Trump defende Netanyahu e Bolsonaro: os julgamentos são “caça às bruxas” contra líderes conservadores

Netanyahu, Trump e Bolsonaro. Imagem gerada por IA

O presidente Donald Trump reafirmou seu apoio aos líderes conservadores Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, ao classificar seus julgamentos como “caça às bruxas” orquestradas por forças de esquerda. Em um momento de crescente polarização global, Trump destaca que esses processos visam enfraquecer líderes fortes que defendem valores patrióticos e políticas alinhadas com a soberania nacional, uma narrativa que ressoa com sua própria experiência de perseguição judicial nos Estados Unidos. Leia mais: Netanyahu encurralado: TPI rejeita apelo e sustenta mandado de prisão Em Israel, Benjamin Netanyahu enfrenta acusações de corrupção desde 2019, incluindo suborno e fraude, relacionadas a supostos favores políticos em troca de presentes e cobertura midiática favorável. Trump, em postagens no Truth Social, denunciou o julgamento como uma tentativa de desestabilizar um líder essencial para a segurança de Israel, especialmente em meio a tensões com o Irã e negociações com o Hamas. “Bibi é um herói de guerra, não um criminoso. Essa caça às bruxas deve acabar!“, declarou Trump, sugerindo que o premiê deveria ser perdoado para focar na defesa de sua nação. A recente presença do embaixador americano Mike Huckabee no tribunal em Tel Aviv reforça o apoio dos EUA a Netanyahu, com Huckabee endossando Trump ao chamar o processo de injustiça política. O adiamento de audiências após essas declarações é visto por conservadores como uma vitória contra a pressão de elites globalistas. No Brasil, Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. Trump comparou o caso à sua própria batalha contra o “sistema corrupto” nos EUA, afirmando que Bolsonaro é vítima de uma perseguição liderada por juízes de esquerda, como Alexandre de Moraes, que abusam de seu poder para silenciar vozes conservadoras. “Bolsonaro lutou pelo povo brasileiro, e agora o establishment quer destruí-lo. Isso é uma caça às bruxas!“, postou Trump, anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como resposta ao que chama de ataque à liberdade. A retórica de Trump conecta os casos de Netanyahu e Bolsonaro como parte de uma ofensiva global contra líderes que desafiam a agenda progressista. Assim como enfrentou impeachment e processos nos EUA, Trump vê nos julgamentos de seus aliados uma tentativa de deslegitimar governos que priorizam soberania, segurança e valores tradicionais. Leia mais: Trump dispara contra moeda do BRICS e declara apoio a Bolsonaro: recado direto ao Brasil de Lula A pressão americana, incluindo ameaças econômicas ao Brasil e apoio diplomático a Israel, demonstra a determinação de Trump em proteger aliados conservadores. Para seus apoiadores, essas ações reforçam sua liderança como defensor da liberdade contra instituições capturadas por ideologias de esquerda. Fontes: Euronews, The Sun, i24news, CNN

