Alexandre de Moraes se prepara para destruir o Brasil

Em meu último artigo, falei sobre como o Brasil poderia caminhar para virar uma espécie de pária internacional, e os últimos acontecimentos deixam claro que isso está próximo de se tornar uma realidade. Não gosto de fazer previsões alarmantes, mas as notícias que saem estão nos preparando para o pior. Tivemos a notícia do tarifaço de Trump, com o governo Lula afirmando que utilizaria a Lei da reciprocidade para retaliar os Estados Unidos, ou seja, aplicaria tarifas iguais sobre produtos americanos, mas como eu disse e repito, a medida é uma piada. O nosso país não tem força econômica para sustentar uma retaliação americana e os sonhos e esperanças dos aliados para que o Brasil pudesse sustentar essa narrativa não mudarão a realidade: ele não pode. Como eu havia escrito, as empresas brasileiras estão calculando o impacto econômico das potenciais tarifas, porém, no dia 18 tivemos mais uma escalada de tensões, em uma manobra já esperada: Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal tiveram seus vistos suspensos, suas palestras em Nova York terão que ganhar novo endereço. As consequências políticas e diplomáticas chegaram, tornando a vida dos ministros mais difícil, mas possivelmente piorará ainda mais, e as principais empresas do Brasil vão sangrar por conta desse combo de restrições que estão chegando em simultâneo. As principais empresas do país, como a Vale e a Petrobras, são assessoradas por empresas de advocacia ligadas aos ministros do STF. Como vimos, os parentes dos juízes da mais suprema corte não conseguiram escapar da lista maldita de Trump. O cálculo agora é: se os ministros forem mesmo atingidos pela chamada “Lei Magnitsky“, quais serão as consequências disso para o funcionamento do sistema financeiro e do mercado brasileiro e como essas empresas, que possuem vínculo com diversos ministros, poderão ser impactadas. Como sabemos, Alexandre de Moraes está em um ponto de não retorno, se ele recuar, demonstrará fraqueza ou que está errado, e os outros ministros que embarcaram na onda não têm escolha a não ser continuar sustentando as ações do ministro. Que eles passaram do ponto no chamado “julgamento do Golpe” é um fato, já que condenar uma mulher por 14 anos de prisão por pichar uma estátua, até para apoiadores de Moraes, é no mínimo desproporcional. A destruição do Brasil Você não leu esse subtítulo de maneira equivocada, o fato de Moraes não recuar, ou do governo Lula querer se manter em pé, mesmo sob o amparo de muletas, poderá levar o nosso país a sangrar, uma destruição que acontece de fora para dentro, mas que vai atingir todos os brasileiros, os que apoiam as medidas de Moraes e os que não apoiam, todos nós seremos atingidos, e o cenário se torna crítico. Nas últimas semanas o presidente Lula criticou publicamente as ações americanas, alegando que as sanções representam uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Brasil, ou uma espécie de atentado a soberania, discurso esse mantido por apoiadores do governo e pelos ministros da corte, que falam em interferência estrangeira internacional. Mas e a visão de Trump e de seu governo sobre a interferência contra a soberania americana? Será que Moraes e companhia estão ignorando isso? Segundo a Rumble e a Trump Media, empresas que abriram uma ação conjunta contra as medidas do juiz Alexandre de Moraes, Moraes violou a legislação norte-americana ao ordenar à Rumble que suspendesse a conta de Allan dos Santos. O CEO da Rumble forneceu entrevista ao jornal Folha de São Paulo e afirmou que: “Moraes agora está tentando contornar completamente o sistema legal americano, utilizando ordens sigilosas de censura para pressionar redes sociais americanas a banir o dissidente político (Allan dos Santos) em nível global”. O STF iniciou uma investigação contra Allan dos Santos por supostamente propagar desinformação e ofender os ministros da Corte brasileira. Existe um mandado de prisão preventiva contra Allan, que mora nos Estados Unidos. A Trump Media se juntou à Rumble contra Alexandre de Moraes. Os advogados da empresa ligada ao presidente Donald Trump argumentam que as restrições das operações do Rumble no Brasil também prejudicam a empresa, já que a plataforma de vídeos fornece à Trump Media serviços necessários à manutenção da rede social Truth Social. O advogado Pablo Sukiennik explicou em entrevista que, no território brasileiro, as decisões de Moraes representam o STF enquanto instituição, mas esse entendimento não é obrigatório ao juiz americano. “As regras do direito não são universais. Cada país define se é possível ou não. No Brasil, iria contra a União“, disse Sukiennik. “Mas a forma como funciona no Brasil não significa que seja assim em qualquer outro lugar do mundo.