Pentágono congela envio de mísseis à Ucrânia e expõe fragilidade de estoques norte-americanos

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, determinou a suspensão temporária de um carregamento de mísseis e munições para a Ucrânia, segundo confirmaram fontes do Departamento de Defesa, do Congresso e pessoas próximas ao processo. A medida reflete crescentes preocupações com o nível crítico dos estoques militares norte-americanos, após anos de envios maciços de armamentos para Kiev e operações no Oriente Médio. A paralisação ocorre semanas depois de Hegseth ordenar uma revisão completa dos arsenais norte-americanos, desgastados não apenas pela guerra de defesa da Ucrânia contra a invasão russa, mas também pelos combates no Iêmen contra os houthis e pelo apoio contínuo a Israel e a aliados contra o Irã. Leia mais: Putin anuncia corte do orçamento militar para 2026 Entre os armamentos retidos estão dezenas de interceptadores Patriot, milhares de munições de artilharia 155mm de alto explosivo, mais de 100 mísseis Hellfire, 250 sistemas GMLRS, dezenas de mísseis Stinger, mísseis ar-ar AIM e lançadores de granadas. Fontes afirmam que esses itens poderão permanecer bloqueados até a conclusão da revisão do Pentágono — e podem até ser redirecionados caso sejam considerados prioritários para outros teatros de operações. Em nota, a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, justificou a decisão. “Esta medida foi tomada para colocar os interesses da América em primeiro lugar após a revisão do DOD sobre a assistência militar global. A força das Forças Armadas dos Estados Unidos permanece inquestionável — basta perguntar ao Irã“, afirmou. Leia mais: Sabotagem do Nord Stream: Zelensky foi avisado, CIA tentou impedir, Alemanha ignorou alerta O presidente Donald Trump, em evento recente da OTAN em Haia, reconheceu que a Ucrânia segue solicitando sistemas de defesa aérea Patriot, mas ressaltou que o arsenal norte-americano também é limitado. “Eles querem ter os mísseis antimísseis, e vamos ver se podemos disponibilizar alguns. Mas nós também precisamos deles“, explicou. Do lado ucraniano, a reação foi de frustração. O parlamentar Fedir Venislavskyi, membro do comitê de defesa de Kiev, declarou à Reuters que a decisão do Pentágono é “muito desagradável” e “dolorosa” diante da sequência de ataques aéreos russos. A suspensão, ainda que temporária, lança dúvidas sobre a capacidade de Washington de sustentar o ritmo de apoio militar à Ucrânia sem comprometer sua própria prontidão estratégica. Fonte: www.nbcnews.com
Sabotagem do Nord Stream: Zelensky foi avisado, CIA tentou impedir, Alemanha ignorou alerta

Uma operação chamada “Diameter”, conduzida por um comando secreto ucraniano para sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 26 em setembro de 2022, poucos meses após o início da invasão russa ao território ucraniano, foi divulgada pela revista Der Spiegel, no dia 20 de novembro de 2024. A reportagem traz muitos detalhes da operação, inclusive revela que os serviços de inteligência ocidentais souberam dos planos de ataque em junho de 2022, três meses antes das explosões. O artigo deixa claro que, tanto para a Ucrânia quanto para o comando secreto ucraniano que fez a sabotagem, os gasodutos eram um alvo militar legítimo em um conflito armado – em águas internacionais. Eles usaram um iate chamado “Andrômeda” para a execução da sabotagem. Nós trouxemos para nossos leitores os detalhes da operação e as intenções de sabotar outro gasoduto, o Turkish Stream, que conecta a Rússia com a Turquia. Segundo a reportagem, relatos indicavam que o ex-comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeri Zaluzhny, havia sugerido explodir a ligação de gás natural através do Mar Negro também. Leia mais: Como um comando secreto ucraniano explodiu o gasoduto russo Nord Stream – Danuzio Serviços de inteligência ocidentais souberam Ao que tudo indica, foi um agente sueco que soube dos preparativos realizados pelos sabotadores, de acordo com os círculos de segurança com quem os investigadores conversaram. A informação explosiva posteriormente chegou em outros serviços de inteligência. Um representante da CIA, em Kiev, visitou o palácio presidencial com uma mensagem clara: os planos de ataque deveriam ser interrompidos. Apesar de negar que soubesse de qualquer operação, neste momento fica claro que Volodymyr Zelensky foi informado da operação