Irã mira cooperação militar com China para enfrentar Israel e EUA

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, desembarcou em Pequim nesta semana para uma visita estratégica, cujo objetivo principal é de retomar o apoio militar da China, que se manteve distante do país durante a guerra dos 12 dias com Israel.  A viagem ocorre paralelamente à cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que reúne os principais aliados e parceiros econômicos e de segurança da China. A presença diplomática de Araghchi em um momento tão crítico sinaliza a disposição do Irã em fortalecer laços com potências globais para contrabalançar o isolamento imposto por sanções ocidentais. Durante o encontro com autoridades chinesas, o ministro iraniano buscou estabelecer um novo marco de cooperação militar entre Irã e China, que poderia incluir aquisição de equipamentos avançados e parceria em tecnologia militar. A decisão vem em um contexto onde o Irã precisa modernizar sua força de defesa, em especial seus sistemas antiaéreos e rotas de suprimento naval, em meio à crescente pressão dos EUA e aliados na região. Fontes diplomáticas revelam que, além das negociações militares, Araghchi pretende discutir iniciativas comerciais consolidadas, incluindo um corredor econômico colaborativo envolvendo a China e o Paquistão. Essa proposta é considerada estratégica para fomentar alternativas comerciais ao golpe das sanções ocidentais e fortalecer a presença iraniana em rotas comerciais internacionais. O fortalecimento da parceria entre Irã e China para fins militares ameaça reformular o atual equilíbrio de poder no Oriente Médio e no sul da Ásia. Negócios deste tipo podem incluir transferência de tecnologia de mísseis e programas de drones — sensíveis em termos de proliferação militar. Os Estados Unidos e seus aliados, por sua vez, acompanham o desenrolar das negociações com preocupação, especialmente porque Pequim já demonstrou disposição em driblar embargos globais por meio de fornecimento de equipamentos militares alternativos. Qualquer suposto progresso poderá azedar ainda mais as relações diplomáticas com Washington, que já têm intensas tensões por causa do programa nuclear iraniano. A viagem do ministro iraniano marca um momento decisivo na geopolítica regional e global. Caso a China aceite formalizar acordos militares com o Irã, isso poderá gerar uma resposta imediata dos EUA. Entretanto, o país persa busca também expandir sua rede diplomática e econômica — apostando nas rotas comerciais asiáticas para diversificar mercados, contornar pressões ocidentais e consolidar uma posição estratégica na Eurásia. A colaboração com o Paquistão pode transformar-se em eixo logístico crucial, conectando cadeias de produção e rotas marítimas sensíveis. Fonte: Jerusalem Post, China Daily

Netanyahu encurralado: TPI rejeita apelo e sustenta mandado de prisão

Nesta quarta-feira (16), o Tribunal Penal Internacional (TPI) rejeitou formalmente o pedido de Israel para cancelar os mandados de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, além de recusar a suspensão da investigação sobre eventuais crimes em territórios ocupados palestinos. O pedido havia sido protocolado por Israel em 9 de maio de 2025, exigindo tanto o arquivamento dos mandados expedidos em 21 de novembro de 2024 — por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante o recente conflito em Gaza — quanto a suspensão de todo o processo investigativo no enquadramento territorial ocupado. O TPI manteve sua jurisdição ativa, reiterando que o caso segue em andamento. O tribunal reafirmou ainda que, embora Israel não seja signatário do Estatuto de Roma, sua jurisdição se estende aos líderes envolvidos, pois a investigação foi iniciada com base na adesão da Palestina — reconhecida como Estado vassalo desde fevereiro de 2021, autorizando o TPI a atuar em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. O apelo israelense argumentava ter sido abalado por uma decisão preliminar da câmara de apelações, em abril, mas o tribunal refutou essa alegação, afirmando que o desafio à jurisdição segue sendo analisado e não invalida os mandados enquanto não houver decisão definitiva. No momento, não há prazo para o julgamento desse recurso. Ainda na mesma decisão, o TPI rejeitou uma solicitação de Israel para impedir que a Palestina fosse ouvida sobre o caso, alegando que já há informações suficientes nos autos. Contexto dos mandados e pressão internacional Em 21 de novembro de 2024, o TPI emitiu mandados de prisão relacionados à suposta implicação de Netanyahu e Gallant em crimes como uso da fome como método de guerra e ataques deliberados contra civis. Inicialmente, também foi emitido mandado contra o líder do Hamas, Mohammed Deif, posteriormente cancelado após confirmação de sua morte. O TPI sofreu forte reação de Israel e de seus aliados. Em junho, os Estados Unidos impuseram sanções a quatro juízes do tribunal, incluindo dois envolvidos na decisão atual — uma retaliação sem precedentes contra a jurisdição da Corte. Além disso, houve ameaças e intimidações dirigidas ao procurador-chefe Karim Khan. Relatos apontam que uma figura ligada ao entorno de Netanyahu teria afirmado que Khan seria “destruído” caso não cancelasse os mandados. Com os mandados mantidos, qualquer país signatário do Estatuto de Roma que receber visitas de Netanyahu ou Gallant terá obrigação legal de efetuá-los, caso isso ocorra. A apelação de Israel contra a jurisdição segue em curso, sem previsão de conclusão. Enquanto isso, o tribunal continuará com a investigação sobre as alegações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, inclusive monitorando as consequências humanitárias em Gaza. Em meio a tensões políticas e diplomáticas globais — especialmente com sanções dos EUA e retórica agressiva de Israel — o TPI reafirma sua postura independente e seu compromisso com o cumprimento do Direito Internacional, mesmo diante de pressões de alto nível. Fontes: Reuters, Anadolu, Al Jazeera

