Do agronegócio ao celular: saiba como o confronto ideológico com os EUA pode afetar sua vida

Enquanto o governo insiste em manter uma retórica de confronto com os Estados Unidos, os sinais de retaliação podem se concretizar — e os efeitos para o cidadão comum podem ser devastadores. O Brasil está à beira de um colapso geopolítico que atinge setores vitais como a agricultura, o sistema financeiro e até o funcionamento básico de serviços e tecnologias do dia a dia. O que aconteceria se o Brasil perdesse o acesso ao GPS americano? O GPS (Global Positioning System) é uma rede de satélites controlada pelos Estados Unidos, usada em escala global por aplicações civis e militares. Hoje, quase tudo no Brasil depende desse sistema: Embora ainda não haja confirmação de um bloqueio total, fontes ligadas ao Pentágono já admitem que o sinal civil pode ser degradado em regiões específicas — como forma de sanção “branca”. O recado é claro: há formas de estrangular o Brasil tecnologicamente sem disparar um único tiro. Sistema SWIFT: o isolamento financeiro O SWIFT é o sistema que conecta os bancos ao redor do mundo. É através dele que ocorrem remessas internacionais, pagamentos de exportações e importações, investimentos estrangeiros e até envio de dinheiro de brasileiros no exterior para suas famílias. Se o Brasil for excluído: A exclusão do SWIFT colocaria o país em estado de asfixia econômica, com escassez de produtos, alta do dólar e retração de mercados. O agronegócio e a bomba do desemprego Com as tarifas impostas pelos EUA já em vigor — e a ameaça de dobrá-las —, os produtores brasileiros perdem espaço competitivo nos principais mercados. Soja, milho, carnes, minério de ferro e café ficam mais caros para compradores americanos e europeus, abrindo espaço para concorrentes como Argentina, Austrália e Canadá. Consequências: 4. Efeitos para o cidadão comum O país está sendo arrastado para um isolamento que não traz nenhum benefício real. Nenhum mercado novo foi conquistado. Nenhum investimento relevante foi atraído. Nenhuma tecnologia substituta foi apresentada O que se vê é uma espiral de confrontos ideológicos sem retorno. E o custo disso será pago, como sempre, pelo cidadão comum.

Crise silenciosa: migração na América do Sul intensifica após deportações de venezuelanos pelos EUA

O Brasil vive, em 2025, uma nova escalada migratória de venezuelanos, que coloca à prova as políticas nacionais de fronteira e a capacidade de resposta do Estado. Dados oficiais da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) revelam que, apenas em 2024, o país recebeu 94.726 venezuelanos, o equivalente à população de uma cidade de médio porte como Paracatu, em Minas Gerais. As projeções para 2025 indicam um novo crescimento desse fluxo, com fontes extraoficiais do Exército e da Operação Acolhida alertando que os números podem superar a marca dos 100 mil até o final do ano, especialmente com a intensificação das deportações de venezuelanos pelos Estados Unidos. América do sul Em abril, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, soou o alarme: uma possível deportação em massa promovida pelo governo norte-americano poderia causar o deslocamento de “milhões” de venezuelanos para os países da América do Sul. A advertência não foi exagerada. Segundo o site Caracas Chronicles, uma “emergência silenciosa” se desenrola na fronteira entre Colômbia e Venezuela, com milhares de pessoas cruzando diariamente em busca de condições mínimas de sobrevivência. Sem estrutura para absorver tamanha demanda, a Colômbia empurra parte dessa massa humana para outros destinos — e o Brasil, com sua política de portas abertas e sua fronteira vulnerável em Roraima, torna-se rota alternativa prioritária. . O número oficial de venezuelanos residindo no Brasil saltou de pouco mais de 2.800 em 2010 para mais de 271 mil em 2022, segundo o Censo do IBGE. Trata-se de um aumento de 9.364% em pouco mais de uma década, impulsionado por sucessivas ondas migratórias originadas pela degradação econômica, social e institucional do regime chavista. Os dados mais recentes, de junho de 2025, indicam que os pedidos de refúgio continuam em alta: somente no ano anterior foram 27.150 solicitações feitas por venezuelanos, representando 93% de todos os pedidos reconhecidos pelo governo federal. O Brasil, ao contrário de países como Chile, Peru e Argentina, que passaram a adotar políticas mais rígidas de entrada e permanência, segue oferecendo amplo acesso à residência temporária, refúgio e benefícios sociais. O epicentro dessa entrada continua sendo o estado de Roraima, especialmente as cidades de Pacaraima e Boa Vista. A chamada Operação Acolhida, coordenada pelas Forças Armadas com apoio de agências internacionais, tenta redistribuir parte dos migrantes para outras regiões do país, principalmente no Sul, mas enfrenta sérios limites logísticos e orçamentários. Em 2024, o programa contou com cerca de R$ 300 milhões para transporte, abrigamento e regularização de imigrantes, valor considerado insuficiente diante da demanda crescente. Enquanto isso, o governo federal mantém uma retórica de acolhimento humanitário que, segundo críticos, ignora o impacto social e econômico da entrada massiva de estrangeiros em municípios já sobrecarregados. Em Boa Vista, por exemplo, escolas e unidades de saúde relatam superlotação, aumento de conflitos sociais e crescimento do desemprego local. Em alguns bairros, a população imigrante já ultrapassa a brasileira. O debate sobre o controle de fronteiras, no entanto, segue sendo tratado como tabu nos meios oficiais, mesmo com os alertas da inteligência militar e da oposição parlamentar. O que se observa, portanto, é a formação de um corredor migratório que vai de Caracas até o interior do Brasil, passando por uma fronteira sem vigilância eficaz, sob a complacência de um governo que terceiriza à burocracia e às ONGs a gestão de um problema que é, essencialmente, de soberania nacional. A crise venezuelana, ao contrário do que se previa há alguns anos, não apenas se aprofundou como exporta seus efeitos em escala crescente, transformando a migração em instrumento de desestabilização silenciosa nos países vizinhos — com o Brasil na linha de frente. Fonte: www.caracaschronicles.com, www.infobae.com/colombia

