Bancos brasileiros se antecipam a possíveis sanções dos EUA e reforçam alerta no setor financeiro

Bancos e instituições financeiras no Brasil estão procurando escritórios de advocacia nos Estados Unidos para se prepararem frente à possibilidade de sanções financeiras unilaterais do governo Trump, segundo informou a Folhapress. As consultas se intensificaram após o anúncio da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA, com início previsto para 1º de agosto, e também diante da decisão do governo Trump de banir a entrada do ministro Alexandre de Moraes e seus aliados nos EUA, o que inclui possíveis restrições bancárias. Entre os temores do setor estão: Um executivo ouvido pela reportagem, afirmou que os bancos buscam mapear possíveis restrições legais e elaborar planos de contingência para enfrentar o pior cenário. Apesar da tensão, representantes do setor consideram “impensável” a exclusão do Brasil do sistema Swift, a plataforma internacional de comunicação financeira sediada na Bélgica. O sistema é essencial para transferências e liquidações bancárias internacionais. A preocupação do setor se agravou com a abertura de uma investigação comercial pelo USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) contra o Brasil, na qual o Pix foi citado como possível prática desleal no mercado de pagamentos eletrônicos. Em resposta, a Febraban divulgou uma nota defendendo o Pix, destacando que se trata de uma infraestrutura pública, aberta, não comercial nem discriminatória, com participação de bancos, fintechs e instituições nacionais e estrangeiras. A entidade reiterou que não há restrições à entrada de novos participantes no sistema, desde que atuem no mercado nacional e operem em reais. Questionada pela Folhapress sobre as possíveis sanções, a Febraban respondeu que não comenta hipóteses. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo brasileiro também está trabalhando em planos de contingência econômicos para lidar com os desdobramentos da nova postura comercial da gestão Trump. Fonte: Folhapress
Alexandre de Moraes convoca advogados de Bolsonaro por descumprimento de ordem judicial

Nas últimas horas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do ex‑presidente Jair Bolsonaro apresente justificativas em até 24 horas pelo descumprimento de ordens judiciais relacionadas ao uso de redes sociais. A convocação foi reportada pela imprensa, com base em informações do portal G1, confirmadas por fontes do STF e pela própria equipe jurídica de Bolsonaro . A medida ocorre no âmbito das restrições que impedem Bolsonaro de compartilhar entrevistas ou publicações nas redes, determinadas pelo STF em meio ao seu processo por suposta incitação de atos antidemocráticos. Segundo Moraes, as restrições foram descumpridas pela equipe do ex-presidente, o que motivou a decisão de exige explicações em até 24 horas — com possibilidade de decreto de prisão imediata caso a justificativa seja considerada insuficiente. O episódio reacende o embate entre Poder Judiciário e ex‑presidente, que já enfrenta diversas investigações e restrições desde os atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram os prédios dos Três Poderes. Moraes tem adotado postura rigorosa contra eventuais contornos de violação da ordem democrática. A pressão se intensifica no ambiente político, com aliados de Bolsonaro promovendo críticas ao STF, acusando o tribunal de cercear a liberdade de expressão. Veja mais: Alexandre de Moraes se prepara para destruir o Brasil – Danuzio Especialistas em direito constitucional avaliam que a ameaça de prisão contra advogados marca um momento inédito na história do Brasil, pois até hoje nem mesmo condenados enfrentaram tal possibilidade por descumprimento de medidas judiciais. A situação pode agravar ainda mais o clima de crise já vivido pelos poderes e tensionar ainda mais as relações entre governo, Judiciário e instituições democráticas. A expectativa agora gira em torno dos próximos dias: como a defesa responderá ao despacho de Moraes e se se confirmará alguma medida mais severa, como prisão ou multa. O desenrolar desse processo pode influenciar o poder político de Bolsonaro e afetar diretamente o cenário eleitoral de 2026. Fonte: Reuters