“ Fora a questão do processo contra Moraes, movido por uma empresa do presidente Trump, o governo como um todo entende que, além dessas censuras praticadas contra brasileiros que moram nos Estados Unidos e que por isso estariam protegidos pelas leis americanas e não brasileiras, ainda existe algo ainda maior acontecendo, uma perseguição política contra Jair Bolsonaro. O próprio secretário Marco Rubio afirmou que Moraes promove uma “política de caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e que essa postura estaria violando direitos civis, inclusive de cidadãos americanos. “Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte e seus familiares de forma imediata“, disse Rubio. Se olharmos as medidas que o governo americano está aplicando, taxação, suspensão de vistos e possivelmente a aplicação da polêmica “Lei Magnitsky“, isso só ocorreu dessa forma contra países autoritários, como Rússia, Venezuela e Nicarágua, o que poderá levar diversos líderes globais a se perguntar: o Brasil se tornou um país antidemocrático? Não se engane e nem se deixe enganar por quem está tentando falar para você que essas medidas não têm peso, elas possuem sim um significado simbólico muito grande, além de claro, em breve pesarem no bolso econômico da realidade, já que na visão americana, para se acabar com um país ditador, é necessário cortar seus meios financeiros. Brasil vai para o tudo ou nada Com a aplicação da Lei Magnitsky batendo na porta de Moraes
Massacre em Suweida: Mais de 1.000 mortos em uma semana de terror na Síria

Aprovada como um passo rumo à estabilidade, a trégua anunciada ontem à noite pelo presidente interino sírio Ahmed al-Sharaa tenta conter a escalada de violência entre milícias drusas e tribos beduínas sunitas aliadas a forças do novo governo. Isso resultou em mais de 1.000 mortos em cerca de uma semana. Segundo o Syrian Observatory for Human Rights (SOHR), os mortos incluem cerca de 336 combatentes drusos e 262 civis drusos, dos quais ao menos 182 teriam sido executados sumariamente por forças do governo sírio. Do lado contrário, morreram 342 agentes de segurança do governo e cerca de 21 combatentes beduínos, incluindo três civis, que também teriam sido executados por drusos. Além disso, 15 militares sírios morreram em ataques aéreos israelenses. A onda de violência começou em torno de 13 de julho, com o sequestro de um comerciante druso por beduínos sunitas. O incidente desencadeou uma série de rixas, troca de sequestros e confrontos armados em diversas localidades de Suweida. Os conflitos migraram para dentro da cidade, e o número de vítimas rapidamente disparou. Uma trégua foi anunciada ontem (19), com mediação dos EUA e estados árabes. O Exército sírio chegou a se retirar da região, e líderes como Ahmed al‑Sharaa prometeram restaurar a ordem na região e conter as perseguições a minorias no país. Relatos apontam que forças do governo sírio teriam se aliado tacitamente aos combatentes beduínos, cometendo abusos e execuções extrajudiciais contra drusos. Em contrapartida, milícias drusas também são acusadas de ataques contra aldeias beduínas e execuções de civis e combatentes rendidos. O chefe espiritual druso Sheikh Hikmat al‑Hijri denunciou massacres e convocou para uma investigação internacional, afirmando que a confiança nas autoridades emergentes do país já se esgotou. O custo humano da onda de violência é devastador. Aproximadamente 80.000 pessoas foram deslocadas desde o início dos confrontos, das quais 20.000 somente em 17 de julho. A infraestrutura local entrou em colapso: falta de água, eletricidade, telecomunicações e combustível tornaram-se rotina. Hospitais superlotados passaram a armazenar corpos nos corredores e até mesmo nas ruas, enquanto equipamentos médicos deixaram de funcionar por falta de energia. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha classificou a situação como crítica. Israel entrou na crise, realizando ataques aéreos contra alvos militares sírios na província de Suweida e em Damasco, justificando as ações como proteção à minoria drusa na Síria. Os EUA, por sua vez, exigiram desarmamento e o cumprimento da trégua, apoiando a administração de Ahmed al‑Sharaa, que também é apoiada por potências do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Catar. Entretanto, milícias drusas rechaçaram a presença armada externa e afirmaram que somente aceitariam desmilitarização em um cenário de reconciliação nacional — ainda utópico num país fragmentado por conflitos sectários. Esta ofensiva marca o maior surto de violência sectária na província de Suweida desde a queda de Bashar al‑Assad, e representa um teste crítico para o governo interino de Ahmed al‑Sharaa. A legitimidade do Estado sírio está em xeque, à medida que minorias como os drusos e alauítas questionam sua proteção dentro da nova ordem. A escalada das mortes, os relatos de massacres e a falha da trégua expõem uma Síria ainda longe da pacificação nacional, onde a reconciliação e o restabelecimento da ordem devem competir com ódios sectários, rivalidades locais e influências externas. Fontes: Middle East Eye, The Times of Israel, Al Mayadeen, Financial Times
Hezbollah bate de frente com os EUA e diz que só larga armas quando Israel recuar

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, declarou que o grupo se recusará a entregar seu arsenal, rejeitando publicamente uma proposta dos Estados Unidos que condicionava o desarmamento à retirada de Israel do sul do Líbano. Em vídeo divulgado por mídias do Hezbollah, Qassem afirmou: “não vamos nos render ou entregar nossas armas ao israel; Israel não tomará nossas armas”. A proposta dos EUA, apresentada pelo enviado especial Thomas Barrack ao governo libanês no mês passado, oferecia apoio econômico e suspensão dos ataques israelenses em troca do desarmamento completo do Hezbollah até o final de 2025. O governo do Líbano respondeu com um documento de sete páginas, hipótese considerada por Barrack como “espetacular” e digna de “satisfação”. Já o primeiro-ministro libanês Nawaf Salam disse que o plano poderia ser viável se vinculado à retirada israelense do território libanês e ao cumprimento do cessar-fogo estabelecido em novembro de 2024. Desde o fim da guerra devastadora com Israel, entre 2023 e 2024, o Hezbollah vem sofrendo perdas significativas em lideranças e capacidade militar. O grupo iniciou uma revisão estratégica interna para ponderar uma possível redução de seu arsenal — embora não seu desmantelamento total —, visando manter apenas armas leves e mísseis antitanque para defesa, principalmente enquanto Israel mantiver ocupação militar e ataques a alvos libaneses. Fontes consultadas afirmam que o Hezbollah avalia entregar parte de seus estoques de mísseis e drones se Israel encerrar seus ataques e se retirar do sul do país. Contudo, mantém firme a decisão de manter um componente defensivo significativo, especialmente diante do avanço de grupos jihadistas sunitas na Síria e do sentimento popular entre sua base eleitoral de que o desarmamento seria suicídio político. Qassem posicionou-se mesmo antes ao rejeitar o desarmamento sob a justificativa de que seria “um presente para Israel” e justificou que a entrega de armas sem a retirada israelense equivale a ceder aos interesses de ocupação. Ele destacou que o Hezbollah não aceitará a proposta dos EUA nem a normalização com Israel até que as ameaças externas sejam removidas de forma substancial. A proposta dos EUA renovou o debate sobre a soberania libanesa e a consolidação do monopólio de armas pelo Estado, uma meta histórica desde os acordos de Taif em 1989. O presidente Joseph Aoun e o primeiro-ministro Salam reiteraram a intenção de exercer controle estatal sobre todas as armas dentro do país, porém reconhecem a recusa resistente do Hezbollah, que ainda detém força política expressiva. Apesar da pressão tanto interna quanto internacional, o Hezbollah insiste que sua existência armada é essencial contra a ocupação israelense, enquanto o governo libanês tenta equilibrar reconstrução, segurança e manutenção de sua autoridade legítima. Fontes: Al Jazeera, Reuters, Politico
Sanções americanas: a importância do Bitcoin e do USDT

O presidente Donald Trump tem surpreendido os mais céticos analistas políticos com decisões direcionadas a personagens conhecidos da população brasileira. No último dia 18 de julho, ministros do STF, o Procurador Geral da União e outros aliados foram sancionados com revogação de seus vistos americanos, decisão esta extensiva a familiares. Com as medidas aplicadas e avisos recorrentes de que podem ser maximizadas ou incrementadas por outros tipos de sanções, analistas de diversos meios de comunicação cogitam a possibilidade do governo Trump determinar medidas como, restrições à aviação comercial, cancelamento de serviços GPS ou, até mesmo, cancelamento de atividades de sistemas de pagamento e banimento do sistema de pagamentos