pela CIA. Os agentes dos EUA também entram em contato diretamente com o comando secreto – conforme mencionamos no primeiro texto que trata dessa investigação, alguns membros do comando foram treinados pela CIA. Os ucranianos deveriam deixar para lá os planos. O chefe do Exército ucraninao, General Valerii Zaluzhny, supostamente descobre que os serviços de inteligência souberam do plano. Se eles não parassem os preparativos, provavelmente todos iriam para a prisão, dizem os militares que transmitiram a informação ao comando secreto. Os homens que estavam executando a missão não entenderam isso como uma ordem de cancelamento. Em geral, não era possível esperar que o clima em Kiev se tornasse mais favorável. Os planos precisariam ser executados antes de outubro, devido às condições do tempo em outubro, pois o Mar Báltico estaria muito agitado para permitir que os mergulhadores entrassem na água apartir de um veleiro com tanques pesados de ar comprimido e bombas a partir daquela data. A Chancelaria alemã subestimou o perigo Em junho de 2022, o Serviço Federal de Inteligência alemão também recebeu um relatório criptografado e ultrassecreta com um aviso claro. Ele vem do serviço de inteligência militar da Holanda. A CIA também foi colocada em cena pelos holandeses, os americanos lideram as informações posteriores sobre segurança para os alemães. Os relatórios secretos descrevem um ataque aos gasodutos Nord Stream: seis comandos ucranianos, disfarçados com identidades falsas, planejavam alugar um barco, usar equipamento especial para mergulhar até os dutos no fundo do Mar Báltico e explodi-los. Os homens estariam sob o comando do comandante-em-chefe ucraniano Valery Salushny, mas o presidente Volodymyr Zelensky não havia sido informado. O ato de sabotagem foi planejado em torno da manobra “Baltops” da OTAN, no Mar Báltico. O Serviço Federal de Inteligência repassou as informações à Chancelaria, mas na sede do governo os relatórios não foram considerados relevantes. Eles ficaram disponíveis apenas na chancelaria depois que terminou a manobra da OTAN e nenhuma providência foi tomada. E foi por isso que os alarmes não foram disparado. Algumas pessoas em Berlim disseram que souberam do aviso, mas a visão predominante foi a de que a burocracia de segurança atrapalhou, classificando o relatório como falso. E devido a essa classificação, nem a Polícia Federal, a Marinha e os centros de combate ao terrorismo do governo federal e estadual da Alemanha foram alertados e nem orientados para os riscos do ataque aos gasodutos.
IOF: a esperança de Lula está no STF, que pode reverter vitória do contribuinte

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, definiu nesta segunda-feira (30) que o ministro Alexandre de Moraes será o relator da ação proposta pelo PSOL, que contesta a decisão do Congresso de derrubar decretos presidenciais que aumentavam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na semana passada, parlamentares aprovaram por ampla maioria (383 votos a 98) a revogação dos decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que gerou reação do Palácio do Planalto. Para o PSOL, o Legislativo teria extrapolado suas competências e ferido o princípio da separação de poderes ao sustar a decisão presidencial sem comprovar ilegalidade. O governo já orientou a Advocacia-Geral da União (AGU) a analisar medidas jurídicas para tentar restaurar o aumento do imposto. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se a AGU considerar que o Congresso invadiu prerrogativas do Executivo, será acionado o Supremo para tentar reverter a derrota sofrida no Legislativo. Mudança de relatoria e ações em disputa Inicialmente, o relator do caso seria o ministro Gilmar Mendes, mas ele apontou conexão entre o pedido do PSOL e uma outra ação movida pelo Partido Liberal (PL), que também tramita no Supremo. O PL questiona a constitucionalidade do aumento do IOF, alegando desvio de finalidade: o governo, segundo a sigla, usou o tributo apenas para elevar arrecadação, ferindo sua natureza extrafiscal e sem submeter o aumento à aprovação parlamentar. Barroso concordou que as duas ações se relacionam e redistribuiu o caso para Moraes, para evitar decisões contraditórias. Opinião de juristas Segundo reportagem do InfoMoney, especialistas veem riscos reais de conflito de competências entre os Poderes. Para o professor Fernando Zilveti, do Instituto Brasileiro