Não foi Bolsonaro quem…

Não foi Bolsonaro quem chamou Donald Trump de nazista. Não foi Bolsonaro quem xingou Elon Musk. Não foi Bolsonaro quem desafiou o dólar. Não foi Bolsonaro quem prendeu, com condenações draconianas, idosos, pais e mães de família por aglomeração e pichação de estátua. Não foi Bolsonaro quem mandou retirar contas, perfis e documentários do ar por formularem dúvidas ou críticas políticas. Não foi Bolsonaro quem abriu inquéritos obscuros e infinitos, acumulando papéis de juiz, investigador, acusador, sem nenhuma transparência para com os advogados dos alvos. Não foi Bolsonaro quem quis dar ordens secretas e ilegais a companhias estrangeiras e exigir dados de cidadãos residindo legalmente no exterior. Não foi Bolsonaro quem se colocou em posição de “cancelar” mandatos ou suspender governadores de estado subitamente. Não foi Bolsonaro quem se pavoneou para contestar as ações de EUA e Israel, saindo em defesa do Irã, tentando levar adiante uma posição impossível de paladino global da “justiça”. Não foi Bolsonaro quem não se mostrou minimamente capaz de organizar uma estrutura para manter relações diplomáticas com a nação mais poderosa do Ocidente e do mundo. Não foi Bolsonaro quem quis convidar especialistas da China para ensinar ao regime autoritário brasileiro como censurar direitinho as redes sociais. Não foi Bolsonaro quem quis recorrer ao Judiciário sempre que o Congresso e a sociedade civil não lhe concedessem a satisfação de suas vontades. Não é Bolsonaro quem está no governo do país há dois anos e sete meses. Já disse outras vezes que Bolsonaro não era um modelo de amor à liberdade de expressão – remeto ao caso em que o ministro da Justiça da época tentou processar um sujeito em Palmas que financiou outdoors comparando o então presidente da República a um pequi roído, processo que foi abortado pelo STJ. É evidente, porém, que é risível equiparar a proporcionalidade das situações. Garanto que você não tinha receio real de ser preso ou censurado, como pode ser pelo STF, por criticar Bolsonaro, e, se disser que tinha, está mentindo. Não gosto de patrulhar o que os outros falam ou deixam de falar, já que detesto que façam isso comigo, mas é exaustiva essa falta de senso de realidade e de prioridades. O Brasil vive um regime autoritário que os poderes competentes não equacionam e chafurda na lama das relações internacionais, atraindo para si as reações a que estamos assistindo, incompetentes e despreparados para lidar com elas. Os liberais existem, em primeiro lugar, para proteger as regras do jogo, para proteger a liberdade. Está claro qual é o seu inimigo hoje. Talvez você queira ficar construindo moinhos de vento em vez de apontar-lhe o dedo porque não ousa encarar as consequências. Lucas Berlaza é Diretor-Presidente do Instituto Liberal. As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Danuzio News.*

Vai sair ou viajar? Feche as portas internas da casa — isso pode salvar seu patrimônio (e sua vida)

Muita gente se preocupa em trancar portas e janelas ao sair de casa ou ao viajar — e está certo. Mas um hábito simples, muitas vezes esquecido, pode fazer toda a diferença em caso de incêndio: fechar as portas internas da casa, principalmente de quartos, cozinha, sala e áreas com equipamentos elétricos. Segundo o Firefighter Safety Research Institute, portas fechadas ajudam a conter o fogo e a fumaça, reduzindo os danos e aumentando as chances de que bombeiros consigam agir a tempo. Em testes reais, uma porta fechada pode reduzir a temperatura de um ambiente em chamas de 500 °C para menos de 40 °C, além de impedir que o fogo se espalhe rapidamente para outros cômodos. Por que fechar portas internas ao sair? Veja o vídeo do bombeiro de Minas Gerais explicando numa maquete o que acontece quando acontece um foco de incêncdio numa casa fechada, com portas fechadas e abertas. Se for viajar, combine esse hábito com outras práticas: Fechar portas internas pode parecer algo pequeno, mas em situações extremas, ganhar tempo é ganhar vidas e patrimônio. Incêndios domésticos acontecem com mais frequência do que se imagina — e prevenção é sempre a melhor estratégia.