“Tarde demais”: mensagem do Departamento de Estado à embaixadora do Brasil

Segundo a CNN, numa tentativa de contato da embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, ao Departamento de Estado dos EUA, mas seu contato foi imediatamente rejeitado: “tarde demais.” No final desta sexta-feira (18), o secretário Marco Rubio publicou no X a decisão de retirar o visto de autoridades brasileiras envolvidas no julgamento de Bolsonaro. Entre elas, 8 ministros do STF e seus familiares. Segundo fontes, a resposta do Departamento de Estado foi “tarde demais”, indicando insatisfação com a falta de esforços anteriores do Brasil para estabelecer canais diplomáticos desde janeiro. Essa versão contrasta com as declarações do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que afirma ter feito várias tentativas de diálogo, incluindo uma carta enviada em 16 de maio que nunca foi respondida.

Crise política provoca fuga de R$ 4,8 bilhões da Bolsa em menos de uma semana

A escalada das tensões políticas entre Brasil e Estados Unidos, intensificada após a carta do ex-presidente Donald Trump impondo tarifas de 50% a produtos brasileiros, já provocou uma fuga expressiva de capital estrangeiro da Bolsa de Valores brasileira (B3). O movimento se acelerou nesta sexta-feira (18), após nova operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Saída bilionária em julho De acordo com dados da própria B3 e apuração da coluna Radar Econômico (VEJA), até o dia 17 de julho, investidores estrangeiros já haviam retirado R$ 4,8 bilhões do mercado acionário brasileiro — um dos piores saldos mensais do ano. O número representa uma reversão drástica do otimismo que dominou o início de 2025, quando o país registrava entrada líquida de capital. Especialistas do mercado apontam que o fluxo negativo está ligado diretamente à instabilidade institucional, somada ao impacto comercial da tarifa norte-americana. “A carta de Trump foi lida como uma retaliação política, e os mercados passaram a precificar risco jurídico no Brasil. A operação de hoje apenas reforça essa percepção de insegurança institucional“, afirmou um analista da XP Investimentos. Tarifa de 50% ligou alerta vermelho A carta de Trump, enviada ao presidente Lula, vinculava diretamente a retirada das tarifas à interrupção dos processos judiciais contra Bolsonaro, gerando preocupações sobre o grau de autonomia entre os Poderes no Brasil. A reação da Justiça brasileira, com a operação desta sexta-feira (18), foi interpretada por parte do mercado como potencial gatilho para mais retaliações comerciais dos EUA. O temor é de que a crise política contamine setores exportadores estratégicos — como carne bovina, café, suco de laranja e minério —, afetando balança comercial, câmbio e confiança de longo prazo. Com a operação da PF ainda em curso e novas medidas judiciais sendo consideradas, a projeção para a economia brasileira em julho é de forte volatilidade e menor fluxo de investimentos. O Ministério da Fazenda monitora o movimento e já estuda ações diplomáticas e incentivos fiscais para tentar conter o impacto. “A janela de investimento estrangeiro no Brasil pode se fechar por meses, caso o país não estabilize seu ambiente político”, alerta o economista-chefe de uma gestora estrangeira, sob anonimato. Fonte: economia.uol.com.br

