“Pablo Escobar” equatoriano: Fito é extraditado para os EUA, onde será julgado

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O governo do Equador extraditou José Adolfo Macías Villamar, conhecido como “Fito”, para os Estados Unidos no domingo (20), tornando-se o primeiro cidadão equatoriano enviado diretamente ao país norte-americano após a abertura legal da medida em 2024.

Macías lidera a organização criminosa Los Choneros, considerada a mais poderosa do Equador, com extensas operações de tráfico internacional de cocaína, contrabando de armas e conexão com cartéis mexicanos e europeus. Enfrenta uma acusação de sete crimes federais em Nova York — incluindo tráfico de drogas e armas — podendo pegar até 50  anos de prisão nos EUA.

Fito foi recapturado em 25 de junho de 2025, em um bunker subterrâneo sob uma casa de luxo na cidade portuária de Manta, região que serve como base de operações do grupo. Ele cumpria sentença de 34 anos em La Roca, prisão de segurança máxima em Guayaquil, de onde havia fugido em janeiro de 2024, desencadeando uma onda de violência e instabilidade no país.

Sua extradição foi aceita de forma voluntária durante audiência por videoconferência no dia 11 de julho, diante do juiz da Corte Nacional de Justiça equatoriana. O processo avançou rapidamente em função da decisão e do apoio institucional do presidente Daniel Noboa, que promoveu um referendo em abril de 2024, legalizando a entrega de nacionais ao exterior como estratégia de combate ao crime organizado.

A operação de entrega contou com forte escolta de policiais e militares. Embora os governos do Equador e dos EUA ainda não tenham emitido comunicado oficial sobre a transferência, registros de voo indicam que um avião do governo norte-americano decolou de Guayaquil após as 14h locais de domingo para transportar Fito aos EUA.

Em declaração à imprensa, o advogado de defesa Alexei Schacht informou que Macías se declarará “não culpado” quando for levado à Corte Federal do Distrito Leste de Nova York. Ele permanecerá detido em prisão a ser definida pelas autoridades norte-americanas.

A extradição de Fito marca um momento decisivo na estratégia de segurança do Equador, destacando-se como um passo inédito na colaboração bilateral contra organizações transnacionais do crime. A ação sinaliza maior pressão judicial sobre facções dominantes e abre precedente para futuras extradições.

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