Senador dos EUA alerta: Trump pode impor tarifa de 100% ao Brasil, China e Índia por compra de petróleo russo

Nas últimas horas, o senador Lindsey Graham (Republicano – Carolina do Sul) participou de uma entrevista na Fox News e fez um alerta contundente: o presidente Donald Trump pretende impor uma tarifa de 100% sobre países que continuem comprando petróleo russo com desconto – citando especificamente Brasil, China e Índia. Graham ressaltou que essas nações respondem por cerca de 80% do petróleo russo a preços reduzidos e afirma que essa compra sustenta a “máquina de guerra de Putin“. Ele chegou a declarar: “Vamos esmagar a economia de vocês” (“we’re going to crush your economy”), enfatizando que os EUA estão prontos para aplicar medidas comerciais drásticas contra os países que continuem a suportar financeiramente a Rússia. Em sua fala, o senador comparou Trump a um campeão esportivo, dizendo que ele está prestes a “dar uma surra” em Putin, remetendo ao estilo assertivo do ex-presidente. Além disso, segundo Graham, Trump teria concedido um prazo de 50 dias para que a Rússia aceite negociações de paz — caso contrário, estaria aberto a impor sanções secundárias e tarifas adicionais. Especialistas alertam que uma tarifa tão agressiva poderia disparar os preços globais do petróleo, provocar tensões diplomáticas internacionais e afetar o equilíbrio econômico de nações emergentes. Na prática, países como Brasil, China e Índia teriam de optar entre manter relações comerciais com os EUA ou continuar comprando petróleo russo. Por que isso é importante? Essa proposta, ainda que teórica, reflete um novo patamar na retórica americana de punição econômica. Se efetivada, pode alterar as dinâmicas de comércio global de energia e influenciar diretamente as decisões de política externa de grandes economias. Além disso, mostra o peso que operadores políticos, como Graham, podem exercer no uso de tarifas como instrumento geopolítico. Fontes: Indiatimes, NYpost, The economic times
A mentalidade israelense: forjada na resiliência e na união

Em Israel, a prontidão não é apenas um lema militar, é parte de cada respiração, de cada gesto, de cada rotina. Desde pequenos, meninos e meninas aprendem a reconhecer o som das sirenes que anunciam ataques aéreos, a buscar refúgio rapidamente, a não entrar em pânico. São crianças que sabem onde fica o abrigo mais próximo, que fazem simulados de evacuação na escola, e que escutam de seus pais: “Atenção salva vidas“. Para quem nunca viveu algo parecido, isso pode soar assustador, mas para os israelenses, essa educação para a emergência representa cuidado, responsabilidade e, acima de tudo, amor à vida. Essa convivência constante com a possibilidade de ataque não gera apenas temor, mas cria uma geração que valoriza a serenidade diante do caos. Desde cedo, eles aprendem a reagir rápido, a estender a mão ao vizinho, a proteger os mais frágeis. É uma forma de crescer consciente de que a força não está somente em armas, mas também na capacidade de manter a calma e agir corretamente mesmo sob risco extremo. Essa mentalidade de prontidão se transforma numa espécie de “instinto coletivo” que orienta toda a sociedade israelense, que segue em frente apesar de qualquer ameaça. O Exército como escola de vida Outro elemento central na formação da mentalidade israelense é o serviço militar obrigatório. Em Israel, ele não se resume a treinar jovens para combater, mas é uma verdadeira escola de vida. Durante dois ou três anos, meninos e meninas aprendem a conviver, a confiar uns nos outros e a assumir responsabilidades. São treinados para liderar, para planejar, para improvisar soluções e, principalmente, para tomar decisões duras sob pressão. Os israelenses sempre dizem que os amigos do exército são para sempre, e não é exagero. O convívio diário, as patrulhas compartilhadas, as noites frias em postos de vigilância, as conversas que aliviam o medo no meio do nada: tudo isso constrói laços profundos de irmandade. Essa rede de solidariedade criada na juventude continua ao longo de toda a vida adulta. Quando um soldado deixa o uniforme, ele carrega não apenas habilidades técnicas, mas também a certeza de que pode contar