Alexandre de Moraes se prepara para destruir o Brasil

Em meu último artigo, falei sobre como o Brasil poderia caminhar para virar uma espécie de pária internacional, e os últimos acontecimentos deixam claro que isso está próximo de se tornar uma realidade. Não gosto de fazer previsões alarmantes, mas as notícias que saem estão nos preparando para o pior. Tivemos a notícia do tarifaço de Trump, com o governo Lula afirmando que utilizaria a Lei da reciprocidade para retaliar os Estados Unidos, ou seja, aplicaria tarifas iguais sobre produtos americanos, mas como eu disse e repito, a medida é uma piada. O nosso país não tem força econômica para sustentar uma retaliação americana e os sonhos e esperanças dos aliados para que o Brasil pudesse sustentar essa narrativa não mudarão a realidade: ele não pode. Como eu havia escrito, as empresas brasileiras estão calculando o impacto econômico das potenciais tarifas, porém, no dia 18 tivemos mais uma escalada de tensões, em uma manobra já esperada: Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal tiveram seus vistos suspensos, suas palestras em Nova York terão que ganhar novo endereço. As consequências políticas e diplomáticas chegaram, tornando a vida dos ministros mais difícil, mas possivelmente piorará ainda mais, e as principais empresas do Brasil vão sangrar por conta desse combo de restrições que estão chegando em simultâneo. As principais empresas do país, como a Vale e a Petrobras, são assessoradas por empresas de advocacia ligadas aos ministros do STF. Como vimos, os parentes dos juízes da mais suprema corte não conseguiram escapar da lista maldita de Trump. O cálculo agora é: se os ministros forem mesmo atingidos pela chamada “Lei Magnitsky“, quais serão as consequências disso para o funcionamento do sistema financeiro e do mercado brasileiro e como essas empresas, que possuem vínculo com diversos ministros, poderão ser impactadas. Como sabemos, Alexandre de Moraes está em um ponto de não retorno, se ele recuar, demonstrará fraqueza ou que está errado, e os outros ministros que embarcaram na onda não têm escolha a não ser continuar sustentando as ações do ministro. Que eles passaram do ponto no chamado “julgamento do Golpe” é um fato, já que condenar uma mulher por 14 anos de prisão por pichar uma estátua, até para apoiadores de Moraes, é no mínimo desproporcional. A destruição do Brasil Você não leu esse subtítulo de maneira equivocada, o fato de Moraes não recuar, ou do governo Lula querer se manter em pé, mesmo sob o amparo de muletas, poderá levar o nosso país a sangrar, uma destruição que acontece de fora para dentro, mas que vai atingir todos os brasileiros, os que apoiam as medidas de Moraes e os que não apoiam, todos nós seremos atingidos, e o cenário se torna crítico. Nas últimas semanas o presidente Lula criticou publicamente as ações americanas, alegando que as sanções representam uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Brasil, ou uma espécie de atentado a soberania, discurso esse mantido por apoiadores do governo e pelos ministros da corte, que falam em interferência estrangeira internacional. Mas e a visão de Trump e de seu governo sobre a interferência contra a soberania americana? Será que Moraes e companhia estão ignorando isso? Segundo a Rumble e a Trump Media, empresas que abriram uma ação conjunta contra as medidas do juiz Alexandre de Moraes, Moraes violou a legislação norte-americana ao ordenar à Rumble que suspendesse a conta de Allan dos Santos. O CEO da Rumble forneceu entrevista ao jornal Folha de São Paulo e afirmou que: “Moraes agora está tentando contornar completamente o sistema legal americano, utilizando ordens sigilosas de censura para pressionar redes sociais americanas a banir o dissidente político (Allan dos Santos) em nível global”. O STF iniciou uma investigação contra Allan dos Santos por supostamente propagar desinformação e ofender os ministros da Corte brasileira. Existe um mandado de prisão preventiva contra Allan, que mora nos Estados Unidos. A Trump Media se juntou à Rumble contra Alexandre de Moraes. Os advogados da empresa ligada ao presidente Donald Trump argumentam que as restrições das operações do Rumble no Brasil também prejudicam a empresa, já que a plataforma de vídeos fornece à Trump Media serviços necessários à manutenção da rede social Truth Social. O advogado Pablo Sukiennik explicou em entrevista que, no território brasileiro, as decisões de Moraes representam o STF enquanto instituição, mas esse entendimento não é obrigatório ao juiz americano. “As regras do direito não são universais. Cada país define se é possível ou não. No Brasil, iria contra a União“, disse Sukiennik. “Mas a forma como funciona no Brasil não significa que seja assim em qualquer outro lugar do mundo.