Cessar-fogo ou rendição? Israel discute soltar prisioneiros do Hamas sem garantias reais

As conversas para um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas continuam em ritmo intenso, mas ainda cercadas de incertezas e receios. O objetivo é alcançar uma trégua de 60 dias que permita a libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza e a troca por prisioneiros palestinos, além de abrir espaço para negociações de reconstrução e ajuda humanitária. A proposta inicial do enviado americano Steve Witkoff incluía a libertação de 10 reféns vivos, além da devolução dos corpos de outros 18 reféns mortos, em troca de 125 presos palestinos condenados por assassinato e 1.111 gazenses detidos após os ataques de 7 de outubro de 2023 (Ynet). Também estava prevista a devolução de 180 corpos de palestinos mortos, em duas etapas. No entanto, a proposta atualizada apresentada nesta semana pelo Catar não detalhou quantidades nem proporções específicas, gerando apreensão entre autoridades israelenses. Questionados, negociadores cataris afirmaram que a proporção seria “semelhante” à versão americana, mas sem nenhuma garantia formal. Segundo fontes de Jerusalém, isso levanta o temor de que o Hamas tente renegociar a proporção de prisioneiros a serem libertados em troca dos reféns, o que pode levar a um impasse: “Se o Hamas aceitar, as negociações sobre os números serão duras, e não podemos descartar uma crise“, alertou um alto funcionário israelense. Do lado palestino, o Hamas indica disposição para negociar, mas insiste que qualquer acordo contemple um cessar-fogo permanente e a retirada completa das tropas israelenses de Gaza, antes de liberar todos os reféns. Enquanto isso, a situação humanitária na Faixa continua se agravando: no último dia 3 de julho, ao menos 59 palestinos morreram em ataques aéreos israelenses. Em meio a tantas exigências cruzadas, diplomatas alertam que a definição de prazos, garantias de monitoramento e a proporção real de prisioneiros libertados serão pontos críticos para evitar que o acordo naufrague nos próximos dias.