com seus irmãos e irmãs de armas em qualquer situação. É um senso de comunidade que transcende o quartel e fortalece toda a sociedade israelense. Rapidez e iniciativa A geografia e a realidade geopolítica de Israel não permitem hesitação. Cercado por ameaças, num território pequeno, o país desenvolveu uma cultura de ação imediata. O israelense médio prefere resolver os problemas sem burocracia, de forma direta, e se orgulha de improvisar soluções práticas mesmo diante de obstáculos gigantescos. Essa mentalidade, tão forjada pela necessidade de sobreviver, virou também motor de inovação. O famoso rótulo de Startup Nation não surgiu por acaso: a mesma rapidez que salva vidas em situações de guerra também impulsiona ideias revolucionárias, negócios arrojados e tecnologias que impressionam o mundo. O israelense cresce acostumado a lidar com riscos e a tomar decisões rápidas, e leva isso para o empreendedorismo, para a ciência e para todos os setores. Solidariedade que abraça todos Mas talvez o traço mais tocante da mentalidade israelense seja a solidariedade. Em momentos de crise, o país inteiro se mobiliza para proteger os mais vulneráveis. Durante conflitos armados, famílias abrem suas casas para desconhecidos de outras regiões, coletivos organizam doações de alimentos e roupas em questão de horas, voluntários se arriscam para resgatar feridos ou levar medicamentos para zonas de risco. Um exemplo muito marcante aconteceu no enterro da jovem Bruna Valeano, assassinada brutalmente no ataque terrorista do Hamas na festa de música eletrônica. Cerca de 10 mil pessoas compareceram ao funeral, gente que nem a conhecia pessoalmente, mas quis prestar solidariedade e dizer à família que eles não estavam sozinhos. Esse senso de comunidade se torna quase palpável nos momentos de dor coletiva. Outro caso que ficou gravado no meu coração foi o do meu amigo Ben Shimoni, também presente na mesma festa. Quando o massacre começou, ele não pensou apenas em si. Ele pegou o carro e fez três viagens, levando pessoas desesperadas para zonas seguras. Voltou para resgatar mais gente, sem medir o perigo. Na terceira viagem, não retornou. Foi morto pelos terroristas do Hamas. Shimoni representa o espírito israelense: coragem, altruísmo, prontidão para ajudar, mesmo que isso custe a própria vida. Esse tipo de atitude se repete em toda parte. Há quem ofereça carona a estranhos, quem acolha famílias inteiras que perderam tudo, quem organize cozinhas comunitárias para alimentar quem está fugindo de foguetes. É o conceito do arvut hadadit, a responsabilidade mútua, que rege esses gestos simples e grandiosos ao mesmo tempo. Um espírito que inspira Israel vive, há décadas, cercado por ameaças reais, de grupos armados a estados que negam seu direito de existir. Ainda assim, a sociedade israelense não se deixa consumir pelo ódio. A dor e o medo são transformados em coragem e em resiliência. Se de um lado existe vigilância constante e protocolos de segurança, do outro há música, festas, cultura viva, tecnologia de ponta e sonhos de paz. É impressionante observar como os israelenses não se permitem paralisar. Eles transformam perdas em reconstrução, ataques em mais determinação, lágrimas em motivação. Quando a ameaça vem, reagem unidos, e depois retomam a vida, às vezes no mesmo dia, como uma demonstração de que não permitirão que seus espíritos sejam quebrados. A prontidão que aprendem desde crianças se soma ao espírito solidário que floresce nos piores momentos. E essa combinação constrói um caráter coletivo raro: forte, ágil e ao mesmo tempo generoso. O resultado é uma sociedade que tem coragem de enfrentar a dor, que não se dobra diante do terror e que, ao mesmo tempo, não perde a humanidade. O caso de Shimomi, que se tornou herói na madrugada mais sombria, ou o enterro de Bruna, acompanhado por milhares que não queriam deixá-la partir sozinha, mostram exatamente o coração do povo israelense: ele bate rápido, mas bate junto, em sintonia com a vida, a liberdade e a dignidade. A mentalidade israelense é o reflexo de
Emboscada em Beit Hanun deixa 5 soldados israelenses mortos e 14 feridos

