Pressione Putin ou pague o preço: OTAN ameaça o Brasil com sanções se não exigir fim da guerra

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, declarou hoje que Brasil, China e Índia podem ser alvo de sanções econômicas severas caso continuem comprando petróleo e gás da Rússia sem pressionar Moscou a aceitar negociações de paz com a Ucrânia. Em declarações feitas em Washington após reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Rutte afirmou que as sanções secundárias podem incluir tarifas de até 100% sobre produtos russos adquiridos por esses países. “Se você for o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda estiver negociando com os russos e comprando seu petróleo e gás, saiba que aplicaremos sanções secundárias de 100%“, disse Rutte em entrevista coletiva no Capitólio, em 15 de julho. “Meu incentivo a esses três países, em particular, é que analisem isso com seriedade, porque pode ser muito prejudicial. Por favor, liguem para Vladimir Putin e digam que ele precisa levar as negociações de paz a sério, porque, caso contrário, isso vai prejudicar o Brasil, a Índia e a China de forma massiva.” A declaração ocorre no contexto da nova ofensiva diplomática dos Estados Unidos, que busca aumentar a pressão econômica sobre Moscou. No início da semana, o presidente Trump havia anunciado que, caso a Rússia não aceite iniciar um processo formal de paz nos próximos 50 dias, seu governo imporá tarifas comerciais severas contra países que mantêm relações econômicas com o regime de Vladimir Putin. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump já havia informado a aplicação de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA, a partir de 1º de agosto, como retaliação por decisões do governo brasileiro consideradas “hostis” à administração anterior americana. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, cerca de 65% do diesel importado pelo Brasil em 2024 teve origem na Rússia, o que coloca o país em situação de vulnerabilidade diante de eventuais sanções ocidentais. A reação russa veio por meio do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que classificou as ameaças como “muito sérias” e afirmou que o governo russo está avaliando a situação. Já Dmitry Medvedev, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, minimizou a declaração e disse que “a Rússia não se importa“. Até o momento, o Palácio do Planalto não emitiu resposta oficial às declarações da OTAN. Fontes diplomáticas indicam que o governo brasileiro avalia os possíveis impactos comerciais e geopolíticos do cenário, com reuniões previstas entre os Ministérios das Relações Exteriores, da Economia e da Defesa. Fontes consultadas:Coletiva de imprensa de Mark Rutte (15/07/2025)Declarações do presidente Donald Trump à imprensa norte-americanaDados de importação – Ministério de Minas e Energia (Brasil)

Toffoli anula todos os atos da Lava Jato contra doleiro Alberto Youssef

Nesta terça-feira (15), o ministro Dias  Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a nulidade de todos os atos da Operação Lava Jato praticados contra o doleiro Alberto  Youssef, marcando mais uma mudança expressiva na jurisprudência referente à maior investigação anticorrupção da história recente do Brasil. Para Toffoli, houve um conluio institucional envolvendo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Segundo o ministro, essa articulação coordenada comprometeu o direito ao contraditório e à ampla defesa de Youssef, viciando todo o processo judicial. “Revela-se incontestável o quadro de conluio processual entre acusação e magistrado em detrimento de direitos fundamentais do requerente“, escreveu Toffoli, ao decretar a nulidade. Um dos pontos-chave da decisão foi a gravação clandestina de conversas nas celas onde Youssef estava preso em Curitiba, em 2014 – 11 dias de monitoramento sem autorização legal. Esse episódio, segundo o ministro, evidenciou o desequilíbrio entre acusação e julgamento. Toffoli também utilizou trechos das mensagens reveladas na Operação Spoofing — que mostrou comunicações entre procuradores e Moro — como prova de irregularidades graves no desenrolar processual. Apesar de anular todos os atos e sentenças judiciais contra Youssef, o ministro não decretou a nulidade do acordo de delação premiada firmado por ele, que continua válido. Esse acordo, considerado um dos mais relevantes para a Lava Jato, permanece válido e pode gerar efeitos jurídicos futuros. A anulação dos atos de Youssef segue uma série de decisões similares proferidas por Toffoli nos últimos meses, incluindo casos de Nelson Freitas, Nelson Meurer, Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht. O ministro tem criticado o que chama de “abuso de poder” na Lava Jato, especialmente em Curitiba, e aponta um padrão de interferência que fere garantias constitucionais. No caso de Youssef, o impacto é significativo: todos os processos, prisões, bloqueios patrimoniais e demais restrições foram anulados, abrindo caminho para possíveis recuperações de bens e revisões de outras condenações que dependeram das provas derivadas da sua colaboração. Defensores do doleiro afirmam que a decisão representa o “fim da Lava Jato”, questionando agora a validade de investigações baseadas em suas delações. Entre os possíveis beneficiários dessa medida, cita-se o ex-presidente Fernando Collor, cuja condenação contém menções às informações fornecidas por Youssef. A decisão de Toffoli deverá ser analisada pelas demais instâncias do STF e pode abrir precedentes para uma enxurrada de recursos e solicitações de revisão de processos ligados à Lava Jato. A força-tarefa e o MPF devem se rearticular para contestar entendimentos judiciais e definir novas estratégias jurídicas. A discussão agora se desloca dos métodos aplicados à validade e consequências dos acordos de delação e provas colhidas no âmbito da operação. Fontes: CNN, Revista Oeste

