Hamas sinaliza “resposta positiva” a cessar-fogo proposto por Trump

O grupo terrorista Hamas declarou nesta sexta-feira (5) ter dado uma “resposta positiva” à proposta de cessar-fogo de 60 dias apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas deixou claro que ainda quer negociar detalhes de implementação. O anúncio ocorre enquanto Israel segue realizando operações aéreas contra alvos terroristas em Gaza, atingindo inclusive áreas de apoio logístico do Hamas. Segundo informações divulgadas, o Hamas busca garantias de que uma trégua temporária resultará no fim definitivo do conflito — o que Israel já rechaçou no passado, ao considerar o desmantelamento total da organização terrorista como objetivo estratégico. Trump, que tem pressionado fortemente para um acordo, deve receber o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca na próxima semana para discutir os próximos passos. Enquanto isso, ataques israelenses na manhã de sexta-feira deixaram ao menos 15 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Outras 20 pessoas teriam morrido em tiroteios ao tentar chegar a locais de distribuição de alimentos — pontos que, de acordo com relatos da ONU, sofrem constantes interferências de grupos armados e até mesmo disparos de advertência das forças israelenses, que tentam conter multidões e saques. O Escritório de Direitos Humanos da ONU informou que mais de 600 palestinos morreram no último mês em situações ligadas à busca de ajuda humanitária, frequentemente em zonas militarizadas onde o Hamas se infiltra, usando civis como escudo para suas operações. Israel, por sua vez, afirma que revisa continuamente as regras de engajamento para minimizar vítimas civis, mas acusa o Hamas de se esconder em meio à população para tentar atrair condenação internacional. Trump, em declarações recentes, reiterou que Israel aceitou as condições essenciais para o cessar-fogo de 60 dias, mas cobrou que o Hamas pare de tentar transformar a trégua em salvo-conduto para se rearmar. “É hora de eles decidirem se querem viver em paz ou continuar usando mulheres e crianças como escudo“, declarou o presidente americano no Air Force One. O número de mortos em Gaza já passa de 57 mil desde o início do conflito em 2023, segundo dados do próprio ministério de saúde de Gaza — controlado pelo Hamas e, portanto, frequentemente contestados. Israel estima que mais de 860 de seus soldados caíram desde o começo da guerra, que explodiu após o massacre de 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas assassinaram cerca de 1.200 israelenses e sequestraram 250 civis. Com a visita de Netanyahu aos EUA, analistas acreditam que novas negociações podem emergir, mas há grande desconfiança sobre as “boas intenções” do Hamas, que historicamente utiliza cessar-fogos para se reagrupar e rearmar. Fonte: .reuters.com e apnews.com
Rússia lança maior ataque aéreo desde o início da guerra, horas após conversa entre Trump e Putin

A Rússia realizou na sexta-feira (4) a maior barragem aérea contra a Ucrânia desde o início da invasão, segundo a Força Aérea ucraniana. O ataque ocorreu poucas horas depois de um telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin. De acordo com autoridades ucranianas, a ofensiva envolveu mísseis balísticos Kinzhal (Adaga), mísseis de cruzeiro e drones explosivos lançados em massa para tentar sobrecarregar os sistemas de defesa aérea de Kiev e de outras cidades. A Força Aérea informou que foram disparados ao menos um míssil Kinzhal, seis outros mísseis balísticos e quatro mísseis de cruzeiro, dos quais apenas dois mísseis de cruzeiro foram abatidos (CNN). O ataque deixou Kiev coberta por fumaça na manhã de sexta-feira. Vários bairros residenciais foram atingidos, danificando casas e prédios, e incêndios se espalharam após a queda de destroços. Segundo relatos, a seção consular da Embaixada da Polônia em Kiev também foi atingida, assim como o consulado da China em Odesa, no sul do país (Reuters). A sequência de ataques ocorreu pouco depois de Trump ter conversado com Putin, embora não haja evidências claras de relação direta entre o telefonema e o bombardeio. Trump disse à imprensa logo após a ligação que “não fez progresso” com