Trabalhadores humanitários foram executados em Gaza sob recompensa do Hamas

Um ataque brutal ocorrido no dia 12 de junho, que deixou pelo menos oito trabalhadores da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) mortos, expôs de forma dramática a escalada de violência contra operações de ajuda no enclave palestino. A GHF, organização apoiada por Estados Unidos e Israel, culpou diretamente o Hamas pelo atentado que atingiu um ônibus com cerca de duas dezenas de funcionários humanitários a caminho de um centro de distribuição de alimentos no sul da Faixa de Gaza. Segundo a própria fundação, além dos oito mortos, vários outros trabalhadores ficaram feridos e alguns podem ter sido sequestrados. O diretor interino da GHF, John Acree, chegou a cogitar o fechamento das operações após a emboscada, mas optou por seguir atuando. “Decidimos que a melhor resposta aos assassinos covardes do Hamas era continuar entregando comida ao povo de Gaza que conta conosco“, declarou em comunicado. O ataque aconteceu em um contexto de caos crescente no território. No mesmo período, a autoridade de saúde local informou que 103 palestinos foram mortos e outros 400 ficaram feridos por ações militares israelenses em apenas 24 horas, incluindo 21 vítimas fatais nas imediações de centros de distribuição de ajuda da GHF. Recompensas para matar trabalhadores humanitários No último domingo, 30 de junho, a GHF fez outra denúncia grave: o Hamas estaria oferecendo recompensas em dinheiro para qualquer pessoa que ferisse ou matasse seus funcionários humanitários palestinos ou seguranças americanos. De acordo com a fundação, 12 trabalhadores locais já foram assassinados e outros sofreram torturas. “O Hamas colocou recompensas tanto para nosso pessoal de segurança americano quanto para trabalhadores humanitários palestinos“, afirmou a GHF em nota. “Os alvos da brutalidade do Hamas são heróis que tentam alimentar o povo de Gaza no meio de uma guerra.“ A organização ainda apontou que o Hamas tem pré-posicionado agentes armados perto de zonas humanitárias, numa tentativa deliberada de interromper o funcionamento do sistema de entrega de alimentos — considerado o único ainda em operação dentro do enclave. Conflito interno e disputas de poder Relatos de canais locais sugerem que o ônibus atacado no dia 12 transportava funcionários da GHF supostamente ligados a Yasser Abu Shabab, chefe de um grande clã rival do Hamas que estaria recebendo armas de Israel. Abu Shabab, por sua vez, acusou o Hamas de espalhar rumores e imagens falsas para intimidar a população e silenciar opositores. “Rumores de execuções e assassinatos estão sendo espalhados pelos corruptos, mercenários e criminosos do Hamas para semear medo nos corações daqueles que buscam libertação do terrorismo e da opressão“, escreveu Abu Shabab em uma rede social. A associação Ajuda Médica aos Palestinos (MAP) expressou preocupação com a segurança do Hospital Nasser e dos profissionais de saúde, diante do risco de ataques fecharem a instalação. Israel, que combate o Hamas há 20 meses após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, tem reiterado que a única forma de encerrar a guerra é desmantelar completamente o grupo terrorista. Até o momento, todas as negociações para uma trégua fracassaram. Críticas ao modelo de ajuda Apesar do atentado contra seu ônibus, a GHF informou ter distribuído 2,6 milhões de refeições em apenas um dia — seu maior volume desde o início das operações no final de maio. Mesmo assim, organizações internacionais criticam o sistema atual. O chefe da UNRWA (agência de refugiados palestinos da ONU), Philippe Lazzarini, comparou a situação a uma distopia. “Este modelo não abordará o