Variantes Genéticas podem ter influenciado no agravamento da Covid-19, revela estudo da Fiocruz

DNA Corona Virus. Imagem CC

Um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em colaboração com outras instituições científicas, revelou que variantes genéticas podem estar associadas ao agravamento de casos de Covid-19. Publicado no dia 2 de julho, o trabalho analisou o genoma de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, identificando mutações em genes ligados à resposta imune que parecem influenciar a severidade da doença. A descoberta abre novas perspectivas para a medicina personalizada no combate à pandemia. A pesquisa envolveu a análise genômica de 161 voluntários, com idades entre 18 e 60 anos. Foram incluídos no corte apenas indivíduos com infecção confirmada para Covid-19, que precisaram de internação hospitalar em UTI, sem histórico de doenças crônicas e que não tinham sido vacinados. A amostra conseguiu representar características genéticas de pessoas pertencentes às cinco regiões do país. Os cientistas identificaram alterações em genes responsáveis pela regulação do sistema imunológico, que, em alguns indivíduos, podem desencadear uma resposta inflamatória exagerada, conhecida como “tempestade de citocinas”. Esse fenômeno está associado a complicações graves, como insuficiência respiratória. “Essas variantes genéticas podem explicar por que algumas pessoas desenvolvem quadros mais severos, mesmo sem fatores de risco aparentes”, explicou um dos coordenadores do estudo. Os resultados destacam a importância de fatores genéticos na variabilidade das respostas ao vírus, complementando o conhecimento sobre outros fatores, como idade e comorbidades. A pesquisa também sugere que testes genéticos podem, no futuro, identificar pacientes com maior risco de complicações, permitindo intervenções precoces e tratamentos mais direcionados. Além disso, o estudo reforça a relevância de abordagens personalizadas na medicina, que considerem o perfil genético de cada indivíduo. A Fiocruz enfatiza que os achados ainda requerem validação em populações maiores e mais diversas, mas representam um avanço significativo na compreensão da Covid-19. “Esses dados podem guiar o desenvolvimento de terapias mais eficazes e estratégias de prevenção”, afirmou um dos pesquisadores. A descoberta reforça a importância da pesquisa científica no enfrentamento de pandemias e destaca o papel da genômica na saúde pública. O imunologista Roberto Zeballos levantou hipóteses sobre a Covid-19 que, embora criticadas na época da pandemia, ecoavam nas discussões internacionais e desafiavam o consenso científico. Desde 2020, em vídeos e entrevistas, Zeballos sugeriu que “predisposições genéticas” poderiam explicar casos graves da doença, associando-as à “tempestade de citocinas”. Essa ideia alinhava-se a estudos como os da COVID-19 Host Genetics Initiative (Nature, 2020), que investigavam genes ligados à resposta imune. O estudo da Fiocruz (2025) está em vias de confirmar que variantes genéticas raras, como em genes MUC5AC e IFNA10, aumentam o risco de quadros severos, validando as questões levantadas por Zeballos. Se você gostou dessa notícia, peço que considere a leitura sobre: “Astrazeneca é condenada a pagar R$ 3,75 milhões por morte de promotora grávida no RJ após ser vacinada contra Covid-19”. Como podemos observar, a verdadeira Ciência exige liberdade para questionar. O consenso científico, ao descartar hipóteses, erra e limita o debate. A reavaliação dessa hipótese em 2025 reforça que a ciência deve evitar dogmas, politicagens, estardalhaços midiáticos e reconhecer erros. O caso, destaca a importância de manter a ciência aberta a indagações, sem mordaças, para que novas evidências possam corrigir o curso do conhecimento. Referências: Fiocruz, Nature, Nature II, Danuzio News, Unicamp

