Trump e Bukele fecham cerco a Maduro: resgate de americanos inclui Navy SEAL detido como “espião”

Em uma manobra diplomática incomum, o governo da Venezuela liberou nesta sexta-feira (18) 10 cidadãos dos EUA, incluindo residentes permanentes, em um acordo triangular envolvendo os Estados Unidos e El Salvador. Em troca, cerca de 250 venezuelanos deportados dos EUA para a prisão de segurança máxima de CECOT, em El Salvador, foram enviados de volta à Venezuela. No início de 2025, a administração Trump utilizou a Antiquíssima Alien Enemies Act (de 1798) para deportar 238 venezuelanos, acusados de pertencer à facção criminosa Tren de Aragua — mesmo sem provas, sendo enviados à prisão CECOT, conhecida por más condições. O detalhe financeiro foi revelador: os EUA pagaram cerca de US$ 6 milhões a El Salvador para manter os deportados na prisão. Organizações de direitos humanos criticaram duramente a operação, apontando violações de direitos básicos, ausência de julgamento justo e condições degradantes na prisão operada por Bukele. Trata-se de uma vitória diplomática para Trump, capaz de trazer cidadãos americanos de volta em meio a tensões internacionais. Para Maduro, foi um reforço político interno, mostrando habilidade de barganha, ao integrar a libertação de presos políticos. O acordo realça a prática cada vez mais comum de usar prisões em terceiros países como barganha — um instrumento difícil de defender mesmo do ponto de vista jurídico. Fonte: Axios, The Times e AP News

Patrimônio saqueado: Turquia reavê estátua romana contrabandeada por magnata dos EUA

Uma estátua que especialistas acreditam representar o imperador e filósofo romano Marco Aurélio será repatriada à Turquia após anos de batalhas judiciais. A figura faz parte do acervo do Museu de Arte de Cleveland, no estado americano de Ohio, desde 1986. “A história em seu devido lugar é linda, e nós vamos preservá-la“, comemorou o ministro da Cultura e Turismo turco, Mehmet Nuri Ersoy. Um voo fretado da Turkish Airlines levará a obra de volta a seu país nos próximos dias. Datada de aproximadamente 50 a 250 d.c., a peça mede 1,93m e tem sua identidade contestada por pesquisadores. Acadêmicos concordam tratar-se de uma representação romana, mas o fato de a estátua ter tido sua cabeça danificada dificulta a efetiva indicação do retratado. O próprio Museu demonstra incerteza, afirmando em nota recente que “sem cabeça ou inscrição, a identidade da estátua segue incerta“. O próprio recibo de aquisição – cercado de controvérsias – descrevia a estátua como “provavelmente Marco Aurélio“. Investigadores acreditam que a imagem fazia parte do sítio arqueológico de Sebasteion, na atual cidade de Burdur, no sudoeste da Turquia. O santuário, que abrigava diversas estátuas de dignatários romanos, teria sido soterrado por um terremoto e, então, saqueado por habitantes locais. Posteriormente, uma rede de tráfico internacional de obras de arte a adquiriu. Após passar por restaurações ilegais na Suiça e no Reino Unido, foi vendida a colecionadores, chegando, finalmente, aos Estados Unidos, onde o Museu de Arte Cleveland a comprou por US$ 1,86 milhão. Estima-se que, neste momento, seu valor de mercado já supere os US$ 20 milhões. Entre os supostos participantes da quadrilha envolvida em sua aquisição estaria Robert Hetch, milionário americano acusado repetidas vezes de tráfico de antiguidades. Entre os casos mais notórios, Hetch teria contrabandeado um vaso grego, posteriormente vendido por US$ 1 milhão de dólares, além de traficar obras de arte da Itália e moedas históricas turcas. Marco Aurélio liderou o Império Romano por aproximadamente 20 anos, entre 161 d.c. e 180 d.c. Ele foi um dos “Cinco Bons Imperadores“, período marcado por estabilidade, em que Roma atingiu seu ápice territorial. Sua morte marcou um ponto de virada no império, com conflitos e uma guerra civil eclodindo poucos anos depois. O retorno de obras de arte a seus países de origem tem ganhando força nos últimos anos, com instituições de renome devolvendo peças históricas supostamente adquiridas de modo ilegal. Em Nova Iorque, diversos museus concordaram em entregar 4.600 artefatos a seus donos e locais originais, em casos que envolvem de colonialismo a peças roubadas durante o Nazismo. No início deste ano, em caso celebrado como um marco, a Holanda retornou à Nigéria os Bronzes de Benin, que teriam sido expropriados durante a ocupação britânica da África. Fontes: AA, Smithsonian Magazine, New York Times, Al Jazeera