de Direito Tributário, cabe ao Supremo arbitrar a disputa, já que o governo federal tem prerrogativas constitucionais para ajustar o IOF. Ele avalia que decisões anteriores do STF, em situações semelhantes, têm favorecido o Executivo, inclusive em aumentos do imposto para comércio eletrônico. Contudo, o advogado Hugo Funaro, mestre pela USP e sócio do Dias de Souza Advogados, avalia que o Congresso agiu dentro de sua função ao sustar o decreto presidencial. Ele afirma que a lei autoriza o Executivo a alterar alíquotas, mas exige que isso seja feito com base em objetivos de política monetária e fiscal. “O Legislativo concluiu que essa proposta do Executivo não tinha esses objetivos, mas apenas visava arrecadar mais“, explica. Para Funaro, a ação do PSOL corre o risco de ser considerada improcedente pelo STF, pois o Congresso teria o direito de sustar medidas que violem a finalidade do tributo. Embate político e crise de confiança Nos bastidores, o episódio expôs mais uma disputa entre Executivo e Legislativo e levantou críticas ao governo Lula, acusado de tentar elevar impostos sem diálogo prévio com o Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rebateu acusações de aliados do Planalto que falaram em traição. Segundo Motta, a base governista foi avisada de que a proposta de aumento do IOF enfrentaria forte resistência no Parlamento: “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice“, disparou. Enquanto o governo busca reverter judicialmente a derrota, parlamentares afirmam que a elevação do imposto prejudicaria ainda mais a economia, que já enfrenta dificuldades para crescer de forma consistente. O impasse deve permanecer no centro do debate entre os Poderes e pode repercutir no cenário eleitoral de 2026.
Janja e Moraes dividem carona em voo da FAB para São Paulo

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes compartilharam um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) no dia 13 de junho, de Brasília para São Paulo. O deslocamento foi requisitado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Segundo registros da Aeronáutica, o avião decolou da Base Aérea de Brasília às 9h15 e pousou no Aeroporto de Congonhas às 10h50, com 12 passageiros a bordo. Além de Moraes e Janja, embarcaram também a advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, e seguranças. A assessoria da primeira-dama confirmou que ela usou a carona para realizar uma consulta ginecológica em São Paulo, informando que não houve custos adicionais à União, já que o voo já estava autorizado. Imagens divulgadas pelo Metrópoles mostram Janja, Moraes e Lewandowski desembarcando na área restrita do aeroporto. O uso de caronas em aeronaves da FAB não é ilegal: um decreto autoriza que vagas sobrando possam ser ocupadas por outros passageiros. Ainda assim, o caso chamou atenção porque a FAB e o Ministério da Justiça não divulgaram previamente a lista de passageiros, e as assessorias do STF e do Ministério da Justiça não comentaram oficialmente o episódio. Diante de críticas e ameaças, Moraes tem priorizado voar em aeronaves da FAB por razões de segurança, recorrendo ao Ministério da Defesa quando não há voos disponíveis. Fonte: revistaoeste.com e Metrópoles
Parricídio choca Pernambuco: filha planeja execução do pai por R$ 2 milhões

Uma jovem de 19 anos foi presa após confessar à Polícia Civil de Pernambuco que mandou matar o próprio pai para ficar com uma herança estimada em R$ 2 milhões. O crime ocorreu na noite de 20 de junho, no bairro Enseada dos Corais, em Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. A vítima, Ayres Botrel, de 60 anos, era caminhoneiro e foi assassinado a tiros enquanto dormia em casa. A filha dele, Amanda Chagas Botrel, foi presa seis dias depois, na quinta-feira (26), após cair em contradições durante os depoimentos. Inicialmente, Amanda disse à polícia que homens armados haviam invadido a casa, a mandado ficar calada e executado o pai. Mas as câmeras de segurança mostraram apenas o carro dela entrando e saindo do local na noite do crime, sem sinal de outros suspeitos. Confrontada com as imagens, Amanda confessou ter planejado o assassinato, levando os criminosos até a residência e facilitando a entrada deles. De acordo com a delegada Myrthor Freitas, o crime teria motivação financeira. Ayres Botrel era dono de um caminhão, imóveis e outros bens que poderiam somar cerca de R$ 2 milhões, além de já