“ Fora a questão do processo contra Moraes, movido por uma empresa do presidente Trump, o governo como um todo entende que, além dessas censuras praticadas contra brasileiros que moram nos Estados Unidos e que por isso estariam protegidos pelas leis americanas e não brasileiras, ainda existe algo ainda maior acontecendo, uma perseguição política contra Jair Bolsonaro. O próprio secretário Marco Rubio afirmou que Moraes promove uma “política de caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e que essa postura estaria violando direitos civis, inclusive de cidadãos americanos. “Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte e seus familiares de forma imediata“, disse Rubio. Se olharmos as medidas que o governo americano está aplicando, taxação, suspensão de vistos e possivelmente a aplicação da polêmica “Lei Magnitsky“, isso só ocorreu dessa forma contra países autoritários, como Rússia, Venezuela e Nicarágua, o que poderá levar diversos líderes globais a se perguntar: o Brasil se tornou um país antidemocrático? Não se engane e nem se deixe enganar por quem está tentando falar para você que essas medidas não têm peso, elas possuem sim um significado simbólico muito grande, além de claro, em breve pesarem no bolso econômico da realidade, já que na visão americana, para se acabar com um país ditador, é necessário cortar seus meios financeiros. Brasil vai para o tudo ou nada Com a aplicação da Lei Magnitsky batendo na porta de Moraes

Brasil: O próximo pária internacional

Acordamos e mais uma semana se iniciou, tudo ocorrendo na sua maior normalidade, brasileiros indo para os seus trabalhos, crianças de férias, noticiários passando os mais diversos crimes e, no fundo, um burburinho político, que se arrasta há meses em um impasse entre políticos, jornalistas e o próprio Estado americano, um burburinho que agora se tornou impossível de não ver e querer acompanhar. Donald Trump tomou uma decisão radical: impôs uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras, tarifa essa que começará a ser aplicada a partir de 1º de agosto de 2025. Essa retaliação do governo americano foi justificada ao que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Não pretendo hoje discutir as consequências, devastadoras, que uma taxação dessa proporção vai causar ao Brasil, pois, goste você ou não, o nosso país é um nanico internacional que vive de vender suas commodities, e de uma relevância que decai a cada ano que passa. A diplomacia de Lula é um desastre com os Estados Unidos, assim como a diplomacia de Bolsonaro foi um desastre com a China. A evolução dessa gangorra política — que ora ataca um lado e ora ataca o outro, sem poder atacar ninguém — transformou o Brasil em um país arriscado, sem coerência em sua política externa, abandonando anos de boa convivência e bom meio de campo com países que são poderosos demais para arriscar uma inimizade. Brasil e China: de relações estreitas, a desconfianças e uma reaproximação Embora a relação oficial diplomática entre Brasil e China tenha se iniciado na década de 1970, foi a partir dos anos 90 que tivemos um estreitamento entre ambos os países. Foi nessa década que um processo de fortalecimento se iniciou e evoluiu de uma parceria inicialmente estruturada em torno de interesses econômicos e comerciais para uma relação ainda maior, com cooperação política, tecnológica, ambiental e cultural.. Foi com as presidências de Fernando Collor de Mello (1990-1992) e depois de Itamar Franco (1992-1995) que o Brasil começou sua trajetória de diversificar os seus parceiros comerciais e abriu espaço para que um estreitamento com a China começasse. É importante lembrar que Pequim estava iniciando um boom de crescimento, que viria a explodir no início dos anos 2000. Durante o processo de abertura do Brasil ao cenário internacional, o país deu início a uma tradição diplomática pautada pelo equilíbrio, buscando atuar com bom senso no meio de campo e evitar qualquer inclinação a radicalismos. Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) foi à China em 1997, esse evento histórico nos indicou que a relação poderia evoluir para uma cooperação mais ampla, especialmente na área de comércio e investimentos. Nesse período, o comércio bilateral começou a crescer, com a China se tornando um importante parceiro comercial do Brasil, principalmente na exportação de commodities brasileiras, como soja, minério de ferro e petróleo. Lula surfa na onda chinesa Após os governos FHC e durante os dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), a relação, sem sombra de dúvidas, chegou a novos patamares, se aprofundando ainda mais. Lula viajou pela primeira vez para a China em 2004, pelo menos de forma oficial, como presidente brasileiro, e atraiu o país para bem perto, fortalecendo a cooperação em diversas áreas, desde a energética até a tecnológica. A década de 2000 também foi marcada pelo aumento exponencial do comércio bilateral, com o Brasil se beneficiando do crescimento econômico chinês e buscando diversificar sua pauta de exportações, enquanto a China investia em setores estratégicos brasileiros. Além disso, foram estabelecidos vários acordos de cooperação em ciência, tecnologia e educação. Dilma e Temer mantêm a paz com a China Sai Lula e entra outra petista, Dilma Rousseff (2011-2016), e a relação continua a se fortalecer, sendo reconhecida oficialmente como uma parceria estratégica. Dilma visita a China em 2014 e reforça a vontade do governo brasileiro em aprofundar a cooperação. Nesse período, houve também uma maior presença chinesa no Brasil em investimentos em infraestrutura, energia renovável e mineração. Dilma sai de cena, é impichada e entra o seu vice Michel Temer (2016-2018). Sob Temer, a relação Brasil-China se mantém sólida, apesar de desafios internos em ambos os países. Bolsonaro desconfia dos chineses Com a eleição do outsider Jair Bolsonaro (2019-2022), a relação entre os países começa a mudar. Famoso por seu discurso anticomunista, Bolsonaro começa a falar sobre interferência interna chinesa e até mesmo de uma ameaça à democracia brasileira. Podemos dizer que a política mais à direita de Bolsonaro, se distanciando de uma neutralidade, tornou a relação entre os países mais ambígua e incerta, com acusações e momentos de muita tensão. Mesmo com todos esses problemas na esfera política e ideológica, é inegável que tivemos um fortalecimento do comércio e dos investimentos, que continuaram a crescer, mesmo com diversas tensões globais e regionais, incluindo a pandemia de Covid-19, que reforçou a necessidade de cooperação internacional. Como eu escrevi, a relação entre Brasil e China durante o mandato de Bolsonaro foi muito ambígua. Desde o início da década de 1990, os países se aproximaram, o que consolidou a relação e a China se tornou um parceiro comercial muito importante para o Brasil, principalmente por conta das exportações de commodities como soja, minério de ferro e carne bovina. Entretanto, mesmo com essa aproximação econômica, diversas polêmicas marcaram a relação Brasil-China na gestão Bolsonaro. O ex-presidente, por exemplo, criticou as medidas ambientais na China, especialmente relacionadas às políticas de controle de florestas e às ações no Brasil contra o desmatamento na Amazônia. Essas críticas geraram desconforto na China, que, por sua vez, demonstrou preocupação com o impacto ambiental na região amazônica, de interesse global. Nesse período também tivemos denúncias, especialmente por parte de setores políticos e da mídia, de que a China estaria tentando exercer influência política no Brasil, incluindo supostas tentativas de angariar apoio para interesses chineses ou influenciar decisões estratégicas. Essas alegações, muitas vezes, alimentaram discursos de preocupação com a soberania nacional. Muitas foram as controvérsias nessa relação entre Brasil e China, entretanto, no final das

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