o líder russo, e que a conversa foi “franca” (BBC). Posteriormente, Trump também telefonou para o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que confirmou a conversa e disse ter discutido o aumento da proteção do espaço aéreo ucraniano, sem detalhar se os EUA retomariam o envio de novos mísseis de defesa Patriot, cuja entrega havia sido suspensa nesta semana pelo governo Trump (Al Jazeera). A Ucrânia depende fortemente dos sistemas Patriot fornecidos pelos EUA para interceptar mísseis balísticos russos de alta velocidade, como o Kinzhal, mas conta ainda com sistemas europeus e armamentos de fabricação local para conter mísseis de cruzeiro e drones. A escalada dos ataques russos nos últimos meses evidencia uma estratégia de saturação, utilizando mísseis e drones em ondas simultâneas para tentar esgotar os estoques de defesa aérea ucranianos. Especialistas apontam que a ofensiva de sexta-feira representa um ponto de inflexão tático, ao combinar diferentes armas de forma coordenada contra centros urbanos e infraestrutura diplomática. Até o momento, não há informações confirmadas sobre vítimas fatais, mas as autoridades locais afirmaram que dezenas de pessoas ficaram feridas e centenas foram obrigadas a deixar suas casas devido aos danos e incêndios provocados pelos destroços. A audiência internacional aguarda mais detalhes da conversa entre Trump e Putin e, sobretudo, se Washington vai reconsiderar o envio de novos armamentos a Kiev nas próximas semanas. Fonte: ww.miamiherald.com
Moraes barra medidas do governo e do Congresso sobre IOF e convoca audiência de conciliação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (3) suspender tanto o decreto do governo federal quanto o projeto aprovado pelo Congresso que modificavam as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, segundo o magistrado, busca evitar instabilidade tributária e dar espaço ao diálogo entre os Poderes. Moraes também marcou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, envolvendo o Planalto, o Congresso, a Procuradoria-Geral da República, a Advocacia-Geral da União e as demais partes do processo. Na prática, a decisão mantém temporariamente as alíquotas do IOF nos níveis anteriores ao aumento decretado pelo governo Lula. Moraes justificou que, até que se chegue a uma solução negociada, é melhor preservar a segurança jurídica e a previsibilidade para empresas e consumidores. Desvio de finalidade Entre os líderes partidários da Câmara, a decisão foi vista como uma vitória do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), na disputa com o governo Lula sobre a condução da política tributária. Um trecho do despacho de Moraes foi especialmente celebrado: o ministro alertou que, caso “seja demonstrada a utilização” do IOF “tão somente para arrecadar“, ainda que se trate de atribuição do Executivo, o aumento poderia configurar desvio de finalidade. “Caso efetivamente demonstrada a utilização desse instrumento parafiscal tão somente para arrecadar, em que pese tratar-se de atribuição privativa do Chefe do Poder Executivo, estará caracterizado o desvio de finalidade…” (ADIn 5.468, relatoria do ministro Luiz Fux, 2017). Na avaliação do grupo político alinhado a Motta, esse posicionamento pode fortalecer a Câmara no mérito da questão, favorecendo o entendimento de que o Congresso deve ter protagonismo ao discutir a tributação. Em resposta, a ministra Gleisi Hoffmann afirmou que o governo federal aguarda a audiência e “não tem nenhum problema em conversar com o Congresso e com o STF“, reafirmando que sempre buscou diálogo. Segundo Gleisi, a suspensão do decreto do IOF pode exigir contingenciamento e impor um ritmo mais lento na execução do Orçamento da União, mas que o governo atuou de forma responsável dentro do arcabouço fiscal aprovado pelo Legislativo. Já Hugo Motta disse após a decisão que o Supremo agiu em “sintonia” com a Câmara, e se colocou à disposição para debater alternativas “em busca do equilíbrio das contas públicas e do crescimento sustentável da economia”. A audiência de conciliação no STF está prevista para 15 de julho e, após ela, Moraes deve decidir se mantém ou não a suspensão das medidas do governo e do Congresso.