internacional. Inicialmente ignorando as consequências negativas relativas ao serviço de aviação comercial e GPS, foquemos no impacto mais micro, ou seja, entendamos o que o cancelamento de serviços de pagamentos pode gerar de prejuízos ao mercado e as consequências mais imediatas ao cidadão brasileiro. Ao realizar todo tipo de compras, o brasileiro já está acostumado a utilizar cartões de crédito ou débito, e duas empresas em específico, gigantes do mercado de pagamentos, se destacam pelo alcance que têm. Mastercard e Visa são mundialmente conhecidas e possuem números expressivos: a Visa, maior dentre as duas operadoras, opera em 200 países, possui 4,3 bilhões de cartões em circulação, atendendo 14.500 instituições financeiras, além de oferecer seus serviços a mais de 80 milhões de organizações comerciais. No Brasil, a operação das empresas é bastante relevante, o que nos eleva ao patamar de um dos maiores players do mercado de pagamentos da América Latina. Ao se cogitar a possibilidade de cancelamento de utilização do meio de pagamento como crédito e débito, estamos falando em termos populares que 203 milhões de brasileiros bancarizados estariam prestes a perder a possibilidade usar o débito e, principalmente, o crédito. Logicamente, temos chances de mudar todo o sistema e passar a viver com uma estrutura diferente, mas certamente esta mudança seria lenta e geraria muitos problemas. Muitos brasileiros recorrem ao crédito, não por uma opção, mas pela falta de alternativa imediata. Retirar a possibilidade de uso deste meio de pagamento seria como “retirar o bote salva-vidas” do brasileiro, principalmente os de baixa renda. Irã e Rússia são países que foram sancionados pelos EUA com a suspensão do uso dos serviços de pagamentos, além de outros serviços de empresas relevantes de tecnologia. Na Rússia, após a invasão à Ucrânia em 2022, as sanções americanas retiraram de funcionamento os sistemas de pagamentos e várias outras empresas, dentre elas Apple, McDonald’s, Starbucks, Coca-Cola, PepsiCo. Com tantas restrições, medidas alternativas precisaram ser adotadas pelos países sancionados e uma delas foi o uso de criptomoedas. Os bancos dos países sancionados foram excluídos do sistema de pagamentos SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) levando-os a encontrar outra forma de negociação entre países e de constituir reservas estratégicas financeiras que os permitissem continuar suas operações. O brasileiro estava começando a ter contato com as criptomoedas à medida que grandes instituições financeiras divulgavam tokenização de ativos e possibilidade de compra de Bitcoin em suas plataformas. Com os últimos acontecimentos, caso se confirmem sanções semelhantes às impostas à Rússia e ao Irã, o brasileiro será empurrado com toda força para este novo mundo: o mundo descentralizado das criptomoedas. O Bitcoin já vem se popularizando, principalmente pelo preço que vem se valorizando ao longo do últimos meses, atingindo o que se popularizou no meio cripto como ATH (all time high) – em tradução livre: máxima histórica. Mas existe uma classe de criptos que podem ser armazenadas e movimentadas de forma parecida com o Bitcoin, mas com uma dinâmica de preços diferente: as stablecoins podem ser a alternativa do brasileiro caso as sanções econômicas sejam infligidas à economia. O Bitcoin, limitado a 21 milhões e totalmente descentralizado, tem sido adotado por indivíduos, empresas e países, se destacando pela escalada recente do preço devido à ampla adoção. O discurso dos mais influentes investidores da criptomoeda, levam a um entendimento de que o uso principal dela seria uma reserva de valor, algo que se assemelha ao ouro. Não à toa, o Bitcoin é comumente chamado de “ouro digital”. Em relação ao USDT, a situação é um pouco diferente. A stablecoin é criada com lastro em dólar, ouro e Bitcoin. Sendo a stablecoin mais usada no mundo, o USDT também é utilizado por Irã e Rússia para driblar as sanções impostas pelos EUA. Por se tratar de um meio de pagamento descentralizado e com sede em Hong Kong e Ilhas Virgens, países com menos supervisão regulatória, o USDT destaca-se em relação a outras stablecoins, como por exemplo, a USDC, já condenada no passado a pagar multas de US$ 41 milhões por reservas insuficientes. A adoção das criptomoedas – que hoje é apenas uma opção – pode se tornar uma necessidade. O momento em que esta nova forma de negociação será adotada faz toda a diferença em relação à riqueza acumulada e poder de compra futura. Em termos populares, “passarinho que acorda cedo, bebe água limpa“. A adoção