Do agronegócio ao celular: saiba como o confronto ideológico com os EUA pode afetar sua vida

Enquanto o governo insiste em manter uma retórica de confronto com os Estados Unidos, os sinais de retaliação podem se concretizar — e os efeitos para o cidadão comum podem ser devastadores. O Brasil está à beira de um colapso geopolítico que atinge setores vitais como a agricultura, o sistema financeiro e até o funcionamento básico de serviços e tecnologias do dia a dia. O que aconteceria se o Brasil perdesse o acesso ao GPS americano? O GPS (Global Positioning System) é uma rede de satélites controlada pelos Estados Unidos, usada em escala global por aplicações civis e militares. Hoje, quase tudo no Brasil depende desse sistema: Embora ainda não haja confirmação de um bloqueio total, fontes ligadas ao Pentágono já admitem que o sinal civil pode ser degradado em regiões específicas — como forma de sanção “branca”. O recado é claro: há formas de estrangular o Brasil tecnologicamente sem disparar um único tiro. Sistema SWIFT: o isolamento financeiro O SWIFT é o sistema que conecta os bancos ao redor do mundo. É através dele que ocorrem remessas internacionais, pagamentos de exportações e importações, investimentos estrangeiros e até envio de dinheiro de brasileiros no exterior para suas famílias. Se o Brasil for excluído: A exclusão do SWIFT colocaria o país em estado de asfixia econômica, com escassez de produtos, alta do dólar e retração de mercados. O agronegócio e a bomba do desemprego Com as tarifas impostas pelos EUA já em vigor — e a ameaça de dobrá-las —, os produtores brasileiros perdem espaço competitivo nos principais mercados. Soja, milho, carnes, minério de ferro e café ficam mais caros para compradores americanos e europeus, abrindo espaço para concorrentes como Argentina, Austrália e Canadá. Consequências: 4. Efeitos para o cidadão comum O país está sendo arrastado para um isolamento que não traz nenhum benefício real. Nenhum mercado novo foi conquistado. Nenhum investimento relevante foi atraído. Nenhuma tecnologia substituta foi apresentada O que se vê é uma espiral de confrontos ideológicos sem retorno. E o custo disso será pago, como sempre, pelo cidadão comum.

Lei Magnitsky: origem, evolução e alvos de sanções contra violações de direitos humanos