PGR pede condenação de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de Golpe de Estado

PGR pede condenação de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de Golpe de Estado. Edição com imagens CC

Nesta segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O documento, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e marca a última etapa antes do julgamento, previsto para setembro deste ano. A denúncia, que possui 517 páginas, acusa Bolsonaro e aliados de integrarem o chamado “núcleo crucial” de uma organização criminosa armada com o objetivo de subverter a ordem democrática e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Além de Bolsonaro, foram denunciados os ex-ministros: Segundo a PGR, os réus são acusados de cinco crimes: As penas máximas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão. A Procuradoria aponta que Bolsonaro liderou o grupo, articulando ações para desacreditar o sistema eleitoral, mobilizar apoiadores e planejar medidas autoritárias, como a decretação de um estado de exceção. O documento destaca que a trama golpista teve início em 2021, intensificando-se após a anulação das condenações de Lula na Operação Lava Jato, que o tornou elegível. A PGR cita provas como manuscritos, arquivos digitais, trocas de mensagens e a delação de Mauro Cid, que, apesar de omissões, contribuiu para esclarecer a estrutura do grupo. Entre as evidências, está a minuta de um decreto golpista encontrada na residência de Anderson Torres e relatos de reuniões com comandantes militares para discutir ações contra o resultado eleitoral. A culminação do plano, segundo a PGR, foi a invasão dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF, causando prejuízos estimados em mais de R$ 20 milhões. Embora Bolsonaro não tenha participado diretamente dos atos, a PGR o vincula à mobilização dos manifestantes. A defesa de Bolsonaro nega as acusações, classificando a denúncia como “inepta” e baseada em suposições frágeis. Os advogados afirmam que não há provas concretas de envolvimento do ex-presidente em planos golpistas. As defesas dos demais réus também contestam as acusações, alegando falta de imparcialidade nas investigações. Os próximos passos incluem a apresentação das alegações finais da defesa de Mauro Cid e dos demais réus, cada uma com prazo de 15 dias. O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Caso condenados, os réus só cumprirão pena após o esgotamento de todos os recursos. Fonte: CNN, O DIA, G1