Beit Hanun, Faixa de Gaza – Na noite de segunda-feira, ocorreu uma emboscada complexa e letal realizada por militantes palestinos contra tropas das Forças de Defesa de Israel (FDI) em Beit Hanun, no norte da Faixa de Gaza. O ataque resultou na morte de cinco soldados e ferimentos em 14 militares, segundo fontes oficiais . O ataque começou com a detonação de explosivos de alto poder colocados ao longo de uma estrada por onde passava uma patrulha do 97º Batallón Netzah Yehuda, da Brigada Kfir. As bombas foram detonadas com precisão, apontam as investigações preliminares, sugerindo acionamento remoto . Após a explosão inicial, a equipe de resgate que chegou ao local foi alvo de disparos – uma tática semelhante já vista em incidentes anteriores na região, incluindo o ataque a um veículo blindado PUMA em Khan Younis que deixou sete soldados mortos . As tropas de evacuação tiveram dificuldade para retirar os feridos, exigindo o envio de reforços e assistência aérea médica. As vítimas identificadas das forças israelenses são: sargento-primeiro Meir Shimon Amar (20), cabo Moshe Nissim Frech (20) e sargento-primeiro Noam Aharon Musgadian (20), todos de Jerusalém; sargento-primeiro Moshe Shmuel Noll (21), de Beit Shemesh; e sargento-primeiro Benyamin Asulin (28), de Haifa . Dos 14 feridos, dois estão em estado grave e seis em estado moderado; os demais sofrem ferimentos leves . Todos receberam atendimento em hospitais israelenses. A operação envolveu duas brigadas (a norte e a reserva 646), com o objetivo de limpar a região de militantes após o cerco de Beit Hanun desde sábado à noite . No entanto, a emboscada destacou que, mesmo em áreas consideradas “limpas”, continuam existindo riscos significativos para a tropa. Em resposta, as Brigadas Al‑Qassam (braço militar do Hamas) afirmaram que o ataque constitui um “golpe adicional” contra o que chamam de ocupação, e previram que mais ações semelhantes ocorrerão enquanto persistir a ofensiva israelense . O primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu, em visita a Washington, enviou condolências às famílias e ressaltou que o sacrifício dos soldados reforça a determinação de derrotar o Hamas e garantir a libertação de reféns. Fonte: Euronews
Cessar-fogo ou rendição? Israel discute soltar prisioneiros do Hamas sem garantias reais

As conversas para um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas continuam em ritmo intenso, mas ainda cercadas de incertezas e receios. O objetivo é alcançar uma trégua de 60 dias que permita a libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza e a troca por prisioneiros palestinos, além de abrir espaço para negociações de reconstrução e ajuda humanitária. A proposta inicial do enviado americano Steve Witkoff incluía a libertação de 10 reféns vivos, além da devolução dos corpos de outros 18 reféns mortos, em troca de 125 presos palestinos condenados por assassinato e 1.111 gazenses detidos após os ataques de 7 de outubro de 2023 (Ynet). Também estava prevista a devolução de 180 corpos de palestinos mortos, em duas etapas. No entanto, a proposta atualizada apresentada nesta semana pelo Catar não detalhou quantidades nem proporções específicas, gerando apreensão entre autoridades israelenses. Questionados, negociadores cataris afirmaram que a proporção seria “semelhante” à versão americana, mas sem nenhuma garantia formal. Segundo fontes de Jerusalém, isso levanta o temor de que o Hamas tente renegociar a proporção de prisioneiros a serem libertados em troca dos reféns, o que pode levar a um impasse: “Se o Hamas aceitar, as negociações sobre os números serão duras, e não podemos descartar uma crise“, alertou um alto funcionário israelense. Do lado palestino, o Hamas indica disposição para negociar, mas insiste que qualquer acordo contemple um cessar-fogo permanente e a retirada completa das tropas israelenses de Gaza, antes de liberar todos os reféns. Enquanto isso, a situação humanitária na Faixa continua se agravando: no último dia 3 de julho, ao menos 59 palestinos morreram em ataques aéreos israelenses. Em meio a tantas exigências cruzadas, diplomatas alertam que a definição de prazos, garantias de monitoramento e a proporção real de prisioneiros libertados serão pontos críticos para evitar que o acordo naufrague nos próximos dias.
