O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de uma nova denúncia de nepotismo e uso indevido de recursos públicos. Segundo revelou a coluna de Tácio Lorran, no Metrópoles, Motta teria empregado em seu gabinete quatro parentes da fisioterapeuta Gabriela Batista Pagidis — identificada como funcionária fantasma.
Gabriela, que também já trabalhou no gabinete do ex-deputado Wilson Filho (atualmente secretário de Educação da Paraíba), teria recebido mais de R$ 890 mil em salários enquanto atuava como secretária parlamentar — mesmo conciliando o cargo com cursos de graduação e pós-graduação em período integral e trabalhando regularmente em clínicas privadas de fisioterapia.
O caso se agrava com o envolvimento de seus familiares: a mãe, a irmã, a tia e o primo também ocuparam cargos no gabinete de Motta, como secretários parlamentares ou em funções comissionadas. Juntos, eles receberam mais de R$ 2,8 milhões da Câmara dos Deputados. Embora não haja provas de que os demais membros da família também sejam funcionários fantasmas, os dados levantados indicam uma série de promoções e rebaixamentos incomuns, com variações salariais abruptas em curtos períodos de tempo.
A rotina de Gabriela, acompanhada pela reportagem, inclui jornadas de trabalho em clínicas de Brasília e visitas a locais como academia e zoológico durante o horário de expediente na Câmara. Os registros de acesso e frequência solicitados via Lei de Acesso à Informação revelaram lacunas no controle interno da Casa.
Nem Hugo Motta, nem os membros da família Pagidis citados, responderam aos contatos da reportagem. A denúncia amplia o desgaste da imagem pública do deputado, já pressionado por acusações anteriores de atuação limitada no plenário e possível uso político da estrutura parlamentar.
Fonte: Metrópoles