Putin acuado? Trump ameaça devastar economia russa com tarifa global

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (14) que imporá “tarifas secundárias” de até 100% a países que continuarem a negociar com a Rússia caso Moscou não assine um acordo de cessar-fogo na Ucrânia dentro de 50 dias. Paralelamente, um acordo sem precedentes foi fechado com o envio de sistemas de defesa aérea Patriot a parceiros da OTAN, cujo funcionamento será pago pelos próprios aliados. Essas medidas foram anunciadas durante evento na Casa Branca, com presença do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que reforçou o recado: “Se eu fosse Putin hoje, reconsideraria levar a sério as negociações“. O gesto marca uma guinada na política americana: Trump, que até então adotava tom mais favorável a Moscou, agora endurece o discurso, citando decepção com a continuidade dos bombardeios russos — “ele falava tão bem, e depois explodia prédios à noite“. A Rússia reagiu com cautela, com o ministro Lavrov afirmando que Moscou “sem dúvida suportará as novas sanções” e exigindo clareza sobre as motivações de Trump. Já o vice-ministro Ryabkov declarou que negociações podem seguir, mas “não sob ultimatos“. Enquanto isso, a ofensiva militar russa foi intensificada, com aumento expressivo de ataques aéreos na Ucrânia: drones e mísseis disparados em junho resultaram no maior número de vítimas civis dos últimos três anos, segundo a ONU. Em conjunto com o pacote de pressão econômica, Trump anunciou que sistemas Patriot fabricados nos EUA serão entregues a parceiros da OTAN — Alemanha, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega, Holanda e Canadá — para fortalecer a defesa ucraniana, com a própria Europa arcando com os custos. O secretário-geral da OTAN enfatizou a rapidez necessária na entrega: “Velocidade é essencial“. Líderes ucranianos celebram o suporte militar, mas criticam o prazo de 50 dias como muito lento, já que ele deixa espaço para mais destruição russa. Por sua vez, a Europa expressa preocupação com o impacto das sanções secundárias, especialmente em nações dependentes do gás russo. A pressão por restrições comerciais tem respaldo no Senado dos EUA: senadores Lindsey Graham e Richard Blumenthal propuseram tarifas de até 500% sobre importações de nações que mantêm relação econômica com Moscou. O projeto, já aprovado na Casa com forte apoio bipartidário, aguarda votação no Senado. Mas analistas alertam que Putin segue firme. Embora o Kremlin tenha apoiadores céticos quanto à eficácia das medidas, o presidente russo permanece determinado a continuar a guerra por concessões territoriais reais — neutralidade da Ucrânia, não ampliação da OTAN e reconhecimento de anexações. Mesmo com os indicadores econômicos russos sofrendo pressão, o Banco Central do país e empresas estatais seguem operando normalmente, apostando na resiliência financeira que a Rússia já demonstrou em sanções anteriores. Fontes: Wall Street Journal, India Today