aprofundamento da fome. Os distópicos ‘Jogos Vorazes’ não podem se tornar a nova realidade“, declarou. Ele pediu que a ONU assuma novamente a liderança, acusando o atual esquema de ser ineficiente e inseguro. Israel, por sua vez, voltou a pedir o fim da UNRWA, alegando que a agência coopera com o Hamas — acusação que a organização nega. Apelo à ONU Diante do colapso, a GHF enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, exigindo uma condenação pública contra os ataques a trabalhadores humanitários. No texto, o reverendo Johnnie Moore, presidente executivo da GHF, apelou por uma nova parceria para entregar alimentos diretamente às famílias palestinas e classificou a falha na ajuda humanitária como “estrutural“. “Chegou a hora de confrontar, sem eufemismo ou demora, o fracasso estrutural da entrega de ajuda em Gaza“, escreveu Moore. Mesmo em meio ao cerco, Israel também permitiu a entrada de 56 caminhões de mantimentos do Programa Mundial de Alimentos da ONU no norte de Gaza — primeiro comboio humanitário a acessar a região em meses — e autorizou a chegada de caminhões de farinha para as poucas padarias que ainda funcionam. Enquanto civis sofrem com a escassez, grupos terroristas mantêm a população refém de ameaças e violência. E, entre ataques, blecautes e barricadas, a esperança de um cessar-fogo ainda parece distante. Fonte: Reuters e The Jerusalem Post

Ajuda humanitária em Gaza: novo modelo rompe o controle do Hamas e provoca disputa política

A recente mudança no esquema de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza vem gerando tensões entre grupos extremistas, organismos internacionais e entidades de direitos humanos. O novo sistema, que direciona alimentos e suprimentos diretamente à população civil, sem a intermediação do Hamas, conseguiu entregar cerca de 56 milhões de refeições em apenas um mês, segundo dados divulgados por organizações envolvidas no processo. O Hamas, que historicamente controlava a maior parte da ajuda humanitária, vinha confiscando alimentos e medicamentos para sustentar seus próprios combatentes, além de revender o restante à população faminta a preços abusivos. Há ainda relatos de que armas e equipamentos militares entravam disfarçados nos caminhões de ajuda, diante da fiscalização falha do sistema anterior. Agora, com a inspeção reforçada e a entrega feita diretamente aos civis, o grupo terrorista perde não apenas recursos, mas também sua capacidade de usar a fome como instrumento de controle político. É exatamente isso que tem gerado forte reação por parte do Hamas e de seus apoiadores, além de preocupações dentro de organizações como a ONU e algumas ONGs, que temem a lentidão e a burocracia do novo método. No entanto, especialistas afirmam que a demora provocada pela fiscalização rigorosa acaba salvando vidas, ao evitar que armas ou suprimentos militares sejam camuflados junto com a comida e destinados às milícias do Hamas. Para os civis, o modelo representa um alívio inédito, ao garantir que a ajuda chegue de fato a quem mais precisa. Conforme publicado pelo perfil oficial da Global Humanitarian Foundation, que coordena parte dessa operação, “eles nos odeiam porque nosso modelo está funcionando“. A fundação ainda destacou que o Hamas vem tentando sabotar o novo sistema e até ameaçar colaboradores, mas que não pretende recuar: “Pela primeira vez, a comida vai para os civis, não para organizações terroristas“. Nos bastidores diplomáticos, cresce a pressão de algumas agências internacionais para retomar o sistema antigo, porém analistas avaliam que essa mudança seria um retrocesso, recolocando o Hamas no centro do controle e prolongando ainda mais o sofrimento da população de Gaza.