Trabalhadores humanitários foram executados em Gaza sob recompensa do Hamas

Um ataque brutal ocorrido no dia 12 de junho, que deixou pelo menos oito trabalhadores da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) mortos, expôs de forma dramática a escalada de violência contra operações de ajuda no enclave palestino. A GHF, organização apoiada por Estados Unidos e Israel, culpou diretamente o Hamas pelo atentado que atingiu um ônibus com cerca de duas dezenas de funcionários humanitários a caminho de um centro de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza. Segundo a própria fundação, além dos oito mortos, vários outros trabalhadores ficaram feridos e alguns podem ter sido sequestrados. O diretor interino da GHF, John Acree, chegou a cogitar o fechamento das operações após a emboscada, mas optou por seguir atuando. “Decidimos que a melhor resposta aos assassinos covardes do Hamas era continuar entregando comida ao povo de Gaza que conta conosco“, declarou em comunicado. O ataque aconteceu em um contexto de caos crescente no território. No mesmo período, a autoridade de saúde local informou que 103 palestinos foram mortos e outros 400 ficaram feridos por ações militares israelenses em apenas 24 horas, incluindo 21 vítimas fatais nas imediações de centros de distribuição de ajuda da GHF. Recompensas para matar trabalhadores humanitários No último domingo, 30 de junho, a GHF fez outra denúncia grave: o Hamas estaria oferecendo recompensas em dinheiro para qualquer pessoa que ferisse ou matasse seus funcionários humanitários palestinos ou seguranças americanos. De acordo com a fundação, 12 trabalhadores locais já foram assassinados e outros sofreram torturas. “O Hamas colocou recompensas tanto para nosso pessoal de segurança americano quanto para trabalhadores humanitários palestinos“, afirmou a GHF em nota. “Os alvos da brutalidade do Hamas são heróis que tentam alimentar o povo de Gaza no meio de uma guerra.“ A organização ainda apontou que o Hamas tem pré-posicionado agentes armados perto de zonas humanitárias, numa tentativa deliberada de interromper o funcionamento do sistema de entrega de alimentos — considerado o único ainda em operação dentro do enclave. Conflito interno e disputas de poder Relatos de canais locais sugerem que o ônibus atacado no dia 12 transportava funcionários da GHF supostamente ligados a Yasser Abu Shabab, chefe de um grande clã rival do Hamas que estaria recebendo armas de Israel. Abu Shabab, por sua vez, acusou o Hamas de espalhar rumores e imagens falsas para intimidar a população e silenciar opositores. “Rumores de execuções e assassinatos estão sendo espalhados pelos corruptos, mercenários e criminosos do Hamas para semear medo nos corações daqueles que buscam libertação do terrorismo e da opressão“, escreveu Abu Shabab em uma rede social. A associação Ajuda Médica aos Palestinos (MAP) expressou preocupação com a segurança do Hospital Nasser e dos profissionais de saúde, diante do risco de ataques fecharem a instalação. Israel, que combate o Hamas há 20 meses após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, tem reiterado que a única forma de encerrar a guerra é desmantelar completamente o grupo terrorista. Até o momento, todas as negociações para uma trégua fracassaram. Críticas ao modelo de ajuda Apesar do atentado contra seu ônibus, a GHF informou ter distribuído 2,6 milhões de refeições em apenas um dia — seu maior volume desde o início das operações no final de maio. Mesmo assim, organizações internacionais criticam o sistema atual. O chefe da UNRWA (agência de refugiados palestinos da ONU), Philippe Lazzarini, comparou a situação a uma distopia. “Este modelo não abordará