Investir em meio à guerra tarifária

O mundo passa por um momento difícil e posso dizer categoricamente que é só mais um momento. Assim como em outros momentos da história, em que a humanidade vivenciou diversas crises, nas quais não havia soluções claras nem rápidas, estamos testemunhando impasses e conflitos, gerados por atores poderosos que impactam toda a cadeia de suprimentos global. Estes impactos causam turbulência nos mercados e atingem significativamente os indivíduos. Sim, estamos isolando todos os outros problemas que envolvem os conflitos e vamos focar apenas na consequência que afeta o bolso do brasileiro.  Uma minoria da população brasileira consegue acumular patrimônio, investindo em ativos financeiros. Em 2024, o número de investidores cresceu e chegou a 37% da população, representando uma tendência gerada pela disseminação de instituições financeiras de acesso facilitado, as fintechs, que apenas usando um aplicativo de celular, trouxeram a possibilidade de um cidadão investir seu dinheiro. Ainda há muito a se fazer na difusão do conhecimento, uma vez que do total de investidores, 68% ainda têm seu patrimônio alocado na poupança. A guerra tarifária que tomou grandes proporções a partir do governo Trump trouxe consigo uma necessidade de repensar os ativos que serão utilizados para preservar valor nos próximos meses ou até anos. As taxas propostas nas ameaças de taxação inviabilizam o envio de produtos ao exterior, o que acarreta a menor entrada de dólares, elevando o preço da moeda e, consequentemente, a inflação. Com uma inflação em alta, os produtos que consumimos encarecem e o patrimônio acumulado míngua se não estiver alocado de forma defensiva. Mas como se defender de forma efetiva das consequências geradas pela taxação?  Existe uma variedade de produtos financeiros que podem salvar nossas finanças neste momento de crise. Os títulos indexados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), por exemplo, são em geral os títulos que protegem o capital do aumento da inflação. Por ter uma taxa fixa somada ao indicador, espera-se que o rendimento do título entregue a variação do índice mais a taxa fixa informada na data de compra do título. Um cuidado que deve ser observado é a solidez da entidade que oferece o título. As empresas em geral, principalmente as exportadoras, podem sofrer perdas irreparáveis com a taxação em 50% anunciada por Trump. Logo, investir numa empresa esperando preservação do capital pode gerar frustração da expectativa e prejuízos. Neste caso, uma saída muito utilizada por investidores mais experientes é o Tesouro Direto e seus títulos indexados à inflação. Dentre a variedade de produtos que podem preservar o capital, temos duas classes mais famosas e, basicamente, igualmente perigosas. O alto risco agregado a investimentos de renda variável causa dúvidas e muitas vezes afasta investidores menos experientes e mais conservadores. Os Fundos Imobiliários (FII’s) e as Ações são os ativos que estarão nos radares dos gestores de ativos. Isto porque a imprevisibilidade acaba gerando um efeito de “debandada“, fazendo com que a crise reflita no ativo de forma mais intensa e diferente do que deveria ser o racionalmente aceitável. A imagem abaixo traz uma ideia do que seria um exemplo de comportamento divergente entre o preço dos ativos e os fundamentos que carregam, o que pode gerar grandes oportunidades. Uma outra classe de ativos que tem se destacado recentemente são as criptomoedas. O “universo paralelo” das criptos tem se mostrado resiliente, e em certos casos, antifrágil. Utilizando o conceito do mestre Nassim Taleb, o fato de um ativo não ser apenas resistente a choques, mas ganhar força com eles, é um exemplo de antifragilidade. No mundo cripto, alguns movimentos têm se parecido com a definição de Taleb. O Bitcoin tem ganhado cada vez mais força e tem sido cada vez mais adotado por governos, empresas e pessoas. Um claro exemplo de adoção da tecnologia é a recente declaração de Larry Fink, CEO da BlackRock, uma das maiores gestoras de patrimônio do mundo, dizendo que o Bitcoin é um instrumento de proteção à desvalorização cambial, o que seria o remédio perfeito para a crise que estamos prestes a enfrentar. Existe todo um ecossistema onde funcionam as criptomoedas, mas de todo ele, o Bitcoin se revela a cada dia ser o mais relevante e promissor. A ideia do artigo é trazer uma reflexão a você, gerando a semente da dúvida em relação ao consumo compulsivo, decisões financeiras pouco lucrativas ou impulsionadas por fatores culturais. Ao internalizar o conhecimento trazido neste artigo, você pode estar diante da maior virada de chave da vida, tanto em termos conceituais quanto em termos financeiros. Investir não é algo reservado a ricos, é necessário a todas as classes sociais e importantíssimo para você e para o país. Em termos econômicos globais, quanto maior a reserva de capital aplicada, melhores as condições de vida da população. Em termos individuais, quanto maior a poupança e investimento durante a vida, maiores as possibilidades e conforto no presente e no futuro. Eu sou Felipe Santos, Oficial R/2 do Exército Brasileiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas, Universidade da Califórnia e Universidade de São Paulo, atuo no mercado financeiro desde 2008. Experiente em diversas áreas no mercado, professor de Finanças Pessoais e Investimentos da Escola de Geopolítica e Atualidades Danuzio Neto e criador da Mentoria de Investimento Ágil, ajudo pessoas a investir em apenas 30 dias com segurança e praticidade. Somente um patrimônio acumulado é capaz de proporcionar a você um futuro com conforto, segurança e liberdade. O tempo passa, comece! Siga-me no Instagram @fe_investimento_agil ou, se preferir, mande um e-mail para felipesantos@feinvestimento.com.br.

Escravas de luxo: PF desmantela rede que vendia brasileiras por até €1.000 na Europa