ter colocado um duplex em nome da filha. Segundo a polícia, Amanda mantinha boa relação com os pais e não passava necessidade, estudava em faculdade particular e morava com a família. Mesmo assim, teria decidido antecipar a herança. Outro ponto suspeito foi o tempo que ela demorou para avisar a mãe: cerca de 15 a 20 minutos depois dos tiros. Após audiência de custódia, Amanda foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro da Iputinga, onde responderá por homicídio qualificado. O delegado Rodrigo Belo, da 14ª Delegacia de Homicídios, afirmou que a jovem demonstrou frieza ao confessar o crime e não reagiu nem mesmo ao ver a mãe chorando. A investigação continua para identificar os executores do assassinato e eventuais outros envolvidos. Amanda, até o momento, é apontada como a autora intelectual do crime. Fonte: Metrópoles
Suprema Corte dos EUA autoriza Carolina do Sul a cortar verba da Planned Parenthood

A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu na quinta-feira (26) permitir que a Carolina do Sul, governada por republicanos, retire a Planned Parenthood do programa de saúde pública Medicaid. A decisão, por maioria conservadora, anulou uma ordem de tribunais inferiores que protegia o repasse de recursos à entidade. A Planned Parenthood, organização sem fins lucrativos, oferece serviços de saúde como exames de câncer e contracepção, mas também realiza abortos, o que gerou oposição de líderes republicanos no estado. Desde que a Suprema Corte derrubou a decisão Roe v. Wade, em 2022, vários estados passaram a restringir o aborto e a Planned Parenthood se tornou alvo de cortes de financiamento público. No caso da Carolina do Sul, o governador republicano Henry McMaster já havia determinado em 2017 que clínicas que ofereçam aborto não poderiam receber dinheiro do Medicaid, programa destinado a pessoas de baixa renda. Uma paciente atendida pela Planned Parenthood e a própria organização entraram na Justiça para tentar reverter a medida, alegando direito de escolher livremente o provedor médico. Após idas e vindas judiciais, a Suprema Corte agora decidiu a favor do estado, reforçando o direito dos governos estaduais de excluir provedores de aborto do financiamento público. Fonte: Al Jazeera
Especialista em resgate comenta morte de brasileira na Indonésia e alerta: “sobrevivência é hierarquia”

O especialista em gestão de desastres e resgates Léo Farah publicou em seu Instagram um alerta sobre erros fatais em situações de emergência, motivado pela morte da brasileira Juliana Marins na Indonésia. Segundo as autoridades locais, Juliana desapareceu em uma área remota e foi encontrada sem vida após dias de buscas. No carrossel publicado em seu perfil, Farah comentou perguntas frequentes que recebe: “Leo, por que tanta gente preparada morre e outros que nem treinados são, sobrevivem?”. A resposta, segundo ele, está em ignorar a prioridade correta: “A maioria se prepara pro cenário errado. Leva comida… mas esquece de abrigo. Tem celular… mas não tem sinalização. Sabe como reagir… mas não sabe o que vem primeiro”, escreveu. Farah destacou a chamada Regra dos 3, que sintetiza as prioridades em resgates: O especialista reforçou que essa hierarquia pode determinar quem vive e quem morre em situações extremas, como a de Juliana Marins. “É essa hierarquia que eu vi decidir a vida de vítimas nas situações mais críticas do Brasil e do mundo. Você carrega o peso do seu conforto ou da sua sobrevivência. O que você escolhe levar pode te matar. Ou pode te dar 48 horas a mais. Tempo suficiente pra ser encontrado”, concluiu. Nas imagens do post, Farah ainda orienta o que nunca pode faltar em um kit de sobrevivência, citando filtro ou pastilhas para água, abrigo térmico, sinalização e primeiros socorros, para garantir chances reais de resgate. Quem é Léo Farah? Léo Farah é especialista em gestão de desastres, operações de resgate e atendimento pré-hospitalar, com mais de 20 anos de experiência em salvamentos urbanos e rurais. Atuou em grandes tragédias no Brasil, como o rompimento da barragem de Brumadinho e as enchentes históricas do Rio Grande do Sul em 2024, quando coordenou equipes voluntárias e ajudou a estruturar operações de resgate e apoio humanitário em áreas completamente isoladas. É reconhecido por seu trabalho em treinamento de equipes de emergência e pela conscientização sobre sobrevivência e preparação em situações extremas.
