quase um ano sob medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de acesso às redes sociais. Agora, segundo Moraes, ele não representa risco à ordem pública, mesmo tendo estado presente nos arredores das sedes dos Três Poderes no momento da invasão. A decisão reacende a discussão sobre os critérios usados pelo STF na condução dos processos relacionados ao 8 de Janeiro. Enquanto centenas de réus — incluindo idosos, mulheres e pais de família — receberam penas severas por “atos antidemocráticos“, a Corte tem absolvido alguns casos isolados sob alegações de fragilidade nas provas. Para analistas, a decisão escancara um desequilíbrio na balança da Justiça. “Confissão e presença registrada não bastam, mas comentários em rede social foram suficientes para condenar outros cidadãos a décadas de prisão?”, questiona um advogado criminalista ouvido pela reportagem, sob anonimato. A seletividade percebida por parte de juristas e da sociedade civil levanta suspeitas sobre o viés político nas decisões do Supremo. Enquanto isso, a condução de Alexandre de Moraes no caso 8 de Janeiro continua sendo criticada por sua rigidez seletiva, seu poder concentrado e por decisões que, segundo opositores, desafiam as garantias básicas do devido processo legal. Fonte: sintesecriminal.com

Tarifa Moraes: Trump encerra o patrocínio americano ao governo Lula

O governo dos Estados Unidos mandou um recado direto ao Brasil: acabou o patrocínio. A tarifa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros é mais do que uma medida comercial — é o fim de uma relação de conveniência que começou com Biden e que Lula acreditou que duraria para sempre. A verdade é que Lula só chegou ao poder em 2022 porque contou com o apoio pesado da máquina internacional progressista. O governo Biden fez questão de intervir — de forma “diplomática” — no processo eleitoral brasileiro. Foram quatro visitas oficiais de alto escalão antes das eleições: CIA, Conselho de Segurança Nacional, Comando Sul e Departamento de Defesa. O recado era claro: o Brasil não podia sair do “controle”. Segundo o Financial Times, os EUA ajudaram o TSE até mesmo com a compra de semicondutores para as urnas, articulando com a Texas Instruments e até com Taiwan para garantir os chips — algo impensável em qualquer democracia soberana. Isso sem contar a estrutura de mídia montada para demonizar Bolsonaro e blindar Lula, financiada com verbas públicas e aplausos internacionais. A eleição de 2022 foi a mais tutelada da história do país. Só que o script desandou rápido. Assim que assumiu, Lula mostrou que não era o fantoche dócil que Biden esperava. Começou a se alinhar abertamente com China, Rússia e Irã, afastando o Brasil dos EUA e da Europa. Já foram duas visitas oficiais à China desde 2023, encontros com Putin e recepção a navios iranianos nas águas brasileiras. No BRICS, Lula liderou propostas como a criação de uma moeda própria do bloco — uma ameaça direta ao dólar. Também tentou empurrar uma solução para a guerra na Ucrânia que favorecia Moscou. Não à toa, os mesmos veículos internacionais que o tratavam como “salvador da democracia” agora começam a expor o que de fato está acontecendo no Brasil. Enquanto isso, o STF — principal aliado interno de Lula — passou a operar como braço político. O episódio com Elon Musk escancarou o que antes era censurado: um tribunal que cassa vozes, prende opositores, promove censura digital e conduz inquéritos eternos sem contraditório. Musk disse o óbvio: que Alexandre de Moraes traiu a Constituição brasileira. E não estava exagerando. Trump, que agora volta ao comando da Casa Branca, não deve um centavo a Lula nem ao STF. Diferente de Biden, ele não disfarça com diplomacia. Ele age. E a tarifa de 50% é o primeiro passo de uma retaliação estratégica contra um governo que flerta com ditaduras e trai seus parceiros ocidentais. É o fim do teatro. O apoio que Lula teve lá fora — montado por Biden, CIA e mídia amiga — desapareceu. O governo brasileiro hoje é visto por Washington como um problema, não como aliado. E o mundo começa a enxergar o que muitos já denunciavam desde 2022: a eleição foi uma operação internacional, mas o Brasil cobra caro quando entrega sua soberania em troca de aplausos. O globalismo mudou de lado. E agora, a conta está chegando.

plugins premium WordPress