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (15), uma operação para apurar um esquema de tráfico internacional de mulheres brasileiras para exploração sexual na Europa. A investigação, iniciada em maio de 2024, revelou um esquema criminoso sofisticado, voltado ao aliciamento de mulheres — especialmente aquelas com perfil de modelos — por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens. As vítimas eram seduzidas com promessas de altos rendimentos, passagens aéreas e hospedagem gratuita. Contudo, ao chegarem ao destino europeu, eram submetidas a uma realidade brutal: condições degradantes de moradia, jornadas exaustivas de exploração sexual, retenção de documentos, ameaças, agressões físicas, chantagens emocionais e violência psicológica contínua. Os relatos apontam que algumas chegavam a atender até 20 clientes por dia. Nesta etapa da operação, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em São Paulo, além de um mandado de prisão preventiva. Também foi determinado o sequestro e bloqueio de bens e valores de investigados, totalizando até R$ 6,6 milhões. Quatro passaportes foram apreendidos, e as respectivas investigadas estão impedidas de deixar o país. O inquérito policial teve início a partir de elementos reunidos durante diligências e do depoimento de uma das vítimas, que conseguiu retornar ao Brasil e forneceu detalhes cruciais sobre o funcionamento da rede criminosa. As investigações também revelaram que o grupo operava com uma “tabela de preços” padronizada para os serviços sexuais forçados. Os valores cobrados variavam entre €100 e €1000, dependendo da duração e do tipo de atendimento. A tabela previa, por exemplo, €100 por 30 minutos de sexo, €120 por 45 minutos e €150 por uma hora completa. Já para uma noite inteira, o valor poderia chegar a €1000. A meta imposta às vítimas era gerar pelo menos €1000 por dia. Toda a organização financeira era controlada pela cafetina-chefe dos prostíbulos. Ela ficava responsável por agendar o maior número possível de programas e reter integralmente os valores arrecadados, repassando às mulheres apenas pequenas quantias, sob regime de total dependência e vigilância. O caso se soma a uma série de operações recentes que evidenciam a atuação de redes brasileiras e internacionais de tráfico humano, que utilizam promessas de luxo, beleza e sucesso como fachada para um sistema de escravidão sexual travestido de glamour. A PF segue aprofundando as investigações para identificar outros envolvidos e possíveis ramificações da quadrilha em território nacional e no exterior. Fonte: Metrópoles e Metrópoles

A banalização da mordaça

Ao acompanhar o julgamento de Eichmann, em Jerusalém, Hannah Arendt parece ter entendido a essência do que aconteceu no regime nazista, que incutiu um nível de controle tão grande na população alemã a ponto de esta passar a normalizar as ordens e orientações do partido, reproduzindo-as e naturalizando-as, sem questionar a moralidade do que estava sendo praticado. A capacidade de seres humanos cometerem atos inimagináveis pela falta de pensamento crítico ou reflexão – como era o caso de Eichmann, general alemão que facilitou o envio de cerca de 1,5 milhão de judeus aos campos de extermínio não por ódio, mas por estar apenas cumprindo ordens e seguindo as leis da época –, Hannah Arendt denominou “a banalidade do mal“. Recentemente, o Brasil acompanhou o desfecho do julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet, por meio do qual o Supremo Tribunal Federal, por interesse próprio e a mando do presidente da República, pretende “regular” as plataformas digitais, aumentando sua responsabilidade sobre o conteúdo postado por terceiros. Um dos pontos mais impressionantes do julgamento foram as falas de alguns ministros, como Cármen Lúcia – a mesma jurista que, em 2022, votou por proibir a divulgação de um documentário na internet sobre um dos candidatos à Presidência da República, reconhecendo que se tratava de censura, mas apenas até o dia subsequente ao segundo turno das eleições, para que “não haja o comprometimento da lisura, da higidez, da segurança do processo eleitoral“. Afirmou em 26 de junho de 2025, em seu voto, que “a grande dificuldade está aí: censura é proibida constitucionalmente, eticamente, moralmente, e eu diria até espiritualmente. Mas também não se pode permitir que estejamos numa ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos“. Em alto e bom som, a Suprema Corte anunciou ao país que as leis nele vigentes não servem para proteger o cidadão do poder e dos excessos do Estado. Pelo contrário, defendem a elite que o tomou para si. O cerceamento da liberdade individual, da livre expressão do pensamento, é, sem dúvidas, o caminho para a banalização do mal. Quando o indivíduo não pode manifestar seus pensamentos por medo da perseguição estatal, da clausura, do linchamento virtual e de penas econômicas, a moralidade que passa a vigorar é única e exclusivamente aquela ditada por quem está no poder. Uma sociedade com pensamento massificado, sem capacidade de avaliar criticamente as leis ou decretos governamentais que disciplinam cada aspecto de sua vida, por certo não há de questionar por que a Suprema Corte tem verba para presentear seus parceiros com gravatas personalizadas, enquanto as pessoas comuns esperam por anos na fila do SUS por uma cirurgia. A liberdade de expressão não é um luxo das democracias – é o seu próprio alicerce. Quando o Estado se torna o único intérprete legítimo da verdade e o cidadão perde o direito de questionar, expressar e até mesmo errar em público, estamos às portas de um sistema no qual o mal deixa de ser monstruoso e passa a ser apenas funcional. A censura disfarçada de regulação, a moralidade moldada por conveniência política e a intimidação judicial como mecanismo de silenciamento não são apenas sintomas de autoritarismo – são os instrumentos que o tornam banal. Assim como Eichmann alegava apenas “cumprir ordens“, hoje muitos aceitam calados o avanço de medidas que restringem liberdades individuais, confiando que, se estiverem do lado certo do discurso oficial, não serão atingidos. Esquecem-se de que o arbítrio, uma vez instalado, não conhece limites. O desafio contemporâneo, portanto, não é apenas preservar o direito de falar, mas garantir que nenhuma autoridade – por mais iluminada que se julgue – possa decidir quem pode ou não ser ouvido. O silêncio forçado nunca protegeu a democracia. Pelo contrário, foi sempre o prelúdio de seus períodos mais sombrios. Que não nos falte coragem para resistir – não à crítica, não ao dissenso, mas ao consentimento automático e à abdicação do pensamento, pois é nesse vazio que o mal, travestido de virtude, se acomoda e prospera. Nathália Ceolin Vieira, associada do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