AGU ficou 8 meses sem divulgar dados de honorários no Portal da Transparência

A Advocacia-Geral da União (AGU) passou cerca de oito meses sem publicar no Portal da Transparência os valores pagos a seus membros a título de honorários advocatícios. A omissão só foi corrigida em 2025, quando os dados voltaram a ser atualizados com a divulgação de pagamentos retroativos a 2016, entre eles o bônus de R$ 193.226,92 recebido pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, em janeiro. Os honorários de sucumbência são valores pagos por partes derrotadas em ações judiciais e, desde 2016, são distribuídos entre os advogados públicos da União. A previsão legal foi criada a partir de um projeto enviado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015. A ausência de informações públicas durante o período chamou a atenção de entidades ligadas à transparência e gerou questionamentos sobre o controle e fiscalização desses repasses. Segundo reportagem do Metrópoles, a suspensão da divulgação começou ainda em 2024 e não foi previamente comunicada. Em nota, a AGU informou que o atraso na atualização dos dados ocorreu por “falhas operacionais” e que não houve qualquer tentativa de ocultação dos pagamentos. A instituição também afirmou que os valores são controlados e auditados pelo Conselho Curador de Honorários Advocatícios (CCHA), órgão responsável pela definição dos critérios de rateio. Com a retomada da divulgação, também foram atualizados os dados sobre os valores pagos a outros membros da carreira. Segundo a AGU, mais de R$ 2,5 bilhões foram distribuídos em honorários advocatícios somente em 2024. A interrupção na transparência ocorre em um momento em que tramitam no Congresso Nacional propostas para limitar o acúmulo de remunerações que ultrapassam o teto constitucional no serviço público.

Alexandre de Moraes impõe medidas cautelares diversas da prisão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro

Segundo o jornal O Globo, aliados próximos de Jair Bolsonaro confirmaram que o ex-presidente foi obrigado, por decisão judicial exarada por Alexandre de Moraes, a usar tornozeleira eletrônica. Além disso, ele teve suas atividades nas redes sociais severamente restringidas. A medida também impõe recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, além de proibir qualquer contato com diplomatas estrangeiros, embaixadores ou outros investigados e réus em processos relacionados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Fontes do entorno de Bolsonaro relataram que ele estava em casa no momento da chegada da Polícia Federal. Em nota oficial, a PF informou: “A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (18), em Brasília, dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal no âmbito da PET nº 14129.“ Reação política Aliados do ex-presidente manifestaram solidariedade nas redes sociais. Parlamentares do PL, Republicanos e PP classificaram a operação como “espetáculo midiático” e cobraram equilíbrio nas ações do Judiciário. “É preocupante ver a Justiça sendo usada para fins políticos. A democracia exige respeito às instituições, inclusive aos adversários”, afirmou um deputado da base conservadora.

Bolsonaro sofre nova ofensiva da PF em Brasília por ordem de Alexandre de Moraes

Ex-presidente afirma estar tranquilo e vê ação como mais um capítulo de perseguição judicial Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. A ação faz parte do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, também teve como alvos endereços ligados ao Partido Liberal (PL). De acordo com a PF, o objetivo foi recolher documentos e dispositivos eletrônicos que possam colaborar com as investigações. Bolsonaro, que colaborou com a operação e entregou voluntariamente os materiais solicitados, classificou a ação como mais um episódio de perseguição judicial. “Não há nada a esconder. O que está em curso é uma tentativa clara de criminalizar a oposição e silenciar vozes conservadoras“, afirmou o ex-presidente em nota. Seus advogados reiteraram que ele já prestou todos os esclarecimentos solicitados e que está à disposição da Justiça. “Estamos diante de um processo com viés político, que tenta transformar divergência ideológica em crime“, disse a defesa. Interlocutores de Jair Bolsonaro relataram que a partir de agora ele terá que usar tornozeleira eletrônica, por ordem judicial. Eles afirmam também que o capitão reformado passou a ter restrições de publicações nas redes sociais e na comunicação com embaixadores e diplomatas estrangeiros, além de outras autoridades investigadas. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, está nos Estados Unidos capitaneando o movimento junto à gestão Donald Trump pela anistia e pela punição de ministros do STF. Aliados de Bolsonaro relataram que ele se encontrava em casa no momento em que a PF chegou. “A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (18), em Brasília, dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da PET n.º 14129“, disse a PF em nota. Denúncia recente da PGR A busca ocorre poucos dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra Bolsonaro, pedindo sua condenação por crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e incitação às Forças Armadas. A PGR sustenta que o ex-presidente teria incentivado movimentos contrários ao resultado das eleições. A denúncia ainda será analisada pelo STF, que decidirá se torna Bolsonaro réu novamente em mais um processo criminal. Reação política Aliados do ex-presidente manifestaram solidariedade nas redes sociais. Parlamentares do PL, Republicanos e PP classificaram a operação como “espetáculo midiático” e cobraram equilíbrio nas ações do Judiciário. “É preocupante ver a Justiça sendo usada para fins políticos. A democracia exige respeito às instituições, inclusive aos adversários”, afirmou um deputado da base conservadora. Fonte: www.poder360.com.br