Servidor da Educação de Minas é demitido após processo disciplinar e postagem antissemita

O governo de Minas Gerais oficializou a demissão, a bem do serviço público, do servidor Marcos Roberto de Souza Amaral, Analista Educacional lotado na Superintendência Regional de Ensino de Araçuaí, vinculada à Secretaria de Estado de Educação. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta segunda-feira (data de publicação), após a conclusão de um processo administrativo disciplinar que apurou graves infrações funcionais. Segundo a Controladoria-Geral do Estado (CGE), Marcos Amaral descumpriu deveres previstos na Lei Estadual nº 869/1952, que tratam de obrigações como exercer o cargo com dedicação, respeitar superiores hierárquicos e manter conduta compatível com o serviço público. Além disso, o servidor teria incorrido em falta grave tipificada no artigo 250 do mesmo regulamento, considerada incompatível com a função pública. Entre os motivos do processo disciplinar, consta também a publicação de mensagens de teor antissemita e ameaçador em suas redes sociais. Em uma postagem, o servidor escreveu: A manifestação gerou forte repercussão e indignação, sendo considerada incompatível com os princípios constitucionais de respeito à dignidade da pessoa humana e à pluralidade de ideias, além de afrontar valores democráticos. A penalidade de demissão a bem do serviço público é a mais severa prevista na legislação estadual e costuma ser aplicada quando há conduta que macule a imagem e a confiança da sociedade na administração pública. O processo foi conduzido pelo Núcleo de Correição Administrativa da Secretaria de Educação, com parecer técnico confirmando as irregularidades. O servidor já está formalmente intimado pela publicação oficial e tem prazo de dez dias para apresentar pedido de reconsideração, caso queira recorrer da decisão. Procurada, a Secretaria de Estado de Educação não comentou detalhes do caso, mas reforçou a política de “tolerância zero” com qualquer prática discriminatória ou incompatível com a ética do serviço público.

Barak Deri: o capitão da unidade de elite Matkal que sobreviveu ao inferno de Gaza