Magnitsky. Edição com imagens CC

Em 18 de julho, a Lei Magnitsky voltou ao centro das discussões internacionais devido a especulações sobre sua possível aplicação contra autoridades brasileiras, após o anúncio do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre a revogação de vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Procurador-Geral da República. Embora a medida tenha sido enquadrada na Lei de Imigração e Nacionalidade, a menção à Lei Magnitsky reacendeu o interesse por essa legislação americana que pune violações graves de direitos humanos e corrupção. Mas o que é a Lei Magnitsky, qual sua origem, como ela evoluiu e quem já foi sancionado por ela? Origem da Lei Magnitsky A Lei Magnitsky teve origem em um caso trágico de abuso de poder na Rússia. Sergei Magnitsky, um advogado russo, denunciou em 2008 um esquema de corrupção envolvendo altos funcionários do governo, que desviaram milhões de dólares em impostos. Em retaliação, Magnitsky foi preso e morreu em 2009, aos 37 anos, em uma prisão de Moscou, sob condições suspeitas de maus-tratos e negligência médica. Sua morte gerou indignação global e inspirou o ativista Bill Browder, ex-empregador de Magnitsky, a pressionar por justiça. Em 2012, o Congresso dos EUA aprovou a Sergei Magnitsky Rule of Law Accountability Act, uma legislação voltada inicialmente para sancionar autoridades russas envolvidas na morte de Magnitsky e em outras violações de direitos humanos. A lei permitia o congelamento de ativos financeiros nos EUA e a proibição de entrada no país para os alvos, como funcionários penitenciários, policiais e juízes russos. Evolução para a Lei Global Magnitsky Em 2016, a legislação foi ampliada com a Global Magnitsky Human Rights Accountability Act, que expandiu o alcance para qualquer indivíduo ou entidade, em qualquer país, acusado de: Sob a lei global, o Departamento do Tesouro, em coordenação com o Departamento de Estado, pode impor sanções como congelamento de ativos, proibição de transações com cidadãos ou empresas americanas e revogação de vistos. A lista de alvos é gerenciada pelo Office of Foreign Assets Control (OFAC), e as sanções têm impacto global devido à centralidade do sistema financeiro americano. Quem já foi sancionado? Desde sua criação, a Lei Magnitsky foi usada contra mais de 500 indivíduos e entidades em cerca de 40 países, segundo o Departamento do Tesouro até 2023. Exemplos notáveis incluem: Contexto Brasileiro em 2025 No caso brasileiro, rumores e reportagens de veículos como O Globo, Folha de S.Paulo e UOL (18-19 julho) especularam que a Lei Magnitsky poderia ser usada contra os ministros do STF (Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes) e Paulo Gonet, após Rubio anunciar a revogação de seus vistos. A Lei Magnitsky é uma ferramenta poderosa para responsabilizar violadores de direitos humanos e corruptos, mas sua aplicação é politicamente sensível, muitas vezes vista como ingerência por países alvos. No Brasil, a menção à lei reflete tensões entre o governo Trump e o STF. Fonte: U.S. Department of the Treasury, U.S. Department of State, Human Rights Watch, Congressional Research Service, BBC, Reuters, The Guardian