Sem acesso ao Ocidente, turistas russos devem passar férias em resort de Kim Jong Un

Coreia do Norte de olho em turistas russos para novo resort de praia, diz Seul. O resort deve abrir para visitantes domésticos em 1º de julho, disse a Agência Central de Notícias da Coreia. Em mais um movimento que escancara o aprofundamento dos laços entre Pyongyang e Moscou, a Coreia do Norte pretende abrir seu recém-concluído resort na zona costeira de Wonsan-Kalma, primeiro para visitantes domésticos e, em seguida, para turistas russos. A informação foi confirmada por autoridades sul-coreanas e sinaliza uma tentativa de Kim Jong Un de faturar em moeda estrangeira, driblando parte das restrições impostas por sanções internacionais. O megacomplexo turístico, capaz de abrigar até 20 mil hóspedes em hotéis e pousadas, foi apresentado à mídia estatal norte-coreana com pompa, em cerimônia na presença do próprio Kim Jong Un e de representantes da embaixada russa, convidados de honra. Não se trata de acaso: desde que a Coreia do Norte forneceu apoio militar à Rússia na guerra contra a Ucrânia, os dois regimes têm se aproximado de forma inédita, e a colaboração russa parece ter sido crucial para destravar as obras paralisadas do resort, retomadas apenas neste ano após anos de abandono e sanções sufocantes. Embora as autoridades de Seul admitam que o turismo individual, pago diretamente pelos visitantes, não infringe as sanções da ONU, qualquer operação que envolva transferências volumosas de recursos ou joint ventures com o regime de Kim pode, sim, violar restrições internacionais. Ainda assim, a presença destacada do embaixador russo na inauguração do resort levanta dúvidas sobre se haverá repasses ocultos de valores ao governo norte-coreano, potencialmente mascarados como pacotes turísticos de luxo. A Resolução 2270 do Conselho de Segurança da ONU proíbe a transferência de dinheiro em massa para a Coreia do Norte, e a Resolução 2375 proíbe todos os estados membros da ONU de criar novas joint ventures com entidades ou indivíduos norte-coreanos. O objetivo de Kim Jong Un é claro: aproveitar ao máximo a demanda russa, num momento em que Moscou busca parceiros dispostos a romper o cerco ocidental. Para a Coreia do Norte, a oportunidade é duplamente estratégica: além de gerar receitas em moeda forte, consolida a aliança militar e diplomática com Vladimir Putin, algo que incomoda o Ocidente e ameaça redesenhar o equilíbrio de forças no Pacífico. Apesar da retórica otimista de Pyongyang, analistas apontam que o fluxo real de turistas será limitado pela infraestrutura precária e pelas restrições logísticas — estima-se que, no máximo, 170 passageiros por dia possam chegar via Pyongyang a partir de Vladivostok, na Rússia. Ainda assim, o regime norte-coreano sinaliza estar disposto a apostar tudo nesse nicho russo, transformando a costa de Wonsan-Kalma em vitrine de uma aliança que pode ter consequências muito maiores do que meros banhos de mar. Fonte: www.straitstimes.com
Canal do professor Danuzio Neto foi derrubado no Telegram após falsas denúncias