Sou brasileira e moro em Israel há alguns anos. Nesse período, tive a chance de conhecer pessoas verdadeiramente extraordinárias, mas poucas me marcaram tanto quanto meu amigo Barak Deri. Ele não é apenas um soldado — é um homem que carrega no olhar uma mistura rara de coragem, generosidade e resiliência. Barak integra a Sayeret Matkal, uma das unidades de operações especiais mais respeitadas e seletivas das Forças de Defesa de Israel. Um detalhe impressionante: todos os seus cinco irmãos também serviram na Sayeret Matkal, algo quase inédito, considerando o nível de excelência e os testes rigorosos exigidos para fazer parte desta tropa de elite. Essa tradição familiar revela a fibra, a disciplina e o senso de missão que correm no sangue dos Deri. Em dezembro de 2023, Barak participou de uma das operações mais dramáticas de sua carreira, destinada a resgatar reféns sequestrados pelo Hamas durante o massacre de 7 de outubro. A missão ocorreu nos becos e túneis de Gaza — corredores escuros, úmidos, repletos de armadilhas, que formam um verdadeiro labirinto mortal. No auge da operação, Barak e sua equipe se viram frente a frente com sete terroristas ao mesmo tempo, travando um combate corpo a corpo. Uma granada lançada pelos inimigos explodiu a poucos metros dele, destruindo sua perna e provocando graves ferimentos por estilhaços e tiros. Mesmo caído, Barak continuou atirando para proteger um companheiro que também havia sido ferido, e ao perceber terroristas tentando cercá-los pelas janelas, lançou suas próprias granadas — tudo isso já mortalmente ferido. Em uma de nossas conversas, Barak me contou que acreditou que seria capturado — e, sem saída, cogitou usar sua arma contra si mesmo para evitar o que mais temia: a tortura e a humilhação nas mãos do Hamas. Foi então que sentiu as mãos dos companheiros o puxando para fora daquele inferno subterrâneo, enquanto ainda escutava os colegas discutindo quem deveria ser evacuado primeiro. Ele, praticamente sem pulso, acabou ficando por último, já que os demais tinham mais chances de sobreviver. Graças a Deus, o resgate chegou a tempo. Barak foi levado ao hospital Sheba, onde permaneceu em coma por sete dias. Ao acordar, demorou a entender onde estava — e se ainda estava inteiro. Não estava: sua perna havia sido devastada, exigindo nada menos que 33 cirurgias para reconstruir ossos e músculos. O tornozelo precisou ser completamente fundido, tirando dele para sempre a capacidade de correr. Além disso, enormes cicatrizes marcam o seu corpo. Depois de quase um ano morando dentro do hospital, Barak ouviu a frase mais dura de todas: “Você nunca mais vai correr“. Essa sentença atingiu especialmente forte, pois correr era sua paixão, seu hobby favorito, a forma de aliviar o estresse do dia a dia e se reconectar consigo mesmo. Hoje, enfrenta dores crônicas, controladas apenas com medicamentos fortes, e precisará conviver com limitações para sempre. Apesar de tudo, Barak não se deixou abater. Poucos dias depois de acordar do coma, surpreendeu os médicos ao tentar se sentar e mexer a perna parcialmente reconstruída. Seu apelido na unidade era “Hércules“, e não por acaso. Talvez pudéssemos chamá-lo também de “Wolverine“, tamanho foi o espanto dos médicos com sua recuperação, depois de um embate tão brutal. Em outra de nossas conversas, ele relatou como revive quase todos os dias “o barulho da explosão, o cheiro de fumaça, o gosto de sangue“, e revelou ter sido diagnosticado com transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). Mesmo assim, disse com convicção: “Eu faria tudo de novo“, pois acredita profundamente na missão de salvar vidas. Desde que recebeu alta, Barak passou a compartilhar sua história em eventos públicos e palestras motivacionais. Em outubro de 2024, durante uma cerimônia de memória do massacre de 7 de outubro no Hyde Park, em Londres, ele emocionou milhares de pessoas ao declarar: “Eu não sou uma vítima. Eu escolhi isso. Por pior que tenha sido, também foi a maior experiência da minha vida… Agora tudo tem mais força, a vida é mais poderosa.” Atualmente, Barak encara uma rotina exaustiva de fisioterapia, além de infecções recorrentes, dores constantes e a perspectiva de novas cirurgias nos próximos anos. Ainda assim, mantém o sorriso e transformou-se em inspiração para outros feridos, incentivando e acolhendo quem passa por situações semelhantes. Ele costuma abraçar pacientes e motivar equipes médicas, usando sua experiência para gerar esperança. Também encontrou uma forma de voltar a sentir liberdade: adquiriu uma bicicleta adaptada e, sempre que possível, pedala pelas ruas, reencontrando o prazer de sentir o vento no rosto e provando a si mesmo que ainda pode se mover e viver com dignidade. Além de soldado, Barak é pai de uma menina de apenas três anos, sua maior fonte de motivação. Apesar das sequelas, faz questão de participar de cada momento ao lado da filha — brincar, rir, acompanhar seu crescimento —, um presente que ele jamais tomará como garantido. Em suas palestras, dentro e fora de Israel, Barak compartilha lições poderosas de coragem, liderança, resiliência e espírito de equipe. Suas palavras tocam especialmente aqueles que enfrentam dores, físicas ou emocionais, mostrando que mesmo nos momentos mais sombrios ainda é possível se reconstruir — e ajudar outros a fazerem o mesmo. Ele não gosta de ser chamado de vítima e repete isso sempre que pode. Israel tem muitos soldados corajosos, mas poucos estiveram tão próximos da morte quanto ele e ainda carregam as marcas — no corpo e na alma — sem perder a dignidade e a vontade de servir. Para mim, Barak representa a verdadeira definição de herói — não aquele que nunca cai, mas aquele que, ao cair, encontra forças para se levantar, mesmo sabendo que jamais voltará a ser o mesmo. Hoje, Barak continua reconstruindo não apenas o corpo, mas também a alma. Suas cicatrizes jamais desaparecerão, mas se transformaram em símbolos de honra, gravados para sempre como prova de quem arriscou tudo para salvar outros. Se um dia me perguntarem quem me ensinou o significado mais profundo de coragem, responderei sem hesitar: Barak Deri.

