Após pedido de prisão de Bolsonaro, Gonet vira alvo da fúria de Trump

Compartilhe:

A diplomacia entre Brasil e Estados Unidos vive um momento de tensão aguda: o governo de Donald Trump cogita impor sanções ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, após ele pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar um golpe de Estado. O impasse coloca em xeque as relações entre as duas potências e eleva o nível de disputa política internacional.

O Ministério Público apresentou, em julho de 2025, um documento de 517 páginas recomendando a condenação de Bolsonaro por crimes como “formação de organização criminosa” e “tentativa de abolir por via violenta a ordem democrática”. A acusação aponta que Bolsonaro incitou insurreição e que mantinha um esquema conspiratório com aliados para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.

Em paralelo, Trump — forte aliado de Bolsonaro — classificou o processo como uma “caça às bruxas” e anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, vinculando diretamente a decisão judicial ao comércio bilateral. A reação brasileira foi rápida: o Itamaraty classificou a medida como interferência “inaceitável” nos assuntos internos e que iria retaliar usando a Lei da Reciprocidade.

Fontes próximas à administração Trump afirmam que o veto pode ir além das tarifas comerciais, incluindo restrições pessoais ao procurador Gonet — como congelamento de bens, proibição de vistos ou limitação generalizada de intercâmbios com o sistema de justiça dos EUA. Embora a Casa Branca não tenha confirmado oficialmente, diplomatas indicam que medidas punitivas ao nível institucional estão sendo avaliadas, principalmente se o STF mantiver o pedido de prisão preventiva de Bolsonaro.

Se confirmadas, as sanções podem agravar seriamente as relações entre ambos os países. Para o Brasil, repercutem como pressão direta sobre sua independência judicial. Já Trump reforça sua narrativa de “protetor dos líderes conservadores globais“, voltando a defender aliados como Bolsonaro, Marine Le Pen e Benjamin Netanyahu.

Economicamente, empresas brasileiras já sofrem com tarifas previstas para entrar em vigor em 1º de agosto, afetando os setores de agronegócio e manufatura, além de reverberar no câmbio. O real já cedeu terreno, e há temores de escalada da crise econômica.

Fontes: Metrópoles, AP

Compartilhe:

Leia Também

plugins premium WordPress