Onda de frio extremo mata pelo menos 15 pessoas na Argentina, Chile e Uruguai

Uma intensa massa de ar polar vinda da Antártida provocou uma queda súbita de temperaturas em grande parte do Cone Sul, com impactos tragicamente sentidos nos últimos dias: ao menos 15 pessoas morreram nos três países. Especialistas explicam que a massa de ar polar, incomum em intensidade e abrangência, avançou sobre o Sul da América do Sul, gerando temperaturas 10 a 15 °C abaixo da média em algumas regiões. Além das fatalidades, houve queda no abastecimento de gás e falhas no fornecimento de energia elétrica, agravando o cenário. Segundo meteorologistas, a ocasião pode ser apenas a primeira de uma série de ondas de frio, que devem se estender até meados de julho, com risco de novas ocorrências de neve e geadas. Por ora, espera‑se leve elevação nas temperaturas até o fim da semana, ainda que as temperaturas continuem abaixo do normal. Embora seja inverno no hemisfério sul, esta frente fria foi considerada extraordinariamente intensa — com forte potencial de causar danos à infraestrutura urbana e rural. Muitos edifícios não estão adaptados a frio extremo, aumentando a vulnerabilidade das populações afetadas. Esta onda de frio evidencia a urgência de reforço na rede de proteção social e infraestrutura nos países sul‑americanos, especialmente após tragédias envolvendo pessoas em situação de vulnerabilidade. Acompanhe para mais atualizações sobre as condições meteorológicas. Uma onda de frio recorde está afetando Argentina, Chile e Uruguai, forçando a limitar o fornecimento de gás e ativar emergência para a população, especialmente os mais ausente. Fonte: reuters.com e AP News
Caminhões dos Correios são usados por traficantes para transporte de drogas no Brasil

Uma operação da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira (3), revelou um esquema sofisticado de tráfico internacional de drogas que utilizava caminhões dos Correios para transportar entorpecentes no Brasil. A ação, batizada de Operação Specula, aconteceu em Foz do Iguaçu, Paraná, e desmantelou uma organização criminosa responsável por movimentar grandes quantidades de maconha e cocaína para diversos estados do país. Segundo a Polícia Federal, os traficantes utilizavam caminhões com compartimentos ocultos, como fundos falsos e pneus, para dissimular o transporte de drogas. Em alguns casos, cal hidratada era usada para mascarar o odor dos entorpecentes, dificultando a detecção por cães farejadores. Durante as investigações, foram apreendidos 6.288 kg de maconha e 108 kg de cocaína, além de dez veículos e quatro prisões em flagrante. Um dos episódios mais notórios envolveu o uso de um caminhão dos Correios para transportar a carga ilícita, evidenciando a ousadia dos criminosos. Não é a primeira vez que esse tipo de tática do crime organizado é descoberta, outro caso marcante ocorreu em setembro de 2024, quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 1.947 kg de maconha em um caminhão dos Correios abandonado em uma estrada rural em Cascavel, Paraná. O veículo, pertencente à frota terceirizada, foi retirado com auxílio de um trator, e a carga legal transportada não foi comprometida. A utilização de caminhões dos Correios por traficantes expõe vulnerabilidades no sistema de transporte logístico e reforça a necessidade de maior fiscalização. A PRF relatou que, em 2024, apreendeu 284 toneladas de drogas no Paraná, um aumento de 45% em relação a 2023, com casos inusitados como drogas escondidas em postes de concreto e cargas de cavalos. As investigações continuam para identificar outros envolvidos nos esquemas, e a Polícia Federal reforça a importância de ações integradas com outras forças de segurança para combater o tráfico interestadual e internacional. Fontes: Metropoles, G1, CGN, Pontaporainforma
Ataques a ônibus em São Paulo, mais de 450 veículos depredados em um mês