o aprofundamento da fome. Os distópicos ‘Jogos Vorazes’ não podem se tornar a nova realidade“, declarou. Ele pediu que a ONU assuma novamente a liderança, acusando o atual esquema de ser ineficiente e inseguro. Israel, por sua vez, voltou a pedir o fim da UNRWA, alegando que a agência coopera com o Hamas — acusação que a organização nega. Apelo à ONU Diante do colapso, a GHF enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, exigindo uma condenação pública contra os ataques a trabalhadores humanitários. No texto, o reverendo Johnnie Moore, presidente executivo da GHF, apelou por uma nova parceria para entregar alimentos diretamente às famílias palestinas e classificou a falha na ajuda humanitária como “estrutural“. “Chegou a hora de confrontar, sem eufemismo ou demora, o fracasso estrutural da entrega de ajuda em Gaza“, escreveu Moore. Mesmo em meio ao cerco, Israel também permitiu a entrada de 56 caminhões de mantimentos do Programa Mundial de Alimentos da ONU no norte de Gaza — primeiro comboio humanitário a acessar a região em meses — e autorizou a chegada de caminhões de farinha para as poucas padarias que ainda funcionam. Enquanto civis sofrem com a escassez, grupos terroristas mantêm a população refém de ameaças e violência. E, entre ataques, blecautes e barricadas, a esperança de um cessar-fogo ainda parece distante. Fonte: Reuters e The Jerusalem Post
Ajuda humanitária em Gaza: novo modelo rompe o controle do Hamas e provoca disputa política

A recente mudança no esquema de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza vem gerando tensões entre grupos extremistas, organismos internacionais e entidades de direitos humanos. O novo sistema, que direciona alimentos e suprimentos diretamente à população civil, sem a intermediação do Hamas, conseguiu entregar cerca de 56 milhões de refeições em apenas um mês, segundo dados divulgados por organizações envolvidas no processo. O Hamas, que historicamente controlava a maior parte da ajuda humanitária, vinha confiscando alimentos e medicamentos para sustentar seus próprios combatentes, além de revender o restante à população faminta a preços abusivos. Há ainda relatos de que armas e equipamentos militares entravam disfarçados nos caminhões de ajuda, diante da fiscalização falha do sistema anterior. Agora, com a inspeção reforçada e a entrega feita diretamente aos civis, o grupo terrorista perde não apenas recursos, mas também sua capacidade de usar a fome como instrumento de controle político. É exatamente isso que tem gerado forte reação por parte do Hamas e de seus apoiadores, além de preocupações dentro de organizações como a ONU e algumas ONGs, que temem a lentidão e a burocracia do novo método. No entanto, especialistas afirmam que a demora provocada pela fiscalização rigorosa acaba salvando vidas, ao evitar que armas ou suprimentos militares sejam camuflados junto com a comida e destinados às milícias do Hamas. Para os civis, o modelo representa um alívio inédito, ao garantir que a ajuda chegue de fato a quem mais precisa. Conforme publicado pelo perfil oficial da Global Humanitarian Foundation, que coordena parte dessa operação, “eles nos odeiam porque nosso modelo está funcionando“. A fundação ainda destacou que o Hamas vem tentando sabotar o novo sistema e até ameaçar colaboradores, mas que não pretende recuar: “Pela primeira vez, a comida vai para os civis, não para organizações terroristas“. Nos bastidores diplomáticos, cresce a pressão de algumas agências internacionais para retomar o sistema antigo, porém analistas avaliam que essa mudança seria um retrocesso, recolocando o Hamas no centro do controle e prolongando ainda mais o sofrimento da população de Gaza.