antecipada do método de pagamento através da stablecoin ou reserva de valor através do Bitcoin, pode ser um divisor de águas na vida financeira. Estar à frente dos que ainda estão inertes à nova tecnologia, além proteger teu patrimônio, devido à evolução natural do valor do USDT – causado pelo histórico de desvalorização mais acelerada do real frente ao dólar – pode gerar um aumento deste patrimônio em consequência da adoção crescente do Bitcoin frente à sua escassez, o que o torna um ativo deflacionário. Eu sou Felipe Santos, Oficial R/2 do Exército Brasileiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade da Califórnia e Universidade de São Paulo, atuo no mercado financeiro desde 2008. Experiente em diversas áreas no mercado, professor de Finanças Pessoais e Investimentos da Escola de Geopolítica e Atualidades Danuzio Neto e criador da Mentoria de Investimento Ágil, ajudo pessoas a investir em apenas 30 dias com segurança e praticidade. Somente um patrimônio acumulado é capaz de proporcionar a você um futuro com conforto,
Quem mandou matar Miguel Uribe? Sexto preso revela plano contra líderes da direita na Colômbia

A Procuradoria da Colômbia confirmou nesta sexta-feira a prisão de Cristian Camilo González Ardila, o sexto suspeito diretamente envolvido no brutal atentado contra o senador e pré-candidato presidencial Miguel Uribe Turbay, ocorrido no dia 7 de junho em Bogotá. Com um passado criminal marcado por tráfico de armas e roubos, González é acusado de ter dado suporte à fuga do autor material dos disparos: um adolescente de 15 anos que foi apreendido momentos após a tentativa de assassinato. A detenção de González representa um avanço crucial nas investigações de um caso que abalou profundamente o país e colocou a segurança política no centro do debate nacional. Segundo a Fiscalía, ele teria ajudado a remover o menor do local do crime, em um esquema cuidadosamente planejado, o que configura participação ativa em crime de tentativa de homicídio agravado, porte ilegal de armas e associação criminosa. Durante audiência realizada nesta sexta-feira, González se declarou inocente e não aceitou as acusações contra ele. Seu advogado alegou que ele “não tinha conhecimento pleno da gravidade da ação que se desenrolaria”, uma versão rejeitada pela promotoria, que sustentou a existência de provas materiais e testemunhais que o colocam no epicentro da operação criminosa. González detalhou a existência de um plano para atacar diversas figuras políticas importantes, principalmente da direita, em várias regiões da Colômbia. Durante o interrogatório, ele disse: “Se eu soubesse que era Miguel Uribe, teria cobrado mais”. O atentado que reacendeu fantasmas do passado Na manhã de 7 de junho, Miguel Uribe Turbay fazia um discurso em um ato de campanha no bairro Modelia, zona ocidental da capital colombiana, quando foi atingido por três tiros à queima-roupa: dois na cabeça e um na perna. A cena, gravada por câmeras de pessoas presentes, mostra o momento exato em que um jovem armado se aproxima e abre fogo contra o senador, em pleno espaço público. O ataque foi descrito por investigadores como “meticulosamente planejado”e “com intenção letal inequívoca”. Uribe Turbay, neto do ex-presidente Julio César Turbay e um dos principais nomes da oposição ao governo Gustavo Petro, foi levado às pressas para a Clínica Santa Fé. Sobreviveu após três cirurgias neurocirúrgicas de alto risco, mas ainda permanece internado com prognóstico neurológico reservado. Familiares informaram que ele segue sob sedação e respira com auxílio de aparelhos. Além de González e do menor de idade autor do ataque, outros quatro adultos foram presos nas últimas semanas. Entre eles está Elder José Arteaga Hernández, conhecido como “Costeño”, considerado o cérebro por trás da operação. Segundo fontes da inteligência policial, Costeño teria recebido ordens de fora do país e comandado a ação a partir de um conjunto de instruções logísticas que incluíam armas, rotas de fuga e dispersão dos envolvidos. A prisão de González reacende as dúvidas sobre as motivações reais do atentado. Apesar da ausência, até o momento, de reivindicação oficial por parte de grupos armados, o uso de um menor e a sofisticação do plano apontam para um modus operandi típico de organizações criminosas ou paramilitares. Autoridades não descartam que o atentado tenha sido encomendado com fins políticos ou como recado para desestabilizar o processo eleitoral de 2026. Fontes: DW, CNN, Reuters
Tarifaço e sanções: por que agora o Brasil pode ser punido — e não foi antes?