Retrocesso: a regulamentação do BR do Mar é uma guinada protecionista à política de cabotagem

Por trás do decreto que regulamenta o Programa BR do Mar, assinado em 16 de julho de 2025, não está apenas uma decisão administrativa: está o símbolo de uma mudança profunda na forma como o governo Lula pretende conduzir a política de transportes marítimos no Brasil. A promessa de modernizar o setor e ampliar a cabotagem — transporte entre portos nacionais — ganha agora contornos de um projeto de reindustrialização ancorado em protecionismo produtivo e forte presença do Estado. A legislação, aprovada em 2022 sob o governo Bolsonaro, caminhava em direção oposta: redução de burocracias, abertura a empresas estrangeiras e estímulo à concorrência. O decreto atual muda essa rota — ou a corrige, dependendo da ótica. Sob a justificativa de “soberania logística” e defesa da indústria naval nacional, o governo estabelece exigências que tornam mais difícil e custoso o ingresso de novos operadores. A obrigatoriedade de comprovação de capacidade operacional, critérios rigorosos de sustentabilidade e contrapartidas industriais são pontos que, embora bem-intencionados, representam uma mudança de filosofia: do liberalismo regulado para o intervencionismo estratégico. Do ponto de vista ambiental, o decreto tenta equilibrar discurso e prática. A lei original já previa estímulos a embarcações mais eficientes, com menor emissão de poluentes, mas sem detalhar critérios. O decreto, por sua vez, impõe agora exigências específicas de sustentabilidade operacional para o uso de embarcações estrangeiras — o que inclui, por exemplo, comprovação de eficiência energética e práticas de mitigação de impacto ambiental. Trata-se de uma tentativa de alinhar o BR do Mar às metas climáticas e à chamada “transição ecológica“, bandeira que o governo Lula vem promovendo internacionalmente. No entanto, na prática, tais exigências podem restringir o mercado apenas a grandes players com capital suficiente para cumprir as normas. Ao impor novas exigências e barreiras à entrada de operadores estrangeiros, o decreto pode limitar esse potencial no curto prazo, beneficiando empresas já estabelecidas — como a Log-In e a Aliança Navegação —, que detêm parte significativa da frota e estrutura portuária. Ao mesmo tempo, a concentração de mercado pode manter os custos em patamares mais elevados do que o desejável, contrariando justamente o objetivo inicial da lei de 2022: tornar o frete marítimo uma alternativa mais acessível e competitiva para todo o setor produtivo nacional. Do ponto de vista econômico, a ampliação da cabotagem sempre foi vista como uma das soluções mais viáveis para reduzir o custo logístico no Brasil, país de dimensões continentais e com infraestrutura rodoviária sobrecarregada. Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam que o transporte por cabotagem pode ser até 30% mais barato do que o rodoviário em médias e longas distâncias, especialmente em rotas acima de 1.000 km. Essa economia impacta diretamente o produtor final: com fretes mais acessíveis, há margem para redução de preços de alimentos, bens de consumo e insumos industriais, além de maior previsibilidade nas entregas. A oposição acusa o governo de travar um setor que vinha dando sinais de crescimento com a abertura trazida pela lei de 2022. Para críticos como o deputado federal Felipe Rigoni (União-ES), o novo decreto “mata na raiz” a vocação da cabotagem para reduzir custos logísticos e tirar caminhões das estradas — uma das promessas originais do programa. Já entidades ligadas à indústria naval e sindicatos marítimos celebram a medida como um resgate da produção nacional e da geração de empregos em estaleiros brasileiros. O debate de fundo, no entanto, vai além da polarização. Trata-se de um dilema recorrente em países em desenvolvimento: abrir o mercado em nome da eficiência e crescimento ou uma suposta proteção de setores estratégicos para garantir soberania e empregos? O novo BR do Mar tenta responder apostando em um modelo de nacionalismo produtivo e ambientalismo regulatório. Resta saber se o custo dessa escolha será compensado por ganhos reais em competitividade, sustentabilidade e geração de valor para a logística nacional. Por ora, o decreto ainda exige regulamentações complementares e testes na prática. Mas o recado político já foi dado: no mar da cabotagem brasileira, o leme voltou para o Estado.