Câmara aprova isenção do IR para quem ganha até 5 mil, mas Lira retira trava e carga total pode chegar a 41%

Nesta quarta-feira (16), a Comissão Especial da Câmara aprovou o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, cumprindo promessa do governo federal. A proposta, relatada por Arthur Lira (PP‑AL), agora segue para votação no plenário, com expectativa de votação em agosto. Se sancionada, entrará em vigor em janeiro de 2026. O projeto foi enviado pelo governo federal em março de 2025, cumprindo a promessa de isentar a população de menor renda de pagar IR a partir de 2026. A estimativa é que a renúncia fiscal total chegue a R$ 25,84 bilhões em 2026, compensados por novas taxas sobre rendas superiores, sobretudo acima de R$ 600 mil anuais, e pela cobrança de 10% sobre dividendos enviados ao exterior, gerando arrecadação de aproximadamente R$ 34,12 bilhões. Além da isenção total para quem ganha até R$ 5 mil mensais, o projeto estabelece desconto gradativo para quem recebe entre R$ 5 000 e R$ 7 350, trazendo alívio fiscal adicional para essa faixa. A medida beneficia milhões de brasileiros da classe média, mas vem acompanhada de um endurecimento na cobrança sobre lucros e dividendos, com alíquotas que, somadas, podem atingir até 41% — nível comparável ao de países nórdicos. O parecer apresentado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou o teto de 34% para a carga tributária combinada entre pessoa jurídica e física, o que abre espaço para aumento significativo da arrecadação federal sobre investidores e empresários. A alíquota efetiva sobre lucros e dividendos pode chegar a 41% O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi o principal articulador da aprovação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda. Embora a medida seja apresentada como um alívio à classe média, a atuação de Lira teve consequências fiscais e políticas profundas, com efeitos ainda pouco debatidos. No texto final relatado por Lira, foi retirada a “trava” que limitava a carga tributária conjunta entre pessoa jurídica e física em 34%, permitindo que, na prática, a alíquota efetiva sobre lucros e dividendos chegue a 41%. A mudança transforma o sistema brasileiro em um dos mais onerosos do mundo em termos de tributação sobre capital. O gesto foi interpretado por interlocutores como “cirúrgico”: Lira manteve uma narrativa popular com a isenção até R$ 5 mil, mas entregou ao governo uma máquina arrecadatória robusta às custas da iniciativa privada. “Para o governo, a emenda saiu melhor que o soneto. Para o contribuinte, uma alíquota digna de países nórdicos“, afirmou um analista político. Lira negociou apoio ao Senado Fontes em Brasília revelam que essa movimentação de Lira foi parte de um acordo político com o presidente Lula, que incluiria apoio explícito do Planalto à candidatura de Lira ao Senado por Alagoas em 2026. Em troca, Lira pautou o projeto com a versão mais favorável ao governo, retirando o limite de carga tributária e, ao mesmo tempo, negociou com Lula uma vaga no STJ para a tia do seu principal rival local, o atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), filiado ao PL. Lula indicou semana passada para o STJ a procuradora de Justiça de Alagoas, Maria Marluce Caldas Bezerra, tia de JHC.