O canal do Telegram do professor Danuzio Neto, especialista em geopolítica e OSINT (inteligência de fontes abertas), foi derrubado nesta quinta-feira (26) após denúncias que, segundo ele, seriam falsas. Criado em 2019, o canal contava com mais de 146 mil inscritos e servia como espaço para divulgação de análises e notícias relacionadas a temas internacionais e de Defesa. Em mensagem automática enviada pelo Telegram, a plataforma informou que usuários denunciaram publicações do canal como ilegais e que, após análise dos moderadores, o conteúdo foi removido e a conta limitada. Com a suspensão, Danuzio não poderá criar novos canais nem postar publicamente no Telegram. O professor afirmou que não compartilha conteúdo ilegal e considera a suspensão fruto de denúncias coordenadas para tentar silenciar seu trabalho. Paralelamente, o lançamento oficial do novo site de notícias mantido por Danuzio, o Danuzio News, sofreu um massivo ataque DDoS. Segundo nota divulgada pelo próprio site, em apenas cinco minutos após a estreia, o portal recebeu mais de 200 mil solicitações maliciosas, chegando a um total de 700 mil requisições horas depois, o que prejudicou temporariamente o funcionamento da página. Danuzio Neto segue ativo em outras redes sociais e estuda recorrer junto ao Telegram para reverter as restrições impostas ao seu canal. Para saber mais sobre o ataque DDoS ao portal, acesse danuzionews.com ou acompanhe o professor em seu perfil no Instagram.
Como um comando secreto ucraniano explodiu o gasoduto russo Nord Stream

Uma reportagem investigativa publicada ano passado pela revista Der Spiegel trouxe luz à sabotagem dos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, ocorridos em 26 de setembro de 2022, poucos meses depois da invasão russa à Ucrânia. Segundo a reportagem, a operação secreta foi planejada e executada pela Ucrânia. A reportagem mostra que o comando ucraniano considerava os gasodutos um alvo militarmente legítimo em um conflito armado – em águas internacionais. No dia 26 de setembro de 2022, a cerca de 300 quilômetros do porto de Rostock-Warnemünde, três tubos dos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 explodiram no fundo do Mar Báltico. Há muitos indícios de que os responsáveis pelo maior ato de sabotagem da história da Europa foram, ao todo, cerca de uma dúzia de homens e uma mulher, entre civis e militares. Eles foram contratados e treinados por um grupo experiente em planejamento e execução de operações secretas ucranianas. Alguns membros do grupo teriam antigas conexões com a CIA. A revista passou dois anos investigando a sabotagem em mundos paralelos dos serviços de inteligência, em zonas de guerra e, recentemente, na capital ucraniana, Kiev. A revista conhece as identidades da maioria dos envolvidos, mas decidiu não identificá-los por temer suas eliminações pelos esquadrões de morte russos e ucranianos. As informações fornecidas pelos sabotadores foram verificadas na medida do possível: uma equipe de pesquisa conversou com serviços de inteligência e investigadores ocidentais, com especialistas em mergulho e explosivos, avaliou dados e documentos confidenciais, seguiu rastros na Internet e acessou outras fontes. As suspeitas iniciais recaíram sobre Moscou, e navios russos que navegavam no Mar Báltico antes dos ataques, e sobre os EUA, e possível uso de mergulhadores de combate. Mas está claro agora que o Nord Stream não foi explodido por uma unidade de elite equipada com alta tecnologia, mas por uma tropa heterogênea com um orçamento de menos de 300 mil dólares americanos. Os vestígios levam ao iate “Andrômeda”, que foi abastecido com cilindros contendo explosivos no porto de Wiek, em Rügen, Alemanha. O iate foi fretado por 11.900 euros entre os dias 27 de agosto e 24 de setembro de 2022. Ele possui 15,57 metros de comprimento e 4,61 metros de largura. Tipo Bavaria Cruiser 50. Durante o mês de setembro de 2022, o esquadrão de sabotagem cruzou o Mar Báltico no iate, entre Sandhamn e Rügen, em águas polonesas, alemãs, dinamarquesas e suecas, aguardando o momento certo e o