Para inglês ver? Não! Para europeu ver: União Europeia afrouxa combate à corrupção e perde €120 Bi ao ano

Projeto obtido pelo portal Euractiv mostra que a União Europeia (UE) reduziu deliberadamente sua estratégia anticorrupção para os próximos anos. Agora, em lugar das reformas estruturais originalmente aventadas, apenas requisitos mínimos e “intenções de mudanças” serão exigidos. O documento deve ser apresentado aos comissários do bloco junto à proposta de Orçamento Multianual (MFF), ainda este mês. “Estamos apenas administrando a tensão, não lidando com ela“, admitiu um alto servidor da Comissão Europeia, órgão executivo do bloco. “Se queremos pedir a nossos cidadãos que aceitem disciplina orçamentária, a primeira coisa que devíamos fazer era mostrar que o dinheiro não está sendo roubado“, disse outro. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão, prometeu em 2024 iniciar campanha ferrenha contra a fraude orçamentária. Estimativas apontam que as perdas por corrupção custam ao bloco em torno de € 120 bilhões por ano. No caso de desvios ligados diretamente ao orçamento, as cifras anuais superam € 1 bilhão. Pressionada, porém, a presidente – ela própria respondendo no Parlamento por suposto conluio com a americana Pfizer para facilitar a compra de vacinas durante a pandemia da COVID-19 – parece ter preferido a cautela burocrática, empurrando as mudanças para 2026. No centro do debate está a indefinição de competências entre as duas agências responsáveis por garantir a integridade do orçamento do bloco. A OLAF, de cunho administrativo e ligada diretamente à Comissão, investiga e determina a reposição dos fundos desviados. Já a segunda, EPPO, de âmbito judicial, é independente e é quem efetivamente pode confiscar os recursos roubados. Servidores confidenciam que, para evitar desgastes com um lado ou outro, a Comissão se esquiva de lidar com o problema. “Assim, acabamos com um status quo que não satisfaz ninguém“, afirmou um deles. “Gates” em série assolam UE Escândalos estão longe de serem casos isolados no dia a dia da UE. De fraudes orçamentárias a nepotismo, passando pelo constante entra e sai de servidores para empresas e consultorias e chegando a relações espúrias com governos estrangeiros, a sensação de impunidade é disseminada em Bruxelas. Além do já conhecido “Pfizergate“, outras casos similares – ou “gates” como acabaram conhecidos – ficaram célebres, como o “Catargate“, em que o país árabe ofereceu vantagens financeiras a parlamentares em troca de influência política; e o “Huaweigate“, em que a empresa chinesa subornou executivos do bloco. Outra situação de destaque envolveu a nomeação por parte da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, de seu cunhado como chefe de gabinete. “O descaso com a ética e a falta de prestação de contas das instituições da UE reduz a confiança da população e ainda serve de munição para adversários dentro e fora do bloco“, apontou Alberto Alemanno, professor de direito europeu da universidade HEC Paris. Envolvendo valores superiores a € 1,2 trilhão, o MFF ditará os compromissos financeiros da UE pelos próximos 7 anos. Para Gilles Boyer, parlamentar do grupo Renovar Europa, o enfraquecimento das medidas contra fraudes expõe o bloco. “A luta contra o desperdício é essencial, indispensável, para garantir a integridade e a eficiência das finanças públicas“. Fontes: Euractiv, Politico Europe