Reconstruir o papel do Brasil no mundo exige tirar Lula do poder

O anúncio de sanções por parte dos Estados Unidos contra o Brasil, com tarifas de 50% sobre todas as exportações brasileiras, marca um divisor de águas na história da política externa nacional. Mais do que uma crise econômica, trata-se de uma crise diplomática, que rompe com décadas de equilíbrio e pragmatismo característicos do Itamaraty. A diplomacia brasileira, construída sobre o respeito à multipolaridade e à neutralidade estratégica, foi substituída por um projeto ideológico que arrasta o país para um eixo geopolítico antiocidental, com custos reais e imediatos. Desde sua fundação, o Itamaraty buscou exercer um papel de equilíbrio entre as grandes potências, com o objetivo de preservar os interesses do Brasil em um mundo em constante disputa. Essa tradição não era conservadora nem progressista; era realista. Em momentos críticos da Guerra Fria, o Brasil conseguia manter relações simultâneas com os Estados Unidos e com a União Soviética, com a China e com a Europa, com países árabes e com Israel. Essa autonomia estratégica permitiu que o Brasil ganhasse protagonismo global sem antagonizar potências. Isso acabou. Ao retornar ao poder, Lula abandonou esse pragmatismo em nome de uma geopolítica ideológica. A reaproximação com ditaduras como Irã, Cuba, Venezuela, Rússia e China tornou-se prioridade. A presença do presidente brasileiro em fóruns como o BRICS — agora com expansão para regimes autoritários como Egito, Arábia Saudita e Irã — revela um projeto de mundo alternativo, em que o Brasil se afasta do Ocidente em nome de uma suposta nova ordem multipolar. Porém, ao invés de equilíbrio, o governo optou pela provocação. Lula não apenas se aproximou desses regimes, como hostilizou abertamente os Estados Unidos e seus aliados. Ao comentar as eleições norte-americanas, ironizou Trump, criticou sanções contra países “irmãos” como Cuba e questionou abertamente o papel do Ocidente na guerra da Ucrânia, chegando a culpar a OTAN pela escalada do conflito. Em relação a Israel, o governo brasileiro recusou-se a classificar o Hamas como grupo terrorista mesmo após ataques brutais contra civis, comparou as ações de defesa de Israel ao nazismo e chamou a ofensiva em Gaza de “genocídio“, adotando abertamente a retórica da propaganda do Hamas. Mais recentemente, o Brasil aderiu à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra Israel, aprofundando ainda mais o distanciamento com Washington e com aliados históricos do Ocidente. A reação não tardou. O presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros como retaliação à perseguição judicial contra Jair Bolsonaro e ao alinhamento do Brasil com adversários estratégicos dos EUA. Embora o pretexto formal seja comercial, a motivação é evidentemente política. Trata-se de uma sanção camuflada, que insere o Brasil no mesmo rol de países punidos por Washington, como China, Rússia, Venezuela e Irã. O mais grave é que essa ruptura foi provocada conscientemente pelo governo brasileiro. Lula não apenas se recusou a dialogar com Trump desde sua eleição, como também impediu tentativas do Itamaraty de construir pontes com a diplomacia americana. Diferente da China, que negociou redução de tarifas; da Argentina, que buscou flexibilizações; e da Índia, que atua com inteligência pragmática, o Brasil optou pelo confronto. O resultado é um país isolado, com exportações comprometidas e sem credibilidade como interlocutor global. Não há precedente recente de um governo brasileiro que tenha intencionalmente comprometido relações comerciais em nome de alinhamento ideológico. Nem mesmo na década de 1960, em plena tensão entre Washington e Havana, o Brasil rompeu relações com um dos lados. Mesmo durante os governos militares, os diplomatas brasileiros mantiveram canais abertos com múltiplos atores internacionais. Hoje, vemos a inversão dessa lógica: o Brasil adota o discurso dos países “anti-imperialistas”, mas continua altamente dependente do comércio com o Ocidente — e agora paga por isso. Além dos danos econômicos, as sanções escancararam a falência do discurso do “protagonismo internacional” de Lula. Não há protagonismo em ser punido. Não há liderança global possível para um país que hostiliza seus maiores parceiros comerciais em nome de narrativas ideológicas importadas dos anos 60. O caso da Embraer, que perdeu um contrato bilionário com a Polônia após Lula declarar apoio a Putin e insinuar que Zelensky “é tão culpado quanto“, revela o custo direto da ideologização da política externa. Países que antes nos viam como modelo de conciliação e mediação passam a nos tratar com cautela — ou desconfiança. A União Europeia mantém congelado o acordo com o Mercosul. Os EUA nos tratam agora como um problema. E até na América Latina o Brasil perdeu influência, sendo questionado por vizinhos como Paraguai, Uruguai e Equador. O discurso do governo tenta disfarçar a crise com slogans nacionalistas: “Brasil é dos brasileiros“, “não aceitaremos imposições estrangeiras“, “soberania acima de tudo“. Mas são palavras vazias. Na prática, quem pagará o preço da bravata serão os exportadores brasileiros, os produtores rurais, a indústria e — por consequência — o consumidor. A inflação tende a subir, a confiança do investidor a cair e o dólar a disparar. O Brasil virou um pária tarifário por escolha própria. É possível discordar de Trump. Suas ações são ruins para a economia brasileira. Melhor teria sido aplicar sanções pessoais a Lula, Moraes e todos os envolvidos diretamente. Mas não se pode ignorar que o Brasil deu todos os sinais errados. Ao perseguir opositores, censurar redes sociais, controlar o Judiciário e sabotar relações diplomáticas em nome de afinidades ideológicas, Lula transformou o Brasil de parceiro confiável em alvo preferencial. Isso não é soberania — é irresponsabilidade geopolítica. Agora, fala-se em reconstrução. Mas não haverá reconstrução com os mesmos interlocutores que causaram a destruição. O próprio recuo de Lula — ao anunciar que não retribuirá as sanções americanas — é a admissão tácita de que errou em toda a condução da política externa desde o início. Uma postura arrogante e beligerante nos colocou nesse buraco. Agora, o mesmo governo que provocou o desastre pede tempo e paciência para revertê-lo? Não se corrige um erro estratégico mantendo o erro no poder. É preciso corrigir a rota — e isso começa trocando