Desde o início de junho de 2025, São Paulo enfrenta uma onda de vandalismo contra o transporte público, com mais de 450 ônibus depredados na capital, Grande São Paulo e Baixada Santista. Somente na noite de 2 de julho, 35 coletivos foram alvos de ataques na capital, a maioria na zona sul, segundo a SPTrans. As ações, que incluem apedrejamentos e quebras de janelas, causaram prejuízos materiais e colocaram em risco a segurança de motoristas e passageiros. A Polícia Civil, por meio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), investiga os casos e aponta como principal hipótese a motivação por “desafios” promovidos em redes sociais, envolvendo majoritariamente adolescentes. O delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, descartou, por ora, a participação de facções criminosas, devido à ausência de reivindicações típicas de organizações criminosas. Entretanto, há uma outra linha de investigação que apura se os ataques são uma retaliação à instalação de câmeras com suposto reconhecimento facial nos ônibus ou disputas entre empresas de transporte, como a Transwolf e Upbus, afastadas de contratos na zona sul por suspeitas de ligação com o PCC. Os ataques, concentrados 60% na zona sul, afetam vias como a Avenida Washington Luís e Cupecê. Em um caso grave, uma passageira de 31 anos sofreu uma fratura no nariz após ser atingida por vidros quebrados em um ataque na Avenida Washington Luís, próximo ao Aeroporto de Congonhas. Na Baixada Santista, 31 ônibus foram vandalizados em Santos, São Vicente e Cubatão, enquanto cidades como Osasco e Taboão da Serra também registraram casos. A Polícia Militar lançou a Operação Impacto Proteção a Coletivos, mobilizando 7.890 agentes e 3.641 viaturas para reforçar a segurança em corredores, garagens e terminais até 31 de julho. A SPTrans orienta as empresas a registrarem boletins de ocorrência, mas há divergências nos números — 235 ataques pela SPTrans contra 180 pela Polícia Civil — o que pode indicar subnotificação. O Sindicato dos Motoristas cobra medidas urgentes, destacando o impacto na operação e na segurança dos usuários. As investigações seguem com monitoramento de plataformas digitais e análise de câmeras de segurança para identificar os responsáveis. A população é incentivada a denunciar pelo 181 ou 190, enquanto as autoridades buscam conter os atos que prejudicam milhares de passageiros. Fontes: CBN, Diariodotransporte, Metropoles, oglobo, G1, UOL, Poder360
Diddy é culpado — mas não do que queriam

Eles queriam a máfia. Queriam um Don Corleone do hip hop, com engrenagens criminosas funcionando sob ordens murmuradas ao pé do ouvido. Queriam provar RICO — essa peça de artifício jurídico feita sob medida para destruir impérios subterrâneos. O que encontraram, no entanto, foi um pervertido. Um homem com gostos minuciosamente grotescos: viciado, violento, e obcecado por espetáculos privados em que homens besuntados em óleo de bebê Johnson eram colocados como brinquedos vivos em cenas que nem o Marquês de Sade imaginaria com tanta produção. Provaram que Sean Combs bate em mulher, que cheira o que vê pela frente, que domina pelo medo e pelo vício. Provaram que odeia mulheres do modo mais íntimo e destrutivo — o modo de quem as consome e as desmantela. Mas não conseguiram provar a conspiração. O RICO escorreu dele como escorre o óleo das costas nuas de seus parceiros de fetiche. Foi Cassie quem o entregou — depois de onze anos. Onze anos ao lado de seu algoz, organizando orgias com a mesma eficiência de uma assessora de palco. Ela apanhou, ficou, participou. E isso, para o júri, foi demais. O que o júri não disse — mas pensou — é que mulher que fica não pode depois posar de vítima. O que não entenderam — ou se recusaram a entender — é que a vítima às vezes só descobre que é vítima quando já está completamente moldada à cela. Queriam a máfia. Encontraram o espelho sujo da América: o show, o vício, o abuso. Um império depravado, sim — mas pessoal, íntimo, suado. E isso, talvez, tenha sido ainda mais difícil de engolir.