Vai sair ou viajar? Feche as portas internas da casa — isso pode salvar seu patrimônio (e sua vida)

Muita gente se preocupa em trancar portas e janelas ao sair de casa ou ao viajar — e está certo. Mas um hábito simples, muitas vezes esquecido, pode fazer toda a diferença em caso de incêndio: fechar as portas internas da casa, principalmente de quartos, cozinha, sala e áreas com equipamentos elétricos. Segundo o Firefighter Safety Research Institute, portas fechadas ajudam a conter o fogo e a fumaça, reduzindo os danos e aumentando as chances de que bombeiros consigam agir a tempo. Em testes reais, uma porta fechada pode reduzir a temperatura de um ambiente em chamas de 500 °C para menos de 40 °C, além de impedir que o fogo se espalhe rapidamente para outros cômodos. Por que fechar portas internas ao sair? Veja o vídeo do bombeiro de Minas Gerais explicando numa maquete o que acontece quando acontece um foco de incêncdio numa casa fechada, com portas fechadas e abertas. Se for viajar, combine esse hábito com outras práticas: Fechar portas internas pode parecer algo pequeno, mas em situações extremas, ganhar tempo é ganhar vidas e patrimônio. Incêndios domésticos acontecem com mais frequência do que se imagina — e prevenção é sempre a melhor estratégia.

Câmara aprova isenção do IR para quem ganha até 5 mil, mas Lira retira trava e carga total pode chegar a 41%

Nesta quarta-feira (16), a Comissão Especial da Câmara aprovou o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, cumprindo promessa do governo federal. A proposta, relatada por Arthur Lira (PP‑AL), agora segue para votação no plenário, com expectativa de votação em agosto. Se sancionada, entrará em vigor em janeiro de 2026. O projeto foi enviado pelo governo federal em março de 2025, cumprindo a promessa de isentar a população de menor renda de pagar IR a partir de 2026. A estimativa é que a renúncia fiscal total chegue a R$ 25,84 bilhões em 2026, compensados por novas taxas sobre rendas superiores, sobretudo acima de R$ 600 mil anuais, e pela cobrança de 10% sobre dividendos enviados ao exterior, gerando arrecadação de aproximadamente R$ 34,12 bilhões. Além da isenção total para quem ganha até R$ 5 mil mensais, o projeto estabelece desconto gradativo para quem recebe entre R$ 5 000 e R$ 7 350, trazendo alívio fiscal adicional para essa faixa. A medida beneficia milhões de brasileiros da classe média, mas vem acompanhada de um endurecimento na cobrança sobre lucros e dividendos, com alíquotas que, somadas, podem atingir até 41% — nível comparável ao de países nórdicos. O parecer apresentado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou o teto de 34% para a carga tributária combinada entre pessoa jurídica e física, o que abre espaço para aumento significativo da arrecadação federal sobre investidores e empresários. A alíquota efetiva sobre lucros e dividendos pode chegar a 41% O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi o principal articulador da aprovação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda. Embora a medida seja apresentada como um alívio à classe média, a atuação de Lira teve consequências fiscais e políticas profundas, com efeitos ainda pouco debatidos. No texto final relatado por Lira, foi retirada a “trava” que limitava a carga tributária conjunta entre pessoa jurídica e física em 34%, permitindo que, na prática, a alíquota efetiva sobre lucros e dividendos chegue a 41%. A mudança transforma o sistema brasileiro em um dos mais onerosos do mundo em termos de tributação sobre capital. O gesto foi interpretado por interlocutores como “cirúrgico”: Lira manteve uma narrativa popular com a isenção até R$ 5 mil, mas entregou ao governo uma máquina arrecadatória robusta às custas da iniciativa privada. “Para o governo, a emenda saiu melhor que o soneto. Para o contribuinte, uma alíquota digna de países nórdicos“, afirmou um analista político. Lira negociou apoio ao Senado Fontes em Brasília revelam que essa movimentação de Lira foi parte de um acordo político com o presidente Lula, que incluiria apoio explícito do Planalto à candidatura de Lira ao Senado por Alagoas em 2026. Em troca, Lira pautou o projeto com a versão mais favorável ao governo, retirando o limite de carga tributária e, ao mesmo tempo, negociou com Lula uma vaga no STJ para a tia do seu principal rival local, o atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), filiado ao PL. Lula indicou semana passada para o STJ a procuradora de Justiça de Alagoas, Maria Marluce Caldas Bezerra, tia de JHC.

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