O Brasil é dos Brasileiros? O crescente abismo entre a política e o povo

Após o tarifaço de Trump ao Brasil, a esquerda experimentou um raro sopro de popularidade nas redes, com o discurso de defesa da soberania nacional. Entusiasmado, o governo estuda a mudança do slogan “União e Reconstrução“, e já tem usado frases como “O Brasil é dos Brasileiros” e “Meu Partido é o Brasil“. Aposta-se no marketing para resolver os problemas reais. A proposta revela uma dificuldade da esquerda em se conectar com a população, ao explorar até um slogan da direita (Meu Partido é o Brasil), já usado por Jair Bolsonaro na campanha de 2018. De todo modo, o assunto tende a perder relevância conforme inflação, segurança e escândalos se imponham no dia a dia do brasileiro. Enquanto isso, o Congresso Nacional aumenta o número de deputados em um país que não tem como pagar as próprias contas, aprova pauta-bomba de R$30 bilhões em aumento de gastos e aprova o chamado PL da Devastação, afrouxando a proteção ambiental. Os interesses nacionais viram bandeira política, mas parecem cada vez mais distantes dos interesses do povo. Tarifaço de Trump Ao impor tarifas de 50% ao Brasil, o presidente americano Donald Trump esperava negociar melhores condições comerciais para os Estados Unidos, como tem feito com a União Europeia, China, Índia e todo o mundo. Ao mesmo tempo, conseguiria exercer pressão sobre o governo brasileiro, exortando que se pare a perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e chamando o seu julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de caça às bruxas. Em uma reviravolta inesperada, as tarifas foram percebidas pelo público em geral como uma tentativa de interferência dos Estados Unidos em assuntos internos brasileiros. E o governo foi rápido em rechaçar qualquer ingerência externa, sob o discurso de defesa da soberania nacional. Também foram apontadas inconsistências da carta de Trump, que cita déficits comerciais dos EUA com o Brasil, mas na verdade, as trocas são desfavoráveis ao Brasil. O governo buscou atrelar a Bolsonaro a responsabilidade pelas tarifas, como se os interesses nacionais estivessem sendo sacrificados pelo interesse pessoal de Bolsonaro para não ser julgado. No entanto, seguidas declarações de autoridades americanas dão conta de que os Estados Unidos vêem um cenário mais amplo de deterioração da liberdade de expressão no Brasil e de ataques aos interesses comerciais americanos, a exemplo da defesa de Lula por uma alternativa ao dólar em reunião dos Brics e a compra de petróleo russo pelo Brasil, o que ainda pode causar sanções secundárias ao país, já que a Rússia é alvo de inúmeras sanções dos países ocidentais após a invasão da Ucrânia. Esse contexto mais amplo foi tratado pela mídia americana e por autoridades como o próprio Donald Trump, o secretário de Estado Marco Rubio, seu assessor Darren Beattie, além do secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) Mark Rutte, dentre outros. Representantes do Rumble, do X e da Trump Media, empresas americanas que questionam medidas do STF sobre o controle de postagens e contra cidadãos americanos, também têm se manifestado sobre a liberdade de expressão no Brasil. Impulso da Esquerda Nas últimas semanas, o PT e outros partidos de esquerda têm utilizado uma campanha de marketing explorando a luta de classes, no embate “nós contra eles” ou “pobres contra ricos”. A defesa da soberania nacional também criou um óbvio apelo inicial nas redes sociais, enquanto o contexto das tarifas de Trump não estava totalmente desenhado. Tudo isso trouxe fôlego a um governo que se presumia combalido após a derrota do IOF imposta pelo Congresso. Como efeito, a popularidade do governo Lula 3 aumentou nas últimas pesquisas. Pesquisa da AtlasIntel para a Bloomberg (divulgada em 15 de julho), mostra que 60,2% aprovam a política externa do governo, enquanto 38,9% desaprovam, em sondagem após as tarifas de Trump. Na mesma pesquisa, 49,9% aprovam o governo, contra 47,3% em junho; e 50,3% desaprovam, contra 51,8% no mês passado. Já segundo a Genial/Quaest (pesquisa divulgada em 16 de julho), os que aprovam o governo petista subiram de 40% em maio para 43% agora, enquanto os que desaprovam caíram de 57% para 53% nesses 2 meses. Piora da economia Mais do que os números em si, a importância de uma pesquisa está na tendência que é revelada. Institutos diferentes mostram uma tendência de recuperação na popularidade do governo, o que é coerente com o maior alcance das campanhas de marketing nas redes sociais, com vídeo de cachorrinhos ricos e pobres do Ministério da Fazenda e a defesa da soberania. No entanto, uma análise mais acurada permite verificar que o cenário não é tão favorável ao governo. Na mesma pesquisa Genial/Quaest, 80% acham que as tarifas prejudicariam suas vidas. E, pela primeira vez, os brasileiros estão mais pessimistas do que otimistas com relação ao futuro da economia. Para 43%, a economia tende a piorar nos próximos 12 meses, enquanto apenas 35% acreditam que irá melhorar. Dessa forma, o ganho de popularidade aparenta ser apenas momentâneo. O marketing do governo conseguiu ter algum sucesso, mas os que desaprovam o governo permanecem resilientemente acima de 50%, tornando difícil qualquer candidato conseguir uma reeleição nesse patamar. Além disso, a percepção sobre a economia está piorando. A economia tende a ser o fator mais decisivo em uma eleição, e a população não deve encontrar alívio no curto prazo, segundo os últimos indicadores. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil em 14 de julho, mostrou uma retração de 0,7% em maio, em comparação com o mês anterior. O número é visto como uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do país, e essa é a primeira retração em 2025. Já a inflação subiu para 5,35% em junho, no acumulado de 12 meses, estourando o teto da meta de 4,5% para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025. E, com o aumento da Selic para 15% no mês passado, os juros se encontram no maior patamar desde 2006, o que tende a diminuir ainda mais a atividade econômica. Os gastos do governo, com déficit fiscal, também pressionam para cima tanto