Trump quer proteger trabalhadores rurais migrantes para garantir força de trabalho no campo

Em um gesto que surpreendeu parte de sua base mais conservadora, o presidente Donald Trump anunciou, durante um evento no Iowa State Fairgrounds, a intenção de implementar um programa que permitirá aos agricultores atestarem a boa conduta de trabalhadores migrantes que colaboram há anos em suas propriedades. O objetivo seria evitar que esses trabalhadores enfrentem deportação, garantindo a continuidade da produção agrícola americana. Leia mais: Políticas de Trump ameaçam segurança alimentar dos EUA – Danuzio O plano, ainda em elaboração junto ao Departamento de Segurança Interna (DHS), daria aos produtores rurais maior autonomia para indicar funcionários que sejam trabalhadores confiáveis e cumpridores da lei, mesmo que estejam em situação migratória irregular. Trump defendeu a proposta dizendo que não se pode simplesmente retirar todos os trabalhadores das fazendas, pois faltam norte-americanos dispostos a realizar as tarefas pesadas do campo. “Se um fazendeiro está disposto a atestar essas pessoas, de alguma forma, vamos ter que dizer que vai ser bom“, declarou Trump, sob aplausos de milhares de apoiadores. Ele também lembrou que muitos agricultores chegam a chorar ao ver trabalhadores sendo deportados depois de décadas de serviço. Apesar de a ideia ainda não ter sido formalizada, o presidente deixou claro que pretende levar adiante um projeto de lei que contemple tanto o setor agrícola quanto o de hotelaria, onde migrantes também desempenham funções essenciais. A proposta, no entanto, gerou críticas dentro do próprio Partido Republicano. A senadora estadual Melissa Melendez, da Califórnia, classificou a iniciativa como “decepcionante“, argumentando que não se deve fazer vista grossa para a imigração ilegal em nenhum setor. Trump rebateu afirmando que a responsabilidade final continuará sendo dos fazendeiros, que responderão caso algo dê errado. “Se os agricultores não fizerem um bom trabalho, vamos tirá-los do comando“, ironizou. Com a economia agrícola dos Estados Unidos dependente de migrantes, inclusive no estado de Iowa — segundo maior exportador agrícola do país —, a proposta promete ser tema quente no debate eleitoral, trazendo à tona o desafio de conciliar segurança de fronteira com as necessidades reais do mercado de trabalho. Fonte: Reuters e Fox News
Cessar-fogo ou rendição? Israel discute soltar prisioneiros do Hamas sem garantias reais

As conversas para um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas continuam em ritmo intenso, mas ainda cercadas de incertezas e receios. O objetivo é alcançar uma trégua de 60 dias que permita a libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza e a troca por prisioneiros palestinos, além de abrir espaço para negociações de reconstrução e ajuda humanitária. A proposta inicial do enviado americano Steve Witkoff incluía a libertação de 10 reféns vivos, além da devolução dos corpos de outros 18 reféns mortos, em troca de 125 presos palestinos condenados por assassinato e 1.111 gazenses detidos após os ataques de 7 de outubro de 2023 (Ynet). Também estava prevista a devolução de 180 corpos de palestinos mortos, em duas etapas. No entanto, a proposta atualizada apresentada nesta semana pelo Catar não detalhou quantidades nem proporções específicas, gerando apreensão entre autoridades israelenses. Questionados, negociadores cataris afirmaram que a proporção seria “semelhante” à versão americana, mas sem nenhuma garantia formal. Segundo fontes de Jerusalém, isso levanta o temor de que o Hamas tente renegociar a proporção de prisioneiros a serem libertados em troca dos reféns, o que pode levar a um impasse: “Se o Hamas aceitar, as negociações sobre os números serão duras, e não podemos descartar uma crise“, alertou um alto funcionário israelense. Do lado palestino, o Hamas indica disposição para negociar, mas insiste que qualquer acordo contemple um cessar-fogo permanente e a retirada completa das tropas israelenses de Gaza, antes de liberar todos os reféns. Enquanto isso, a situação humanitária na Faixa continua se agravando: no último dia 3 de julho, ao menos 59 palestinos morreram em ataques aéreos israelenses. Em meio a tantas exigências cruzadas, diplomatas alertam que a definição de prazos, garantias de monitoramento e a proporção real de prisioneiros libertados serão pontos críticos para evitar que o acordo naufrague nos próximos dias.