lugar certo: não muito abaixo da superfície do mar e nem muito tráfego marítimo. O local escolhido fica a cerca de 44 quilômetros a nordeste da ilha dinamarquesa de Christiansø, no ponto de coordenadas 55° 32′ 27′′ Norte, 15° 46′ 28,2′′ Leste. No meio do Mar Báltico, lugar isolado, sem balsas, petroleiros e quase nenhum outro marinheiro. Os tubos ficavam a uma profundidade de cerca de 80 metros. Quatro tubos, 1,15 metros de diâmetro interno. Do lado de fora, uma concha de concreto de até onze centímetros de espessura, que os fixava ao fundo do mar. Em seguida, proteção contra corrosão. Debaixo de aço, até quatro centímetros de espessura. Finalmente, um revestimento para que o gás fluísse com menos atrito em sua longa jornada da Rússia para a Alemanha. Tubos triturados, gás de escape O Nord Stream 1 era o gasoduto mais importante do mundo até o dia 26 de setembro de 2022. Às 2h03, uma onda de pressão sacudiu o fundo do Mar Báltico, tão poderosa que os sismógrafos suecos detectaram a centenas de quilômetros de distância. A linha A do Nord Stream 2 foi triturada na costura de conexão entre dois tubos. A cerca de um metro e meio, o tubo inicialmente se abre, mas o gás que escapa aumenta ainda mais o vazamento. Um segundo ataque ocorreu 17 horas depois, às 19h04, o fundo do mar voltou a tremer, desta vez cerca de 75 quilômetros ao norte, bem mais violento, com várias explosões. Acima da água, um trovão surdo teria sido ouvido a muitos quilômetros de distância. Desta vez, os dois tubos do Nord Stream 1 seriam destruídos: Linha A com 200 metros de comprimento, Linha B com 290 metros. Imagens subaquáticas e visualizações 3D baseadas em sonar mostram crateras profundas, montanhas de detritos e restos de tubos apontando obliquamente para cima, dobrados como se fossem apenas canudos. Os gasodutos estão destruídos. O gás russo, a enorme fonte de renda de Moscou e, ao mesmo tempo, um meio de exercer pressão, começava a secar, provavelmente para sempre. Roman Tscherwinsky No final do verão deste ano, a Der Spiegel conseguiu contato com um agente das Forças Especiais, em Kiev, que usou o codinome Andrij. Andrij informa que a operação de sabotagem dos gasodutos russos foi denominada “Diameter”. “O Nord Stream era um alvo militar“, diz o homem. Um ato legítimo de autodefesa, ele repete que eles não queriam prejudicar a Alemanha. Andrij conhece muitos detalhes, mas não foi responsável pelo planejamento e estratégia. Outra pessoa seria responsável por isso. Roman Tscherwinsky, 49, é um herói para muitas pessoas na Ucrânia. Ele pertenceu ao aparato de segurança por anos e foi um dos chefes de contraespionagem do serviço doméstico SBU. Mais tarde, ele mudou para o serviço de inteligência militar HUR. Tscherwinsky foi responsável por ações mais ousadas. Por exemplo, ele quis atrair mercenários da milícia russa Wagner para uma armadilha na Bielorrússia e depois sequestrá-los para a Ucrânia. Para muitos ucranianos, Chervinsky tem sido uma lenda desde que realizou uma operação em 2019. O serviço secreto SBU sequestrou o separatista Vladimir Zemach, que estaria envolvido na queda do voo MH17 da Malaysia Airlines. Tscherwinsky recebeu medalhas e medalhas. Tudo indica que ele também foi o chefe da Operação Diameter. Hoje, o herói está em prisão domiciliar e usa uma tornozeleira. Ele ficou sob custódia por mais de um ano, pois é acusado, em Kiev, de supostamente exceder suas competências, entre outras coisas. O judiciário acusa Chervinsky de tentar fazer com que um piloto de caça russo desertasse, no verão de 2022, sem consulta, em uma ação que