IDF: Chefe da inteligência escreve carta aos soldados

Shlomi Binder, chefe da Inteligência de Israel, escreveu uma carta aos soldados que participaram da operação “Leão Ascendente” na guerra de doze dias contra o Irã. “Após 12 dias históricos de guerra contra o Irã, um cessar-fogo foi implementado, embora seja cedo para avaliar sua estabilidade. A Operação “Leão Ascendente” atingiu plenamente seus objetivos, até superando alguns deles: danificou componentes críticos do programa nuclear iraniano, interrompeu a cadeia de valor da indústria de mísseis e impediu o surgimento de uma ameaça existencial. Essas conquistas serão amplamente debatidas, e vocês, da Diretoria de Inteligência, tiveram papel essencial nelas. Mesmo assim, devemos manter a consciência de que o inimigo ainda é determinado e extremista, com uma visão diferente de vitória, enraizada na fé e na teimosia. Nossa diretoria deve permanecer na linha de frente nos próximos anos, por meio de alertas, coleta de informações, análise da realidade e desenvolvimento de novas ferramentas de ação. Neste momento de sucesso, ecoa também a lembrança do fracasso de 7 de outubro, que ocorreu dentro da mesma organização que agora colhe vitórias. Isso nos obriga a exercer humildade e reconhecer a complexidade da nossa missão. Quem atua na inteligência precisa manter ceticismo, autocrítica, constante de briefing e aprimoramento — tanto no êxito quanto no fracasso. A realidade de segurança de Israel melhorou, mas não ficou menos complexa. Continuam existindo desafios operacionais e de inteligência em várias frentes, incluindo a guerra em Gaza, com a meta de devolver nossos reféns e derrotar o Hamas. Durante a operação e os meses anteriores, tive o privilégio de conhecer muitos de vocês — comandantes, soldados, reservistas, pesquisadores, pessoal de operações — todos mostrando profunda fé na justiça da nossa causa, força extraordinária, iniciativa e paixão pela ação. São essas qualidades que nos permitirão seguir adiante, lidando com desafios futuros e revisando nossas lições e procedimentos. Espero ver cada um de vocês engajado nesse processo. “Antes da destruição, o coração do homem se eleva, mas a humildade precede a honra.” — Provérbios Estou orgulhoso e grato a todos. Shlomi Binder Chefe da Inteligência

Mais muro, menos imposto: ofensiva republicana agita Congresso americano

Em um momento de forte tensão política nos Estados Unidos, o líder da maioria no Senado, John Thune, classificou como uma “oportunidade geracional” o novo pacote legislativo que está sendo discutido no Congresso. Em artigo publicado nesta segunda-feira (23) pela Fox News, o senador defendeu a aprovação urgente da proposta, que, segundo ele, pode redefinir a segurança nacional e trazer alívio fiscal para milhões de famílias americanas. O plano, que os republicanos esperam aprovar antes do 4 de julho (dia da independência americana ), prevê a liberação de verbas para ampliar o muro na fronteira com o México. Além de tentar conter o fluxo de imigrantes ilegais, o projeto também busca impedir um aumento de até US$ 1.700 nos impostos de famílias de classe média, num momento em que o custo de vida já pesa no orçamento doméstico. “O momento pede ação. Temos a chance de proteger nossas fronteiras e aliviar o peso que recai sobre as famílias americanas”, argumentou Thune. Ele destacou que a medida não se resume ao presente, mas visa garantir estabilidade e prosperidade no longo prazo. A proposta, porém, enfrenta forte oposição de democratas e setores progressistas, que acusam os republicanos de explorar a crise migratória com fins eleitorais. Críticos afirmam que o muro não resolve as causas estruturais da imigração e pode aprofundar divisões políticas no país. Com o feriado se aproximando, o Congresso corre contra o relógio. O desfecho pode influenciar diretamente o cenário político e legislativo do novo governo que se iniciou em 2025. Fonte: Fox News