Servidor da Educação de Minas é demitido após processo disciplinar e postagem antissemita

O governo de Minas Gerais oficializou a demissão, a bem do serviço público, do servidor Marcos Roberto de Souza Amaral, Analista Educacional lotado na Superintendência Regional de Ensino de Araçuaí, vinculada à Secretaria de Estado de Educação. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (data de publicação), após a conclusão de um processo administrativo disciplinar que apurou graves infrações funcionais. Segundo a Controladoria-Geral do Estado (CGE), Marcos Amaral descumpriu deveres previstos na Lei Estadual nº 869/1952, que tratam de obrigações como exercer o cargo com dedicação, respeitar superiores hierárquicos e manter conduta compatível com o serviço público. Além disso, o servidor teria incorrido em falta grave tipificada no artigo 250 do mesmo regulamento, considerada incompatível com a função pública. Entre os motivos do processo disciplinar, consta também a publicação de mensagens de teor antissemita e ameaçador em suas redes sociais. Em uma postagem, o servidor escreveu: A manifestação gerou forte repercussão e indignação, sendo considerada incompatível com os princípios constitucionais de respeito à dignidade da pessoa humana e à pluralidade de ideias, além de afrontar valores democráticos. A penalidade de demissão a bem do serviço público é a mais severa prevista na legislação estadual e costuma ser aplicada quando há conduta que macule a imagem e a confiança da sociedade na administração pública. O processo foi conduzido pelo Núcleo de Correição Administrativa da Secretaria de Educação, com parecer técnico confirmando as irregularidades. O servidor já está formalmente intimado pela publicação oficial e tem prazo de dez dias para apresentar pedido de reconsideração, caso queira recorrer da decisão. Procurada, a Secretaria de Estado de Educação não comentou detalhes do caso, mas reforçou a política de “tolerância zero” com qualquer prática discriminatória ou incompatível com a ética do serviço público.
Barak Deri: o capitão da unidade de elite Matkal que sobreviveu ao inferno de Gaza

Sou brasileira e moro em Israel há alguns anos. Nesse período, tive a chance de conhecer pessoas verdadeiramente extraordinárias, mas poucas me marcaram tanto quanto meu amigo Barak Deri. Ele não é apenas um soldado — é um homem que carrega no olhar uma mistura rara de coragem, generosidade e resiliência. Barak integra a Sayeret Matkal, uma das unidades de operações especiais mais respeitadas e seletivas das Forças de Defesa de Israel. Um detalhe impressionante: todos os seus cinco irmãos também serviram na Sayeret Matkal, algo quase inédito, considerando o nível de excelência e os testes rigorosos exigidos para fazer parte desta tropa de elite. Essa tradição familiar revela a fibra, a disciplina e o senso de missão que correm no sangue dos Deri. Em dezembro de 2023, Barak participou de uma das operações mais dramáticas de sua carreira, destinada a resgatar reféns sequestrados pelo Hamas durante o massacre de 7 de outubro. A missão ocorreu nos becos e túneis de Gaza — corredores escuros, úmidos, repletos de armadilhas, que formam um verdadeiro labirinto mortal. No auge da operação, Barak e sua equipe se viram frente a frente com sete terroristas ao mesmo tempo, travando um combate corpo a corpo. Uma granada lançada pelos inimigos explodiu a poucos metros dele, destruindo sua perna e provocando graves ferimentos por estilhaços e tiros. Mesmo caído, Barak continuou atirando para proteger um companheiro que também havia sido ferido, e ao perceber terroristas tentando cercá-los pelas janelas, lançou suas próprias granadas — tudo isso já mortalmente ferido. Em uma de nossas conversas, Barak me contou que acreditou que seria capturado — e, sem saída, cogitou usar sua arma contra si mesmo para evitar o que mais temia: a tortura e a humilhação nas mãos do Hamas. Foi então que sentiu as mãos dos companheiros o puxando para fora daquele inferno subterrâneo, enquanto ainda escutava os colegas discutindo quem deveria ser evacuado primeiro. Ele, praticamente sem pulso, acabou ficando