Governo Lula abre licitação de R$ 98 Milhões para Comunicação Digital

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu uma nova licitação de R$ 98,3 milhões para contratar três empresas que gerenciarão a comunicação digital da gestão, sob responsabilidade da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). O edital, com duração inicial de 12 meses e possibilidade de prorrogação, visa reformular a estratégia de comunicação do governo nas redes sociais, em um momento de queda de popularidade. A iniciativa substitui uma licitação anterior, de R$ 197,7 milhões, suspensa em junho de 2024 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) devido a indícios de irregularidades, como o vazamento de propostas das empresas concorrentes. O processo foi revogado em agosto do mesmo ano, após denúncias publicadas pelo site O Antagonista. Agora, sob o comando do ministro Sidônio Palmeira, a Secom busca uma abordagem mais eficiente para ampliar o alcance das mensagens institucionais. As empresas contratadas serão responsáveis por planejar a comunicação digital, moderar conteúdos e perfis em redes como Pinterest, LinkedIn, YouTube, Instagram, Facebook, TikTok e Kwai, além de realizar análises de sentimentos para interpretar emoções e opiniões dos usuários. O edital enfatiza a criação de conteúdos “acessíveis, envolventes e inspiradores” para destacar os benefícios de políticas públicas. A licitação ocorre em um contexto de reformulação da comunicação do governo, que enfrenta dificuldades para superar o engajamento da oposição, especialmente da direita, nas redes sociais. O governo aposta em estratégias criativas para promover ações como a defesa da tributação dos mais ricos e a divulgação de programas sociais. O prazo para envio de propostas começou em 15 de julho e vai até 2 de setembro, com o processo licitatório podendo durar de seis a oito meses. A nova licitação tem sido alvo de debates. Críticos apontam o alto valor do contrato em meio a restrições orçamentárias, enquanto o governo defende a necessidade de fortalecer a comunicação digital e melhorar a percepção pública. O certame é visto como estratégico, especialmente com a aproximação das eleições de 2026, quando Lula deve buscar um novo mandato. No dia 2 de julho, o PT convocou uma reunião com cerca de 270 influencers digitais – noticiamos aqui. E no dia 7, já era possível identificar a atuação do que se denominou como “Gabinete do Amor”. Se quiser se aprofundar mais sobre esse tema, recomendamos a leitura do nosso artigo: O “Gabinete do Amor” sob a sombra do “Mensalinho do Twitter” Fonte: Poder360, Folha de São Paulo, Jornal do Comércio, O antagonista