Crise silenciosa: migração na América do Sul intensifica após deportações de venezuelanos pelos EUA

O Brasil vive, em 2025, uma nova escalada migratória de venezuelanos, que coloca à prova as políticas nacionais de fronteira e a capacidade de resposta do Estado. Dados oficiais da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) revelam que, apenas em 2024, o país recebeu 94.726 venezuelanos, o equivalente à população de uma cidade de médio porte como Paracatu, em Minas Gerais. As projeções para 2025 indicam um novo crescimento desse fluxo, com fontes extraoficiais do Exército e da Operação Acolhida alertando que os números podem superar a marca dos 100 mil até o final do ano, especialmente com a intensificação das deportações de venezuelanos pelos Estados Unidos. América do sul Em abril, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, soou o alarme: uma possível deportação em massa promovida pelo governo norte-americano poderia causar o deslocamento de “milhões” de venezuelanos para os países da América do Sul. A advertência não foi exagerada. Segundo o site Caracas Chronicles, uma “emergência silenciosa” se desenrola na fronteira entre Colômbia e Venezuela, com milhares de pessoas cruzando diariamente em busca de condições mínimas de sobrevivência. Sem estrutura para absorver tamanha demanda, a Colômbia empurra parte dessa massa humana para outros destinos — e o Brasil, com sua política de portas abertas e sua fronteira vulnerável em Roraima, torna-se rota alternativa prioritária. . O número oficial de venezuelanos residindo no Brasil saltou de pouco mais de 2.800 em 2010 para mais de 271 mil em 2022, segundo o Censo do IBGE. Trata-se de um aumento de 9.364% em pouco mais de uma década, impulsionado por sucessivas ondas migratórias originadas pela degradação econômica, social e institucional do regime chavista. Os dados mais recentes, de junho de 2025, indicam que os pedidos de refúgio continuam em alta: somente no ano anterior foram 27.150 solicitações feitas por venezuelanos, representando 93% de todos os pedidos reconhecidos pelo governo federal. O Brasil, ao contrário de países como Chile, Peru e Argentina, que passaram a adotar políticas mais rígidas de entrada e permanência, segue oferecendo amplo acesso à residência temporária, refúgio e benefícios sociais. O epicentro dessa entrada continua sendo o estado de Roraima, especialmente as cidades de Pacaraima e Boa Vista. A chamada Operação Acolhida, coordenada pelas Forças Armadas com apoio de agências internacionais, tenta redistribuir parte dos migrantes para outras regiões do país, principalmente no Sul, mas enfrenta sérios limites logísticos e orçamentários. Em 2024, o programa contou com cerca de R$ 300 milhões para transporte, abrigamento e regularização de imigrantes, valor considerado insuficiente diante da demanda crescente. Enquanto isso, o governo federal mantém uma retórica de acolhimento humanitário que, segundo críticos, ignora o impacto social e econômico da entrada massiva de estrangeiros em municípios já sobrecarregados. Em Boa Vista, por exemplo, escolas e unidades de saúde relatam superlotação, aumento de conflitos sociais e crescimento do desemprego local. Em alguns bairros, a população imigrante já ultrapassa a brasileira. O debate sobre o controle de fronteiras, no entanto, segue sendo tratado como tabu nos meios oficiais, mesmo com os alertas da inteligência militar e da oposição parlamentar. O que se observa, portanto, é a formação de um corredor migratório que vai de Caracas até o interior do Brasil, passando por uma fronteira sem vigilância eficaz, sob a complacência de um governo que terceiriza à burocracia e às ONGs a gestão de um problema que é, essencialmente, de soberania nacional. A crise venezuelana, ao contrário do que se previa há alguns anos, não apenas se aprofundou como exporta seus efeitos em escala crescente, transformando a migração em instrumento de desestabilização silenciosa nos países vizinhos — com o Brasil na linha de frente. Fonte: www.caracaschronicles.com, www.infobae.com/colombia

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