Ataques a ônibus em São Paulo, mais de 450 veículos depredados em um mês

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Desde o início de junho de 2025, São Paulo enfrenta uma onda de vandalismo contra o transporte público, com mais de 450 ônibus depredados na capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. Somente na noite de 2 de julho, 35 coletivos foram alvos de ataques na capital, a maioria na zona sul, segundo a SPTrans. As ações, que incluem apedrejamentos e quebras de janelas, causaram prejuízos materiais e colocaram em risco a segurança de motoristas e passageiros.

A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), investiga os casos e aponta como principal hipótese a motivação por “desafios” promovidos em redes sociais, envolvendo majoritariamente adolescentes. O delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, descartou, por ora, a participação de facções criminosas, devido à ausência de reivindicações típicas de organizações criminosas.

Entretanto, há uma outra linha de investigação que apura se os ataques são uma retaliação à instalação de câmeras com suposto reconhecimento facial nos ônibus ou disputas entre empresas de transporte, como a Transwolf e Upbus, afastadas de contratos na zona sul por suspeitas de ligação com o PCC.

Os ataques, concentrados 60% na zona sul, afetam vias como a Avenida Washington Luís e Cupecê. Em um caso grave, uma passageira de 31 anos sofreu uma fratura no nariz após ser atingida por vidros quebrados em um ataque na Avenida Washington Luís, próximo ao Aeroporto de Congonhas. Na Baixada Santista, 31 ônibus foram vandalizados em Santos, São Vicente e Cubatão, enquanto cidades como Osasco e Taboão da Serra também registraram casos.

A Polícia Militar lançou a Operação Impacto Proteção a Coletivos, mobilizando 7.890 agentes e 3.641 viaturas para reforçar a segurança em corredores, garagens e terminais até 31 de julho. A SPTrans orienta as empresas a registrarem boletins de ocorrência, mas há divergências nos números — 235 ataques pela SPTrans contra 180 pela Polícia Civil — o que pode indicar subnotificação.

O Sindicato dos Motoristas cobra medidas urgentes, destacando o impacto na operação e na segurança dos usuários.

As investigações seguem com monitoramento de plataformas digitais e análise de câmeras de segurança para identificar os responsáveis. A população é incentivada a denunciar pelo 181 ou 190, enquanto as autoridades buscam conter os atos que prejudicam milhares de passageiros.

Fontes: CBN, Diariodotransporte, Metropoles, oglobo, G1, UOL, Poder360

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