Pressionado, Lula recua e desiste de impor taxas em resposta a Trump

Em reunião nesta terça-feira (15) com empresários em Brasília, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que não pretende aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica para retaliar o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos, mesmo com possível entrada em vigor da alíquota de 50% em agosto. A Lei de Reciprocidade, aprovada em abril e regulamentada por decreto de Lula no dia 14 de julho, permite que o Brasil responda com contramedidas proporcionais a medidas unilaterais de outros países. Ainda assim, ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) sinalizaram que o uso da lei não foi sequer considerado no encontro com o setor produtivo. Por que o governo recuou? O presidente da ABIMAQ, José Velloso, explicou que o recado foi objetivo: evitar uma retaliação brusca que poderia inviabilizar o comércio com os EUA. “Perder o mercado norte-americano é algo muito difícil de recuperar“, afirmou. O governo optou por priorizar a via diplomática e o diálogo com setores afetados — como manufatura, agronegócio e empresas de tecnologia — estimulando o entendimento entre exportadores brasileiros e importadores americanos. Tudo começou quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alegando vínculos à forma como o Brasil conduz o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O acréscimo tarifário substituiria a antiga alíquota de 10% e entraria em vigor a partir de 1º de agosto. Em resposta, Lula firmou decreto que torna operacional a Lei de Reciprocidade, preparando o terreno para eventuais contramedidas. No entanto, o Executivo sinalizou que só recorrerá à lei se as negociações com Washington não avançarem e os danos à economia brasileira se agravarem. Especialistas alertam para o alto risco de escalada: retaliações comerciais podem causar efeitos rebote, elevando custos de importação e prejudicando a competitividade de produtos brasileiros nos EUA. Além disso, a dependência de mercados externos torna o Brasil vulnerável a ações protecionistas. Caso o governo brasileiro mantenha o recuo, a estratégia agora será pressionar o governo Trump por meio do setor privado, envolver câmaras bilaterais e buscar avaliações junto ao Congresso americano, visando reverter ou ao menos mitigar o impacto da tarifa de 50%. O recuo adotado pelo Planalto reflete uma decisão estratégica: evitar confrontos imediatos e apostar no diálogo com Washington, protegendo temporariamente setores exportadores cruciais ao país. Fontes: Revista Oeste, DW, CNN, Agência Brasil

Deputado Nikolas Ferreira protocola pedido de impeachment de Lula, entenda o pedido

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou na terça-feira (15) um pedido formal de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados. O documento, subscrito por 72 parlamentares, acusa o presidente de cometer crimes de responsabilidade, com base na Lei nº 1.079/1950, em razão de sua condução na política externa, que, segundo Ferreira, teria comprometido a dignidade nacional e exposto o Brasil a sanções econômicas. A denúncia destaca dois supostos crimes. O primeiro refere-se à crise diplomática com os Estados Unidos, desencadeada após o presidente americano, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre importações brasileiras, citando a perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro como justificativa. Ferreira alega que Lula “prejudicou gravemente a dignidade nacional”, gerando impactos econômicos negativos para trabalhadores e setores produtivos. O segundo ponto questiona a aproximação do Brasil com o Irã, incluindo a autorização para atracagem de navios de guerra iranianos, o que, para o deputado, violou a neutralidade brasileira em conflitos internacionais. Além disso, a campanha de Lula no BRICS contra o uso do dólar no comércio global, sem consulta ao Congresso, é citada como um ato de subordinação dos interesses nacionais a alinhamentos ideológicos. O pedido surge em um momento de alta tensão política, intensificada pela crise com os EUA e pelo julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe em 2022. Apesar do apoio de setores da oposição, analistas avaliam que o impeachment tem chances reduzidas de avançar, dado o suporte de Lula no Congresso. A decisão sobre a tramitação cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Conhecido por sua postura conciliadora, Motta pode optar por arquivar o pedido, considerando a falta de consenso para um processo tão extremo. O governo Lula reagiu, afirmando que a condução da política externa é prerrogativa presidencial e que as acusações são infundadas. O Planalto destacou esforços para reverter as tarifas americanas por meio de diálogo diplomático, reforçando o compromisso com a soberania nacional. O pedido de impeachment reflete a polarização política no Brasil e pode intensificar mobilizações de ambos os lados. A decisão de Motta será determinante para o futuro do processo, que pode acirrar ainda mais o cenário político. Fontes: Estado de Minas, Metropoles, Gazeta do Povo, Pleno News

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