A relação entre o Brasil e os Estados Unidos entrou em novo estágio de tensão após o tarifaço anunciado pelo governo Trump no último dia 9 de julho. O pacote incluiu sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros, como carne bovina, aço e alumínio, e coincidiu com a suspensão de vistos diplomáticos de autoridades brasileiras — medida que teria sido articulada por grupos próximos a Eduardo Bolsonaro e ao comentarista Paulo Figueiredo, segundo fontes do Congresso norte-americano. O episódio reacendeu um debate que já parecia esquecido: por que, durante o governo Bolsonaro, diversos setores da oposição na época, ONGs e até artistas denunciaram o Brasil por violações ambientais e direitos humanos — mas nenhuma sanção internacional relevante foi aplicada? E por que agora, sob o governo Lula, elas finalmente começaram a sair do papel? Uma história de pressões ignoradas Entre 2019 e 2022, a gestão Bolsonaro enfrentou intensos protestos internacionais, especialmente por causa do aumento do desmatamento na Amazônia, ataques a povos indígenas e o enfraquecimento de órgãos ambientais. Personalidades como Leonardo DiCaprio, Greta Thunberg, Costa Petra, além dos brasileiros Felipe Neto, Anitta e Sônia Guajajara — que hoje ocupa o Ministério dos Povos Indígenas —, usaram suas plataformas para exigir que o Brasil fosse punido no cenário internacional. Paralelamente, partidos de oposição e entidades como Observatório do Clima, ISA e Apib protocolaram vários pedidos de sanções e denúncias formais junto a organismos como a ONU, a Comissão Europeia e até o Tribunal Penal Internacional. Entretanto, os pedidos não prosperaram — em parte por razões diplomáticas, em parte por conveniência geopolítica. Durante o governo Trump, o Brasil era considerado aliado prioritário. Já na transição para Biden, em 2021, havia temor de aprofundar a instabilidade regional em meio à pandemia e à guerra na Ucrânia. “O mundo preferiu aguardar. Não queriam confrontar um governo que já era visto como imprevisível, e havia a crença de que ele poderia cair por desgaste interno“, afirma um diplomata brasileiro que atuou na ONU. O caso do Fundo Amazônia Nada simbolizou melhor esse impasse do que a paralisia do Fundo Amazônia, criado em 2008 e congelado em 2019 após o então ministro Ricardo Salles extinguir os comitês de governança. A Noruega e a Alemanha suspenderam R$ 542 milhões em doações. Apenas com a decisão do STF em novembro de 2022, o fundo foi reativado — e os recursos voltaram a circular apenas em 2023, já na gestão Lula. Por que agora? A atual guinada dos EUA contra o Brasil tem pouco a ver com questões ambientais e muito mais com reorientações estratégicas na geopolítica global. Desde que o Brasil passou a criticar o sistema financeiro internacional baseado no dólar e a apoiar alternativas no âmbito dos BRICS, como uma nova moeda comum, Washington intensificou sua vigilância. Fontes da diplomacia americana ouvidas pela revista Foreign Policy admitem que o governo Lula “cruzou uma linha vermelha” ao se aproximar economicamente de Rússia, Irã e China em operações que buscam escapar do sistema SWIFT e dos mecanismos de rastreamento financeiro dos EUA. Além disso, a sinalização de que o Brasil abriu portos para embarcações militares iranianas, somada à oposição aberta à nova ofensiva israelense em Gaza, criou um ambiente propício para que antigos pedidos de sanção fossem revisados com outros olhos. O que pode acontecer agora? A escalada atual pode ir além das tarifas. Especialistas alertam para possíveis restrições ao acesso do Brasil ao GPS, interrupção parcial no sistema SWIFT (que afeta transferências bancárias internacionais), e bloqueios a compras de insumos agrícolas e tecnologia sensível. Essas medidas atingiriam setores estratégicos: O Brasil, que escapou de sanções durante o governo Bolsonaro mesmo sob inúmeras denúncias, agora começa a sentir o peso da retaliação internacional. Curiosamente, as razões alegadas pelos EUA hoje são as mesmas que ignoraram por anos. A diferença é o contexto: a guerra de moedas e o redesenho da ordem global colocaram o Brasil no centro de um jogo geopolítico em que o ambientalismo é apenas a desculpa conveniente. Fonte: USTR, Cepea, cnabrasil.org.br, e www.portaldaindustria.com.br