Israel ataca tanques sírios para proteger drusos: tensão explode no sul da Síria

Explosões e tiros transformaram Suwayda, cidade predominantemente drusa no sul da Síria, em um cenário de guerra civil nesta segunda-feira (14). O confronto, que opõe milícias drusas a tribos beduínas locais, deixou mais de 30 mortos e cerca de 100 feridos, disse o Ministério do Interior sírio. Fontes locais e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos estimam até 99 vítimas, incluindo civis e combatentes de ambos os lados . A escalada começou no domingo, após o sequestro de um comerciante druso por bandos beduínos na rodovia entre Damasco e Suwayda. A resposta drusa foi imediata: membros armados deste grupo cercaram bairros beduínos, dando início aos confrontos. Milhares de moradores foram surpreendidos pelos combates, com muitos obrigados a fugir da cidade. “A situação está muito ruim… fugimos com medo“, relatou uma residente. O governo sírio tentou retomar o controle enviando forças militares e unidades de segurança em apoio aos grupos beduínos, e na tentativa de represália contra os drusos, mas a operação encontrou forte resistência e intensificou o confronto. Preocupada com a comunidade drusa, Israel lançou ataques a tanques sírios em movimento na região. O Ministério da Defesa israelense afirmou que a medida visava impedir que forças hostis causassem novos ataques aos drusos e aos civis locais. O ministro Israel  Katz descreveu a ofensiva como um “aviso claro ao regime sírio” de que não toleraria agressões. Segundo informações extraoficiais e imagens divulgadas, a informação divulgada até o momento é de que tanques sírios foram atingidos com sucesso . O jornal Financial Times destacou que os ataques de Israel também visam manter um “cordão de segurança” sem presença militar síria ao sul de Damasco — zona considerada sensível à fronteira israelense. A violência reacende tensões sectárias em uma região marcada por conflitos, como os assassinatos drusos no início de maio, quando forças de transição do governo sírio atacaram a comunidade com execuções extrajudiciais. No mês de fevereiro, incidentes em Jaramana, nos arredores de Damasco, também resultaram em troca de tiros entre drusos e forças de segurança, elevando o clima de instabilidade. A situação em Suwayda evidencia a dificuldade do governo de transição, liderado por Ahmed  al‑Sharaa, em integrar grupos armados diversos ao novo Estado. A existência de um Conselho Militar druso, que começou a reunir ex-oficiais e milícias locais, agrava o quadro, pois fortalece a autonomia e resistência local. A ONU expressou preocupação e pediu diálogo entre as partes para proteger os civis e evitar uma escalada sectária com efeitos em toda a região. Enquanto isso, Israel mantém vigilância e força militar preventiva em seu lado da fronteira. A cidade de Suwayda tornou-se palco de um conflito que mistura tensões tribais e seitas, com múltiplos grupos armados — milícias drusas, tribos beduínas, forças do governo sírio e intervenção israelense. O episódio expõe a fragilidade das instituições de segurança da Síria pós-Assad e ameaça empurrar o país de volta ao ciclo de violência sectária. A incerteza segue elevada, e qualquer passo em falso pode arrastar todo o Levante para um novo colapso de estabilidade. Fontes: Al Jazeera, Financial Times, AP

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