Uma brasileira vivendo sob ataque

Meu nome é Desirée Rugani. Sou brasileira e vivo em Israel. Todos os dias, compartilho informações sobre o que acontece nesta pequena faixa de terra cercada de ameaças e, ao mesmo tempo, repleta de vida, história, fé, cultura e resistência. Quem me acompanha nas redes sociais costuma ver as notícias quando há um ataque: as sirenes soando, as explosões, o Domo de Ferro funcionando, o exército respondendo. Mas poucas pessoas conseguem imaginar o que realmente é viver isso. O que acontece nos minutos que não aparecem na televisão? Como o corpo reage quando, no meio de um dia normal, o som agudo da sirene corta o ar? Como é caminhar em direção ao bunker, ouvir as explosões e tentar manter a calma? Este é um pequeno relato, não apenas de fatos, mas de sensações. O alarme: quando o coração começa a correr antes do corpo A sirene em Israel tem um som muito característico. Ela não soa como um simples aviso. Ela perfura o silêncio. Ela invade a mente. Nos primeiros segundos, há sempre um choque, por mais vezes que já tenhamos passado por isso. O cérebro demora uma fração de segundo para processar: “É real. É agora.” Não importa a hora: pode ser de madrugada, enquanto dormimos; pode ser no meio do almoço; pode ser durante o banho, ou quando você está colocando seu bebê para dormir. O corpo entra em modo automático. É como se todos os sentidos se ligassem ao mesmo tempo: “Onde estou? Quantos segundos tenho? Para onde corro?“ O tempo de resposta varia conforme a cidade. Em algumas regiões, há 90 segundos para chegar ao abrigo. Em outras, especialmente mais próximas das fronteiras, temos apenas 10 segundos. Dez segundos entre a sirene e o possível impacto do míssil. Dez segundos para agarrar o filho, o animal de estimação, as chaves, ou simplesmente correr descalça até o mamad, o bunker doméstico, obrigatório em praticamente todas as residências novas em Israel. Quem não tem esse mamad particular deve ir para os públicos ou para o comunitário do seu prédio. Sempre pelas escadas. Infelizmente, isso causa muitos acidentes pelo pânico. Nesses momentos sempre me lembro dos idosos, doentes e bebês. Mas como funciona ir até o bunker? Correr para o bunker já virou quase um ritual. As crianças aprendem desde cedo a não questionar: ouvir a sirene significa entrar no abrigo. Não há discussão, não há espera. Mesmo os bebês, mesmo os idosos, todos aqui entendem o que significa o “tzeva adom” (alerta vermelho). O som metálico da porta de aço do bunker se fechando traz uma sensação agridoce: de um lado, o alívio de estar em segurança; de outro, o medo do que pode estar por vir nos próximos segundos. Dentro do mamad, o som das explosões é ouvido e conseguimos imaginar o que está acontecendo do lado de fora. Dependendo da distância, o chão vibra. Cada explosão é um pequeno terremoto emocional. Sabemos que muitas dessas explosões são os mísseis sendo interceptados pelo sistema de defesa israelense: Domo de Ferro, Arrow, Patriot, David’s Sling. Mas também sabemos que nem sempre todos são interceptados. E que cada foguete lançado tem um destino intencional: atingir civis. Matar indiscriminadamente. O silêncio dentro do bunker é tenso. Olhamos uns para os outros. Alguns tentam manter a calma com brincadeiras, outros rezam em silêncio e outros cantam. Em alguns momentos, o impacto é tão próximo que o bunker parece tremer. Nessas horas, o pensamento vem automático: “Será que dessa vez escapamos por pouco?” Quando as sirenes cessam e a defesa informa que o perigo imediato passou, abrimos a porta com cautela. Algumas vezes, há fumaça visível ao longe. Outras vezes, seguimos a vida como se nada tivesse acontecido. Mas a mente carrega o peso acumulado de cada episódio. Como se vive com isso? É difícil descrever o que significa viver em constante prontidão. Nos adaptamos. Aprendemos a escolher casas próximas de bunkers, a planejar as atividades do dia pensando em qual seria o abrigo mais próximo, a ensinar as crianças a reagir rápido sem pânico. E, mesmo assim, nunca se torna normal. Israel é um país resiliente. As pessoas aqui têm uma capacidade de seguir em frente impressionante. Depois de cada ataque, há reconstrução, solidariedade, abraços silenciosos entre vizinhos que se encontram na porta do bunker. Há lágrimas escondidas e também sorrisos de alívio. A vida segue mas o trauma fica. O que muitos não veem é o trauma invisível. As crianças que acordam à noite com pesadelos. Os adultos que vivem em estado de alerta permanente. A ansiedade constante ao menor barulho alto, que pode soar como uma nova sirene. O coração vigilante mesmo quando o céu está limpo. Eu, como imigrante brasileira, precisei aprender rápido a viver neste ritmo. Não é fácil. Cada sirene ativa aflições. Cada explosão desperta o instinto primitivo de sobrevivência. Mas também desenvolvi uma força interna que jamais pensei ter. Aqui, a vida é preciosa. Cada dia vivido plenamente é uma vitória. Por que conto essa história? Há quem olhe de longe e pense que Israel vive apenas de conflitos e guerras. Mas há muito mais. Há inovação, ciência, tecnologia, cultura, fé, tradição, diversidade. Há famílias, há crianças sorrindo nos parques, há casamentos, festas, esperança. Há vida. Conto essa história para que o mundo veja além das manchetes frias e entenda a mentalidade e o espírito israelense. E também para que entendam que cada sirene representa famílias correndo, abraços apertados, preces silenciosas e, acima de tudo, um povo determinado a seguir vivendo, apesar de tudo. Quando digo que Israel luta pelo direito de existir, não é uma metáfora. É a realidade diária de milhões de pessoas. Pessoas como eu, como meus vizinhos, de várias nacionalidades e religiões, como as famílias inteiras que descem às pressas para o bunker sempre que a sirene avisa que mais um míssil foi lançado com o único objetivo de matar civis inocentes. Resistir é um ato de vida Cada vez que saímos do bunker e seguimos a vida, estamos