por último, já que os demais tinham mais chances de sobreviver. Graças a Deus, o resgate chegou a tempo. Barak foi levado ao hospital Sheba, onde permaneceu em coma por sete dias. Ao acordar, demorou a entender onde estava — e se ainda estava inteiro. Não estava: sua perna havia sido devastada, exigindo nada menos que 33 cirurgias para reconstruir ossos e músculos. O tornozelo precisou ser completamente fundido, tirando dele para sempre a capacidade de correr. Além disso, enormes cicatrizes marcam o seu corpo. Depois de quase um ano morando dentro do hospital, Barak ouviu a frase mais dura de todas: “Você nunca mais vai correr“. Essa sentença atingiu especialmente forte, pois correr era sua paixão, seu hobby favorito, a forma de aliviar o estresse do dia a dia e se reconectar consigo mesmo. Hoje, enfrenta dores crônicas, controladas apenas com medicamentos fortes, e precisará conviver com limitações para sempre. Apesar de tudo, Barak não se deixou abater. Poucos dias depois de acordar do coma, surpreendeu os médicos ao tentar se sentar e mexer a perna parcialmente reconstruída. Seu apelido na unidade era “Hércules“, e não por acaso. Talvez pudéssemos chamá-lo também de “Wolverine“, tamanho foi o espanto dos médicos com sua recuperação, depois de um embate tão brutal. Em outra de nossas conversas, ele relatou como revive quase todos os dias “o barulho da explosão, o cheiro de fumaça, o gosto de sangue“, e revelou ter sido diagnosticado com transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). Mesmo assim, disse com convicção: “Eu faria tudo de novo“, pois acredita profundamente na missão de salvar vidas. Desde que recebeu alta, Barak passou a compartilhar sua história em eventos públicos e palestras motivacionais. Em outubro de 2024, durante uma cerimônia de memória do massacre de 7 de outubro no Hyde Park, em Londres, ele emocionou milhares de pessoas ao declarar: “Eu não sou uma vítima. Eu escolhi isso. Por pior que tenha sido, também foi a maior experiência da minha vida… Agora tudo tem mais força, a vida é mais poderosa.” Atualmente, Barak encara uma rotina exaustiva de fisioterapia, além de infecções recorrentes, dores constantes e a perspectiva de novas cirurgias nos próximos anos. Ainda assim, mantém o sorriso e transformou-se em inspiração para outros feridos, incentivando e acolhendo quem passa por situações semelhantes. Ele costuma abraçar pacientes e motivar equipes médicas, usando sua experiência para gerar esperança. Também encontrou uma forma de voltar a sentir liberdade: adquiriu uma bicicleta adaptada e, sempre que possível, pedala pelas ruas, reencontrando o prazer de sentir o vento no rosto e provando a si mesmo que ainda pode se mover e viver com dignidade. Além de soldado, Barak é pai de uma menina de apenas três anos, sua maior fonte de motivação. Apesar das sequelas, faz questão de participar de cada momento ao lado da filha — brincar, rir, acompanhar seu crescimento —, um presente que ele jamais tomará como garantido. Em suas palestras, dentro e fora de Israel, Barak compartilha lições poderosas de coragem, liderança, resiliência e espírito de equipe. Suas palavras tocam especialmente aqueles que enfrentam dores, físicas ou emocionais, mostrando que mesmo nos momentos mais sombrios ainda é possível se reconstruir — e ajudar outros a fazerem o mesmo. Ele não gosta de ser chamado de vítima e repete isso sempre que pode. Israel tem muitos soldados corajosos, mas poucos estiveram tão próximos da morte quanto ele e ainda carregam as marcas — no corpo e na alma — sem perder a dignidade e a vontade de servir. Para mim, Barak representa a verdadeira definição de herói — não aquele que nunca cai, mas aquele que, ao cair, encontra forças para se levantar, mesmo sabendo que jamais voltará a ser o mesmo. Hoje, Barak continua reconstruindo não apenas o corpo, mas também a alma. Suas cicatrizes jamais desaparecerão, mas se transformaram em símbolos de honra, gravados para sempre como prova de quem arriscou tudo para salvar outros. Se um dia me perguntarem quem me ensinou o significado mais profundo de coragem, responderei sem hesitar: Barak Deri.