Ataque iraniano causa mortos e dezenas de feridos em Israel, apesar do cessar-fogo

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite desta segunda-feira (23) que Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo que entrará em vigor às 07:00, horário de Israel. Israel confirmou isso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que ontem à noite convocou o Gabinete de Segurança Política junto com o Ministro da Defesa, o Chefe do Estado-Maior e o chefe do Mossad, a fim de informar que Israel alcançou todos os objetivos da Operação Am Kalvi, e ainda muito mais. De acordo com um comunicado do Gabinete do Primeiro Ministro, “Israel removeu de si uma ameaça existencial imediata e dupla – tanto no campo nuclear quanto no campo dos mísseis balísticos. Além disso, as FDI alcançaram o controle aéreo total sobre os céus de Teerã, danificaram gravemente a liderança militar e destruíram dezenas de alvos importantes do governo iraniano.” Em relação ao cessar-fogo, o comunicado disse: “À luz da realização dos objetivos da operação, e em total coordenação com o presidente Trump, Israel concordou com a proposta do presidente de um cessar-fogo bilateral. Israel responderá com força a qualquer violação do cessar-fogo.” Trump escreveu esta manhã em sua rede Truth Social que “o cessar-fogo está em vigor, por favor, não o quebre!” Mais cedo, Trump escreveu: “Foi uma guerra que poderia ter durado anos e destruído todo o Oriente Médio – mas não aconteceu e nunca acontecerá!“ Porém, apesar das trataiva diplomáticas, um míssil balístico disparado do Irã atingiu em cheio um prédio residencial de sete andares em Be’er Sheva, sul de Israel, no ínicio da manhã. A explosão, causada por aproximadamente 500 quilos de explosivos, destruiu parte da estrutura e resultou na morte de cinco civis. Outras 26 pessoas ficaram feridas. O projétil atingiu diretamente os andares superiores do edifício, colapsando o quinto e o sexto andares. Quatro moradores que buscavam proteção dentro do mamad — o abrigo reforçado obrigatório em residências israelenses — não resistiram à potência do impacto. Um quinto civil faleceu posteriormente em decorrência dos ferimentos. Equipes de emergência foram mobilizadas imediatamente. Bombeiros, socorristas do Magen David Adom, Defesa Civil e voluntários do Zaka atuaram por horas em uma operação delicada de busca e resgate sob os escombros. Três pessoas foram retiradas com vida. A maioria dos feridos foi encaminhada ao Hospital Soroka, também em Be’er Sheva, com ferimentos leves e em estado de choque. O incidente gerou críticas à conduta da Defesa Civil, que permitiu o retorno de moradores aos apartamentos após o primeiro alerta de ataque aéreo. Poucos minutos depois, uma nova onda de mísseis foi disparada, surpreendendo quem havia deixado os abrigos. Autoridades israelenses reconhecem que o protocolo será revisado. “O cenário que encontramos hoje lembra os horrores do 7 de outubr“, afirmou um voluntário do Zaka. “As famílias estavam em seus abrigos, mas o impacto foi devastador. Foi uma visão difícil até mesmo para equipes experientes.“ Este foi o segundo ataque significativo contra Be’er Sheva em menos de uma semana. No incidente anterior, outro míssil já havia ferido civis e danificado o complexo hospitalar Soroka, que também precisou ser evacuado temporariamente. O governo israelense prometeu uma resposta dura e classificou o ataque como uma grave escalada. Enquanto isso, a cidade, abalada, tenta lidar com mais uma tragédia que marca profundamente sua população. Fonte: Kikar HaShabba, Arutz Sheva, Ynet e Walla News

Israel e Irã anunciam cessar-fogo, mas ataques continuam horas antes e depois do acordo

Após quase duas semanas de intensos bombardeios, Israel e Irã anunciaram nesta terça-feira (24) um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. O anúncio foi feito publicamente pelo ex-presidente Donald Trump, que confirmou a aceitação do acordo pelas duas partes. Mas, mesmo com o entendimento oficializado, a tensão na região seguiu alta. Duas horas antes da entrada em vigor do cessar-fogo, o Irã lançou uma nova rodada de mísseis balísticos contra várias regiões de Israel. Sirenes soaram em cidades do centro do país, incluindo Tel Aviv, obrigando milhares de civis a buscarem proteção. Apesar da intensidade dos ataques, o sistema de defesa antimísseis israelense conseguiu interceptar a maioria dos projéteis, evitando um número maior de vítimas. Não bastasse o ataque prévio, já com o cessar-fogo oficialmente em vigor, o Irã voltou a disparar mísseis, atingindo áreas no norte de Israel. Segundo o Exército israelense, novamente os sistemas de defesa conseguiram neutralizar a maior parte dos lançamentos, mas o incidente deixou claro que o acordo de cessar-fogo está longe de ser sólido. Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, foi direto: “O Irã já violou o cessar-fogo. Nossas forças estão autorizadas a responder com força total contra alvos iranianos, sejam militares ou estratégicos.” Autoridades negaram oficialmente qualquer violação do acordo Do lado iraniano, as autoridades negaram oficialmente qualquer violação do acordo. O porta-voz do governo, Abbas Araghchi, afirmou que os lançamentos ocorreram “dentro do direito de defesa enquanto as provocações israelenses continuarem”. O Irã também deixou claro que o fim completo dos ataques depende da suspensão das operações militares israelenses na região. A comunidade internacional reagiu com preocupação. A União Europeia e a ONU apelaram pelo respeito imediato ao cessar-fogo, enquanto China e Rússia tentam intermediar um canal diplomático para estabilizar a situação. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, sugeriu que a trégua poderia abrir espaço para novas negociações nucleares com Teerã. Mesmo com o anúncio da trégua, o clima na região segue tenso. A qualquer novo disparo, o risco de uma escalada maior continua real. Fontes: The Guardian e Reuters

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